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Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 09:40

1 n- Concordo com tudo o que escreveu a Lena a propósito da noção de dignidade e da gravidez indesejada.

2 - Concordo com o alef num ponto - por exemplo não é por um homem ser violado brutalmente que perde a sua dignidade - mesmo no meio da mais brutal violência ou abuso mantém a dignidade essencial como pessoa humana.

No entanto, a violação sexual é sempre uma indignidade, uma redução do outro, uma forma de destruição emocional tão violenta como uma morte.

Há muitas formas de violação que não apenas a sexual.

SEmpre que se impõe a outrém um comportamento contra a sua consciência íntima a sua vontade, os seus sentimentos as suas escolhas, sempre que se impõe a um outro um sofrimento físico e psicológico insuportávelem nome dos nossos valores morais, há uma violência brutal contra um outro e coloca-se em causa a sua dignidade como pessoa.

3 - " Ninguém impõe a ninguém que fique grávida"
O luís advoga uma vez mais a questão da futilidade das mulheres, que devem ser castigadas com uma gravidez pelo seu comportamento sexual irresponsável.
Noto, en passant, que por uma questão biológica, tal não se aplica aos homens. Mas esta premissa de que só engravida quem quer ou quem o deseja é completamente falsa.
Da violação sexual ao sexo livre e autónomo não há uma linha estanque mas um continuum. Muitas mulheres não têm ainda autonomia, liberdade, informação ou amor suficiente para não sofrerem todo o tipo de pressões.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 15/02/2007 09:44 por catolicapraticante.

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 09:52

Luís Gonzaga:

Acho que há aqui uma falsa noção do que é aconselhamento ou counseling obrigatório.
Aconselhamento, em termos técnicos, nunca é, nem pode ser, tudo fazer para obrigar as mulheres a mudarem de ideias ou exercer uma coação psicológica inadmissível para não abortarem ou impedir o aborto por todas as formas.
Naturalmente que este "aconselhamento"- coacção não deve existir, nem na lei nem nas práticas clínicas.
Sobre o tema, acho que o Firefox, disse o essencial.
Apoio psicológico e mesmo psiquiátrico é para mim fundamental nos casos em que as mulheres colocam a possibilidade de abortar, para existir uma verdadeira opção da mulher. Soberana, como já escrevi.

"
Citação:
Firefox
Não venha uma pessoa de fora, portanto, imaginar que é um pequeno problema para ser resolvido pela escolha de um grupo de pessoas que vão estudar calmamente em uma sala o que fazer para depois comunicar o destino da mulher enquanto ela aguarda reverentemente. Um aborto não é nenhuma diversão, como uma gravidez não pode ser um mero castigo.

católica praticante



Editado 2 vezes. Última edição em 15/02/2007 09:57 por catolicapraticante.

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 10:30

"Em oito anos e meio, cerca de um milhão e meio de portugueses (mesmo descontando os quase 350 mil novos eleitores que terão ido votar pela primeira vez) alteraram o seu pensamento relativamente à questão do aborto e a sua atitude eleitoral: ou saindo da abstenção em 1998 para irem agora votar; ou mudando o seu sentido de voto (quase 100 mil votantes do referendo de 1998 modificaram a sua opção de voto entre o ‘Não, o ‘Sim’ e os Brancos/Nulos) como se pode constatar no Quadro de transferências de voto (ver aqui).

Esta clara vitória do ‘Sim’ (59,3% contra 40,7% do ‘Não’) foi conquistada duplamente ao centro. Vencendo, por um lado, no Centro geográfico e eleitoral do país: nos mapas dos concelhos vencedores em 2007 e 1998 é visível a progressão da mancha verde do ‘Sim’ nos distritos de Leiria, Coimbra, Aveiro, Castelo Branco e Guarda; e o mapa comparativo dos dois referendos torna claro que os 36 concelhos onde o ‘Sim’ passou de vencido a vencedor se localizam, maioritariamente, no Centro do país.

Mas, por outro lado, o triunfo do ‘Sim’ alicerçou-se, igualmente, no centro eleitoral. No chamado eleitorado central, moderado e oscilante, mais volúvel à mudança do seu sentido de voto e que tem determinado as grandes alterações de ciclos políticos e eleitorais. Foi nesta faixa decisiva dos portugueses votantes e entre o eleitorado jovem e das áreas mais urbanas que o ‘Sim’ conquistou mais 970 mil votos do que em 1998"


Ou seja, o voto no não ( tal como a campanha eleitotal)foi mais radical, extremsista e militante, e o voto no Sim foi mais tolerante, racional e moderado.

É um dos motivos pelos quais estpou convicta que a nova legislação a aprovar na AR, e fiscalizada pelo PR, será equilibrada e consensual ao centro, envolvendo um amplo apoio do PS e PSD.
É uma questão de lógica política e legitimidade democrática.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 15/02/2007 10:30 por catolicapraticante.

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: huguenote (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 10:32

Era um resultado que já se esperava!Agora é esperar que os meus contra o aborto entrem em vigor. Apesar de ser descrente em vários aspectos...é um assunto muito complicado...pois cada caso é um caso

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 12:06

O voto do NÃO foi radical e extremista e militante. Pois foi taliban, desculpe lá se gostamos de defender a vida humana sim? Desculpe o incómodo.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 12:21

CP

Voltas a falar da soberania da mulher quanto à terminação da gravidez. Não reconheces qualquer direito ao embrião? Até que ponto da gravideza se mantém essa defesa da vontade soberana da mulher em relação ao embrião ou feto?

pontosvista

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 12:51

Cara Lena:

Muito obrigado pelas tuas respostas. Para mim, não se trata de um «ping-pong», sobretudo se as perguntas-respostas forem levadas a sério, com profundidade e não como mero ripostar ao primeiro impulso. E, na medida em que outras pessoas «aproveitam» desde diálogo e nele podem participar, vamos muito para lá de um mero «ping-pong». Há, então, muita diferença entre um «ping-pong» e uma troca de mensagens pensadas com princípio, meio e fim.

Agora vamos às tuas respostas.


1. Quando te pergunto se a dignidade é um sentimento subjectivo, «trocas-me as voltas», porque não respondes ao objecto da pergunta, a dignidade, mas falas do «sentimento de dignidade». Suponho que isto não é uma escapatória, mas que, mais ou menos inadvertidamente substituíste uma coisa pela outra. Ora bem, não se trata da mesma coisa. Mesmo que a dignidade seja, hipoteticamente, um sentimento. De qualquer forma, se bem entendo, tendes a dizer que a dignidade é um sentimento, subjectivo, portanto. Mas, acabas por dizer mais do que isto, como veremos.

Ora bem, no caso de identificarmos a dignidade da pessoa humana com o seu sentimento de dignidade, esbarramos com imensas dificuldades. Por exemplo, está a dignidade e/ou o sentimento de dignidade vinculado à consciência? Suponho que dirás que sim, pois normalmente falamos de sentimentos conscientes. De alguma forma podemos dizer que o sentimento é um tomada de consciência da forma como a realidade nos afecta.

Mas então, voltemos ao tema da dignidade em si mesma: é-se menos digno quando não existe consciência ou sentimento? Por exemplo, enquanto uma pessoa dorme, enquanto está em coma, enquanto está hipnotizada ou anestesiada… Suponho que não dirás que qualquer destas situações implica menos dignidade para a pessoa…

Por outro lado, depois de falares do «sentimento de dignidade», dizes:

Citação:
«Ninguém é mais digno ou indigno pela sua condição ou actos. Considero um homem honesto tão digno quanto um assassino, apenas se afastam na moral dos seus actos. E mesmo esta depende do contexto cultural, o libertador de uma nação pode ter sido um assassino, enquanto o honesto um cobarde perante a opressão.»

Ou seja, aqui já não falas propriamente de «sentimento de dignidade», mas de um ponto de vista «externo» ao sentimento próprio. Falas de outras pessoas, da sua dignidade. Dizes até que a dignidade de uma pessoa não depende dos seus actos ou condição. Ora bem, pegando nas tuas próprias palavras e aplicando-as à grávida, concordarás que ela não está afectada na sua dignidade pela sua condição de estar grávida contra a sua vontade. Replicarás que sentir-se-á menos digna, mas tu mesma concedes que «ninguém é mais digno ou indigno pela sua condição ou actos».

Então, serás levada a concluir: a mulher grávida poderá sentir-se menos digna, subjectivamente, mas não o é, de facto.

Agora, podemos perguntar: o sentimento de menor dignidade, subjectivo, como dizes, é soberano? Soberano até que nível?

Aqui não podemos escapar a um problema que nos espreita há muito: a hierarquização de realidades, segundo valores.

[O tema dos valores é complexo e alguma discussão filosófica, na qual não vou entrar. Contudo, parece-me que há algo prévio aos valores e isso nota-se neste ponto. Não são meros «valores» o que está em jogo, mas sim realidades, às quais se reconhece ou não um determinado valor.]

Então, o problema é o seguinte. Uma vez que a redução da dignidade ao sentimento subjectivo é insatisfatória, como se pode dizer que o sentimento subjectivo de uma mulher será razão suficiente para abortar? Ou seja, será necessário avaliar se tal sentimento supera em dignidade o ser (humano) que será abortado. E, certamente, justificar devidamente, porque se trata de um assunto de enorme importância. Porque, ninguém pode afirmar com conhecimento de causa que não se trata de nada ou que é indiferente abortar ou não. Logo, no mínimo, urge a pergunta: e se estivermos a atentar contra uma vida humana, com a mesma dignidade que nós?


2. No meu segundo ponto escrevi:

Citação:
«De que falamos quando falamos de dignidade? Em que medida uma gravidez indesejada torna uma mulher menos digna? Há critérios de dignidade?»

Não sei se compreendeste bem o que eu queria, porque a tua resposta mistura acepções diferentes de dignidade e não diz, de facto, a que nos referimos quando falamos em dignidade. Pelo menos, omites o aspecto ontológico ou «objectivo», que, a meu ver, é o determinante e o único que nos pode tirar deste «sarilho» que se está a montar. Como dizia, falas de dignidade em três acepções diferentes.

a) Na primeira dizes que «o conceito de dignidade [é] algo indissociável ao direito de exprimir o Eu e de trilhar o seu próprio caminho», pelo que «não há padrões universais para considerar o que é digno ou não». Ou seja, continuamos mais ou menos na órbita anterior, onde se situava o «sentimento subjectivo» de que falavas antes, dando-lhe agora um novo «matiz», o da «expressão do Eu». Mas aqui encontramo-nos com maiores dificuldades que no primeiro grupo de questões. Por exemplo, um bebé sente, mas até que ponto exprime o Eu? E pouco antes de nascer? E um doente de Alzheimer? Etc. Vincular a dignidade de alguém ao exercício do direito de expressão do Eu parece-me levantar dificuldades dificilmente sanáveis.

b) Em seguida, aquilo que pareceria uma ilustração do anteriormente dito, introduz, a meu ver, uma segunda acepção de dignidade. Escreves:

Citação:
«Se uma gravidez for considerada por quem a vive algo contrário aos seus objectivos de vida é licito admitir que aquela mulher se sinta indigna ao carregar até ao fim um estado que não desejou para si.»

Aqui parece que a dignidade aparece vinculada à consecução de objectivos, dado que «algo contrário aos seus objectivos» pode ser vivido como indigno. Creio que este é um pormenor de grande importância, que revela, a meu ver, o modo de pensar de muita gente que defende a licitude de todo o tipo de aborto. Para esses, o aborto torna-se então necessário porque a gravidez indesejada é um empecilho à consecução de determinados objectivos. Mas vincular isto à noção de dignidade parece-me muito forçado. Para que isto tivesse sentido, ter-se-ia que ver noutros âmbitos da vida e talvez concluíssemos que somos uns desgraçados… Uma doença, um chumbo num exame, a perda do emprego, uma amizade perdida… Tantos «algos contrários» aos «objectivos de vida»! Perde-se a dignidade por isto?

c) Finalmente, introduzes outra acepção de dignidade, ao dizeres:

Citação:
«O inverso também é válido... há quem considere indignos aqueles que defendem ou praticam um aborto, e os visados sentirem-se dignos na sua escolha.»

Quase parece uma «farpa» extemporânea, mas é uma acepção estranha ao que eu tenho dito aqui. Aqui a dignidade teria um sentido «moral» (espero!), mas no que me diz respeito eu não considero nem mais nem menos dignos os que defendem ou atacam o aborto. Creio que já ficou claro que não considero a dignidade um sentimento, muito embora possamos «sentir» a nossa dignidade. Mas não somos dignos porque sentimos; antes «sentimos» porque somos dignos.


3. Quanto ao meu terceiro grupo de questões, em que propunha o exercício de aplicar a lógica do teu discurso às pessoas que se julgam mais dignas que as demais, dizes que isso é soberba. Contudo, essa é uma caracterização «desde fora». Se, na tua ordem de ideias, a dignidade é um «sentimento pessoal», como pode um soberbo discernir que o seu sentimento pessoal é soberba? Há algum «meta-sentimento»? Por que razão no caso da grávida usamos um critério «interno» e no caso do soberbo um critério «externo»?

E ilustras:

Citação:
«Eu posso pensar que sou mais digna que X, isso não significa que o seja. Y também pode achar que sou mais digna que X, o que continua a não ser garantia de coisa alguma. Todos menos X podem dizer que sou mais digna que X, e no entanto X acha-se digno. Quem está certo? A meu ver ninguém.»

Ora bem: experimenta aplicar isto que acabas de dizer à vivência subjectiva da grávida que deseja abortar. Se justificas o aborto da mulher que se sente menos digna por estar grávida, como condenar aquele que aniquila os que ele vê como competidores, que põem em causa a sua auto-estima, amor-próprio ou dignidade? Pensemos, por exemplo, nos crimes de sangue entre tantas culturas, incluindo a cigana. Usam, curiosamente, uma palavra próxima à de dignidade: honra!

Em todo o caso, nos teus exemplos introduziste um dado que pode ser perigoso: o da comparação com outrem. Chamo apenas a atenção para isso, porque, por enquanto, não tem maiores consequências. Mas não é «inocente». As tuas perguntas em termos de comparações levam-te a perguntar: «Quem está certo?». E sentencias: «A meu ver ninguém». Aqui está à vista o problema de vincular a noção de dignidade a um sentimento subjectivo! A solução para este problema é tão simples e tão complicada quanto isto: todos os seres humanos são igualmente dignos, independentemente dos seus sentimentos, da sua auto-estima, dos seus objectivos, da sua capacidade de se afirmar… Esta é única forma de salvaguardar algo tão importante como os direitos humanos (das pessoas, já se vê), reconhecendo a todos os seres humanos iguais direitos, porque têm igual dignidade. O inverso significa metermo-nos por uma selva de desumanidade…

E da selva salvamo-nos na medida em que formos capazes de estabelecer mecanismos para defender os mais débeis, pelo critério da igual dignidade de todos os seres humanos. E isto só pode ser verdadeiramente salvaguardado na medida em que ponhamos toda a prudência, mesmo quando agimos com seres humanos nos primeiros estágios da sua vida. Num tempo em que nos preocupamos pelas gerações futuras e pelos «direitos dos animais», é uma vergonha que não tenhamos a mesma diligência para com todos os seres humanos, fazendo-nos critério absoluto de «dignidade» face aos demais.

Naturalmente, muitos dos que defendem a licitude de todo o tipo de aborto, procuram justificar tal posição dizendo que até às 10 semanas não temos uma pessoa ou mesmo um ser humano. Trata-se de uma tentativa de nadificar ou anular o ser humano segundo determinadas conveniências. Mas parece querer passar ao lado de questões fundamentais do ponto de vista antropológico: de onde «vem» a pessoa, como surge, o que a define... Mas pensar incomoda...


4. Quanto ao quarto grupo de questões, eu apontava o problema do trauma pós-aborto e a ineficácia do aborto enquanto «solução» para «repor» a dignidade da mulher. Interessa-me comentar a tua resposta no que diz respeito ao trauma pós-aborto, nomeadamente a culpabilidade. Escreves:

Citação:
«Quanto aos traumas pós-aborto eles surgem pelo enorme conflicto interno que envolve a decisão, fruto de toda uma educação inoculada pelo contexto socio-cultural. Se o aborto fosse moralmente aceite pela sociedade como algo perfeitamente válido e "normal" não haveria traumas. Mas viver em sociedade é assim mesmo, nenhum de nós se pode dar como totalmente padronizado. Felizmente as sociedades mudam e actualizam-se.»

Creio que este é um elemento muito importante. Parece-me que à custa de querer «actualizar-se» se pretende passar ao lado da questão da culpabilidade, pela via da negação ou da omissão. E, a meu ver, comete-se grande violência sobre as mulheres, levando muitas vezes a um resultado oposto ao esperado. O pior é que nessa altura a mulher é descartada, fica sozinha; deixou o dinheiro e o «produto» da sua gravidez e regressa sozinha, com a «necessidade de uma justificação» que de repente se torna «vã». À clínica que lhe fez o aborto já não interessa. Este é um dos problemas mais sérios nas mulheres que abortaram que vêm pedir ajuda a entidades como as «Vinhas de Raquel». Claro, dizes, se o aborto fosse normal não haveria traumas. Mas este «se» não pode tratado com «paninhos quentes». Talvez porque o aborto realmente não é mesmo normal. [Nisso até muitos defensores do aborto parecem concordar.] Na verdade, fico com a impressão de que se tenta justificar «à força», artificialmente, algo que em si não se reveste de qualquer bondade. Em vez de querer esquecer artificialmente a culpabilidade, culpando dela a sociedade, não seria mais correcto ir às raízes mesmas da culpabilidade e tentar perceber o seu significado antropológico?

A meu ver, este ponto é crucial e fico com a impressão de que deverias voltar a pensar sobre ele. E digo isto não apenas porque me parece insatisfatória a tua resposta, mas porque as minhas piores expectativas foram ultrapassadas pela tua mensagem ao Tilleul. Aí escreves:

Citação:
«Quanto às consultas de aconselhamento nada tenho contra, desde que não se tornem mini-julgamentos à porta fechada.
Espero que as equipas técnicas envolvidas sejam formadas por profissionais cujo humanismo ultrapasse a frieza do dever a cumprir, e capazes de respeitar o facto de algumas mulheres já saberem muito bem o que pretendem quando se apresentam na consulta. Quero com isto dizer que não aceito fórmulas do tipo "é pegar ao largar que a lista é longa" nem do tipo "pense bem, pois vai matar um ser humano".
Mais que isto não posso falar pois a lei ainda terá de ser aprovada e regulamentada. Considero imprudente avaliar uma lei que ainda não saiu com base no que um qualquer político diz perante uma plateia de militantes no rescaldo de uma votação.»

Devo dizer que, embora julgue perceber o que dizes, fico espantado com os termos usados. Talvez te possas explicar melhor depois desta interpelação.

- Esperas que «as equipas técnicas envolvidas sejam formadas por profissionais cujo humanismo ultrapasse a frieza do dever a cumprir, e capazes de respeitar o facto de algumas mulheres já saberem muito bem o que pretendem quando se apresentam na consulta». Pergunto: uma mulher que decide abortar está isenta «do dever a cumprir»?

- Dizes: «[…] não aceito fórmulas do tipo "é pegar ao largar que a lista é longa" nem do tipo "pense bem, pois vai matar um ser humano"». Por que razão é inaceitável dizer a alguém que quer abortar que «pense bem»? Por que razão é inaceitável lembrar-lhe que no aborto se aborta (mata) um ser humano? O facto de «algumas (sic) mulheres já saberem muito bem o que pretendem quando se apresentam na consulta» não deve fazer esquecer algo muito importante: muitas não sabem ainda muito bem o que fazer e de entre as que «sabem», muitas estão terrivelmente condicionadas na sua capacidade de discernir.

Mesmo de um acérrimo defensor do aborto eu esperaria um «discurso limpo», diplomático, do género: propomos consultas que ajudem as mulheres a aferir a maturidade da sua decisão, informá-las dos riscos envolvidos, de possíveis alternativas, etc… Mas não: um mero «pro forma» justificador.


5. Concluindo, fico com a forte impressão de que se apela a conceitos «bonitos», como o de dignidade, mas depois vemos que não estão devidamente fundamentados. Aliás, os mesmos conceitos acabam por ser empobrecidos. Pior, fica a impressão de que o desejável é não pensar muito e evitar o convite a que se «pense bem».

Em suma: sem pensar, sem demora, sem dor, sem custos, sem culpabilidade.

Nota: com isto não digo que é exactamente assim que pensas. Seria excessivo! Apenas tiro algumas consequências do que escreves. E a conversa continua. Temos sempre a possibilidade de clarificar, rectificar, aprofundar. Pode ser proveitoso para todos averiguar com serenidade as razões aquém dos «slogans».

Alef

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 18:17

Que pena...esta continuada demagogia...


"
Citação:
Pergunto: uma mulher que decide abortar está isenta «do dever a cumprir»?

Mas qual dever a cumprir?

católica praticante



Editado 2 vezes. Última edição em 15/02/2007 18:20 por catolicapraticante.

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 18:27

Citação:
catolicapraticante
Que pena...esta continuada demagogia...

"
Citação:
Pergunto: uma mulher que decide abortar está isenta «do dever a cumprir»?

Mas qual dever a cumprir?



Editado 2 vezes. Última edição em 15/02/2007 18:20 por catolicapraticante.

«Mas qual dever?»

Pois!...

Cara catolicapraticante: em vez de etiquetares de «continuada demagogia», expressão que em nada contribui para o debate, antes se limita a desqualificar, sem qualquer argumentação, proponho-te que leias com muita atenção o que escrevi, que penses um pouco e escrevas algo com princípiol, meio e fim. E que te deixes deste tipo de ataques gratuitos.

Todos ficamos a ganhar com o esforço!

Alef

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 18:43

"
Citação:
Claro (...) se o aborto fosse normal não haveria traumas.
"
A propósito de hipotéticos traumas e síndromes post aborto.


1 - "Como psiquiatra, sei que os abortos, espontâneos ou provocados, fazem parte da vida de quase todas as mulheres. Alguns podem passar sem sofrimento, excluindo o trauma e a perda de liberdade que resulta do aborto clandestino, ou o drama de transportar o segredo no seio de famílias conservadoras e fundamentalistas.
Excluindo também a culpabilidade gerada nas campanhas para os referendos. ."
J. L. Pio Abreu
Psiquiatra, Professor da Universidade de Coimbra

2 - Já agora o trauma de uma gravidez não desejada está relacionada com depressão grave durante a gravidez ( podendo ocorrer tentativa de suicídio) e transtornos gravíssimos post parto, como a depressão post parto e a psicose puerperal.

católica praticante



Editado 2 vezes. Última edição em 15/02/2007 18:44 por catolicapraticante.

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 19:00

Boaventura de Sousa Santos


As Lições do Referendo
Publicado na Visão em 15 de Fevereiro de 2007



Como era de esperar, a taxa de abstenção não permite que o referendo seja vinculativo, o que em termos legislativos não significa muito. Para além do seu efeito específico, o referendo valeu como um momento ampliado de descodificação do país, quer pelo que se disse, quer pelo que se silenciou. Em meu entender, as principais lições do referendo são as seguintes.
Primeira. Confirma-se que Portugal é um país de desenvolvimento intermédio que só à distância pode acompanhar as principais transformações políticas e culturais da Europa. É uma condição estrutural de longa duração histórica a que muito dificilmente podemos escapar. Esta condição manifestou-se a vários níveis. Por um lado, as forças conservadoras que sempre impediram a modernização do país só a muito custo (após dois referendos e a humilhação pública de mulheres "criminosas") foram desalojadas e para isso foi preciso sacrificar o significado principal do referendo (ver adiante). Por outro lado, num momento em que os portugueses vêem o seu quotidiano, a sua segurança e a sua qualidade de vida serem desestabilizados e degradados pelo desemprego e pelas reformas da educação, da saúde, das pensões e do reordenamento neoliberal do território, não lhes é exigível que se comportem como os seus vizinhos europeus, cujo nível de bem-estar está cada vez mais longe do deles. Para quê votar sobre a interrupção voluntária da gravidez quando se confrontam diariamente com a interrupção involuntária da sua qualidade de vida e das suas expectativas de um futuro digno? Lúcidos como são e funcionando muito bem da cabeça, os portugueses viram no entusiasta incitamento do primeiro-ministro, a que votassem em massa no Sim, uma cortina do fumo destinada a compensar e ocultar, com uma aproximação simbólica à Europa (o alinhamento com a Europa na questão do aborto), o afastamento real em relação ao nível de vida material dos europeus actualmente em curso.
Segunda. Ao contrário do que brandiu a direita, a esquerda portuguesa mostrou uma enorme sagacidade e agilidade. Era preciso conquistar o magma da moderação que parece ser a única arma contra a direita conservadora e era preciso também não assustar a comunicação social bem pensante que transforma esse magma em opinião pública. Fê-lo com maestria. Mas com isso sacrificou o principal: o direito da mulher a optar. O argumento da humilhação dos julgamentos surtiu efeito, mas reduziu a mulher a vítima injusta, impedindo que ela fosse vista como realmente é: um sujeito autónomo e racional dona das suas opções. Perversamente, a campanha do sim acabou por invisibilizar tanto a mulher decisora quanto os repugnantes posters do Não, representando o feto como se ele não estivesse num corpo de mulher e dele não dependesse. Isto foi possível devido a uma outra característica da condição semi-periférica da sociedade portuguesa: a fraqueza da sociedade civil organizada em torno da luta contra a discriminação e a injustiça social e, em especial, a fraqueza dos movimentos feministas e de mulheres.
Terceira. A Igreja Católica continua a perder terreno na Europa. Restam-lhe agora a Polónia, Irlanda e Malta. Por sua vez, a igreja portuguesa perdeu a compostura e dividiu-se entre a Igreja de Ratzinger e a Igreja de José Policarpo. Assistimos, no entanto, e esse é um sinal de optimismo, a um vasto movimento de desobediência cívico-religiosa por parte de católicos que não toleram mais a hipocrisia na questão mais vasta da moral sexual. Neste domínio, a Igreja foi uma sombra a que, pela contra-mão, continuam a dar vida gente admirável como Frei Bento Domingues, José Manuel Pureza, Ana Vicente e Anselmo Borges."

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 15/02/2007 19:17 por catolicapraticante.

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 20:46

Católica Praticante

Continuo sem perceber como te situas perante um feto. Achas que a mulher é soberana para abortar até ao fim da gravidez?

pontosvista

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 21:28

Já respondi várias vezes a essa pergunta. Pessoalmente relativamente ao estatuto do feto, não concordo com o Marcelo Rebelo de Sousa nem com o Marques Mendes.

católica praticante

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 22:39

O sim no passado dia 11 vai conduzir a uma legislação que, mais aconselhamento menos aconselhamento, nega qualquer valor à vida intrauterina até às 10 semanas.

Infelizmente, onde o Estado poderia assumir um papel de encarar o aborto como um mal inevitável, a expressão "por opção da mulher" revela toda o seu poder: pretende-se estabelecer o aborto como um direito inviolável da mulher, que passa por cima de qualquer direito do embrião ou do feto. E o modo absoluto como este "direito" é apresentado (que não tolera que o Estado tente dissuadir uma mulher de fazer um aborto!) não faz prever nada de bom quanto à manutenção do prazo das 10 semanas.

Não posso de modo algum aceitar esta inversão. Há que desmascarar o desprezo pela vida humana que se fez passar por detrás das boas intenções de "despenalizar" e "acabar com os julgamentos".

Como balanço final, os critérios que me levaram a votar não revelaram-se perfeitamente acertados. Há que pensar agora em mostrar claramente até onde foi levado o "despenalizar", de modo a que não dure muito tempo esta tendência de desprezo total da legislação pela vida intrauterina.

O aborto pode ser inevitável, mas é sempre um mal e não um direito absoluto.

pontosvista

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 23:10

Então mas vocês ainda confiam em comunas e socialistas??? Eu não me considero muito inteligente, mas deu para ver logo a propaganda falsa que fizeram por aí. No fundo foi desprezar a vida humana e atirar a mulher para um aborto que não resolve nada nem lhe dá dignidade. Claro que isto era mais certo que ganhar o euromilhões.

pontosvista,

Citação:
Já me tinha esquecido. Mas na verdade trata-se de um documento dirigido a um contexto específico. E tem um defeito: especifica-se que um dado comportamento é um pecado objectivo, de modo a exigir aos católicos que adoptem uma posição política pré-determinada pela hierarquia. Não se faz um enquadramento geral. Se isto fizesse sentido dever-se-ia alargar o princípio a outras questões éticas: fazer campanha a favor de uma guerra? deixa de poder comungar! aumenta os impostos sobre os pobres? deixa de poder comungar! e por aí fora.

E esse contexto foi a votação da lei do aborto. Especifica-se ao comportamento que vai contra a lei moral. O acto de se matar um ser humano. Nisso a Igreja tem a obrigação de avisar os seus fieis do pecado grave que incorrem em estar do lado do propaganditas pró-aborto, e dar o seu voto para que se legalize o aborto. Sobre as outras questões que citaste, acho que quem faz uma coisa dessas, não está em comunhão com Deus. Pois que quer fazer guerras para matar pessoas, fazer com que os pobres que nada têm paguem mais, é algo muito mau.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho



Editado 1 vezes. Última edição em 15/02/2007 23:14 por s7v7n.

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 23:18

Caro s7v7n:

Creio que podes argumentar sem «arremessar» etiquetas de tipo partidário em tom depreciativo. A tua primeira frase é exaltada e não há necessidade... E sabes, certamente, que nem só comunistas e socialistas participaram na campanha pela liberalização do aborto. E nem todos os filiados no Partido Socialista assumiram como própria a orientação geral do partido... Portanto, a tua «farpa» parece-me desnecessária e susceptível de levar o debate para outros campos e outros «tons»...

Alef

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 15 de February de 2007 23:47

Seven

Nem todas as leis do aborto são iguais. E às vezes protege muito mais a vida intrauterina uma lei moderada do que uma lei rígida que acaba por cair logo a seguir numa liberalização total. Estas questões são demasiado políticas para serem usadas entre católicos como critérios de acesso à comunhão. Além de que as posições como a de Bento XVI evidenciam fraqueza da hierarquia: quando já não se consegue convencer ninguém recorre-se à ameaça. No mundo actual é mais uma forma de afastar pessoas da Igreja. Balanço final deste tipo de posições em Portugal: liberalização total do aborto e humilhação da Igreja. É urgente que a hierarquia seja capaz de fazer melhor do que isto. Faz-me lembrar a TVI: julga-se que a ordenação sacerdotal ou episcopal dá algum dom de gestão, enterram-se rios de recursos da Igreja e no fim vai tudo por água abaixo.

pontosvista

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 16 de February de 2007 00:06

Pontosvista,

eu acho que tanto esta como a dos EUA, são imorais. Esta lei que há-de surgir vai confirmar o aborto livre e legal,e para já fica até às 10 semanas. Até ver. Nos EUA, é aborto total e absoluto. Claro que nos EUA permite uma maior taxa de abortos do que com esta lei em PT. Mas em todo o caso, isto é só o começo. E começa-se já a querer transformar mentalidades para as 10 semanas. Depois o resto virá. Por isso é que a Igreja tem de alertar que este tipo de propagandas não estão de acordo com a doutrina da Igreja nem pouco mais ou menos. Têm que ser denunciadas e combatidas. Mas se as pessoas acham que podem comungar à mesma, comungem, por mim façam como entenderem. Como deves ter reparado com esta lei irresponsável, muitas pessoas que poderiam pensar duas vezes antes de abortar com medo de alguma represália, agora farão sem problemas. E isso acontece por causa do nosso voto SIM. Em parte somos culpados.

Edit: Gostava de acrescentar que este "medo de represália" serve tanto para o aborto como para um assaltante. Pensa 2 x antes de fazer o acto. E poderá não o fazer. Tal como as prisões de assaltantes não acabam com os assaltos, também as prisões dos abortos não acabam com o aborto. E se formos legalizar tudo e acabar com a lei, ficaremos bonitos sim. É cada um por si, cada um faz o que quer sem ter de dar satisfações a terceiros. A chamada Anarquia!

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho



Editado 1 vezes. Última edição em 16/02/2007 00:17 por s7v7n.

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: Ovelha Tresmalhada (IP registado)
Data: 16 de February de 2007 01:10

Citação:
CP
A propósito de hipotéticos traumas e síndromes post aborto.

Quem quiser perder (ou ganhar) algum tempo clique nos endereços abaixo, leia, analise e reflicta criticamente sobre tudo o que lá está, confronte-o com outras informações a que puder aceder e formule, depois, o seu próprio juízo sobre os tais hipotéticos traumas e síndromes post aborto:

http://www.lapop.org/pdf/dossieraborto.pdf
http://www.afterabortion.org/
http://www.rachelsvineyard.org/postabortion/affects.htm
http://www.alamedadigital.com.pt/n4/pdf/sindrome_pos_aborto.pdf
http://www.aciprensa.com/aborto/transtornos.htm
http://www.vozvictimas.org/
http://www.silentnomoreawareness.org/
etc., etc. etc.

Hipotéticos traumas?

Será que tudo o que ali se pode ler é invencionice propagandística de tenebrosos pseudo-defensores da vida, intelectualmente desonestos, burros ou incompetentes, ligados às franjas mais reaccionárias do catolicismo e de outras confissões religiosas, espezinhadores dos direitos das mulheres e sei lá que mais?

Ou será que o lado oculto, negro, dramático e silencioso do aborto voluntário (clandestino ou legal) e das mulheres que se submeteram a essa experiência dolorosa é uma daquelas verdades inconvenientes e incómodas com que os paladinos do direito ao aborto livre, a simples pedido, não gostam de ser confrontados, fingindo que ele não existe?

A experiência pessoal de todas e cada uma das mulheres que abortaram voluntariamente será assim uma coisa tão idílica, tão gloriosa, tão libertadora?

E a facilidade com que o Estado se prepara para "oferecer" o aborto a simples pedido não esconderá um logro cuja pesada factura muitas mulheres pagarão depois?

Re: Referendo sobre o Aborto - Resultados e comentários
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 16 de February de 2007 09:20

pontosvista,

qual a posição de Bento XVI a que te referes quando escreves:"Além de que as posições como a de Bento XVI evidenciam fraqueza da hierarquia: quando já não se consegue convencer ninguém recorre-se à ameaça." ?.

João (JMA)

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