Apelo à abstenção dos indecisos parece estar a dar resultado:

Afluência nacional às urnas era de 11,57 por cento ao meio-dia.

Luís

Parabéns a todos os que votaram «Não», e que se opuseram à legalização do aborto livre em Portugal.

Epafras

Vendo os números da abstenção, ou a causa da vida não mobiliza muito os portugueses ou não era mesmo nada disso que se estava a decidir.


E é triste , que quem não consegue convencer pelos arguemntos, se tenha refugiado no apelo à abstenção dos indecisos.

De qualquer forma, a abstenção é incomparavelmente mais baixa que no último referendo - entre os 55% e os 57%, o que se aproxima bastante de resultados vinculativos.

Trata-se de uma diminuição de 11% relativamente ao referendo de 1998, apesar da chuva e do mau tempo.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 11/02/2007 19:19 por catolicapraticante.

Projecções

Sic

SIM - 56 a 58%Não - 39 a 41%

RTP

Sim - 57 a 61%Não - 39 a 43%
Abstenção - 56 a 60%

católica praticante

«Reivindicar o direito ao aborto, ao infanticídio, à eutanásia, e reconhecê-lo legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade: « Em verdade, em verdade vos digo: todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado » (Jo 8, 34)».
João Paulo II, Evangelium Vitae

É esta a doutrina da Igreja e será sempre até ao final dos tempos.

Cunha

É verdade cunha, mas duvido que para certas pessoas que se digam católicas isso signifique alguma coisa. O importante é a opção pessoal, não a de Deus. É caricato mas verdadeiro,que as lavagens cerebrais que se fizeram funcionaram. Funcionou o egoísmo e deixou-se a humanidade de parte. O feto não conta para nada, a opinião do pai não conta para nada. É assim que Portugal quer, será. Já diz o ditado, quem semeia ventos, semeia tempestades. Veremos como será daqui a uns anos, quando os comunas e os socialistas quiserem alargar o prazo para que se matem cada vez mais seres humanos.

De qualquer maneira, é sabido também que às 10 semanas muitas mulheres não sabem que estão grávidas. Por isso estas 10 semanas não vão servir de muito. Veremos daqui a uns anos.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Citação:

Epafras
Parabéns a todos os que votaram «Não», e que se opuseram à legalização do aborto livre em Portugal.
Epafras

Faço minhas as tuas palavras. Demonstrou que o espírito cristão não está morto. Pode estar em desvantagem, mas não está morto. Ninguém disse que a vida é fácil. Há que saber lutar para ajudar quem precise com medidas sérias que não seja o aborto.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Escrevi no dia 5 de Fevereiro:

“O papel activo da Igreja será decisivo no resultado do referendo.
Mais uma vez aqui o factor económico é essencial.
(...). Além dos recursos económicos, a Igreja tem toda uma teia articulada d e organização tentacular em todos os órgãos do tecido social particularmente nas zonas de poder, da política, do dinheiro, do exército, da cultura e do acesso aos media, que é onde a realidade se fabrica e se decide.
O apoio directo de entidades bancárias de conexões de religiosas á campanha do referendo tem sido determinante para o marketing faustoso do não.

Não é difícil arregimentar bandos de criancinhas da catequese ou estruturas juvenis como os escuteiros, ou manipular informação jurídica/científica através de elites, divulgadas em sites e listas de mailings onde tudo vale, desde a mais crassa mentira, á chantagem emocional, á ameaça, ou de exercer coacção psicológica mais ou mesmo brutal sobre aquelas pessoas de fé sincera mas menos informação.
Sejamos claros – a tudo isto a igreja portuguesa tem recorrido nas últimas duas semanas, para manter a pena de prisão de mulheres que abortam em fases muito iniciais da gestação.”

Ou seja – a Igreja mobilizou-se activamente e intensamente nesta campanha, foi o principal protagonista na criação de uma clivagem dolorosa na sociedade portuguesa, criando uma espécie de guerra religiosa artificial.

È também , de certa forma a Igreja que foi referendada – qual sua força e o seu impacto na sociedade portuguesa de hoje. De que forma ainda controla politicamente o Estado e as instituições públicas ou as opiniões individuais, como o voto político.

Ou melhor, que tipo de igreja temos?
Se aquela fundamentalista e trauliteira que teve maior visibilidade social neste processo ( conotada com certos movimentos ultra-conservadores como a Opus Dei, que esteve em força nesta campanha, através de vários” grupos cívicos” que afinal eram só um e nasceram directamente das organizações da Igreja.): Se a outra Igreja, mais pobre, mais humilde, mais solidária que trabalha no terreno em contacto com os mais pobres.

De certa forma não foi apenas a sociedade portuguesa que ficou fracturada e crispada. A euforia histérica da derrota do Não faz pensar o que aconteceria se fossem vitoriosos. Não tenho dúvidas que estariam neste momento a exigir a alteração da actual lei, propondo que dela se retirasse a exclusão da ilicitude em caso de violação e malformações congénitas.

A igreja encontra-se também dividida por causa de certas facções radicais, aqui protagonizados entre outros, pleo Cunha, que, embora minoritárias dentro da igreja, têm mais visibilidade social e impacto mediático.

Como disse recentemente José Manuel Pureza, tratou-se de saber se queremos um país “onde se confunde de maneira deliberada pecado e crime" e que, por isso, se pareceria "com um regime de um fundamentalismo religioso inqualificável".

Creio que a maior parte dos católicos portugueses não quer isso e assim o exprimiu através do voto.

Mas agora a Igreja postuguesa dve assuir claramente as suas responsabilidades. No apoio incondicional ás mulheres mais vulneráveis e em políticas de educação sexual e atitudes de apoio ienquívoco á contracepção eficaz.

católica praticante

Taliban,
Já todos sabemos da tua luta contra a Igreja. Mas é bom que fique registado.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho



Editado 1 vezes. Última edição em 11/02/2007 20:45 por rmcf.

Talvez fosse bom que moderassem os insultos e os ataques pessoais. De parte a parte. É triste, muito triste. Não vale a pena nem cantar vitória, nem acusar os outros de assassinos... Peço-vos que se recordem: Amai, mesmo aqueles que vos odeiam... se não o fizermos, o que nos pode distinguir dos outros?

Abraço fraterno,

Miguel

Sou a favor da Vida, amo a vida e sou católica. Sou contra amorte inútil e abjecta de seres humanos.
Que fique claro.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 11/02/2007 20:48 por rmcf.

Estou contente com o resultado, descontente com a abstenção.
Agora é trabalhar para que uma nova Lei tenha pernas para andar o mais rápido possível.

Os meus parabéns para todos aqueles que votaram em consciência, defendendo o que acham justo.
Isto sim,é saber viver em democracia.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Cara Catolicapraticante.

Estavas tão errada em relação à Igreja no dia 5 de Fevereiro como estás hoje. A Igreja não defende que as mulheres que abortam fossem para a prisão. A Igreja sempre defendeu foi a liberalização total do aborto até às 10 semanas.

Com este resultado, embora não vinculativo (haverá algum referendo em Portugal que seja vinculativo?), abre-se a porta a que qualquer mulher possa abortar até às 10 semanas, independentemente das suas razões. Se não acreditas que este resultado se converta na liberalização do aborto, espera umas semanas até a Clínica dos Arcos abrir em Portugal e depois diz-me quantas mulheres quiseram lá abortar e tal lhes foi vedado.

Além disso, quando daqui as uns anos se tornarem públicos os números de abortos "oficiais" em Portugal, comprovaremos mais uma vez que este resultado tornou a "descriminalização" em liberalização.

Luís Gonzaga

Caro Luís:

Faz-me a gentileza e a caridade de compreenderes que não sou uma pessoa completamente estúpida, inconsciente ou mal informada.

E que sei perfeitamente o que votei hoje, e sue perfeitamente o que uma certa Igreja queria que eu votasse.

Votei contra a despenalização de mulheres que abortam até ás dez semnas, votei contra a prisão de mulheres, voteo porque acho em definitivo que as mulheres são pessoas capazes de decidir.


Quanto ao número oficial de abortos em Portugal só a partir de agora vamos conhece-los. E organizar estratégias para os reduzir.
O que só é possível porque o sim ganhou.
Democracia é aceitar com serenidade resultados eleitorais livremente expressos.

católica praticante

Reduzir o aborto quando este é livre e quando estão instaladas clínicas privadas que até parece que vão dizer às pessoas que abortar é errado e que vão para casa. Ora muito bem sim senhora!
Se todos trabalhassem como os do NÂO trabalharam, a ajudar concretamente as mulheres, não as atirando para o aborto, isso sim, iria reduzir-lo drasticamente. Agora com a anarquia do aborto livre até às 10 semanas, nada impede uma mulher de abortar. Se haveriam impedimentos de ordem legal que impedissem a mulher de abortar e a fizessem pensar 2x, agora não existe qualquer impedimento.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho



Editado 1 vezes. Última edição em 11/02/2007 21:09 por s7v7n.

Não te considerei de estúpida, inconsciente ou mal informada. Apenas comentei a tua frase: «tudo isto a igreja portuguesa tem recorrido nas últimas duas semanas, para manter a pena de prisão de mulheres que abortam em fases muito iniciais da gestação.»; e referi que estavas enganada. A Igreja não defende a prisão das mulheres.

Aceito que tenhas votado "SIM", entendendo que estavas a votar contra a despenalização das mulheres que abortam até às 10 semanas, para que estas não sejam condenadas à prisão (nunca o foram mais isso é outra conversa... claro).

Aquilo que tu nunca compreendeste nestes dois meses e meio de discussão é que o "SIM", para além daquilo que tu defendes, abre a porta à liberalização e legalização do aborto até às 10 semanas. Isto é um facto que me parece impossível de desmentir.

Luís Gonzaga

É francamente nojento e repulsivo a entrevista que está a decorrer a uma directora de uma clínica espanhola. É horrível.
Cunha

Se me é permitido dizer, achei horrível o seu sorriso, sabendo ela que é responsável por clínicas que matam seres humanos. Nem vi.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Caro Cunha.

Compreendo o que dizes mas essa é a consequência do resultado do referendo, e a directora da tal clínica espanhola tem mais que razões para sorrir, pois já lhe foi dada autorização para abrir uma clínica em Lisboa, conforme noticiava o PÚLBICO em Outubro passado: Aborto: Clínica dos Arcos vai abrir instalações em Lisboa já em 2007
.

Provavelmente será a primeira clínica a estar pronta para fazer cumprir o resultado do referendo, bem antes do SNS.

Não deixa de ser curioso ser uma clínica espanhola que vem matar os futuros portugueses realizar os abortos em Portugal.

Luís

também não gostei. E não percebo quem lhes deu a autorização para começarem a construir a clínica em lisboa, antes do referendo...

Abraço fraterno,

Miguel