Vou colar aqui um texto interessante. Gostaria de saber as vossas opiniões.

João (JMA)

Informativo
REDE de CRISTÃOS
ano 4 - 17 de fevereiro de 2003
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UM MISTERIOSO ENCONTRO DE AMOR

Marcelo Barros[1]

No Brasil, fevereiro começa com uma festa religiosa, marcada por procissões de barcos no rio ou no mar e também por bênçãos de velas. Estas são postas nas nelas das casas e são levadas pelos fiéis em procissão pelas ruas das cidades. Esta festa nos recorda que Deus assume o mundo como ele é e dá às pessoas que crêem a tarefa de transformar tudo o que é escuridão em luz de amor.
A festa de 02 de fevereiro tem muitos nomes e diversos ritos, de acordo com os lugares. Nas cidades de porto, festeja-se Nossa Senhora dos Navegantes. Em outros lugares, é festa de Nossa Senhora da Luz, ou Candelária, sempre marcada por um rito da luz . Provavelmente, vem de costume pré-cristão. No antigo império romano, no início de fevereiro, as pessoas faziam procissões com fogo e luz pelos campos e ruas da cidade, para esconjurar os espíritos da escuridão e do frio invernal e chamar de volta a luz e o calor do sol. Os antigos cristãos assumiram este rito dando-lhe novo significado. O Evangelho conta que no 40 dia do seu nascimento, os pais de Jesus levaram o
menino ao templo para ser consagrado a Deus. A liturgia antiga tornou o 02 de fevereiro, festa da Apresentação do Senhor. Os Orientais a denominam Hipapanté , festa do encontro de Deus com o seu povo.
Durante sua vida, muitas vezes, Jesus denunciou o templo como lugar de opressão e disse que Deus é espírito e verdade. Prefere que seus adoradores o adorem em espírito e verdade (Cf. Jo 4). Mas ao mesmo tempo, assume as
estruturas culturais e religiosas do seu povo. E por isso Jesus menino é apresentado ao templo. Através dele o próprio Deus vem adaptar-se ao povo, submeter-se a uma lei humana e revelar-se humano como um de nós.
O motivo pelo qual Deus faz isso é sua opção de viver conosco uma aliança de amor. Convida-nos a um encontro mais profundo e para isso vem apresentar-se, não mais em um templo de pedra, mas no templo vivo que é
cada pessoa humana, e na beleza de todos os seres do universo. Como fez de Jesus de Nazaré seu Cristo, seu Consagrado, faz também de nós testemunhas e instrumentos desta presença amorosa. E, em cada povo e cultura, recorre a pessoas que são símbolo deste encontro com o Divino, em todas as religiões:
Lao-Tzé, Buda, Moisés, Maria, Maomé, Gandhi e tantos outros homens e mulheres, instrumentos de iluminação para toda a humanidade. A partir de então a fé se torna caminho para este encontro marcado. Assim como Jesus
foi ao templo, anonimamente, como qualquer criança, levada por seus pais, Deus não se impõe e nos espera discretamente, no mais íntimo de cada criatura. Somos convidados a ir ao seu encontro, nos reconciliando o mais
profundamente possível, cada um/ uma consigo mesmo/a, abrindo o coração para acolher a divindade presente em cada pessoa que encontramos. Em cada ser humano reconhecemos a imagem viva de Deus. Também as criaturas do
universo manifestam sua presença e esplendor. Por trás de cada pedra, na delicadeza de cada folha e no sussurro do vento, na força da Terra e da água, ali está Deus nos esperando para este encontro. Se vivermos este encontro as pessoas e os seres da natureza não serão mais para nós meras mercadorias. A paz se instalará em nosso coração e desabrochará em amor para todo o universo.


[1] - Marcelo Barros, monge beneditino, autor de 25 livros, dos quais o mais recente é "O Espírito vem pelas Águas" (A crise mundial da Água e a Espiritualidade Ecumênica) Ed. CEBI- Rede. Fax: 062- 3721135. Email: mostecum@cultura.com.br

Não faço ideia do que se passa no Brasil a 2 de Fevereiro, mas essa nação é conhecida pela sua "variedade" religiosa...

Acho completamente duvidosa esta noção de "Ecumenismo". Se Jesus realmente querem que «o adorem em espírito e verdade (Cf. Jo 4)», essa adoração não depende apenas de uma sincera manifestação de amor e solidariedade, mas de adesão à própria Verdade, em termos de fé e moral.

O autor parece sugerir a presença de Deus em nós por oposição e menosprezo à instituição eclesial (referida suavemente como o "templo de pedra")... De qualquer forma, sem uma clarificação, é fácil a associação, de uma recusa a qualquer instituição hierárquica...

Pessoalmente, não me oponho a dizer que pessoas como "Lao-Tzé, Buda, Moisés, Maria, Maomé, Gandhi" (Maria está ali um bocado deslocada e Gandhi não fundou nenhuma religião - o taoísmo e o budismo devem ser mais consideradas como filosofias do que religiões), tiveram um encontro com o "divino". Embora tenha sérias dúvidas quanto a Maomé, e recordando-me dos conselhos orientais provavelmente também acolhidos por Lao-Tzé e Buda para que repudiemos credos religiosos (naturalmente porque ainda não lhes era conhecido Jesus Cristo)... Além disso, Moisés encontrou-se com Deus de uma forma muito única e impressionante. Estranhei não se citar Abraão... De qualquer forma, agrupar desta forma indistinta todas estas pessoas é uma confusão...

Mas há uma coisa que estranho e que me "cheira mal": o título daquele livro, "O Espírito vem pelas Águas" (A crise mundial da Água e a Espiritualidade Ecumênica)... Esta é uma clara alusão à ideologia Aquariana, a Era do Aquária, a Nova Era, New Age. É conhecida a sua associação a sincretismos religiosos e a uma adulteração da pessoa divina de Jesus Cristo.

Recentemente, foi publicada uma reflexão sobre esse novo movimento religioso pela Santa Sé. Encontrá-lo-ão aqui. Recomendo vivamente.

João

Oops, leia-se "Era do Aquário".

Deixo aqui dois artigos sobre o assunto e a notícia que acompanhou a divulgação do documento citado, intitulado «Jesus Christ - The Bearer of the Water of Life. A Christian Reflection on the "New Age"».

João

NOVA ERA

Nos últimos tempos temos sido bombardeados por literatura, música e filmes com ideias de uma corrente espiritual chamada Nova Era. Quantos livros sobre anjos e demónios, feitiçarias e alquimias podemos encontrar não só nas livrarias, mas também em muitos lugares públicos (...); as rádios e os cinemas, nos últimos anos transmitem músicas e filmes da Nova Era (mais conhecida em inglês por New Age). Para fazer uma leitura destes acontecimentos e destas doutrinas a Santa Sé publicou um documento para reflectir cristãmente a "New Age".
É raro encontrar universitários ou até mesmo adolescentes que não tenham lido algum livro desta corrente espiritual, pensando muitas vezes que se trata de um livro com doutrina católica. Ao serem confrontados dizem que o livro, por exemplo, é bonito e fala sobre Deus.
De facto, é triste pensarmos que temos dado catequese a estes jovens e adolescentes e agora vêem-se privados de capacidade para discernir o que é doutrina católica e o que não o é. Ao menos ponhamos este documento nas suas mãos para que possam compreender melhor o que lêem, o que vêem ou o que ouvem.

Pe. Edgar Clara


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SEDE DE ESPIRITUALIDADE

Acaba a "Era dos Peixes", estaríamos a entrar na "Era do Aquário". A primeira seria a era do Cristianismo; a segunda seria o tempo daquela que se convencionou chamar "New Age".

Mais do que propriamente uma "religião", trata-se de um movimento de "espiritualidade" que retira do Cristianismo, da astrologia, das concepções orientais e do mundo celta, mas também das ideologias maçónicas e da antiga heresia gnóstica (já presente no séc. I da nossa era) algumas das suas linhas inspiradoras. A tudo isto acrescente-se ainda a pretensão de constituir uma ponte entre a explicação científica do mundo e as religiões. Enfim: um "cozinhado" que não pode deixar de agradar a muitos, nestes tempos de incertezas, em que tudo parece colocado em pé de igualdade.

Há dias, o Vaticano publicou um documento sobre este fenómeno, mostrando como a "New Age" se opõe claramente à fé cristã. A começar pelo facto de constituir uma "sacralização do eu", de tal forma que "Deus se encontra reduzido à função de apoio para a promoção do indivíduo".

Contudo, muito mais do que uma condenação, o documento procura ser um convite aos cristãos: em primeiro lugar, um convite a "ancorar-se ainda com mais firmeza nos fundamentos da fé", depois a "perceber o grito, muitas vezes silencioso, que se faz ouvir no coração dos homens, e que os conduz a procurar outros espaços, se não encontram uma resposta na Igreja".

A vida espiritual parece querer marcar, definitivamente, este novo século. Poderemos procurar rivalizar com estes movimentos, imitando-lhes as cantigas, os gestos de oração, se não mesmo deixar-nos influenciar pelas suas concepções da vida e da morte. Estaremos a enganar-nos e a enganar aqueles a quem falamos. Decididamente, não é por aí que deve caminhar a espiritualidade cristã. Esta só pode ser verdadeira se estiver centrada em Jesus Cristo. É que nada nem ninguém pode oferecer aquilo que só Cristo nos dá: a salvação.

Pe. Nuno Brás




João

A Nova Era - Sintoma de uma Cultura em Crise
(em inglês)


New Age Seen as Symptom of a Culture in Crisis

Vatican Document Critiques the Spiritual Movement

VATICAN CITY, FEB. 3, 2003 (http://www.zenit.org).- The Vatican published a provisional report on New Age, offering a Christian reflection on a spiritual movement that even seduces Catholics.

Entitled "Jesus Christ the Bearer of the Water of Life: A Christian Reflection on the 'New Age,'" the 90-page document analyzes the context in which the New Age has arisen, as well as its characteristics, and contrasts it with Christian spirituality. The text ends with a glossary of New Age terms.

The report was written by a working group on new religious movements, composed of members of Vatican organizations including the Pontifical Council for Culture, and the Pontifical Council for Interreligious Dialogue (the signatories) with the assistance of the Congregation for the Evangelization of Peoples and the Pontifical Council for Promoting Christian Unity.

The foreword explains the report's objective, stating that "the attraction that New Age religiosity has for some Christians may be due in part to the lack of serious attention to their own communities for themes which are actually part of the Catholic synthesis."

In particular, it mentions "the importance of man's spiritual dimension and its integration with the whole of life, the search for life's meaning, the link between human beings and the rest of creation, the desire for personal and social transformation, and the rejection of a rationalistic and materialistic view of humanity."

When presenting the document to the press today, Cardinal Paul Poupard, president of the Pontifical Council for Culture, said that "the New Age phenomenon, along with many other new religious movements, is one of the most urgent challenges for the Christian faith."

"It is a religious challenge and, at the same time, a cultural challenge," he said. With its doctrines on God, man and the world, which are "incompatible with the Christian faith," the New Age "is at the same time symptom of a culture in profound crisis and a mistaken answer to the present situation of crisis," Cardinal Poupard said.

According to the cardinal, the Church must respond to this situation by proposing Christian doctrine first of all, with "clarity and discernment" and, at the same time, by welcoming "people seeking meaning." This requires "a pastoral program directed to the specific culture of modern and postmodern societies, which give birth to the New Age phenomenon."

For his part, Archbishop Michael Fitzgerald, president of the Pontifical Council for Interreligious Dialogue, acknowledged in statements to the press that "there are positive aspects in New Age, but taken all together it is not in accord with true Christian faith."

"The document seeks to offer keys to understand this somewhat nebulous phenomenon of the New Age and to illustrate how it differs from the Christian faith," he added.

"It is known that the New Age means the age of Aquarius," the archbishop continued. "It is an astrological concept, according to which the age of Pisces, which was that of Christ, has developed and is now passing to the age of Aquarius, in which everything is gentle, there are no longer the rigors of Christianity, everything is based on harmony with creation, with the cosmos."

"By its title," Archbishop Fitzgerald added, "our document reminds us that Jesus Christ is the authentic bearer of the living water ... He is the one who slakes man's thirst. ... The true Christian finds the fullness of his spiritual life in Christ, without the need to seek it elsewhere."



João

Mais um para as "tangas diversas": veja-se como esta religião (curiosa a forma como se inventam religiões hoje em dia) muito "cristocêntrica" associa Cristo ao Espiritismo e ao O seu slogan é, curiosamente, "Ecumenismo Irrestrito"... Parece que tem em Brasília um templo chamado "Templo da Boa Vontade" que integra elementos esotéricos e é o monumento mais visitado da cidade...

[www.religiaodedeus.org]

Vejam em particular:

História / Fundamentos / Ideologia
[www.religiaodedeus.org]


Assim vai o mundo...

João

Outro "oops"... :o)

Leia-se «(...) associa Cristo ao Espiritismo e ao Esoterismo (cristais, elementos egípcios, etc.). O seu slogan (...)».

Temos falado em "fundamentalismo". Pois bem, eis aqui o reverso da medalha... Teses "universalistas", "ecuménicas" e simplistas, da cabeça de certos, porventura bem intencionados, mentores...

João

Uma curiosidade acerca do mentor (?) desta religião, Alziro Zarur:

(...)
«Em 6 de janeiro de 1948, recebe uma mensagem espiritual de São Francisco de Assis, assinalando que era hora de começar a missão da Legião da Boa Vontade, primeira fase da Religião de DEUS.
Em 4 de março de 1949, lança a Hora da Boa Vontade, na Rádio Globo do Rio de Janeiro. Aos trinta e três anos de idade, no dia primeiro de janeiro de 1950, funda a Legião da Boa Vontade.
(...)
Tendo antecipado em 15 anos a tese vitoriosa no Concílio Vaticano II, recebeu das mãos do Núncio Apostólico Dom Sebastião Baggio a Medalha do Papa Paulo VI 'por serviços prestados à causa do ecumenismo'.
(...)
Em 1973, em Maringá, Estado do Paraná, realiza a Proclamação da Religião de DEUS, quarta fase evolutiva da Religião do Terceiro Milênio. Alziro Zarur desencarnou em 21 de outubro de 1979.»


[www.religiaodedeus.org]


Para conhecer mais sobre a Legião da Boa Vontade, que existe activamente em Portugal como institução de solidariedade (é assim, com os apoios estatais, que promove a sua doutrina):

[www.lbv.org]


Além disso, a "Religião de Deus" já está representada em Portugal, em Lisboa e no Porto:

[www.religiaodedeus.org]

[www.religiaodedeus.org]



Ai ai, o "espírito do Vaticano II"... :o) Estamos agora, com documentos como a "Dominus Iesus" e este sobre a "New Age", a corrigir as falsas interpretações "ecuménicas"...

João

Para acabar (este assunto "pica-me" bastante...), aqui fica mais uma associação "ecuménica", entre o Frei Betto e este movimento sincretista. Então, não será de estranhar que o autor do primeiro artigo deste tópico fosse também monge beneditino... :o(

[www.lbv.org]

João

Só mais uma, para nos darmos conta do alcance que estas coisas tomam:


«Presidindo a LBV há duas décadas, Paiva Netto multiplicou os Programas de Promoção Humana, Social e Educacional da LBV, num crescimento superior a 80.000%. Criou na Legião da Boa Vontade o lema Educação e Cultura, Alimentação, Saúde e Trabalho com Espiritualidade, marca de uma gigantesca ação comunitária que prima pelo elevado padrão de qualidade no amparo aos extratos mais carentes da população.
Hoje existem seções de atendimento da LBV espalhadas pelo País. Sob sua administração, a Instituição ganhou alcance internacional, estabelecendo sucursais no Paraguai, Uruguai, Bolívia, Argentina, Estados Unidos e Portugal - além de possuir correspondentes em todo o mundo -, e tornou-se a primeira Instituição genuinamente brasileira reconhecida em caráter oficial pela Organização das Nações Unidas - ONU. Em 1999, a LBV recebeu o status consultivo geral no Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, grau máximo que uma organização não-governamental pode atingir dentro desse conselho, o que lhe dá o direito de participar, com poder de voto, de suas reuniões decisórias. A votação, da qual participaram representantes de 28 países, foi unânime.»

[www.paivanetto.com.br]


Com que então, "paz e amor", não é? Esta é uma demonstração de como essa noção eminentemente política e materialista da religião desvirtua a própria Revelação... Cautela... Afinal, ao contrário do que pensa o "Pe. Mário da Lixa", Deus não gosta é de política, em vez da religião...

João