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Fazer da vida um acto de amor, em vez de somente ter teorias...
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 17 de February de 2003 17:40

Infelizmente, não há muitos testemunhos verdadeiros acerca do amor de Deus. Testemunhos que nos levem a acreditar n'Ele e a seguir os Seus caminhos.
Testemunhos reais, que vivam a Palavra.
Infelizmente. E é mesmo por causa dessa falta de testemunhos reais que surgem inúmeras seitas que se apelidam como certas, que é por ali o caminho da Salvação. Enveredar por caminhos fáceis do conhecimento, e só conhecimento da Bíblia, sem o real esforço de a viver, é vazio, não converte, não ensina, é terreno estéril.
Jesus terá dito: "Amai-vos como Eu vos amei". Este pedido é de uma amplitude enorme. Este pedido é um desafio à nossa pessoa, mais do que à nossa vivência cristã!

Como será o amor de Deus?

Quererá Ele converter à força? Quererá Ele que nos roamos de culpas cada vez que caímos em tentação? Quererá Ele que façamos o Bem apenas para Lhe obedecer? Quererá Ele que desprezemos as pessoas por pensarem de forma diferente da nossa?

O Deus que aprendi a conhecer, através de testemunhos de pessoas que fui conhecendo ao longo da vida, fez-me crer que Ele não é nehum tirano que nos imponha o que quer que seja. Que nós não somos amados e salvos se apenas seguirmos o que vem na Bíblia, mas sim pelas pessoas que somos, com defeitos, com pecados, com tudo. É precisamente o amor de Deus que faz com que cresçamos, tal como o alimento que a mãe toma faz crescer o filho que traz dentro dela.
Ao não pecar para sermos amados, estaremos a fazer tudo, mas tudo ao contrário.
Deus fez-se homem, para que o homem fosse Deus.

É urgente acolher os mais necessitados, mesmo que o mais necessitado sejamos nós próprios.

É que Jesus, quando deu a vida na Cruz, não foi para salvar uns quantos bonzinhos: foi para salvar toda a Humanidade. E isto inclui ateus, agnósticos, comunistas, socialistas, homossexuais, prostitutas, todos aqueles que, de uma forma ou outra, aprendemos a desprezar por "não serem cá dos nossos".

Todos são salvos. Todos são chamados a "amar como Deus nos amou".
Todos são chamados a viver a Palavra. E isso pode ser feito pelo jovem cheio de perguntas, como pelo idoso cheio de experiência. Pode ser feito até por aquele doente acamado que, sem falar, e pelo seu sofrimento, nos leva a comungar com ele a experiência do amor e do auxílio.

Quem quer conhecer a Deus, que não hesite em viver e conhecer os que o rodeiam ao máximo. Não procuremos grandes feitos, não procuremos evidenciar-nos por "coisas estranhas que nos acontecem" (podem acontecer a qualquer um, podem ser mais comuns, podem nem ser nada mais do que os nosso próprio subconsciente). Há coisas que nos elevam mais a Deus, do que ficarmos estagnados naquilo que nos pode acontecer e que pode ser Bíblico...
O amor é activo, quer dar-se, consumir-se sem fim. Quer expandir-se. Independentemente de acreditarmos, ou não, em Deus. Quem ama, já conhece a Deus, mesmo não tendo consciência disso. Conhece mais do que aqueles que desbaratam as Escrituras na ânsia de encontrar sinais para o que lhes acontece...Meu Deus! Que espírito tão pequenino!

É do chão que a planta cresce. Já viram uma árvore plantada no céu? Seria extraordinário, mas...

Re: Fazer da vida um acto de amor, em vez de somente ter teorias...
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 18 de February de 2003 01:05


Muito bem, Ana! :o)

De facto, Sta. Catarina de Sena disse-o bem (qualquer coisa como isto):

"Se fossem o que devem ser, abrasariam o mundo!" (com o fogo do amor de Deus)

Não temos o direito de obscurecer a deslumbrante Revelação de Deus, mas vivê-la assumindo as consequências martirizantes (de testemunho) dessa aceitação de fé. Temos, muito pelo contrário, o dever e a exigência de amar até ao dom total de nós mesmos - o que é algo incrivelmente difícil de fazer...

Acho também que não se pode esquecer a Justiça de Deus, aliada à Misericórdia. Somos todos chamados ao arrependimento, e é o amor de Deus, que parece bom demais para ser verdadeiro a tantos, que consegue isso, pois é a nossa aceitação e reconhecimento do Senhor que nos criou para Si.

Certamente que nos sentimos "forçados" a acreditar e amar a Deus quando pensamos sobre isso com honestidade. Mas ninguém nos deve privar da maravilhosa liberdade da entrega pessoal por amor. Contudo, devem realmente "insistir" connosco para que entendamos e amemos a Deus. :o)

Não digo que "todos são salvos", mas certamente que todos participam da graça salvífica de Deus - de outra forma, como nos poderíamos reconhecer pecadores e convertermo-nos continuamente à Verdade?

Por isso, quando somos salvos, deixamos de ser "ateus, agnósticos, comunistas, socialistas, homossexuais, prostitutas", etc., etc., etc.. E que fique claro que muitos "católicos" são de tudo isso um pouco... (O socialismo não é assim tão mau, necessariamente... ;o) )

De facto, o testemunho de vida, e podemos entendê-lo eminentemente nos santos canonizados, é motivador de conversão, pois é assim que a Palavra de Deus se dá a conhecer a todos: "ide e ensinai".

Não concordo, no entanto, com aqueles que dizem que alguém bom não precisa de acreditar em Deus, precisamente porque já é bom. Isso é reduzir a religião a um conjunto de moralismos, e aí poderíamos então dizer que todas as religiões são a mesma coisa. Não, não o são.

Precisamos, de facto, de uma "teoria" excelente, que é a Revelação de Deus, que Se revela por amor, e que torna possível todo o mais puro Bem, por estarmos certos do que Deus realmente espera de nós, quem somos e quem nos devemos tornar.

Além disso, não esqueçamos a Eucaristia...

João

Re: Fazer da vida um acto de amor, em vez de somente ter teorias...
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 18 de February de 2003 01:17

Ana:

Muito bonito o k escreveste.....A grande dificuldade é precisamente essa... VIVER.
Talvez por isso tanta gente se refugie em teorias..............


Muito rebuscadas mas... sem grande solidez, poruqe disligadas da realidade.

Como eu costumo dizer aos meus alunos, não há nada tão prático como uma boa teoria...
Tem é de ser mesmo boa...

********** pra ti

Re: Fazer da vida um acto de amor, em vez de somente ter teorias...
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 19 de February de 2003 09:40

João:

Não disse que os que são bons, não precisam de acreditar necessariamente em Deus. O que disse, foi que aqueles que amam já estão na graça de Deus pela sua disponibilidade e abertura aos outros e ao próprio amor. E isso é independente de acreditar, ou não, em Deus.
Penso que seria bom que começássemos ao contrário a nossa vivência cristã: primeiro, os nossos pais e / ou educadores deveriam formar as nossas cosnciências para o amor de Deus e para o seu perdão, e só depois começar a falar d'Ele, como fonte desse amor que já tínhamos começado a vivenciar....

Re: Fazer da vida um acto de amor, em vez de somente ter teorias...
Escrito por: ana paula (IP registado)
Data: 19 de February de 2003 14:35

Isto é, temos de viver o amor para sobre ele podermos falar... Quando dizemos a alguém que Deus o amou desde o princípio de tudo , isso só é inteligível atrvés do amor humano, do amor dos outros...
porque o amor é humano antes de ser divino... e é divino antes de ser humano...


ana

Re: Fazer da vida um acto de amor, em vez de somente ter teorias...
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 19 de February de 2003 15:15

Sim, Ana Paula, é isso mesmo que quero dizer. Para uma criança, Deus é algo muito abstracto, assim como o amor. Se a criança não for efectivamente amada principalmente pelos seus pais, dificilmente aceitará que existe um Deus Pai que a ama.
Ou seja, é retirar da realidade de todos os dias algo muito concreto para que as pessoas antes de saberem de Deus, já sentirem, através de nós, a Sua presença através do amor que lhes damos.
Acho que até é esta a essência do que é ser-se missionário. Não é mudar as pessoas: é amá-las de forma a que se perguntem de onde e como vem este amor que as faz crescer.




Anna



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