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Re: Virgem Maria
Escrito por: cristina (IP registado)
Data: 28 de April de 2003 22:50

Olaaaaaaaaaaaaaaa milene

Acho muito bem ,apoiado.

Porque ninguem respondeu aos meus comentarios nudismo na igreja ?

Andreia vamos mudar de assunto só por uma semana? Pode ser que encontremos muitas questões em que pensemos do mesmo modo e nos sintamos mais perto na fé.

Paz de Cristo

cristina

Re: Virgem Maria
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 29 de April de 2003 10:33

Caro Hugo:
I

Espero voltar em breve à questão da “Theotókos” [(parece-me que não prestaste suficiente atenção à minha conclusão do artigo do passado dia 27 (tópico VI: Resumindo e em conclusão)]. Para já, tenho que comentar a resposta que deste à minha pergunta: «Será que foi necessário esperar 15 séculos (e no caso de muitos grupos, 19 ou 20 século) para se descobrirem os verdadeiros cristãos?». Ora, respondes com a contrapartida de que “a doutrina evangélica é muito mais antiga que a doutrina católica”. E dás então dois exemplos: os dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção.

Três comentários:

a) ao contrário do que dizes, o dogma da Imaculada Conceição não entrou no Credo Católico Romano. O Credo católico continua a ser o niceno-constantinopolitano. Os dogmas constituem os elementos mais “pertinentes” da fé, mas há também uma certa hierarquia entre eles. É claro que aquilo que está no Credo precede em importância qualquer destes dogmas, mas estes dogmas estão-lhe ligados.

b) Na Igreja Católica (e não só) existe a noção de que o tempo da Revelação terminou com a morte do último Apóstolo, mas, simultaneamente, a Revelação é progressiva no que diz respeito à nossa compreensão e formulação (é o famoso tema do desenvolvimento do dogma). Não significa que tenha havido acrescentos, mas que alguns elementos já presentes mais ou menos explicitamente no princípio foram-se tornando mais claros com o andamento do tempo.
Isso aconteceu desde logo no que respeita à doutrina da Santíssima Trindade. Embora digas numa das mensagens que Paulo conhecia a noção de Trindade, a verdade é o termo surge muito mais tarde e não aparece na Bíblia.

Vejamos:

- o termo “Trinitas” foi introduzido por Tertuliano pelo ano 200;
- em 325 o Concílio de Niceia diz que o Filho é “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro”;
- a doxologia “Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...” parece ter composta em 370 e...
- ...só foi introduzido em todas as igrejas em 519;
- no Concílio de Constantinopla (381) chegou-se à formula que hoje conhecemos: “Três Pessoas num só Deus”.

Impõe-se a pergunta: a doutrina da Trindade foi inventada por Tertuliano e pelos Concílios que se seguiram? Os primeiros cristão não acreditaram na Trindade? Como se explica que uma das verdades mais fundamentais do Cristianismo tenha levado tanto tempo a ser definida? É claro que alguns (como as Testemunhas de Jeová) aproveitam este facto para dizer que a Trindade não é bíblica, que é uma “importação” de outras religiões que tinham três divindades principais no seu panteão, etc. Certamente não aceitas tal argumentação, porque a Trindade está fundamentada na Bíblia. E bem, mas não só na Bíblia, mas também na Tradição da Igreja. Um dos elementos da Tradição da Igreja era a forma como os cristãos rezavam, donde se tornou um elemento fundamental da Patrística o princípio “lex orandi lec credendi”, que significa “aquilo que faz parte (como norma) da oração da Igreja faz parte da fé da Igreja”. Este mesmo critério se aplica a outras verdades que foram sendo clarificadas ao longo dos séculos. Assim, ao contrário do que afirmam muitos protestantes, o conteúdo dos dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção de Maria não foram inventados quando foram proclamados solenemente pelo Papa, mas faziam parte da oração e da fé da Igreja há muitos, muitos séculos.

Ao estudar mais profundamente o mistério da Encarnação e da Redenção, foi sendo aprofundada a teologia de Jesus como novo Adão e de Maria como nova Eva (sobretudo partindo do evangelho de João). Assim se foi reconhecendo quão grande tinha sido o lugar de Maria. Ora, isto é já visível em teólogos como S. Justino (nascido por volta do ano 100), Santo Ireneu (n. antes de 125), para mencionar apenas os mais antigos e conhecidos. É claro que nem todos os teólogos concordavam e também por isso a definição foi muito mais lenta. De qualquer forma, a festa da Imaculada Conceição já existia pelo menos no século VII. Na Idade Média muitas eram as Igrejas dedicadas à Imaculada Conceição. Em Portugal, o mais antigo documento da instituição da festa é do Bispo de Coimbra, D. Raimundo Everardo, a 17 de outubro de 1320 mandando-a celebrar na sua diocese. Segue-se Guimarães (1329), depois Braga, e no século XVII torna-se a mais popular em todo o País. Os professores de Coimbra tinham que jurar defender a Imaculada Conceição, já que esta era (e é) a padroeira da Universidade. D. João IV coroou em 1646 uma imagem da Imaculada Conceição em Vila Viçosa, proclamando assim a Imaculada Conceição Padroeira e Rainha de Portugal.
No que respeita à Assunção de Nossa Senhora aconteceu algo de muito parecido. Sabe-se que esta festa já era celebrada antes do ano 500. Não esqueçamos que uma festa litúrgica implica já um reconhecimento alargado daquilo que se celebra.

c) Finalmente, é importante dizer também que os teus exemplos dos [tardios] dogmas não servem para contrapor o facto de eu questionar a suposição de que foram precisos 16, 19 ou 20 séculos para aparecerem verdadeiros cristãos.
Respondes que sempre existiram verdadeiros cristãos, mas que viveram mais ou menos ocultos por medo da “cristandade”. Tenho visto esse argumento invocado pelos anabaptistas e por grupos como os valdenses, mas é um argumento falacioso. Por um lado, citam alguns exemplos de grupos que eles dizem ser seus “inspiradores” ou predecessores, mas na verdade estes grupos defendiam heresias que actualmente os seus “herdeiros” não abraçam (seguem outras). Por outro, alguns destes novos grupos surgiram já num tempo em que o problema da suposta opressão não se punha (logo o argumento invocado não tem muita consistência). Muitos grupos são reformas de grupos reformados, também eles resultados de sucessivas reformas e dissensões. Esta forma de argumentar parece-me antes uma forma subtil de poder dizer que vêm em linha directa desde a Igreja primitiva... Parece-me um artifício pior que a famosa “donatio constantina”...

E por que razão não é correcto o paralelismo de dois tipos de esperas (a espera pelos verdadeiros cristãos ou a espera pelos dogmas)? Porque os dogmas referidos não representaram um corte com nenhum ensino anterior. Os dogmas definiram aquilo que era aceite pela esmagadora maioria dos cristãos. A iniciativa para a definição não pertenceu ao Papa. A definição papal foi o ponto de chegada e não se partida. Já agora, para os tão preocupados com a infalibilidade papal, lembro aqui mais uma vez que a proclamação destes dois dogmas que referistes foram as duas únicas vezes em que os papas invocaram a infalibilidade papal... É que as caricaturas da Igreja Católica que vejo nas apologéticas protestantes continuam muito grotescas...

Mais antiga? Dizes ainda que a doutrina evangélica é muito mais antiga que a católica (porque, alegadamente, a doutrina evangélica baseia-se na Bíblia, enquanto que a católica baseia-se na Tradição ou nos dogmas recentes). Quer em termos técnicos, quer em absoluto, é falsa tal afirmação. Primeiro, porque, como já mostrei anteriormente, a Tradição é anterior à Bíblia e dá-lhe origem; em segundo lugar porque as doutrinas evangélicas, enquanto sistemas organizados, aparecem muitos séculos depois. Para defenderem um princípio curioso, o “Sola Scriptura” que nem é bíblico!

II

Tenho ainda tempo para comentar mais algumas afirmações que teces ao culto mariano. Também para os católicos há [/b]um só mediador[/b], sendo que Maria e os santos são mediadores em Cristo, o único mediador entre Deus e os homens. O poder mediador dos santos é semelhante ao nosso em termos funcionais: pedimos muitas vezes aos outros para rezarem/orarem por nós a Deus. A doutrina da comunhão dos santos e do corpo místico de Cristo está no Credo e é muito mais desenvolvida entre os Católicos e os Ortodoxos que entre os protestantes. Os protestantes, sobretudo os que lêem a Bíblia literalmente agarram-se a determinados versículos do Antigo Testamento onde se diz que os mortos “dormem” e “não podem louvar o Senhor”, esquecendo-se que a Bíblia mostra uma evolução no pensamento sobre o além. A crença cristã do post-mortem não corresponde à do Sheol! Alguns dos escritos mais antigos do Antigo Testamento têm uma espécie de visão agnóstica em relação ao post-mortem (é o caso de alguns salmos). O túmulo era o fim. Por isso as bênçãos de Deus tinham que significar recompensa em vida com riquezas e saúde. O livro de Job é um dos primeiros escritos a pôr em crise esta ideia tradicional. Só nos tempos mais próximos do helenismo se torna mais clara a crença na ressurreição. Torna-se muito claro nos Livros dos Macabeus (época helenística), que “graciosamente” os protestantes rotularam de apócrifos... Um dos sinais desta lenta evolução era o de que no tempo de Jesus os saduceus ainda não aceitavam a ressurreição. No Novo Testamento apercebemo-nos de um novo paradigma. Os cristãos, mortos e vivos, estão unidos no mesmo Senhor, Jesus Cristo, cabeça do Corpo Místico. Este Corpo é vivo e de vivos (um Deus de vivos) e é Cristo que garante esta ligação entre todos os membros. Assim, os santos e Maria nada podem por si mesmos, mas tudo podem em Deus, a Quem estão unidos. Podem ouvir as nossas orações, não porque sejam omnipotentes (não são), mas porque participam da própria vida de Deus. Já não estão limitados pelas condições de espaço e de tempo. Por isso é absurda a objecção frequente de que Maria não pode ouvir a oração de milhares de pessoas ao mesmo tempo...

As considerações que teces sobre a idolatria repetem pela enésima vez a mesma coisa, a que respondo pela enésima vez. Não vale a pena querer confundir veneração com adoração, pois não são a mesma coisa. A adoração só se presta a Deus. Sem Aquele que adoramos, a veneração teria valor nulo. Na veneração não esquecemos nunca o Criador e damos graças a Deus pelo dom deste e daquele santo, que são também os “nossos irmãos mais velhos”, estímulos à nossa própria caminhada. Não somos um número de uma multidão de anónimos vivos a caminho do silêncio do sepulcro. Somos um povo vivo, de vivos, precedidos e acompanhados por uma legião de testemunhas da ressurreição que em Cristo estão unidos a nós.

Quanto a atribuíres à Igreja Ortodoxa versículos “condenatórios” da Bíblia, usando-os como arma de arremesso, vejo isso frequentemente na literatura protestante e das Testemunhas de Jeová, mas acho isso uma manipulação da palavra de Deus. Por que razão essas palavras se referem à Igreja Ortodoxa ou Católica e não se hão-de aplicar a nenhuma igreja/comunidade protestante? Não será o “sola scriptura”, o “sola fides” e o “sola gratia” também uma deturpação, não tanto por afirmar a importância de cada um dos substantivos, mas pela acentuação do “sola”?

Alef

Re: Virgem Maria
Escrito por: cristina (IP registado)
Data: 29 de April de 2003 13:44

Alef

Andas inspirado assim convertes os protestantes todos num instante :) tem calma:)
Sempre que escreveres se não te importas envia por favor estas mensagens para o meu e-mail . ando a preparar um trabalho e já tentei imprimir daqui mas o texto não sai completo. Ando a estudar o que escreves.
Só gostaria de fazer a seguinte questão. Quando Jesus morreu e segundo os evangelhos apareceram muitos movimentos cristão para o lado do oriente enquando São Paulo veio para os lados de Roma. O que pensavem esses cristãos ? Há registos deles? dizem que a igreja se perdeu quando o Constantino se meteu...que achas desta afirmação?
No domingo o Padre leu uma mensagem muito linda dos actos dos apostolos sobre a igreja naquele tempo. Os crentes eram muito amigos viviam como se fossem um só e dividiam os bens . Alguns vendiam as suas propriedade e entragavam-nas aos discipulos que as distribuiam a todos consoantes as necessidadde de cada um. Mas temos tanto trabalho pela frente! As pessoas´têm um novo Deus : o dinheiro . E contra esse inimigo é que deviamos lutar.

paz de Cristo

Obrigada
Cristina

Re: Virgem Maria
Escrito por: Andréia (IP registado)
Data: 29 de April de 2003 14:42

Ótimo gente! Vamos falar da Igreja Primitiva!

1) A Igreja Primitiva pregava a adoração simplesmente a Deus.
2) Não faziam imagens.
3) Não pediam intercessão de nenhum dos antigos profetas, patriarcas, nem mártires.
4) Tinham como livro base de estudo as Escrituras do Antigo Testamento e as cartas dos Apóstolos.
5) Não acendiam velas a santos e não rezavam pelos mortos
6) Eram batizados pelo Espírito Santo e os sinais e maravilhas os seguiam.
7) O Mediador era Jesus Cristo, o Messias e mais ninguém.
8) Eram irmãos ajudando uns aos outros e nada lhes faltavam.
9) Se preocupavam em manter puro o Evangelho alertando para a Igreja ler a Palavra para não ser enganado.
10) Preocupavam em Ensinaar, evangelizaar, batizaarm e pregaar a Palavra de Deus e tinham o Espírito Santo que iluminavam até mesmo quem eles escolhiam para evangelizar em tal lugar. Não era eleição, mas o Espírito direcionava.

Bem, existem muito mais características, mas qual delas a Igreja Católica possui?

Então.... qual doutrina é mais antiga? A protestante, ou a Católica?

.... :>))

Re: Virgem Maria
Escrito por: Andréia (IP registado)
Data: 29 de April de 2003 18:16

Milene,

Sinto dizer isso a você, mais o que fazem é enganarem a si mesmos. A própria Cristina disse que foi a Fátima e viu logo na entrada "Local de Adoração"... bem. é adoração ou veneração? Pelo jeito, nem mesmos os católicos fazem essa diferença....
Vocês não se incomodam com isso? Cristina também disse que leu a Bíblia e não encontrou quase referência sobre Maria. Não existe referência nenhuma sobre o terço, que devemos orar a ela, que devemos pedir que ela peça alguma coisa a Jesus.... Será que não enxergam o engano? Isso é uma mascara para desviar-lhes a atenção ao verdadeiro centro que é Jesus. Desculpe a sinceridade, mas está engasgado. Vejamos essos pontos abaixo:

Vocês tentam se explicar que o que fazem não é adoração, porém, não importa a palavra usada. O que deve ser visto é:

Quem é o mediador? Maria ou Cristo?
Quem é o advogado? Maria ou Cristo?
Quem intercede junto ao Pai? Maria ou Cristo?
Quem devemos prestar culto? Maria ou Cristo?
A quem devemos orar? A Maria ou ao Pai através de Cristo?
Quem está a porta do nosso coração e espera para entrar? Maria ou Cristo?

Se você coloca Maria em algum desses pontos que citei, você a adora, não a venera. Entende a diferença? O fato de mudar a palavra "Local de Adoração" para "Local de Veneração" irá mudar o que fazem? Claro que não.

Basta nós abrirmos nosso coração para que Jesus entre em nossa vida. Não precisamos de nenhum outro intercessor para chegar a Deus, pois Jesus é suficiente.
"conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
Mais uma vez desculpe por ser tão dura, mas às vezes é preciso um palavra direcionada para reflexão. Reflitam sobre isso. A quem dirigem suas súplicas? A Maria ou a Jesus?
Boa reflexão.

Re: Virgem Maria
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 29 de April de 2003 21:55

Andréia:

Ah, se fosse assim tão simples... Mas não é. Peço-te a benevolência de leres esta longa mensagem, que pretende mostrar que a "fotografia" é bem diferente... A tua “análise” padece de anacronismo ou projecção de uma leitura “a posteriori”...

1. A leitura “romântica” dos Actos. É preciso não fazer uma leitura “ingénua” da Bíblia e particularmente dos dois resumos que nos Actos dos Apóstolos descrevem a vida da Igreja Primitiva (Act 3:42-47 e Act 4:32-37). São textos que mais do que descrever uma realidade, apontam um ideal de comunidade. Na verdade, a Comunidade também experimentou tensões e divisões bastante fortes. Sirva como exemplo Act 6:1-7. Parece-nos mais um texto idílico o da escolha dos diáconos, mas este texto é revelador de uma realidade tudo menos “romântica” e é possível perceber o tipo de tensões.

Encontramos na Igreja Primitiva dois grupos “étnicos” muito distintos: os judeus e os helenistas. São duas culturas muito diferentes e as tensões depressa aparecem.

Os judeus falam aramaico e estão agarrados às tradições dos seus antepassados e à lei de Moisés. Crêem em Jesus Cristo, mas aceitam-no como uma espécie de reformador da religião judaica. Continuam a frequentar as sinagogas e seguem a Bíblia hebraica.
Os helenistas, pelo contrário, provêm de uma cultura muito diferente. Conhecem mais do que uma cultura e são muito mais liberais em relação às tradições ensinadas pelos rabinos. Muitos não sabem hebraico e seguem a Bíblia em grego, a chamada Septuaginta ou Tradução dos Setenta (a lista dos livros é diferente da hebraica, porque inclui os chamados "Deutero-canónicos", a que os protestantes chamam de apócrifos). A situação descrita em Actos 6 é grave porque manifesta divisões e parcialidade no tratamento das pessoas, longe do ideal apresentado dois capítulos antes.

De qualquer forma, é importante e útil para nós perceber que os problemas não foram impedimento para que a Igreja crescesse e o Evangelho fosse anunciado. Assim deve ser também hoje. Mas não podemos agarrar-nos a estereótipos para dizer que o Protestantismo segue o paradigma dos Actos, enquanto que a Igreja Católica segue uma outra coisa, degenerada. Teríamos que perguntar se o paradigma do Protestantismo é o de Actos 3:42-47 e 4:32-37 ou de Actos 6:1 e outros semelhantes. ;-)

A mesma tensão entre duas mentalidades está presente no tipo de pregação e leva ultimamente à convocação do primeiro “concílio”: Pedro representa o modelo “judaizante”, enquanto Paulo representa o modelo helenista. No decorrer dos Actos assistimos à conversão de Pedro (cfr. Actos 10), que é também o reflexo da conversão de toda a Igreja primitiva, que se transformou progressivamente numa igreja sempre mais aberta aos pagãos. Vejam-se as polémicas sobre a circuncisão e as carnes oferecidas aos ídolos.

Vamos agora a outros elementos.

2. A Igreja Primitiva não praticava o “sola scriptura”. Dizes na tua alínea 10 que «Preocupavam[-se] em ensinar, evangelizar, batizar e pregar a Palavra de Deus e tinham o Espírito Santo que iluminavam até mesmo quem eles escolhiam para evangelizar em tal lugar». Muito bem. Vejamos então como eram as coisas.

Na verdade, tinham recebido o mandato de Jesus: «Ide e pregai o evangelho a toda a criatura»... Ora, justamente Jesus disse «Ide e ensinai», não «Ide e escrevei». O ensino era oral e não existiam ainda os evangelhos, mas apenas alguns «logia» (ditos do Senhor). Não havia um cânon bíblico, mas havia a Tradição, isto é, a vivência real do Evangelho nas comunidades ao longo dos anos (isto é a Tradição). O ensino dos Apóstolos era transmitido de viva voz e depois repetido por aqueles que ficaram conhecidos como presbíteros e diáconos (que também pregavam – cfr. o caso de Filipe).

A fobia à Tradição é fenómeno recente. Em geral, os protestantes gostam de citar os exemplos em que Paulo e outros Apóstolos mostram um corte com as tradições judaicas (confundindo alguns Protestantes tradições com Tradição). É o caso de Actos 21:21 («que não circuncidem os seus filhos nem observem as tradições») e sobretudo Colossenses 2:8: «Vede que ninguém vos engane com vãs e falsas filosofias, fundadas nas tradições humanas, nos elementos do mundo e não em Cristo». Mas esquecem o contexto de tais afirmações, bem como uma outra frase do mesmo Paulo que diz:
Citação:
«Felicito-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim e guardais as tradições como eu vo-las transmiti».
Claro que para fugir a esta “contradição” muitas traduções protestantes não colocam a palavra “tradições” e substituem-na por outra, como “instruções”, mas importa sobretudo o conteúdo real. Paulo faz claramente a distinção entre más e boas tradições, não rejeitando as tradições só porque são tradições. “Tradição” é, antes de mais, a realização do mandato de Jesus: transmitir uns aos outros a boa nova. “Traditio” significa o processo de transmissão.

De resto, também por aqui vemos que a Tradição aparece antes da Bíblia e que foi a Tradição que estabeleceu o que é a Bíblia. Já discutimos longamente sobre este assunto tão importante. Se quisermos falar da Igreja primitiva com os traços que abrangem todas as igrejas cristãs, com uma Bíblia temos que esperar uns séculos. No século V ainda não havia um cânon definido e durante vários séculos textos como “O Pastor de Hermas” faziam parte dos escritos lidos nas comunidades, ao mesmo tempo que o Apocalipse foi durante muito tempo rejeitado.

3. Bíblia truncada? Mas ainda em matéria de Bíblia encontramos uma profunda contradição no cânon bíblico protestante. Sabemos que a Tradução dos Setenta (tradução grega dos livros do Antigo Testamento, feita no século III a.C.) era largamente usada nas comunidades cristãs primitivas, sobretudo naquelas de origem helenista (que passaram a ser a maioria). Por que razão viriam os protestantes a assumir um cânon judeu que foi estabelecido já num tempo (século segundo, o chamado “cânon de Jâmnia”) em que os cristãos já não reconheciam qualquer autoridade religiosa sobre a Igreja? Por que razão pretendem ignorar que os primeiros cristãos usavam a Tradução dos Setenta? É nessa Tradução dos Setenta que se encontram os livros que os protestantes chamam de apócrifos. Porquê? Para poder rejeitar à vontade a oração pelos mortos tal como vem descrita no Livro dos Macabeus?

Cito de passagem Henry Chadwick, do livro The Early Church (p. 42):
Citação:
«Durante o primeiro século a Bíblia cristã foi simplesmente o Antigo Testamento [...] lido na versão da Septuaginta [ou Tradução dos Setenta]. A autoridade residia nesta Escritura e nas palavras do Senhor, que circulavam amplamente pela tradição oral, como está evidenciado na Epístola de Clemente aos Coríntios».
Afinal, qual a Igreja que é mais antiga e mais próxima do “original”?

4. As imagens. O Novo Testamento, tal como o Antigo, insiste muito na luta contra a idolatria. Nem outra coisa podia ser. Daí os protestantes demonizam a Igreja Católica porque esta tem imagens. Acontece que as imagens não são ídolos e vêm da Igreja primitiva. Lembro mais uma vez que a imagem conhecida mais antiga do Cristianismo não é a cruz, mas a imagem do Bom Pastor. Sugiro que os meus irmãos protestantes visitem as catacumbas romanas e tirem as suas conclusões. Ou que visitem (se conseguirem, porque há limites de entradas) as escavações por baixo da Basílica de S. Pedro em Roma (voltarei a este ponto).

Um paralelismo com a questão das carnes oferecidas aos ídolos. A questão das imagens (alínea 2 da tua exposição) faz até lembrar a polémica das carnes oferecidas aos ídolos. Enquanto que os mais “radicais” defendiam que era imoral comer tais carnes, os líderes cristãos viram sabiamente que em si nada de mal havia nas carnes, dado que os cristãos não eram idólatras. Não era o comer tais carnes que fazia deles idólatras, mas a intencionalidade posta no acto. Contudo, por precaução, era bom não dar escândalo às “consciências débeis” (veja-se 1 Coríntios 8:4-13). Pessoalmente acho que isso se deve ter em conta. Em primeiro lugar, seria bom que os Protestantes mais radicais deixassem da heresia da bibliolatria, que deixassem o literalismo de parte. Em segundo lugar que tivessem a honestidade de reconhecer que nem as imagens católicas são ídolos nem o culto aos santos é adoração. Por outro lado, os católicos devem ser mais sensíveis às consciências escandalizadiças de alguns e refrear a proliferação das imagens. Talvez desta forma percebêssemos que andamos a gastar energias uns contra os outros, desnecessariamente, em vez de nos preocuparmos em anunciar o Evangelho a quem nunca o ouviu.

«Só a Deus adorarás». Portanto, se, como dizes na primeira alínea, «A Igreja Primitiva pregava a adoração simplesmente a Deus», seria bom que notasses que na Igreja Católica fazemos exactamente o mesmo. Se em Fátima está escrito “Local de Adoração” isso significa que ali se adora a Deus, não se adora Maria. Não há confusão nenhuma entre adoração e veneração, a não ser nos discursos de alguns protestantes, que insistem em fazer caricaturas desonestas (porque sabem a diferença mas não querem ver). Dizer que não importa a palavra usada é um sinal evidente do não querer ver. Dizer que “não importa” significa apenas “eu não quero ver”! Fátima é local de adoração, sim, mas a adoração só é devida a Deus. Em Fátima não se adora Maria, mas Deus. Já notou que o local mais importante é o altar? Que o momento mais solene de oração é a Eucaristia e não o terço? Já notou que não há Eucaristias a Maria? Já notou que a Eucaristia é sempre uma oração ao Pai? Sabia que na chamada “capela de adoração” (ou do Silêncio) o que está no centro é pão eucarístico (o Corpo de Cristo) e não qualquer imagem de Maria?

5. Jesus Cristo, o único Mediador. O único Mediador é Jesus Cristo, reconhecem também os católicos, tal como já expliquei ao Hugo. Só Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, encarnou, sendo que só Ele pode ser realmente mediador. Mas todos, vivos e mortos, estamos ligados uns aos outros no mesmo Corpo de que Cristo é a cabeça. Maria e os santos não simplesmente “defuntos”, como já vi numa mensagem tua, nem estão a dormir, como uma leitura ingénua da bíblia leva alguns protestantes a afirmar. Vê, por favor, o que disse a este respeito ao Hugo, para não ter de me repetir. Será que você acredita no artigo do Credo que diz “Creio na comunhão dos Santos”?

Maria é Mediadora na mesma “lógica” em que nós somos mediadores uns dos outros, sendo que ela e os santos estão mais “próximos” que nós... Significa que sem o Mediador Único nenhuma das outras “mediações” teria qualquer valor. Não se trata aqui da lógica do “ou... ou”, como pretendes fazer crer. Maria não se opõe a Jesus Cristo, nem a teologia católica a entende assim.

6. O baptismo no Espírito Santo. O baptismo cristão continua a ser o mesmo: em nome das três Pessoas da Trindade. O baptizado torna-se habitação de Deus e membro da Igreja. Não podes dizer que há baptismo pelo Espírito Santo apenas quando podes “testemunhar” feitos extraordinários. Muitas das coisas que vejo acontecer nas comunidades carismáticas (protestantes e católicas) têm muito (não tudo) de sugestão psicológica.

7. «Eram irmãos ajudando uns aos outros e nada lhes faltavam». Já expliquei no primeiro ponto como deve ser lido este pormenor. Este continua a ser o ideal de todas as comunidades cristãs. Mas não mitologizemos uma comunidade que também tinha problemas que já referi, também neste campo. E note-se que a chamada simonia tem precisamente origem num episódio dos Actos.

8. A oração pelos mortos. Afirmar que os primeiros cristãos não rezavam pelos mortos é presunçoso e certamente falso. Temos também que reconhecer que a Bíblia pouco ou nada nos diz sobre a oração da Igreja primitiva. Mas as catacumbas mostram-nos a prática da oração pelos mortos (já praticada entre os judeus) e 1 Coríntios 15:29 faz-nos adivinhar costumes que não conhecemos muito bem, concretamente o baptismo pelos mortos:
Citação:
«De outra maneira, que ganhariam os que se baptizam pelos mortos? Se os mortos não ressuscitam, porque se baptizam eles?».
Pensa-se que os catecúmenos (pelo menos alguns), ao serem baptizados, ofereciam o mérito desse acto pelos seus mortos. O Novo Testamento não nos diz mais nada sobre isto e Paulo não condena esta prática, usa-a até para reforçar a ideia da certeza da ressurreição. Não admira, pois Paulo desenvolveu muito a teologia do Corpo místico.

Quanto às velas, nada de especial, têm, a não ser um gesto de expressão da nossa fé ou da nossa oração, podendo ser visto também como um gesto para honrar alguém. Tal como quando oferecemos flores a alguém ou escrevemos um postal ou e-mail...

Continuemos com as “outras características”...

9. A Igreja Primitiva reúne-se à volta de Pedro. Pedro é reconhecido desde o princípio ao fim dos evangelhos e também nos Actos dos Apóstolos como líder dos Apóstolos. Aparece sempre em primeiro lugar nas listas dos nomes e é muitas vezes o porta-voz do grupo, concretamente na confissão da messianidade de Jesus ou no dia de Pentecostes. Jesus dá-lhe um tratamento especial. Ele é em si mesmo, devido ao ministério recebido, sinal de unidade da Igreja. Que fizeram os protestantes a Pedro? Expulsaram-no da Igreja?

Pois a Igreja Primitiva reconhece claramente esse papel de confirmar os irmãos na fé (cfr. Lucas) a Pedro. Embora as fontes históricas sejam relativamente escassas, tudo indica que Pedro foi para Roma e que depois de ter sofrido o martírio foi sepultado no local onde se encontre a Basílica de S. Pedro. As escavações feitas a partir dos anos 40 mostraram o local onde Pedro terá sido sepultado e um grande número de sepulturas concêntricas à sua, em vários estratos. Ali se vêem também os primeiros sinais de arte cristã (nomeadamente muitos frescos, que infelizmente estão a deteriorar-se) numa necrópole que antes era pagã. Ali coexistem túmulos pagãos e cristãos. Vários sinais apontam para a presença e morte de Pedro em Roma. Há testemunhos históricos da segunda geração e nunca outro local reclamou que Pedro estivesse ou morre lá (nesse local). O facto de Constantino ter mandado construir ali uma basílica, cobrindo a necrópole onde tantas famílias ricas e nobres tinham sepultado os seus mortos só se justifica se aquele fosse um lugar realmente importante, caso contrário as famílias nobre romanas nunca teriam deixado que tal coisa fosse feita.

10. A Igreja Primitiva não segue o “sola fide” ou o “sola gratia”. Sabemos que é pela fé que somos salvos e não por causa dos nossos méritos. Sim, salvamo-nos pela fé, no sentido de que tudo é graça e por nós mesmos não merecemos a salvação. Certo. Mas Paulo é também claro que das virtudes a maior é a caridade (1 Cor 13:13) e que a fé que nos salva é a que «actua pela caridade» (Gál 5:6).

Mas há mais. Que fizeram os Protestantes à Carta de Tiago? Pois, aquela a que Lutero chamou “Carta de palha” e que inicialmente rejeitou como sendo um texto bíblico... S. Tiago mostra claramente que a fé tem que dar frutos, pelo que não pode ser teórica... Vejamos:
Citação:
Tg 2, 14: De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo?
Tg 2, 17: Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta.

Tg 2, 18: Mais ainda: poderá alguém alegar sensatamente: «Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé.

Tg 2, 20: Queres tu saber, ó homem insensato, como é que a fé sem obras é estéril?

Tg 2, 21: Não foi porventura pelas obras que Abraão, nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaac?

Tg 2, 22: Repara que a fé cooperava com as suas obras e que, pelas obras, a sua fé se tornou perfeita.

Tg 2, 24: Vedes, pois, como o homem fica justificado pelas obras e não somente pela fé.

Tg 2, 25: Do mesmo modo, a prostituta Raab não foi ela também justificada pelas suas obras, ao receber os mensageiros e ao fazê-los sair por outro caminho?

Tg 2, 26: Assim como o corpo sem alma está morto, assim também a fé sem obras está morta.
Não nos equivoquemos. Os católicos sabem que a salvação é um oferta gratuita de Deus, é graça. Mas não esqueçamos que Deus não nos salva se não quisermos. A fé implica dois aspectos: recepção e metanoia (conversão) ou transformação. Não há transformação sem obras. As obras não se sobrepõem à fé, mas são um elemento fundamental, porque são o reflexo da verdade da fé. Sem obras a fé é morta e a fé morta não é verdadeira fé, não nos salva. A fé actua pela caridade, isto é, pelas obras.

Este ponto é fundamental para o ECUMENISMO. Felizmente, com o passar dos séculos os protestantes (pelo menos alguns) foram refreando os ataques à Igreja Católica neste ponto e a Igreja Católica refreou algum tipo de pregação que acentuava demasiado o mérito (como a questão das indulgências). Progressivamente luteranos e católicos têm vindo a avançar neste diálogo e assim foi possível assinar um importante documento em 31 de Outubro de 1999, a “Declaração Conjunta Luterano-Católica sobre a Justificação”. Este documento não é o fim de todas as divergências (sobretudo de acentuar o grau de importância neste ou naquele aspecto), mas muito se avançou no entendimento comum da Teologia da Graça. Muitos são já os pontos comuns. O documento está disponível on-line em muitos websites. Veja-se, por exemplo, [www.vatican.va]. Aconselho vivamente a Andréia a ler este documento.

Mesmo assim, muitos grupos protestantes preferem viver com os fantasmas do passado e rejeitaram assinar o documento. Preferem continuar a atacar uma Igreja Católica caricaturada, mas sem relação com a realidade. Basta ver o website da “Nova Via” para ficar de queixo caído (já falei sobre isso em Outubro ou Novembro).

11. Concluindo. Bem, Andréia, tal como dizias, na Igreja Primitiva «existem muito mais características», como eu também acabo de demonstrar. Características bem católicas, porque a Igreja sempre foi “católica”, isto é, universal. Não fez cisões, não rasgou livros da Bíblia, não adoptou cânones importados, manteve a fidelidade à linha apostólica, mantendo viva a “estafeta” do testemunho e transmissão ("traditio") da fé. Porque “muitas outras coisas fez Jesus que não estão escritas neste livro”... Afinal, o teu retrato estava não só incompleto, como era uma caricatura, feita “de encomenda” e “a posteriori”...

Mais haveria a dizer, mas, para já, basta. Já escrevi bastante hoje... Peço desculpa por isso (não tive tempo de pôr isto mais curto!).

Depois disto, devolvo-te a tua pergunta final: «Então.... qual doutrina é mais antiga? A protestante, ou a Católica?»

;-)

Alef


Re: Virgem Maria
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 29 de April de 2003 22:00

Ok, Cristina, um dia destes mando-te nova remessa ;-)

Agora tenho que descansar um pouco e poupar-vos ;-)

Shalom!

Alef

Re: Virgem Maria
Escrito por: milene (IP registado)
Data: 29 de April de 2003 22:43

IHS

a paz de Cristo Nosso Senhor esteja com todos.



pois reflecti exactamente isso qdo estava hoje na Santa Missa.

e as minhas súplicas, os meus agradecimentos são sempre para Deus, seja na pessoa do Pai, do Filho ou do Espírito Santo.

mas, como acredito na comunhão dos santos, outra coisa que para vocês não faz sentido (pelo que ouvi dizer), sei que a oração dos meus irmãos na terra como no Céu, o bem e o mal que fizerem, também nele terei parte.

daí pedir à Virgem Maria que reze comigo ao Pai, que me oriente para o Filho, que seja sempre dócil ao Espírito Santo. peço a Nossa Senhora que me guie para Deus, ela que sempre foi serva da Vontade do Senhor.

como já lhe disse, isso não faz sentido para vocês, tenho pena.

____

"Sinto dizer isso a você, mais o que fazem é enganarem a si mesmos. A própria Cristina disse que foi a Fátima e viu logo na entrada "Local de Adoração"... bem. é adoração ou veneração? Pelo jeito, nem mesmos os católicos fazem essa diferença....
Vocês não se incomodam com isso?"
___

desculpa, nós não nos enganamos a nós mesmos. e acho que essa é uma expressão rude para usares com os católicos, que eu saiba nunca te disse que andas enganada, como se eu, pobre miserável, tivesse todo o conhecimento.

olha, Fátima é para mim um local de adoração, sim, onde eu adoro a Deus, presente no Santíssimo Sacramento do altar, onde eu O louvo com todas as minhas pequenas forças. e sim, Maria está lá mas não é o central do Santuário..
como também já disse, é um triste facto encontrarmos todo um conjunto de tradiçõeszinhas (as promessas, as rezas, um portugal pequenino..), mas também te garanto que já tive a agradável experiência de ver gente que vai lá como eu (mas essa dimensão de comunhão de Igreja escapa-te, não é? tenho pena.. é mais uma limitação para tu me compreenderes)

pergunto-te (porque não sei) se todos os que vão ao culto da Palavra sabem o que lá vão fazer?
qto aos católicos, sim, nós sabemos que há muitos que se dizem e não o são, porque não aderem a Cristo, porque ficam na superficialidade.. mas também, quem sou para ajuizar da fé dessas pessoas? e sim, sentimo-nos incomodados, angustiados, num sufoco de tristeza qdo percebemos essas fraquezas nos nossos irmãos

___

"Cristina também disse que leu a Bíblia e não encontrou quase referência sobre Maria. Não existe referência nenhuma sobre o terço, que devemos orar a ela, que devemos pedir que ela peça alguma coisa a Jesus.... Será que não enxergam o engano? Isso é uma mascara para desviar-lhes a atenção ao verdadeiro centro que é Jesus. Desculpe a sinceridade, mas está engasgado." (engasgado?)
___

pois não existe nenhuma referência do terço, trata-se de uma devoção particular, que somos convidados a rezar todos os dias. como tu não encontras em Maria uma forma de caminhar com Jesus, não faz sentido sugerir-te isso. mas também não te digo que andas enganada! se não faz sentido para ti, se não encontras aí uma forma de aderires a Cristo, tudo bem.. desde que tenhas outras que te ajudem a fazê-lo! :)

qto às referências na Bíblia.. olhe, há formas de ler a Bíblia, pode ser como um relato histórico, pode ser lida como um manual de moral, pode ser lida à luz do Espírito.. agora é a minha vez de a desafiar! leia a Bíblia, leia os Evangelhos! já leu? releia e releia e releia.. e demore-se em Lucas e demore-se em João e demore-se a saborear cada palavra. não falam em Maria? leia bem (e já agora, experimente ler uma Bíblia Católica, porque ao que sei, a vossa não tem propriamente as mesmas palavras) não o quer fazer? então n temos a mesma base para falarmos sobre este assunto e, desculpe, não o voltarei a fazer enquanto não perceber em si mais dúvidas que certezas, porque de certezas está o mundo feito.

não é máscara! :) usando os seus termos, chame-lhe antes uns óculos! eu, na minha pequena pessoa, tenho dificuldade em perceber o Verbo de Deus Encarnado! e, graça de Deus, fui movida pelo Espírito a encontrar uma ajuda, a Virgem Maria e os santos da Igreja, Esposa de Cristo! e com estes meios, eis que a Palavra aparece com mais nitidez, porque eu tenho uns óculos que me ajudam a focar no essencial! Oh alegria tão grande! perceber que o Senhor me dá tantos meios para chegar até Ele, perceber que Ele se quer dar a conhecer à minha pobre alma!

____
"Vejamos essos pontos abaixo:

Vocês tentam se explicar que o que fazem não é adoração, porém, não importa a palavra usada. O que deve ser visto é:

Quem é o mediador? Maria ou Cristo?
Quem é o advogado? Maria ou Cristo?
Quem intercede junto ao Pai? Maria ou Cristo?
Quem devemos prestar culto? Maria ou Cristo?
A quem devemos orar? A Maria ou ao Pai através de Cristo?
Quem está a porta do nosso coração e espera para entrar? Maria ou Cristo?"
___

bodas de Caná, leia e responda às 3 primeiras perguntas. as outras já estão mais que respondidas.
:) qdo quiser deixar as perguntas para entalar, para enredar os católicos (aprendem-nas na explicação da Palavra?) podemos falar de outros assuntos que nos façam crescer mutuamente para a santidade.
desculpe, não vou voltar a responder às mesmas perguntas (é que são sempre as mesmas questões!!), porque se o fizesse voltaria a colocar-mas na próxima mensagem e eu não sou fã de círculos, deixam-me tonta e cansada.

____

"Se você coloca Maria em algum desses pontos que citei, você a adora, não a venera. Entende a diferença? "
___

entendo perfeitamente! nós não gostamos de seguir um teste (como os da revista Maria) para definir o que fazemos!
agora deixo eu uma pergunta.. consegues definir o que é para ti "venerar"? é a mesma coisa que adorar? porque pode ser que para ti tenho o mesmo significado! e se assim for, é um facto que eu não venero Maria no sentido que tu usas. e, se eu falo chinês e tu português, é muito provável que não nos entendamos, principalmente se não fizeres um pequenito esforço para me aceitares.
___

"Basta nós abrirmos nosso coração para que Jesus entre em nossa vida."

___

concordo"Quem a Deus tem, nada lhe falta.." já dizia Santa Teresa de Jesus (interessante como está tão próxima de si e você nem sabia!)
____

"Não precisamos de nenhum outro intercessor para chegar a Deus, pois Jesus é suficiente."
____

o problema é que eu sou pequenina para saber abrir o meu coração sozinha!

e peço aos anjos e santos que intercedam por mim, que rezem comigo a Jesus, pedindo-Lhe que Ele se digne a vir reinar no meu coraçãozinho!

eu volto a sublinhar que não estou contra ti, apenas sinto tristeza quando percebo que não podemos caminhar juntas, porque teimas em agredir-me.

mas, na comunhão do Corpo de Cristo, continuo a caminhar contigo! continuo a rezar por ti, por todos os cristãos, para que o Senhor a todos nos abençoe e guarde!

tua mana no amor de Cristo
milene


Re: Virgem Maria
Escrito por: Andréia (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 14:45

Caro Alef,

Toda instituição há problemas. Assim como a Igreja Primitiva teve seus problemas, a nossa Igreja também tem seus problemas, afinal, apesar de estarmos ligados espiritualmente por algo icorruptível, nós os membros somos corruptíveis.
Aliás, foi ótimo tocar nesse assunto, pois é interessante salientar que nós somos corruptíveis, assim, o Papa também o é... diferente da infabilidade que pregam por aí... homem não é Deus...

Quando digo que a Igreja Católica segue outras doutrinas, digo que as principais doutrinas da Igreja Primitiva não estão no meio católico... essas por exemplo que citei e que você não deu a mínima atenção, tentando desviar a atenção dos leitores e participantes desse forum.

Lamento em ter que concordar mais uma vez com você. O ensino não era só oral, pois havia a Escritura do Antigo Testamento: O Pentateuco, o Livro dos profetas, os poéticos e os históricos. Os Apócrifos nunca foram aceitos pelos judeus como livros sagrados... até o dia de hoje.
Essas escrituras eram bem usadas e isso fica claro, pois Paulo diz que é necessário conhecer as Escrituras para conhecimento de Deus... fala isso em todos os seus livros... além dos outros apóstolos que falam o mesmo. Sem falar que as cartas que Paulo mandava as Igrejas quando estava encarcerado eram usadas como base de estudo, com já havia dito. Portanto, a tradição não era apenas oral, e quando isso acontecia dava muitos problemas, e esse foi o motivo das cartas. "telefone sem fio não funciona, a mensagem tem que ser documentada." todas sabem disso.
Sobre a septuaginta... que eu saiba ela foi escrita depois da Igreja Primitiva, depois da Igreja de Atos... muito depois.

Sobre o seu comentário de que foi a tradição que nos disse o que é a Bíblia... bem não é bem assim.
O Antigo Testamento já existia antes da vinda de Jesus e foi penamente aprovado por Ele (A Bíblia dos Judeus, ou seja, sem os Apócrifos).
O Novo Testamento, nada mais é do que as cartas usadas para anunciar o Evangelho, a todos os lugares e FOI INSPIRADO POR JESUS "O Espírito vos lembrará de tudo".
Como naquela época a Igreja estava sendo perseguida, eles decidiram estudar sobre os livros para decidir por qual deveriam morrer, para não morrerem por um Apócrifo. Muitos livros foram queimados, mas a maioria permaneceu para honra do Nosso Senhor Jesus Cristo e CERTAMENTE FOI A VONTADE DE DEUS que esses livros não tivessem sido destruídos.
Um dos pontos que seguiam para escolher os livros era: NÃO HAVER CONTRADIÇÃO DA MENSAGEM. Ou seja, todos os Apócrifos contém algo "estranho" à Palavra de Deus.
OS LIVROS APÓCRIFOS FORAM ACRESCENTADOS APÓS O CONCÍLIO DE CATARGO, depois da reforma em 1523, para apoiar doutrinas Católicas cujos "PROTESTANTES" diziam estar fora dos ensinamentos Bíblicos...Glória a Deus esses homens foram levantados para lutar por um Evangelho puro!

Devemos nos encher de conhecimento, buscando-os também em livros seculares, que não apoiam nem o catolicismo, nem o protestantismo, pois falam o neutro e assim fica fácil entender muitas coisas. Se lerem apenas livros de teólogos católicos, vão conhecer apenas ensinamentos católicos, doutrinas católicas, conceitos católicos e jamais conhecerão o outro lado da moeda. Atenção!

Sobre velas, imagens, pensem bem sobre o que vou dizer:

Antes gostaria de fazer uma pergunta. Acreditam em demônios? Acreditam que alguém possa fazer pactos com eles? É necessário crer nisso, pois se não crerem como irão entender o que eu digo?

Os Espíritas geralmente têm pactos com demônios, os invocam, dizendo ser entidades, espíritos de homens que precisam se purificar para reencarnação. Eles não acreditam que são demônios.
Acreditam também em santos, como vocês.
Acreditam em divindades (ou seja deuses).
Eles tem as mesmas imagens que vocês tem nas suas Igrejas em seus centros espíritas:
Maria Aparecida,
São cosme e Damião
Santo Antônio.... etc, etc, etc.

Não estou mudando de assunto... o que quero salientar é:

ELES USAM VELAS PARA INVOCAR SEUS "SANTOS"
ELES USAM AS IMAGENS

Diga-me: Que comunhão há entre luz e trevas?

Essa foi só para reflexão.

Continuando

É muito triste ver que usam uma passagem do Evangelho para apoiar a doutrina Papal.
Pedro foi um Pastor das ovelhas de Cristo. Para isso foi chamado.
Quando Jesus ressucitou, Pedro voltou a pescar. Por isso Jesus disse: Pedro, pastoreia minhas ovelhas, pois ele não estava fazendo, não estava cumprindo seu chamado.
Muitos tem esse chamado e não podem fugir dele. Isso não quer dizer que Pedro seria eternamente o pastor de todas as ovelhas de Jesus e nem NAO É UM CARGO HEREDITÁRIO. TEMOS QUE TER ESSE CHAMADO.
O Apóstolo Paulo fala desse chamado em sua carta aos Coríntios.
Alguns tem chamdo para missões, outros para pastorear, outros para seresm mestres... ninguém tem o mesmo chamado.
É um absurdo usarem essa passagem para apoiar o que fizeram.

Se estudarmos História, veremos que o Império Romano dominava naquela época, aliás, vemos isso na Bíblia.
O que aconteceu? Cada região tinha seu bispo. NÃO EXISTIA PAPA.
Mas como Roma era a área que dominava, acabou-se decidindo que as decisões não seriam tomadas sem antes consultarem o Bispo de Roma. PRONTO O CERCO SE ARMOU PARA A CRIAÇÃO DO PAPA.
A Igreja chegou a dominar atém mesmo as nações durante muito tempo, e enriqueceu, acumulando a riqueza de todo o mundo só para ela, não gerava renda para o povo. "totalmente diferente do que ensina a Bíblia"

ENTENDERAM?

Estudem História de verdade, não estudem doutrinas ´Católicas, pois sempre ficarão na mesmisse. Mente miúda rodeada por um muro.

Mais um cometário, Alef,
Sou Católica, pois Católica quer dizer UNIVERSAl. Eu sou da Igreja de Jesus, portanto sou da Igreja Universal. A denominação não importa, importa a comunhão com o Pai.

Até mais e boa reflexão.



Milene,

Eu me converti lendo a Bíblia Católica e digo e as traduções são um pouco diferente, mas dizem a mesma coisa, exceto no que diz respeito aos Apócrifos.

Sobre te aceitar... te aceito, te amo, amo todos os católicos e por isso estou aqui tentando passar a mensagem Bíblica para vocês, para incentivá-los a ler a Bíblia e ouvir a voz de Deus, conhecendo a verdade e não a palavra do homem.
Peço perdão por muitas vezes falar duramente, mas meu coração dói por vocês. Estou orando muito para que vocês possam conhecer o conteúdo da Bíblia, pois ela é verdade e não mente. O homem pode ser enganado por acreditar no outro homem, mas se conhecermos a Palavra de Deus, não seremos confundidos mais por eles. Até dentro das Igrejas Protestantes, confesso que já ouvi heresia, mas o conhecimento das Escrituras Sagradas é importante e é ferramenta de Deus para me dizer: "Andréia, isso eu não disse... retenha o que é proveitoso nessa pregação, o que está dentro dos meus ensinamentos".

Não posso simplesmente conversar com você para discutirmos coisas que nós duas concordamos. Isso é interessante, edificante, mas temos que saber que não é só o que pensamos que é verdadeiro. Às vezes podemos estar enganados. Muitas vezes encontrei-me acreditanto em algo que não era verdade e descobri através da Bíblia. Por isso, desejo que todos conheçam o que eu conheci e louvo a Deus por ter colocado um protestante no meu caminho e conversado comigo a respeito das escrituras. Eu não concordei com muitas coisas que ele disse na época.
Eu era católica e comecei, então, a ler a minha Bíblia para poder ter conhecimento e discutir o assunto com ele. Para minha surpresa, concordei com aquelas palavras que ele me disse e hoje passo a vocês.
Amo a todos vocês, acreditem.
Grande beijo.

Re: Virgem Maria
Escrito por: milene (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 15:30


como tu dizes, não é só o que pensamos que é a Verdade.

e podemos sempre partilhar sobre outras coisas que temos de diferente, mas não chegaremos a lado nenhum enquanto acharmos que "o outro é que está enganado".

qto à leitura das Escrituras, tens toda a razão, são sempre de ler e reler. mas também acho que é preciso ter atenção à forma como se lê.. exemplo, os fariseus também sabiam as Escrituras ao pormenor.. até aquele detalhe pequeníssimo. e também procuravam "entalar" Jesus. de que me serve ler as Sagradas Escrituras se o meu coração não estiver disponível à acção do Espírito Santo? e, já que falaste em Espíritas, não sei se sabes mas há espíritas que também seguem os Evangelhos.. interessante, não?

(o que são os Apócrifos para os protestantes?)

qto à História, é importante também termos um filtro crítico para saber ler os sinais dos tempos. por exemplo, o que eu sei do 25 de Abril (n sei se és portuguesa) podia ter ficado pelo que os livros de história que li me disseram, ou seja, que o Salazar era muito muito mau.. e, n sendo apologista do Estado Novo, consigo dizer que nem tudo o que se fez no Estado Novo foi mau (e isso os manuais escolares não dizem). interessante, até as notícias que nos chegavam da guerra do iraque eram "manipuladas" num determinado sentido (e não digo com isso que o fossem conscientemente)

como nos orientamos então neste mundo de mentira? com a Luz do Espírito Santo, confiamos que vamos no Caminho certo.

qto à tua oração.. e se em vez de rezares pela nossa conversão (afinal seguimos o mesmo Senhor), rezasses pela unidade dos cristãos? experimenta pedir ao Senhor que Ele te ajude a lembrar que quando eras católica também acreditavas em Jesus, também adoravas o mesmo Deus.. se calhar não O conhecias tanto, se calhar cresceste porque alguém te motivou a encontrá-l'O, a pegar na Palavra.. mas parece-me que também te trouxe limites à mente (como tu disseste, mente miúda) e te deixou numa redoma de "detentor da verdade". por mim, só consigo pensar que a Verdade não se consegue deter, Ela vem e sopra onde quer! Deus está em todo o lado.. mesmo naqueles que nós mais criticamos.

o teu coração dói por nós? olha, o meu dói porque nós cristãos não nos conseguimos aceitar nas nossas diferenças.
o meu coração dói qdo encontro o vazio no coração dos meus colegas que não acreditam no Senhor

reza comigo pelas coisas do Reino, reza comigo..

milene

Re: Virgem Maria
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 16:18

Ai, Milene, Milene!

Caíste aqui e levaste logo com a "biblióloga" Andreia...
Tem força, rapariga!
É como dizes...a Verdade não é aquilo que nós pensamos ser a Verdade...e de nada vale saber muito da Bíblia, quando não a vivemos no dia-a-dia, ou vice-versa...tem de haver espaço para tudo na nossa vida...
Às vezes, penso nas pobres pessoas que não sabem nem ler, nem escrever e que, muitas vezes, estão à mercê daquilo que os outros lhe dizem que é, como é...
O que chama a atenção para Cristo são os testemunhos que tocam a vida das pessoas...pelo menos, para mim, assim é, e mais do que qualquer oura coisa. E não falo de cor...
Defendo isto, porque há uns anos a esta parte, tinha eu acabado de fazer o Crisma, quando me integrei num grupo de jovens da minha comunidade.
Não tínhamos animador na altura, mas um rapaz evidenciou-se por ser o mais velho e ficou ele a ser o "animador".
Foi um completo desastre. Em vez de nos tentarmos conhecer uns aos outros e de arranjarmos forma de por mãos à obra pela nossa comunidade, ou seja, de darmos testemunho, encetámos pela leitura de passagens da Bíblia e da reflexão. E só. Escusado será dizer que, em menos de 6 meses, o grupo desintegrou-se por completo, tendo muitos de nós desistido de lá voltar.
Ao invés disto, funcionava na mesma altura, um outro grupo de jovens, já mais velhos. Esse grupo tinha-se mantido unido durante muitos anos. E porquê? Porque davam testemunho: juntos davam explicações a crianças e adolescentes com dificuldades na escola e cujas famílias não tinham dinheiro para pagar a um explicador, organizavam o "Cabaz do Amor" - tipo Banco de luta contra a Fome - todos os Natais, tinham voluntariado para com os mais idosos, para com os doentes, para com crianças...O mais curioso é que toda a gente queria estar com eles! Através da música, de lições de viola clássica, do coro que animava a missa dos Sábados ao fim da tarde...Hoje, este pessoal está todo casado e com filhos, mas, mesmo assim, o seu exemplo continua a marcar todos os grupos de jovens que se seguiram.
Liam e reflectiam sobre a Palavra, inclusivamente, aquando dos ensaios do coro de Sábado, liam a Palavra para esse dia, debatiam-na e escolhiam então os cânticos que melhor se adequavam. Eu sei porque pertenci a esse coro.
A questão é esta: apesar de lerem a Palavra, não se centravam só nisso. E foi isso que atraiu os outros jovens a segui-los e, consequentemente, a conhecerem Cristo, o Cristo do dia-a-dia, o companheiro das horas de estudo, de luta, de dificuldades e de alegrias também. O Cristo feito realmente homem, QUE HABITOU ENTR NÓS. Isto, esta mensagem é muito importante.
Deus não é alguém lá em cima das nuvenzitas a vigira-nos. Está aqui e agora, COM TODOS, mesmo com quem não crê e não se apercebe d'Ele.

Daí que eu tenha razões mais do que suficientes para acreditar que Deus quer-nos felizes e equilibrados em tudo na Vida.
A Verdade...é melhor nem nos importarmos com essas coisas. É como querermos saber por que é que aquele morreu e eu ainda estou viva. Correremos atrás do fim do arco-íris e ficaremos sempre sem resposta...


Anna

Re: Virgem Maria
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 17:51

Deus fez-se Homem, para que o Homem fosse Deus...

Claro que o Homem, por ser imperfeito, não pode sequer saber da perfeição total de Deus.

Mas pode ser Deus, se d'Ele tomar parte, na medida em que pode viver a essência de Deus: o amor.
Deus é amor. Ponto final, parágrafo!

Foi isto que Cristo nos quis passar. Por causa disto, Cristo deu a sua vida por todos!

Será que é assim tão difícil de entender? Parece que para muitas pessoas é difícil, senão mesmo impossível...por estarem tão empenhadas na conversão dos outros...

Re: Virgem Maria
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 18:17

Andréia:

"Ia-me dando uma coisa" ao ler o que escreveste. Espero responder com mais vagar logo que possa. São os muitos as incorrecções e afirmações sem sentido. Para já, fica uma referência a uma das maiores, porque tem consequências para o resto.

Dizes então:
Citação:
«Sobre a septuaginta... que eu saiba ela foi escrita depois da Igreja Primitiva, depois da Igreja de Atos... muito depois»
Esta é um erro colossal. Como te mostrarei no artigo da Enciclopédia Britânica que cito a seguir, a Septuaginta, tal como disse anteriormente, foi feita em boa parte no terceiro século ANTES de Cristo (outros livros no segundo século ANTES de Cristo). Com base na tua errada afirmação podes afirmar toda a série de erros que aparecem, o maior dos quais é o de que os judeus nunca aceitaram os "apócrifos" (isto é, os Deutero-canónicos). Isso é COMPLETAMENTE FALSO. Nota que a Septuaginta foi feita para judeus que viviam em Alexandria e noutros sítios e que tinham dificuldade em entender hebraico. Mas eram também judeus. Mais: entre os primeiros cristãos a Septuaginta era usada pelos de origem helenista, que em pouco tempo era a maioria!

Pronto, voltarei depois para comentar o resto do texto, mas não podia esperar muito sem que rebatesse uma afirmação tão grave. Espero em breve ter tempo para comentar o resto.

Aqui vai então o artigo da Enciclopédia Britânica, "Septuagint" (espero que leias inglês; destaco algumas frases em negrito):
Citação:
SEPTUAGINT
Encyclopædia Britannica Article

abbreviation Lxx, the earliest extant Greek translation of the Old Testament from the original Hebrew, presumably made for the use of the Jewish community in Egypt when Greek was the lingua franca throughout the region. Analysis of the language has established that the Torah, or Pentateuch (the first five books of the Old Testament), was translated near the middle of the 3rd century BC and that the rest of the Old Testament was translated in the 2nd century BC.

The name Septuagint (from the Latin septuaginta, “70”) was derived later from the legend that there were 72 translators, 6 from each of the 12 tribes of Israel, who worked in separate cells, translating the whole, and in the end all their versions were identical. In fact there are large differences in style and usage between the Septuagint's translation of the Torah and its translations of the later books in the Old Testament. A tradition that translators were sent to Alexandria by Eleazar, the chief priest at Jerusalem, at the request of Ptolemy II Philadelphus (285–246 BC), a patron of literature, first appeared in the Letter of Aristeas, an unreliable source.

The language of much of the early Christian church was Greek, and it was in the Septuagint text that many early Christians located the prophecies they claimed were fulfilled by Christ. Jews considered this a misuse of Holy Scripture, and they stopped using the Septuagint. Its subsequent history lies within the Christian church.

In the 3rd century AD Origen attempted to clear up copyists' errors that had crept into the text of the Septuagint, which by then varied widely from copy to copy. Other scholars also consulted the Hebrew text in order to make the Septuagint text more accurate. But it was the Septuagint, not the original Hebrew, that was the main basis for the Old Latin, Coptic, Ethiopic, Armenian, Georgian, Slavonic, and part of the Arabic translations of the Old Testament. It has never ceased to be the standard version of the Old Testament in the Greek church, and from it Jerome began his translation of the Vulgate Old Testament.

In addition to all the books of the Hebrew canon, the Septuagint under Christian auspices separated the minor prophets and some other books and added the extra books known to Protestants and Jews as apocryphal and to Roman Catholics as deuterocanonical. The Hebrew canon has three divisions: the Torah (Law), the Nevi’im (Prophets), and the Ketuvim (Writings). The Septuagint has four: law, history, poetry, and prophets, with the books of the Apocrypha inserted where appropriate. This division has continued in the Western church in most modern Bible translations, except that in Protestant versions the Apocrypha are either omitted or grouped separately.

The text of the Septuagint is contained in a few early, but not necessarily reliable, manuscripts. The best known of these are the Codex Vaticanus (B) and the Codex Sinaiticus (S), both dating from the 4th century AD, and the Codex Alexandrinus (A) from the 5th century. There are also numerous earlier papyrus fragments and many later manuscripts. The first printed copy of the Septuagint was in the Complutensian Polyglot (1514–22).

A enciclopédia Verbo online também diz uma "coisinha" sobre a Septuaginta ou "Tradução dos Setenta" (ira a [www.editorialverbo.pt] e escrever "Setenta":
Citação:
SETENTA (BÍBLIA DOS), nm Tradução grega do Antigo Testamento feita em Alexandria nos sécs. iii-ii a. C. Destinada aos Judeus da Diáspora, que já não sabiam o aramaico, o seu valor é notável sob o aspecto crítico. É muito desigual o rigor da tradução. Segundo a lenda, teria sido feita em 72 dias por 72 judeus, havendo perfeita concordância entre as 72 versões.

Então nota:

- A Septuaginta foi redigida ANTES de Cristo.

- Era usada pelos judeus helenistas, que eram muitos, muitos (não penses que a situação dos judeus era como a actual).

- Era uma Bíblia usada pelos primeiros cristãos, sobretudo os helenistas. Incluía os deuterocanónicos, a que os protestantes chamam de apócrifos, os mesmos deuterocanónicos que aparecem hoje nas Bíblias católicas.

- Só foi "abandonada" pelos Judeus em meados do século II, num tempo em que os cristãos já usavam maioritariamente a Septuaginta havia cerca de um século.

- Continuou a ser normativa para os cristãos dos séculos seguintes, que corrigiram os erros de cópia, sobretudo em relação aos livros do mesmo nome em hebraico, mas mantiveram a lista dos livros (cânon).

Andréia, que será necessário mais? Mudar a história?

Alef

Re: Virgem Maria
Escrito por: milene (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 18:19

:)

só não concordo com uma coisa q dizes, embora perceba o que queres dizer..

o homem não pode ser Deus.

mas Deus procura a comunhão com o homem, oferece-Se para que o homem tome parte n'Ele.

obrigado pelo apoio

continuemos a rezar pelo amor entre os homens, pelo amor entre todos os cristãos.

milene

Re: Virgem Maria
Escrito por: cristina (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 20:00

andreia

a discussão da adoração da Virgem Maria ,a necessidade de esclarecer este assunto vem do profundo medo da morte.

O que nos acontece depois de morrer? temos tanto medo e esse medo faz-nos ser minuciosos precisos , temos de acreditar que nós é que estamos certos que nós vamos ganhar o céu. Mas temos tanto medo que nos desfazemos em explicações e pormenores quase macabros.

Responde só a estas perguntas :

Quando apareceu o protestantismo , em que ano?
O culto a Maria já se fazia antes do protestantismo?

Se sim , que aconteceu a milhares de almas que lhe rezaram ? Foram para o inferno?

Achas mesmo importante saber de Maria?

sabes as pessoas da Guiné , de moçambique e de Angola tambem têm medo de morrer e morrem todos os dias , na etiopia , morrem de fome. Mas tanta miséria que há por aí...mas tanta miseria mesmo. Qua andamos aqui nóa a fazer? eu estou quase a discutir destas discussões...Quem me dera que nos amassemos muito e nos unissemos em Jesus Cristo como Ele tanto nos pediu e fizesemos relamente o importante : dar de comer a quem precisa.

cristina

Re: Virgem Maria
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 20:05

Milene, uma mensagem muito rápida: a frase que a Anna citou vem dos primeiros tempos do Cristianismo e tornou-se muito conhecida a partir de Santo Atanásio, o grande defensor da pureza do Credo cristão: «Deus fez-Se homem para que o homem se tornasse Deus». Evidentemente que isto não significa que o homem passe a ser "ontologicamente" deuses, mas significa que a nossa vocação é divina. Não temos outro caminho integrador que não seja o de sermos divinizados, transformados na própria vida de Deus. Os místicos desenvolveram muito este ponto. Um mestre espiritual dos nossos tempos desenvolveu muito este ponto. Trata-se de François Varillon, um padre católico francês, muito conhecido pelas suas conferências sobre espiritualidade, pela orientação de Exercícios Espirituais e pelos seus livros, como O Sofrimento de Deus (excelente!). Recomendo muito a leitura de um livro onde ele desenvolve bastante a ideia de que Deus Se fez homem para que o homem se fizesse Deus:

• François Varillon, Viver o Evangelho, Editorial A.O., Braga, 1995.

Do mesmo autor vale a pena ler um livrinho pequenino (70 páginas, custa uns 2 ou 3 euros), que é uma pérola, embora exija alguma concentração, porque é muito denso. É daqueles livros que é para ler uma vez e outra e outra, pois descobre.se sempre algo de novo. Recomendável para universitários que fazem o Crisma:

• François Varillon, Síntese da Fé Católica, Editorial A.O., Braga, 1997.

Finalmente, ainda do mesmo autor, uma outra obra de referência, uma colecção de artigos e conferências sobre os mais variados temas de espiritualidade cristã:

• François Varillon, Alegria de Crer e de Viver, Editorial A.O., Braga, 1996.

Algumas das ideias mestras de François Varillon:

- Temos que prestar atenção àquilo que é essencial da fé, e em primeiro lugar ao essencial do essencial. E o essencial é isto: Deus fez-Se homem para que o homem se torne Deus.

- Mas, e a Milene põe a questão: como pode ser isso se isso é impossível para nós? É impossível e é a única possibilidade, diz Varillon. Então? Então isto significa que é UM DOM.

- A grande definição de Deus é a joanina: "Deus é Amor". Varillon discute uma objecção corrente: "Deus é amor, mas também é justiça, logo pode castigar, é exigente, etc". O autor contesta esta formulação, porque o amor em Deus não é mais uma característica como o são ser eterno, inifinito, justo, etc. Afirma ele que Deus é SÓ amor e que as características de eternidade, justiça, etc. não se colocam ao lado do amor como mais uma característica. A essência de Deus é amor e é o amor que é infinito, eterno, justo, etc.

- Jesus Cristo é Aquele que nos revela o Pai, mas é também Aquele que nos revela quem é o homem.

- O Deus cristão não é um Deus impassível, ao modo grego; também sofre, porque o amor sofre.

- A vida cristã corresponde à divinização, ou acolhimento da graça oferecida por Deus. Filiação e justificação são outras palavras que descrevem diferentes aspectos do mesmo processo...

- A Eucaristia é o centro de toda a vida cristã.

A leitura dos livros de Varillon é (pode ser) uma grande experiência espiritual. Estes livros podem ser encontrados numa boa livraria católica. Comprei alguns dos meus em Fátima. Boa leitura!

Alef

Re: Virgem Maria
Escrito por: cristina (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 21:54

Intersecão de Maria

Os catolicos consideram Jesus Cristo como o proprio Deus. Assim sendo e vendo o antigo testamento têm um infinito respeito por Jesus Cristo. O culto é feito com muito cuidado e requinte. As vestes são especiais , tudo é feito com pequenos sinais que revelam grande respeito e adoração como os antigos faziam a Deus. A Biblia está cheia de regras do modo como os antigos adoravam a Deus , existindo locais Sagrados e eram os poucos que tinham premissão de entrada no local sagrado do templo. Estas regras eram criteriosamente seguidas pelo povo. Jesus Cristo não veio dizer que não se fizesse o culto a Deus , o culto deve manter-se mas não podemos esquecer que mais importante que o culto , ou que sacrificios é o que se passa no nosso coração e exortou no templo nesse sentido : não julgar os outros , perdoar sem cessar. Quem dentre vós não cometeu pecado atire a primeira pedra.

Os protestantes não usam intercessões falam directamente , pois o seu culto é desordenado , barulhento , falam com Jesus como um grande amigo . Mas não é o meu amigo da escola , é Deus. Pelo que me aborrece perfeitamente a falta de estilo com que adoram a Deus. As orações muitas vezes não passam de desabafos mal redigidos e ditos em publico . Não foi Jesus que nos ensinou a orar no nosso quarto?

Ninguém cumpre nada à letra. temos de ter sensatez e sabedoria e
é por isso que rezo todos os dias. Os protestantes Andreia levam tudo à letra , mas Jesus disse : Este é o meu corpo , este é o meu sangue e só os catolicos acreditam nisso . Os protestantes dizem que é linguagem simbolica. Então interpretam à letra ou não?

falta de humildade é o que faz falta em muitos corações.

cristina

Re: Virgem Maria
Escrito por: Andréia (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 22:17

Alef,

Vou estudar sobre a septuaginta, perdoe-me, mas na verdade o que importa é que os judeus convertidos ao cristianismo liam as escrituras e os Apóstolos diziam que isso era necessário. Isso não está errado.
Aguardo sua resposta aos meus outros comentários.

Até mais.

Cristina,

Quanto ao que disse: "Os protestantes não usam intercessões falam directamente , pois o seu culto é desordenado , barulhento , falam com Jesus como um grande amigo . Mas não é o meu amigo da escola , é Deus. Pelo que me aborrece perfeitamente a falta de estilo com que adoram a Deus. As orações muitas vezes não passam de desabafos mal redigidos e ditos em publico . Não foi Jesus que nos ensinou a orar no nosso quarto?

Nós oramos a Deus através do Filho. Temos ordem, sim, mas as vezes, quando o Espírito toma a Igreja de maneira que alguns novos convertidos acabam por falar alto demais, por empolgação, concordo que as vezes exageramos no barulho, mas o Poder de Deus é tão maravilhoso que nem percebemos isso. Os mais maduros se comportam mais. dEUS É NOSSO AMIGO, Ele mesmo disse isso várias vezes. "Aquele que é humilde no falar terá por amigo o Rei" e várias outras citações. Amigo porque nos ama e é fiel, o único amigo que é fiel até o fim.

Falamos diretamente a Deus, pois o véu do Templo se rasgou e temos o livre acesso ao Pai, falamos em nome de Jesus e Ele nos ouve e se manifesta a nós através do Seu Espírito.

Jesus ensinou orar no quarto sim, mas disse isso para os hipócritas que oravam para mostrar que estavam orando, mas no fundo não adoravam a Deus. Quando oramos na Igreja, estamos orando no lugar certo também, afinal, lá é uma casa de adoração e oração.

Nós usamos intercessores para oração. Mas os irmãos da Igreja, vivos e é assim que Deus usa seus "vasos" e fala com seu povo. Existem os profetas, existem os pregadores e Deus fala conosco de várias formas.

Por que não experimenta ir em uma Igreja Protestante de coração aberto? Não é você mesmo que diz que temos que nos unir? Adore a Jesus lá, mas só a Jesus, tá? Verás a manifestação de Deus.

Deus abençoe a todos.

Re: Virgem Maria
Escrito por: milene (IP registado)
Data: 01 de May de 2003 01:22

alef,
aí estão a vantagem da teologia e a razão pela qual eu disse que percebia a cristina na expressão «Deus fez-Se homem para que o homem se tornasse Deus». percebo-a, contextualizo-a como tu fizeste, como os santos fizeram. apenas acho que a expressão sem uma explicação pode ser mal-entendida, levar a apreciações "new-age" e por aí diante..
mas muito obrigado por contextualizares com pormenor. :)

cristina,
ora aí está! eu não fazia ideia de como os protestantes rezam e têm as suas celebrações, é o q acontece ao comum católico, pouco sabe dos protestantes, mas n acontece aos protestantes, que parecem tudo saber dos católicos (mas, como a andreia poderá dizer, não será bem assim..! :) )

andreia, (vou meter-me na conversa com a cristina)
parece-me que estamos a começar a caminhar juntas.. vamos em frente! toca a procurar, com humildade, os pontos que temos em comum.
e agora é a minha vez de te dizer duas coisinhas breves nas tuas justificações em relação ao q a cristina te disse.

barulho.. nós somos, na maioria, mais conservadores, nós portugueses, porque chegas a áfrica e ao brasil e a missa é "explosão" de alegria! e, mesmo em portugal, temos um Renovamento Carismático que, como tu dizes, se deixa guiar pelo Espírito Santo. agora, nem todos temos o mesmo carisma, uns são mais contemplativos e sossegados, outros são mais expansivos, ... cada qual com os seus talentos.

a oração no quarto não é indicação "para os hipócritas", é "para não sermos como os hipócritas" (claro que eles "enfiam o barrete", mas a orientação é para nós, cristãos). a Igreja (edifício) será sempre um lugar de oração mas é importante que também aí não sejamos como os hipócritas.

orar directamente a Jesus. ok, nós também o fazemos. mas temos o ministério do sacerdócio, homens que o Senhor escolhe e envia em Seu nome. (palpita-me que este ponto pode levantar confusão..).

JESUS É NOSSO AMIGO, é o título do catecismo do 1º volume (acho eu que é o do 1º volume, ou do 2º, nunca dei catequese a crianças pequenas).
sim, é nosso amigo mas o problema é que muitas vezes não sabemos muito bem o que é amizade, ficamos por definições novelescas que não são a Verdade.. a amizade também se vai aprendendo, não achas?

qto às respostas de Jesus, a forma como falas até parece que as tuas perguntas têm sempre resposta imediata! :) eu por mim, às vezes fico como os Apóstolos, um pouco perdida com o silêncio de Jesus na minha vida.. parece-me que é uma ocasião de aprofundar a nossa confiança n'Ele.

mas afinal usam intercessores! pelo q percebi, apenas consideram irmãos os vivos, certo? então nós, Igreja Católica, vivemos a comunhão dos santos um pouco "mais alargada", ou seja, como já estamos numa nova vida, unidos pelo Baptismo, não é a morte que acaba com essa comunhão. assim, rezamos uns pelos outros, vivos e defuntos.

"Existem os profetas, existem os pregadores e Deus fala conosco de várias formas."

então Deus pode falar connosco mesmo pelos nossos irmãos, certo? os Santos são para nós, instrumentos ("vasos" como muito bem lhes chamaste - é uma expressão estupenda, significa que precisas de estar despojada para que o Verbo ressoe em ti! já pensaste nisso?) que o Senhor usou para falar com a humanidade numa dada altura. é claro que não têm o lugar das Sagradas Escrituras! mas podem ajudar-nos a percebê-la melhor, para melhor a podermos aplicar na nossa vida.

"Por que não experimenta ir em uma Igreja Protestante de coração aberto? Não é você mesmo que diz que temos que nos unir? Adore a Jesus lá, mas só a Jesus, tá? Verás a manifestação de Deus."

deixo-te o mesmo convite! vem, entra numa igreja católica, experimenta um tempo de adoração a Jesus presente no Santíssimo Sacramento. não O reconheces aí? vem na mesma, entra numa igreja católica com o coração aberto. também aí poderás ver a manifestação de Deus, seja essa a Sua Vontade! afinal, o Espírito sopra onde quer e onde menos se espera!

vossa mana no amor de Cristo
milene

Re: Virgem Maria
Escrito por: Hugo Castro (IP registado)
Data: 01 de May de 2003 01:56

Não chamem Protestante a todas as pessoas que não são católicos. Os protestantes são chamados assim porque têm a sua origem no movimento reforma religiosa do sec XVI que aconteceu dentro da igreja católica. Eles protestavam contra a igreja de Roma.

Fora do protestantismo porém antes e depois deste aparecer, existiram movimentos evangélicos de avivamento que nunca nasceram de fenómenos polémicos e nunca se inseriram na vida politica das nações como aconteceu com o protestantismo.

Quando falamos desta longa , maravilhosa série de movimentos, falamos de evangelismo existente já desde os primeiros séculos que pregavam uma mensagem pura de Cristo como expressão de uma autentica experiência espiritual e que desde então, quase ignorando as controvérsias teologicas e a politica, prosseguiram o caminho da fé como "pequeno rebanho" do Senhor .

Este smovimentos nasceram indiferentemente também depois da reforma, em países católicos ou paises protestantes dando assim, com a sua genese, uma confirmação que não representavam uma continuação de uma ou de outra confissão embora assemelhando-se mais àquela onde a mensagem do Evangelho era mais honrada.

Com esta precisão não quero exprimir um juizo a respeito do protestantismo, fenómeno espiritual de dimensões transcendentais que seguramente se insere no grandioso plano de Deus . Não! Quero somente recordar em especial à irmã Andreia que as igrejas chamadas evangélicas onde se insere o movimento pentecostal não tira a sua origem da reforma promovida por Lutero, que aliás não tinha originariamente intenção de deixar o catolicismo, mas daquele sopro misterioso do Espírito de Deus que deu vida através dos séculos a uma longa cadeia de movimentos evangélicos que na simplicidade apostólica souberam fazer reviver no seu seio os dons do Espírito.

Não somos protestantes! E não dizemos isto por desprezo pelos outros mas somente para clarificar de modo iniquivoco a nossa experiencia e dar assim um preciso testemunho.

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