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A IGREJA ESTÁ A "IMPORTAR" PADRES DE ÁFRICA E PENSA EM "ADMITIR" ESPANHÓIS
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 29 de January de 2002 00:20

Aqui fica um tema para discussão, já enviado a algum tempo para o Paroquias.Org:
Susete Gonzaga


A IGREJA ESTÁ A "IMPORTAR" PADRES DE ÁFRICA E PENSA EM "ADMITIR" ESPANHÓIS, MAS AS MULHERES ESTÃO PROIBIDAS DE EXERCER O SACERDÓCIO...

A imigração sacerdotal já chegou a Portugal, por falta de vocações, dizem os nossos bispos.

Mas não é só por isto.

A vida da Igreja Católica, em Portugal, é feita, "alimentada" e cuidada pela Mulher. E pelo resto do mundo católico também são as mulheres quem mais pratica o Cristianismo católico.

Em Portugal, o último censo católico não deixa dúvidas a ninguém: a Mulher é, maioritariamente, a vida da Igreja Católica!

Confirmada esta verdade e adicionada à outra que é o recurso a padres da África lusófona e, possivelmente, a espanhóis, não é tempo de a Igreja Católica Romana e o estado do Vaticano decidirem por abrir o sacerdócio à Mulher, libertando-a desta desumana desigualdade numa Igreja que tem por vida e espírito o Amor?

É estranho que em plena vivência do III Milénio os homens que dirigem a Igreja Católica ainda tenham medo de serem ultrapassados pelas mulheres que, nos primórdios da nossa religião, consideraram "impuras" e sempre, historicamente, menosprezaram e reduziram a uma condição inferior até aos dias de hoje...

Basta de fechar aos altares às mulheres católicas!

Seria inteligente da parte das hierarquias, pois, sair do marasmo de milhares de anos e reconhecer que a Igreja está a perder muitas mulheres e mais jovens, ao ponto de não haver vocações nem sacerdotes e terem que recorrer à "contratação" de imigrantes para dar missa e continuar a pastoral das paróquias...

Nós, leigos, que somos a Igreja, devemos enfrentar a hipocrisia e salvar a nossa religião da desertificação da presença humana, porque ainda sentimos (e sentiremos sempre) que somos aqueles a quem Jesus da Nazaré ensinou a falar Verdade, a enfrentar a hierarquia e a viver e lutar pelo Amor, a Liberdade e a continuidade da sua Igreja.

Se olharmos para trás, para a história das religiões anteriores à nossa, vimos que muitos deuses criados pelo "céu" e pelos humanos desapareceram para sempre -e alguns eram bem grandes, todos poderosos, adorados, temidos, universais, cósmicos!

Continuamos a perder tempo quando temos, já, de pensar, debater, agir, ousar e fazer sentir ao papa, cardeais, bispos e padres, com verdade, frontalidade e optimismo, que o fim não acontece só aos outros e é urgente salvar e fazer crescer o que nos vai restando da nossa religião que, voltamos a lembrar, ela só existirá como tal (apenas como estado político ultra-conservador e centralizado em Roma não nos interessa!) se dentro da Igreja houver homens e mulheres com os mesmos direitos, obrigações e liberdade de ser e fazer Igreja...

Alfredo Pereira

Não devemos misturar as coisas...
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 29 de January de 2002 01:18

Parece que começamos com um tema "quente" este novo fórum.

E parece-me também que estamos a misturar as coisas: O facto de não termos sacerdotes em número suficiente, é um mal que assola a Igreja Católica, que pode ser combatido pelo trabalho desenvolvido nas trabalho com os jovens para sensibilizar o interesse destes pela vida sacerdotal, e pelo empenho diário dos leigos no trabalho das comunidades.

Não me parece contudo correcto usarmos o lema "Quem não tem cão, caça com gato" na resolução deste problema!

Graças a Deus, João Paulo II, limitou desde já o sacerdócio aos homens.

As mulheres, e os restantes leigos, tem o seu papel no seio da Igreja Católica e, na minha opinião, não será com a abertura do sacerdócio às mulheres que melhore a situação actual. Veja-se o caso da Igreja Anglicana que desde que abriu o sacerdócio às mulheres verificou um decréscimo de fiéis nas suas missas, pois, aquilo que meia dúzia de leigos, mais mediáticos, possam achar correcto, choca com as crenças de muitos outros crentes.

Só um reparo na tua opinião: Não concordo quando dizes que "<i>salvar a nossa religião da desertificação da presença humana</i>". Para mim, a religião e a comunidade a que pertenço é muito mais que simplesmente o padre. E, cada vez mais se assiste, na ausência do padre, poder-se-á perfeitamente fazer uma Celebração da Palavra com o valor semelhante a uma celebração dominical.

Obrigado,
Lugo

Re: Não devemos misturar as coisas...
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 04 de February de 2002 01:56

Não tenho uma opinião final sobre a questão do acesso das mulheres ao sacerdócio, uma vez que é uma questão que exige um aprofundamento teológico sobre o qual não tenho preparação nem bases para discutir.

O que posso partilhar convosco é que neste verão estive em Taizé (para quem não sabe é uma comunidade ecuménica) e no meu grupo de discussão, com quem vivi uma semana estava um casal alemão cujo marido era pastor luterano e um casal anglicano cujo marido era padre.
Ora bem , a crise de vocações é um fenómeno global, e que atinge também as nossas igrejas irmãs que fizeram opções diferentes, seja no acesso a homens casados seja a mulheres ao sacerdócio.

Mesmo os ortodoxos, que adoptaram uma solução mista (homens casados podem ser presbíteros mas não bispos) enfrentam problemas semelhantes.

O fenómeno tem concerteza causas mais profundas...

Re: Não devemos misturar as coisas...
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 04 de February de 2002 22:27

Em todas estas "religiões" irmãs, apesar dos padres serem casados, as mulheres e respectivas familias tem um papel diferente das outras mulheres e filhos. São eles o suporte da igreja, ou seja, são secretárias, são empregadas da própria igreja...


Caso se adopte um dia o facto dos nossos padres poderem casar, os papeis das mulheres e filhos terão de acompanhar tb esta mudança, porque se não deve ser mt complicado para o padre.

Re: Não devemos misturar as coisas...
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 05 de February de 2002 02:02

Susete, desculpa o preciosismo terminológico, mas com a moda do politicamente correcto tenho que sublinhar as tuas aspas.
Quando nos referimos a anglicanos, ortodoxos, luteranos e outras igrejas reformadas, é um pouco forçado referirmo-nos a elas como outras "religiões". No fundo são pessoas que partilham a mesma fé em 98, 99%, obviamente radicada em mentalidades e tradições culturais diferentes, mas com uma riqueza em tudo idêntica à nossa.

Já eventualmente o mesmo não se passará com outras correntes cristãs como os Adventistas, as Testemunhas de Jeová ou aquelas seitas brasileiras...

Voltando à questão da vocações, nem sempre a opção sacerdotal de um membro na família implica um envolvimento global de toda a família, embora isso seja realmente o dominante. Agora tenho a certeza que fatalmente a igreja católica terá que admitir a possibilidade de ordenar homens ( e eventualmente mulheres) casados no futuro. Será a forma de dar um novo fôlego a muitas comunidades.

Re: A IGREJA ESTÁ A &quot;IMPORTAR&quot; PADRES DE ÁFRICA E PENSA EM &quot;ADMITIR&quot; ESPANHÓIS
Escrito por: Maria João (IP registado)
Data: 07 de February de 2002 18:24

Olá a todos!

Bom ... junto-me a esta discussão com algumas reservas, porque não tenho bases sólidas sobre estes assuntos. Pelo que li nas msg anteriores, as outras religiões cristãs "sofrem" do mesmo problema. O que me faz colocar algumas questões!

Mesmo que abram o sacerdócio às mulheres ou aos homens casados, não continuará a haver crise de vocações? Ou pelo contrário, caminhar-se-à, para uma comunidade onde os leigos (homens e mulheres) tenham um papel mais activo "... na ausência do padre, poder-se-á perfeitamente fazer uma Celebração da Palavra com o valor semelhante a uma celebração dominical.(..)" como refere o Lugo na sua msg, aproximando assim a comunidade de Deus e dos seus ensinamentos, sem intermediários.

Falam em crise de vocação, mas será que o problema afecta toda a comunidade cristã? A razão da minha pergunta prende-se precisamente com o tema em discussão "A Igreja está a importar Padres ...." Em Africa e em Espanha parece que não existe esse problema! Ou existe?

Não sei se o que digo tem algum fundamento ou se será uma grande asneira (e nesse caso espero que algum de voçês me corrija), mas a crise de vocação (refiro-me a Portugal), não terá a ver com algum distanciamento do sacerdócio em relação à comunidade? Ou vice-versa?

Em alguns aspectos a Igreja não acompanhou a evolução da comunidade cristã (independentemente de se estar de acordo com essa evolução ou não), e são essas restrições que provocam a crise de vocação na igreja que a obriga a "Importar" Padres e teimosamente, não ordena mulheres ou homens casados, aliada ainda à procura por muitos de nós, de outras formas de viver a nossa religião ou inclusivé, à evolução cultural, economica, cientifica ou espiritual do chamado 1º Mundo, com todos os seus defeitos e virtudes.

As perguntas que hoje se colocam à Igreja não são as mesmas de 100 anos atrás (se é que as colocavam!) e não encontram respostas satisfatórias. O Homem não é perfeito e a Igreja é composta por Homens. É na procura da perfeição que ambos se devem encontrar, tanto nas pequenas (mulheres sacerdotes) como nas grandes (tolerância religiosa) questões.

Honestamente não sei se ordenando mulheres ou homens casados resolve a Crise de Vocação ou se vamos evoluir para um contacto mais directo feito pela comunidade leiga - a questão não é simples e implicará concerteza, mudanças profundas tanto na Igreja como na Comunidade. Só espero que não imponham as policitamente correctas "quotas"!

Obrigada
Maria João



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