Sim, tal como no seculo XVI podiam ser cristãos e defender a escravização do indios, em seculos anteriores podiam ser cristãos e defender que as mulheres não eram pessoas e não tinham alma. Poder, podem mas não devem.

Pessoal, vejam este site: www.assimnao.org.

Apresenta questões jurídicas que acho que poderão ser interessantes para o debate.

beijos em Cristo e Bom dia com alegria

catolicapraticante

1 -

A opinião de Anselmo Borges não demonstra nada em termos de intenção de voto. Mas sim como os questões devem ser equacionadas partindo de uma perspectiva equilibrada.

Pessoalmente não acho sequer que um cristão em sentido lato possa ser a favor do aborto. Quanto mais um católico. Mas não sou eu que devo julgar o assunto.

O problema, tal como o camilo referiu, é que sempre que dá jeito há um contorcionismo das consciências para tentar desculpar o indesculpável.


2 -

Ao contrário do que diz, não está nada previsto na lei em termos de aconselhamento o que a lei diz é simplesmente:

a) a pedido da mulher e após uma consulta num Centro de Acolhimento Familiar, nas primeiras dez semanas de gravidez, para preservação da sua integridade moral, dignidade social ou maternidade consciente;

Nada é referido sobre aconselhamento psicológico.
Curiosa nesta alínea é a referencia ao uso do aborto para manter a integridade moral. Moral!!???? Como pode a integridade moral de alguém depender de um aborto??!!

Mais curiosa ainda é a famosa alínea c)

c) caso se mostre indicada para evitar perigo de morte ou grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica, da mulher grávida, designadamente por razões de natureza económica ou social, e for realizada nas primeiras 16 semanas de gravidez;

Por razões de natureza económica ou social ??!!
Mas na prática isto equivale à despenalização até às 16 semanas!!
Recordo que a lei americana considerada por sinal bastante liberal em matéria de aborto só despenaliza completamente no primeiro trimestre.

A quem andamos a enganar?

Uma pergunta de referendo sobre descriminalização até às 10 semanas e depois na prática um projecto lei que permite a liberalização até às 16.

É só truques. E depois ainda falam em ser responsável.
Cá para mim uma coisa que se impõe à custa de enganos dificilmente pode ser boa coisa, independentemente das palavras doces que usem para dourar a pílula.



Editado 1 vezes. Última edição em 23/01/2007 12:28 por luis.

Triste pais este em que a uma mulher gravida, pobre, a unica solução que lhe dá, é matar o filho.

Sim, neste momento não tem outra escolha se não recorrer ao aborto clandestino.

Há quem querira que assim continue.


Luís: estás mal informado sobre a lei que citas parcialmente.

A alínea que te preocupa foi retirada.

Mantém-se a exigência de um aconselhamento prévio em centros de apoio familiar, onde a mulher poderá obter aconselhamento psicológico mas também apoio jurídico e social para poder optar conscientemente.

O que propões é deixar tudo como está - manter o aborto clandestino e a prisão de mulheres.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 23/01/2007 19:09 por catolicapraticante.

Esta equivocada, mesmo que o sim ganhe o aborto clandestino e a possível prisão de mulheres, facto nunca acontecido, continua a ser uma realidade.

Se a catolicapraticante fosse coerente votava não, já que esta lei subjacente ao referendo permite a prisão de mulheres que abortem após as 10 semanas e você é contra a prisão em qualquer caso de mulheres que abortem. Portanto não concorda com a despenalização até às 10 semanas mas com a despenalização até aos 9 meses «?»

Epafras

Epafras:

Eu sou profundamente coerente.
Considero que até ás 10 semanas não estamos face a uma pessoa humana, não existe homicídio e uma mulher não deve ser presa se interromper a gravidez.

E Não, não sou contra o julgamento de mulheres se abortarem fora do quadro legal em prazos tardios, ás vinte ou vinte e oito semanas ou mesmo aos nove meses.

E nisso, não sou incoerente, como o Marques Guedes ou o Marcelo Rebelo de Sousa, que defendem publicamente que se uma mulher abortar intencionalmente um feto de oitos meses ou nove meses - que até pode ser um RN viável não deve ser penalizada.
Mas querem manter a penalização até ás 10 semanas.


Quanto ao aborto clandestino, o objectivo é reduzi-lo ao máximo.
E para isso há que mudar a lei.

católica praticante



Editado 1 vezes. Última edição em 24/01/2007 02:57 por catolicapraticante.

Aumentando o maximo o legal.
Concluindo.... e baralhando fica tudo na mesma

Afinal a catolicapraticante não é contra o julgamento de mulheres que abortarem fora do quadro legal ...Estamos a evoluir...

Epafras: Fora do quadro legal que vier a ser determinado quando o SIM ganhar no referendo. Percebeu agora?

Quanto ao joão luís , a pergunta é tão desconexa que nem dá pra a inteligir, quanto mais responder.

católica praticante

catolicapraticante onde está escrito que a alinea c) foi retirada?

O Projecto de Lei 19/X/1 que está publicado no site da Assembleia da República contém a alínea c) e foi este documento a ser votado favoravelmente em 20-04-2005.

Citação:

catolicapraticante

Eu sou profundamente coerente.
Considero que até ás 10 semanas não estamos face a uma pessoa humana, não existe homicídio e uma mulher não deve ser presa se interromper a gravidez.

Um coração que bate, orgãos a serem formados, realmente aquilo que ali está é um farrapo velho. Ai taliban...Esses joguinhos palavras se é pessoa humana ou ser humano ou farrapo humano é das coisas mais sem sentido que já ouvi em toda a minha vida. Não existe diferenças. A mulher só engravida de uma coisa. Sabes qual é? Deves saber. Não engravida de mousse de chocolate nem de um bocado de células tipo epiderme.

Falta saber com que critérios científicos é que usaste para chegar a essa conclusão. Ou foi mais acordar um dia e decidir que até às 10 semanas é moralmente lícito aniquilar com a vida de um ser humano que já existe e que cresce a olhos vistos? Ou foi mais porque o Sócrates diz ou os comunas? Gostava mesmo de saber isso.

Citação:

catolicapraticante
E Não, não sou contra o julgamento de mulheres se abortarem fora do quadro legal em prazos tardios, ás vinte ou vinte e oito semanas ou mesmo aos nove meses.

Então às 10 semanas e 1 dia já aceitavas levar a mulher para a praça pública e ser humilhadas e julgadas. As pobres coitadas!

Citação:

catolicapraticante
Quanto ao aborto clandestino, o objectivo é reduzi-lo ao máximo.
E para isso há que mudar a lei.

Claro, e isso é a única coisa que interessa. Qual fetos de 10 semanas. Isso é lixo! Isso nem interessa chegar a uma conclusão. É cortar e estar pronto para outra.

Valha-me Santa Ana!

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Estive a dar uma vista de olhos pelo site do Assim Não e encontrei referência a uma frase de Fernanda Câncio, partidária do SIM (a mesma comenta a posição de Marcelo Rebelo de Sousa no link que a catolicapraticante deixou). Reza assim:

«Já imaginaram a miséria que é ter um filho porque não se teve dinheiro para pagar um aborto?»

Eu realmente não consigo imaginar maior miséria...
Comentários para quê?

/ironic mode on

Tirar frases do contexto é uma atitude fantástica!
Fez-me lembrar aqueles debatedores em foruns evangélicos que discutem palavras tiradas de versículos, então se depois aplicarem o Strong ainda melhor, um must!

/ironic mode off

Aqui fica o parágrafo de onde foi retirada a frase.

Voto SIM porque acredito que as mulheres – e os casais, e as famílias – devem ter filhos por amor e não por fatalidade ou castigo. Por amor e não por medo de ir parar aos tribunais e às prisões e à exposição pública. Por amor e não por medo de morrer de hemorragia. Por amor e não pela falta de dinheiro para pagar a um talhante (roubei esta ao maradona) ou para comprar duas embalagens de citotec. Já imaginaram a miséria que é ter um filho porque não se teve dinheiro para pagar um aborto? Pois é só por esse tipo de miséria que hoje não se faz um aborto – são esses e só esses os embriões 'salvos' pela lei que existe.

Não podia estar mais de acordo com ele.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Em que é que o contexto citado atenua o que a frase diz?
Sinceramente não consigo perceber...
Um filho é uma fatalidade? Um castigo? Uma miséria?

Citação:

Lena
Tirar frases do contexto é uma atitude fantástica! Fez-me lembrar aqueles debatedores em foruns evangélicos que discutem palavras tiradas de versículos, então se depois aplicarem o Strong ainda melhor, um must!

Falando em descontextualizar e em versículos...



Editado 1 vezes. Última edição em 24/01/2007 22:05 por Aristarco.

Eu dei alguma explicação para o versículo? Perguntar agora é proibido?
Veja lá que ainda estou à espera da resposta... mas se preferir posto Romanos inteirinho. Quer?

Um filho pode ser uma fatalidade, pode ser considerado um castigo, pode ser considerado uma miséria sim.

Até parece que nunca viu familias a ignorarem e a maltratarem os filhos. E olhe que não é necessário ser pobre... vá a uma escola e veja o que é familias despejarem e descartarem-se dos filhos e depois aparecerem a lamentar-se de que já n sabem o que fazer com eles... isso é amar ou considerar o filho um fardo indesejado, um tropeço?

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Está equivocada... nesses casos que referiu, o castigo (para a própria criança), a fatalidade e a miséria são a falta de amor das famílias pelos filhos e não os filhos em si.
Quantas mães (mesmo as que o são em condições díficeis) consideram que ter tido um filho foi um castigo ou uma miséria?



Editado 1 vezes. Última edição em 24/01/2007 22:26 por Aristarco.

Citação:

Aristarco
Está equivocada... nesses casos que referiu, o castigo (para a própria criança), a fatalidade e a miséria são a falta de amor das famílias pelos filhos e não os filhos em si.

Questão de perspectiva.

Citação:

Aristarco
Quantas mães (mesmo as que o são em condições díficeis) consideram que ter tido um filho foi um castigo ou uma miséria?

A sério que nunca viu uma mãe lamentar-se de ter tido um determinado filho?
Olhe eu como DT já vi várias...

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

De facto, um must é a frase da Fernanda Câncio...

É caso para dizer, sem comentários...