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Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 07 de October de 2006 21:24

Olá a todos.

Como prometido, cá vai. O tópico oficial sobre o Aborto.

Podemos começar por dizer se somos a favor da despenalização do aborto até às 10 semanas e porquê. Onde é que nos baseamos para afirmar que um zigoto nada é. Com que factos científicos é que nos baseamos para afirmar tal coisa?

Podemos começar a analizar o desenvolvimento do embrião naquela data. Posso deixar-vos um link para irem ver.

Para verem o desenvolvimento humano

É realmente desumano que se possa querer matar um ser humano que já existe e que está bem presente no seio da mãe. É um crime realmente!

Espero que todas as questões relacionadas com o aborto sejam postas aqui. Senão enchemos threads com este tema, e que nada têm a ver com o assunto.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho



Editado 1 vezes. Última edição em 07/10/2006 23:28 por Alef.

Re: Aborto - Thread Oficial
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 07 de October de 2006 22:43

Acho que as coisas devem estar claras.
Ainda bem que apareceu este tópico. Acho que já era tempo.
Parecia-me que se falava do aborto como uma espécie de obsessão e que não tinha princípio , meio e fim....como se costuma dizer.
O tópico é bem claro e venham os que estão a favor e os que estão contra.
Parece-me positivo o encarar o tema de "frente".

Quero dizer o que penso e vocês já sabem:

Abortar é igual a matar. Com uma agravante: se se mata um adulto o caso é grave mas , em princípio, tem meios para se defender. Se o objecto do crime fôr uma criança de 5 ou 6 anos já é mais grave. As possibilidades de defesa são minimas.

Quando´não tem qualquer hipótese de defesa o caso é gravíssimo. Está completamente indefeso. Isto é o que se passa quando se aborta...tenha umas horas...ou umas semanas. Está-se livremente a destruir outro ser humano

Re: Aborto - Thread Oficial
Escrito por: (IP registado)
Data: 07 de October de 2006 22:51

Uma vez fizeram-me o seguinte comentário: a bem da coerência, para quem o feto é um ser humano igual a ti e a mim, quando uma mulher aborta naturalmente (sem ser provocado) e se dá conta disso, havia de se fazer um funeral. Em vez disso, que se faz ao feto?

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 07 de October de 2006 23:45

Zé,

por acaso não sei porque nunca presenciei nenhum caso desses nos meus amigos. Mas se isso acontecesse, não iria deitar fora o meu filho como um pedaço de lixo. Claro que lhe iria fazer um funeral.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 07 de October de 2006 23:54

Caro s7v7n:

Pareceu-me bem editar o título do novo tópico que abriste, colocando entre aspas a palavra «Oficial».

Há cerca de 1500 mensagens neste fórum que se relacionam de alguma forma com o tema e alguns tópicos específicos sobre o tema contam centenas de mensagens. Lembro alguns, para o caso de querem revisitar; poderá ser proveitoso, mesmo quando os debates foram menos «edificantes» ou mais tumultuosos.

«Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro»: certamente o mais famoso, com 26 páginas e mais de 500 mensagens até ao momento.

«Ainda a questão do aborto: para lá dos anátemas...» -- aqui debatem-se algumas questões de âmbito pastoral.

«Depoimentos sobre o aborto...».

"Os abortófilos".

«MAIS VIDA, MAIS FAMÍLIA – Desde a Concepção à Morte Natural».

«a reinvenção da roda dos expostos na alemanha».

«"Só na América"... ou algo mais? Ainda sobre o aborto...» («Heroína do Aborto nos EUA Quer Proibição da Prática»).

«É esta a Eduação Sexual que queremos???».

•Etc...


De qualquer forma, nada impede que prossigamos a discussão neste tópico.

Mas -- talvez hoje esteja muito pessimista! -- parece-me bem lembrar o óbvio: estes debates só são esclarecedores se houver uma certa disciplina metodológica e lógica e lealdade na discussão. E, se tudo isto é válido para qualquer assunto, num tema como o do aborto é muito mais fácil resvalar. Resvala-se na lógica, porque constantemente se confunde o contrário com o contraditório (e não são a mesma coisa!), se argumenta desnecessariamente «ad absurdum» e, pior, «ad hominem»... Resvala-se no método, porque se misturam questões e se antepõe a casuística à reflexão sistemática ao nível dos critérios, dos valores, do desejável... E, pior, salta-se constantemente de «plano», tornando o debate insanável. Por exemplo, uma reflexão ética sobre o estatuto do embrião humano não deveria ser «sabotada» definitivamente pela «brilhante» conclusão de que se o embrião humano é uma pessoa humana, quem participa directamente num aborto deve estar sujeito a penas até aos 25 anos. Mas também reconheço que a índole volátil de um fórum se presta mais às bocas infundadas que à reflexão devidamente fundamentada.

Um problema que vem constantemente ao de cima quando se assiste a uma discussão destas é o problema das «meias verdades». Com meias verdades se preferem uns conceitos a outros («aborto» ou «interrupção voluntária da gravidez», por exemplo)... E juntamente com as meias verdades estão as omissões. Creio que faria muito bem uma reflexão séria de cada um sobre as omissões. Creio que tanto «pro-life» como «pro-choice» escolhem e omitem, sendo que nem os primeiros são necessariamente contra a liberdade humana plenamente assumida, nem os segundos são necessariamente uns assassinos sanguinários.

E creio que um debate sereno mostraria que ambas as posições mais extremadas omitem problemas muito sérios e «fazem» as coisas «demasiado fáceis» ou claras.

É natural que o tópico inicie com alguma provocação, mas quando dizes
Citação:
«Podemos começar por dizer se somos a favor da despenalização do aborto até às 10 semanas e porquê. Onde é que nos baseamos para afirmar que um zigoto nada é.»
, estamos já a misturar dois planos que certamente têm que se encontrar, mas não desta forma. Normalmente esta discussão, com estes dois «dados» já está viciada, porque cada um sente-se servidor da sua dama desde o início e tratará apenas de tentar minar a posição do interlocutor, sabendo nós que o interlocutor tudo fará por desvalorizar e ignorar o que lhe digo. Por isso, tenho proposto ingloriamente um método que passa por não passarmos às questões jurídicas/legais enquanto não reflectirmos um pouco ao nível ético. Um dos problemas sérios é o de querer identificar tautologicamente o legal com o ético.

Bem, desculpem o desabafo algo pessimista.

* * *


Mudando um pouco de registo, e porque o tópico ainda está a começar, proponho uma reflexão em resposta à seguinte questão, ainda que formulada sob a forma de várias perguntas:

- Que é que temos nas primeiras semanas de gestação?

Ou, de outra forma, talvez com palavras mais caras:

- Qual é o estatuto ontológico/antropológico do embrião humano nas primeiras semanas? Ser-ainda-não-humano? Ser-humano-ainda-a-ser? Ser humano? Pessoa humana?

[Lembro que a Igreja nunca fala em pessoa humana para os primeiros tempos de gestação (pelo menos antes da nidação) -- pelo menos nunca tal coisa vi--, mas usa frequentemente o termo «indivíduo humano».]

[Evidentemente não falo de estatuto legal/jurídico, porque se trata de leis positivas, «postas» e «posteriores». O embrião humano terá o estatuto legal/jurídico que lhe dermos; é uma questão posterior.]


Parece-me que um esforço neste sentido de responder a esta primeira questão poderá ser muito útil para todos. Lembro, contudo, que nestas reflexões entramos em âmbitos realmente interdisciplinares, onde tanto entram os dados das Ciências ditas naturais como os da Filosofia (aqui está o conceito de pessoa!), da Ética (e especialmente a Bioética)... A Medicina por si só não pode «delimitar» a pessoa e a Filosofia actual não pode ignorar os dados daquela.

Evidentemente, nisto aparecem os «pragmáticos» querem apenas preto-no-branco, uma lei clara. É verdade que muitas vezes não temos tempo para grandes arrazoados porque é precito agir imediatamente, mas se tivermos feito o trabalho anterior de pensar talvez cometamos menos erros. É que não podemos nunca escapar à grande questão: Como fundamentamos as nossas opções éticas? Na lei? No dever? Nos valores?

Lá dizia Kant: «Ousa pensar!» E creio ser de Francis Bacon a frase: «Quem não quer pensar é um fanático; quem não pode pensar é um cretino; quem não ousa pensar é um covarde.» Talvez haja alguma razão nisto.

Espero não ter estragado o debate. :-)

Alef

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 00:46

Alef,

Já é um pouco tarde para mim. Amanhã de manhã tenho uma missa para animar. Vou só escrever uma coisinha simples.

O que é um embrião? Estou certo que todos sabem ir à procura de imagens que mostram o que é um embrião. Deixo aqui um link que penso que é credível:

[www.pregnancy.org]

Gostava que a CP pelo menos que dissesse aqui que um feto com 7 semanas por exemplo não é nada. Não é um Ser Humano. Que são apenas células indiferenciadas.

Alef, o que temos nas primeiras semanas de gestação? Estás a falar de quantas semanas?1 semana?2 semanas? 3 semanas? etc...

Outra pergunta pertinente:

Quando é que começa a vida do ser humano? É no zigoto? É no embrião? É no feto? é apenas quando nasce? E porquê?

Alef, afinal há tantas threads sobre este tema. As minhas desculpas. Pensava que não havia. Mas também não fui procurar para trás. Se quiseres juntar esta thread a outra por mim tudo bem. Desde que tenhamos um sítio próprio para falar.

Fiquem bem!


EDIT: Esqueci-me de dizer que podem também responder à pergunta inicial que não tem mal nenhum.

São ou não a favor da despenalização do aborto até às 10 semanas?

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho



Editado 1 vezes. Última edição em 08/10/2006 01:06 por s7v7n.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 01:11

Na questão do aborto não basta discutir o que é o embrião. Há que saber também o que é a mulher. Que direitos tem. Ou amamos muito os embriões que em geral não vemos e não somos capazes de amar a mulher que vemos?

pontosvista

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Rita* (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 01:58

Fátima: "Aborto é uma vergonha da cultura moderna"


"O aborto não é solução, nem em situações extremas", afirmou o Secretário do Conselho Pontifício para a Família, hoje, em Fátima, onde decorre o Congresso Mundial de Oração pela Vida.


17:55) Para D. Karl Romer, o aborto é uma vergonha da cultura moderna. O Bispo brasileiro mostra-se confiante no resultado do referendo que se irá realizar em Portugal à interrupção voluntária da gravidez.

"Tenho profunda confiança que o povo português saiba guardar aqueles valores que constituíram a beleza da sua história, a nobreza do carácter português", sublinha.


[www.rr.pt]

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 02:17

Caro pontosvista:

Escreves:
Citação:
Na questão do aborto não basta discutir o que é o embrião. Há que saber também o que é a mulher. Que direitos tem. Ou amamos muito os embriões que em geral não vemos e não somos capazes de amar a mulher que vemos?

Acho curiosa esta nota e que tenha aparecido já. Fez-me alguma impressão. Vou fazer por um momento de «advogado do diabo» e espero que o vejas com alguma benevolência e sã ironia... Esta nota parece uma forma «elegante» de desconversar, fragmentando a questão proposta. Ao fragmentar, com outras questões (mesmo que importantes, mas não no mesmo plano das primeiras), vai-se relativizando a importância da questão proposta, amolecendo, nadificando... Com uma nota de ironia, no fim de contas, poderemos amar tanto os embriões e não amar a mulher, caindo assim em magna contradição. Ou seja, subtilmente passou-se de uma reivindicação de igualdade para um plano que agora se propõe à consideração, para depois passar a ridicularizar o plano anteriormente proposto, parafraseando S. João, mas com um sentido quase oposto.

Não sei se foram estas as intenções conscientes que te moveram, mas chamo a atenção para isto pela coincidência de vir imediatamente depois das minhas observações sobre os problemas de «método» e de «disciplina» nestas discussões.

Agora mais a sério. Não me parece que a discussão do estatuto do embrião de alguma maneira diminua o da mulher (ou do homem, varão). Se o «medo» é o de que quem «valorize» o embrião poderá «esquecer» o estatuto da mulher, esse «medo» não tem muita razão de ser, já que isso constituiria simplesmente uma caricatura. Quem defende um estatuto pessoal para o embrião humano e é coerente com esse ponto de vista, reconhece também a igualdade de estatuto e direitos para a mulher. Nunca nenhum documento da Igreja definiu um estatuto superior ao embrião. [Outra questão são as caricaturas...] E se se coloca essa questão numa perspectiva de amor, então não se esquece que o amor nunca exclui, antes inclui.

Por outro lado, o amor para com a mulher não se define pela (im)possibilidade de abortar se aí tivermos em jogo um ser humano para além da próprai mulher. Ver as coisas nessa hipotética forma pode ser um falso amor, porque o amor verdadeiro «não faz acepção de pessoas».

Finalmente, os direitos da mulher enquanto ser humano estão sabidos e reconhecidos em muito melhor grau que o estatuto ontológico/antropológico do embrião humano. Neste caso concreto, o centro da questão está no estatuto do embrião. Se é um ser humano ou se constitui uma «substantividade humana», esse ser humano é antes de mais sujeito de direitos, pelo que ninguém tem direitos sobre ele. Mas nisso não se reduzem os direitos da mulher, porque não deixo de ser menos ser humano quando não tenho direitos sobre outros seres humanos. Se «Bill» for um cão, eu posso ter direitos sobre ele, enquanto dono-tratador; mas se «Bill» for um bebé, eu não tenho direitos sobre ele. Em nenhum dos casos o meu estatuto enquanto ser humano se altera. Por isso, algo vai mal em certas formulações quando colocam a questão do aborto como parte integrante do conjunto de direitos das mulheres.

Alef

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Epafras (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 03:41

Citação:
Alef
Qual é o estatuto ontológico/antropológico do embrião humano nas primeiras semanas?

O que a Biologia demonstra é que, desde o momento da concepção, aparece uma célula cuja configuração genética é diferente tanto da paterna como da materna. Em outras palavras, nos achamos perante um novo ser, ainda que seja provisoriamente unicelular. E como o seu genoma é humano, o novo ser é um ser humano no instante inicial do seu desenvolvimento. Não é uma coisa, nem uma planta nem um rato; é um ser humano, e o continuará a ser se viver 100 anos. Se nos detivermos no limite temporal das primeiras semanas então podemos dizer que os embriões são membros da espécie humana numa etapa primitiva de desenvolvimento pelo qual cada um dos participantes deste fórum também indubitavelmente passou. No que a mim diz respeio, o importante é não obstruir o desenvolvimento da nova vida.

Citação:
pontosdevista
Na questão do aborto não basta discutir o que é o embrião. Há que saber também o que é a mulher. Que direitos tem.

A mulher tem todos os direitos que lhe são reconhecidos enquanto tal, inclusive o direito sobre o seu próprio corpo, o que o pontosdevista parece esquecer alegremente é que estes direitos não podem passar por cima do direito à vida do bebé, que está transitoriamente no corpo da mãe, mas que porém não é genética, anatómica, fisiológica nem imunologicamente parte dele.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 09:24

Alef

Este tópico é sobre o aborto e não sobre o estatuto do embrião.

Sempre vi o problema do aborto como um conflito entre os direitos da mãe e os direitos do embrião ou feto.

Reduzir a discussão aos direitos da mãe é, do meu ponto de vista, um enviesamento da discussão. Assim, achei bem levantar os direitos da mãe em simultâneo com os do embrião.

O direito do embrião ou feto à vida não se sobrepõe a todos os outros direitos das outras pessoas. Na página 6 do tópico da cidadania já discuti este assunto com o Camilo.

pontosvista

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 09:26

O Posição do alef está ferida d econtradições e ambiguidades.


Porque existe de facto uma fractura eum conflito brutal entre a concepção de que a mulher, uma pessoa, um sujeito de direitos fundamentais , tem o emso estatuto antropológico, e, sobretudo , jurídico ( que é o que está em discussão noreferendo), de um embrião.

Potque, nesse caso, se houver uma equiparação pelna de direitos euma tutela jurídica absoluta do embrião, versus a mulher, claramente que :


1) O aborto é um crime em qualquer circunstãncia, mesmo que seja para salvar a vida d euma mulher.

2) A interrupção da gravidez na sequência d euma vioolção é um crime.

3) O aborto por malformações congénitas é crime.

4) Os abortos espontãneos podem ser crime por negligência e devem todos ser investigados judicialmente.

5) As técnicas de PMA são um crime.

6) Certos métodos contraceptivos, como os "métodos naturais" ou o dispositivo intrauterino devem ser penalizados porque correspondem a uma hipotética destruição de seres humanos.Ou seja, a um crime de homicídio.

7) Todas as mulheres que abortam devem ser julgadas por crime de homicídio, com uam moldura penal até 25 anos.
Repito a pergunta ao Epafras, Alef e Maria josé:

È isto que defendem?




Se seconsiderar que a pratir da singamia e

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 09:30

Aliás, se "O aborto não é solução, nem em situações extremas", como afirmou o Secretário do Conselho Pontifício para a Família, hoje, em Fátima, onde decorre o Congresso Mundial de Oração pela Vida, naturalmente que não é admissível o aborto terapêutico, para salvar a vida de uma mulher.

O seja, absolutiza-se o direito á vida do embrião, e relativiza-se o direito á vida da mulher, uma pessoa, um ser humano, sujeito de direitos.

Isto demosntra que a firmação do alfe enferma de ambiguidades econtradições.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 09:45

"
E, pior, salta-se constantemente de «plano», tornando o debate insanável. .... pela «brilhante» conclusão de que se o embrião humano é uma pessoa humana, quem participa directamente num aborto deve estar sujeito a penas até aos 25 anos" Alef

Quando falo em em incoerência argumentativa é a isto que me refiro.

Coloquei a questão no plano estritamente jurídico, que é o que está em causa no referendo sobre o aborto.

Vai-se responder á pergunta se ma mulher que cometeu um aborto até ás 10 semanas deve ou não ser condenada a uma pena de prisão efectiva até três anos.


Anoto mais uma vez uma contradição insanável dos que argumentam que um embrião é uma pessoa dotada de tutela jurídica plena, mas ao mesmo tempo consideram que o crime de homicídio para essa "pessoa" deve ter uma moldura penal de apenas três anos, enquanto que, para qualquer outra Pessoa a moldura penal para o mesmo tipo de crime pode ir até 25 anos.

Não se trata de saltar de plano mas de nos situarmos no mesmo plano de discussão - o plano jurídico.

Para as pessoas que consideram que o estauto antropológico e jurídico do embrião é plenamente equiparável ao de qualquer outra pessoa jurídica, isto tem consequ~encia práticase concretas no nosso ordenamento jurídico.

SE fosse asssim, claramente que o aborto seria um crime de homicídio, punível com pena máxima no nosso código penal. ( 25 anos).


Ora esta exigência de agravemento da moldura penal não corresponde á consciência ético-jurídica dominante na nossa comunidade.Já se questionaram porquê?



Editado 1 vezes. Última edição em 08/10/2006 10:03 por catolicapraticante.

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 10:01

O Posição do alef está ferida de contradições e ambiguidades.


Na perspectiva que defende, existe de facto uma fractura e um conflito brutal entre os direitos da mulher e os direitos do embrião se prevalecer a concepção de que a mulher, uma pessoa, um sujeito de direitos fundamentais , tem o mesmo estatuto antropológico, e, sobretudo , jurídico ( que é o que está em discussão noreferendo), de um embrião.

Porque, nesse caso, se houver uma equiparação plena de direitos e uma tutela jurídica absoluta do embrião, versus a mulher, claramente que :





1) O aborto é um crime em qualquer circunstãncia, mesmo que seja para salvar a vida de uma mulher, ou para preservar a sua saúde física e mental. (Quando muito, esta pode alegar legítima defesa)

2) A interrupção da gravidez na sequência de uma violação é um crime de homicídio e não tem sentido manter a sua despenalização-

3) O aborto por malformações congénitas é crime e não tem sentido a sua despenalização

4) Os abortos espontãneos podem ser crime por negligência e devem todos ser investigados judicialmente.

5) As técnicas de PMA são um crime e devem ser proibidas

6) Certos métodos contraceptivos, como os "métodos naturais" ou o dispositivo intrauterino devem ser penalizados e proibidos porque correspondem a uma hipotética destruição de seres humanos.Ou seja, devem ser equiparados a um crime de homicídio, ainda que negligente.

7) Todas as mulheres que abortam devem ser julgadas por crime de homicídio, com uma moldura penal até 25 anos.

Pois que , se se trata do mesmo tipo de crime - o homicídio - a moldura penal deve ser a mesma.

Posto isto, Repito a pergunta ao Epafras, Alef, Seven, maria josé e Rita:


É isto que defendem?E, se não o fazem, qual o motivo?

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 10:47

Caro pontosvista:

Dizes que «este tópico é sobre o aborto e não sobre o estatuto do embrião», mas eu replico que não se pode discutir o tema do aborto sem focar o problema do estatuto do embrião. A minha preocupação constante é a da fundamentação ética e esta não se faz omitindo questões realmente importantes. Não se pode discutir o problema ético do aborto sem abordar primeiro a questão do estatuto do embrião humano. Tal omissão seria uma desonestidade intelectual.

Dizes também que «o direito do embrião ou feto à vida não se sobrepõe a todos os outros direitos das outras pessoas.» Respondo: totalmente de acordo. Eu nunca disse tal coisa, e nunca vi ninguém defender isso. Alguém viu isso em algum lado, ou trata-se de uma caricatura frequente para denegrir uma determinada posição? As caricaturas chegam a dizer que a Igreja defende que o embrião tem um estatuto antropológico superior ao da mulher. Isso não é verdade. Uma coisa é que se discorde da posição da hierarquia sobre o assunto, outra é que se afirmem tais barbaridades. Normalmente, quem acusa a Igreja de dar ao embrião um estatuto superior ao da mulher, de facto, dá um estatuto inferior ao do embrião. Mas em lado nenhum se vê algum documento oficial da Igreja onde se afirme que o embrião tem um estatuto superior ao da mulher. Portanto, afirmar uma tal coisa é uma rotunda falsidade.

Alef

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 10:56

É verdade.
A igreja em nenhum documento oficial afirma que o embrião é definitivamente uma pessoa humana, objecto de uma tutela jurídica plena equiparável á mulher ( Um ser Humano).

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 11:00

Cara catolicapraticante:

Não basta dizer sem mais que a minha posição «está ferida de contradições e ambiguidades». Peço-te que me identifiques, com citações e não por conjecturas, as proposições contraditórias (terás que encontrar as que são contraditórias entre si) e aquelas que são ambíguas, isto é, que se prestam a sentidos diferentes ou opostos. É que aquilo que escreves a seguir de modo nenhum fundamenta tão taxativa afirmação da tua parte. Serei rigoroso neste ponto. Não basta desclassificar sem mais. Já agora, gostava que dissesses todos os pontos nos quais concordas comigo. Creio que é um exercício a que nos deveríamos habituar também neste fórum, com proveito para todos.

Tu apelas constantemente ao plano jurídico como «travão» ao plano ético, mas eu recuso-me a entrar nesse «jogo», por uma questão de rigor metodológico. Já o disse muitas vezes: a (contra-)argumentação a que recorres frequentemente para anular a minha argumentação no plano ético não tem cabimento, porque não podemos antepor leis positivas à reflexão ética. Claro, depois há que ver os pontos de contacto e retirar conclusões, mas não para já. Repito: a minha abordagem é primariamente ética, pelo que a terminologia «crime» nem é a mais ajustada.

Portanto, lamento, mas todas as tuas proposições alusivas a crimes, parecem-me apressadas. A palavra «crime» nem entra no léxico habitual das minhas reflexões, porque me ponho num plano muito prévio. Estarei disponível para reflectir contigo sobre as tuas proposições quando tivermos reflectido suficientemente sobre o plano ético.

[Já agora, é um disparate incluir os chamados «métodos naturais» entre «certos métodos contraceptivos» e maior disparate ainda o de os incluir na categoria dos que «correspondem a uma hipotética destruição de seres humanos. Ou seja, a um crime de homicídio.» Um erro de grande monta.]

Daquilo que escrevi onde encontras a absolutização da vida do embrião em detrimento do direito à vida da mulher?

Voltando à questão dos planos, reafirmo o que sempre disse: a minha abordagem é prévia à questão jurídica, é ética e preocupa-se pelos fundamentos. É o plano dos fundamentos, precisamente aquele que tantos evitam tocar. As nossas escolhas, mesmo políticas não podem escapar à fundamentação ética, sob pena de andarmos anestesiados.

De qualquer forma, parece ficar claro o(s) plano(s) em que nos situamos, o que de si já é positivo. Eu coloco-me no plano da reflexão ética, da fundamentação. Os conceitos primários com que funciona a Ética são os de bem e de mal. Tu colocas-te no plano estritamente jurídico/legal. Aí entra mais ajustadamente a noção de crime.

Os planos não são incomensuráveis, mas também não são redutíveis. E o meu é anterior (não necessariamente na ordem da cronologia, mas do fundamento).

Parece-me que a minha abordagem é muito difícil, mas absolutamente necessária. Isto não significa que eu tenha «soluções mágicas», não tenho, mas considero necessário chamar a atenção para o risco de uma certa arbitrariedade nas escolhas quando não devidamente reflectidas e fundamentadas.

Parece-me também que a tua abordagem é também necessária, mas posterior à minha.

Evidentemente estes dois planos devem ter-se em conta, mas não se podem misturar a bel-prazer, nem antepor o plano jurídico ao ético.

Finalmente, apesar das «agendas ocultas», gostaria que te cingisses ao que eu afirmo, não ao que pensas que posso afirmar, sem o ter feito. E de novo: peço-te que me identifiques «ipsis verbis», primeiro, as contradições e, depois, as ambiguidades e devida justificação naquilo que escrevi anteriormente neste tópico.

Alef

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 11:13

A propósito das primeiras intervenções deste tópico, lanço a seguinte reflexão. Quando apelo à reflexão ética como ponto imprescindível e prévio a outras considerações (jurídico-legais e outras), notam-se reacções contrárias que vão numa determinada linha.

Parece-me um mau sinal.

1) Em primeiro lugar, porque ninguém deveria temer a reflexão ética sobre qualquer tema e o aborto não é assunto de menor importância. E, apesar da dificuldade, ninguém deveria temer reflectir sobre o estatuto antropológico do embrião humano.

2) Em segundo lugar, porque a recusa em reflectir seriamente as questões levanta a questão de reduzir a questão do aborto a um mero recitar de «slogans», «porque sim», dando a reflexão lugar à mera ideologia. [E a ideologia tanto pode estar de um lado como de outro. Cfr. as posições do José Avlis sobre o tema.]

3) Em terceiro lugar, porque a reflexão não é couto privado dos que são contrários ao aborto.

4) Em quarto lugar, porque ao propor uma reflexão ética sobre o aborto, colocando como necessária a reflexão sobre o estatuto antropológico do embrião não estou necessariamente a antepor qualquer conclusão. Se serenamente concluíssemos que antes das 11 semanas o embrião humano não é um ser humano, então ficaríamos todos mais tranquilos. Creio que então ninguém teria objecções em relação ao aborto, da mesma forma que não objectamos a que tratemos um dente que nos dói (para usar um infeliz exemplo de Simone de Beauvoir).

5) Em quinto lugar, a recusa de muitas pessoas «pro-choice» em atender à questão do estatuto antropológico do embrião humano não indiciará alguma má consciência?


Por isso, apesar de tudo, ás vezes parece ser preferível discutir com Peter Singer e com as suas «excêntricas» teses do com quem se recusa a pensar.

Alef

Re: Aborto - Thread "Oficial"
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 08 de October de 2006 11:55

CP,

continuas na tua sem querer reflectir o que te pedem. Eu já te disse que considero um crime e claro, um homicídio. Agora teremos de ver se foi premeditado e em que condições psicológicas é que esse aborto foi feito. Eu não sei bem como funciona a lei mas se eu matar uma pessoa porque me apetece apanho logo 25 anos?

Para ti um embrião de 7 semanas não é nada? Já viste fotografias de como está desenvolvido esse embrião? Como é que um zigoto não é um ser humano em desenvolvimento, se passado umas semanas já se percebe realmente aquilo que é? Aquilo que não é humano não se pode tornar humano. Um bocado de pele nunca se tornará um ser humano. O mesmo para qualquer outra célula do nosso corpo. Um zigoto não é a mesma coisa que um bocado de pele. Porque ignoras a opinião da ciência? Porque ignoras a opinião da Igreja? Talvez por trabalhares na área e seres uma investigadora com livros publicados e aprovados científicamente? Não creio.

Porque queres à força tirar direitos a um ser humano que se desenvolve no seio materno? Quem é que tem mais direitos a viver? Os dois vivem. Os dois são seres humanos.

No teu caso quando é que se poderia abortar? Apenas em caso de vida ou morte da mulher? Tantas questões que te são colocadas e que não respondes. Apenas porque não te dizemos que uma mulher que faz um aborto deve ter automáticamente 25 anos de cadeia.

Citação:
A igreja em nenhum documento oficial afirma que o embrião é definitivamente uma pessoa humana, objecto de uma tutela jurídica plena equiparável á mulher ( Um ser Humano).

Tens a certeza do que dizes? Olha o que diz o Compêndio do Catecismo da Igreja:

Citação:
O aborto directo, querido como fim ou como meio, e também a cooperação nele, crime que leva consigo a pena de excomunhão, porque o ser humano, desde a sua concepção, deve ser, em modo absoluto, respeitado e protegido totalmente;

É só para não haver dúvidas quando à posição da Igreja.

E pergunto-te também se tu não foste um embrião criado pela união de um espermatozoide com um óvulo. às 5 semanas ainda não eras tu por exemplo? Pergunto-me se sabes alguma coisa de embriologia. Parece-me que não. É que se soubesses, saberias que não são umas células quaisquer que têm um coração a bater. E às 5 semanas já existe um coração.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

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