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Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 05 de February de 2003 21:32

II – GONADOTROFINA CORIÔNICA (HCG)

A dosagem da gonadotrofina coriônica deve ser estudada em primeiro lugar porquanto, sendo um hormônio denunciador da presença de tecido trofoblástico, atende ao diagnóstico diferencial de alguns quadros clínicos, particularmente à primeira consulta, para definir a área ginecológica ou obstétrica.

A gonadotrofina coriônica é uma glico-proteína, e como tal consiste de duas sub-unidades proteicas (alfa e beta) unidas a um núcleo glicídico. É sabido que compartilha a sub-unidade alfa com FSH, LH e TSH, sendo a sub-unidade beta a detentora da especificidade imunológica. Afim de evitar-se a reação cruzada com LH no método RIA, foi estabelecida a dosagem da beta-gonadotrofina coriônica. das demais glico-proteínas hormonais.

A dosagem de HCG cria um problema na definição dos níveis inferiores, inexistente para hormônios de presença normal obrigatória. Ainda assim, em alguns casos (prolactina, hormônio tireotrófico) apela-se ao recurso de estender o limite inferior da normalidade até zero. Isto é, admite-se que na dosagem destes dois hormônios, eventualmente, um adulto normal possa ter teores não tituláveis. O aceitar-se as taxas obtidas com a observância estrita do método, sem outras considerações, resultou na descrição de valores tituláveis de beta-HCG em vários carcinomas além dos coriomas; depois, em mulheres não grávidas; e, finalmente, mesmo em homens normais.

Existe evidentemente uma dificuldade a ser superada, pois os números mais baixos, na faixa de menor precisão do método, não podem ser tomados simplesmente como se apresentam. Antes de alargar exageradamente a possibilidade da presença de HCG, devemos definir um nível capaz de traduzir em termos clínicos (e não puramente decorrente de metodologia laboratorial) a existência real de tecido trofoblástico em atividade. Tal nível, propomos, será de 1.000 miliUI/ml, a partir do qual, na quase totalidade dos casos, há de fato uma fonte ativa de gonadotrofina coriônica. É óbvio que, para atingir este ponto, foram ultrapassados níveis tituláveis anteriores, que podemos determinar em alguns casos. Entretanto, considerando a rapidez da ascenção dos níveis de HCG na gravidez normal, é preferível a repetição da dosagem sempre que o valor estiver abaixo de 1.000 miliUI/ml. 48 horas são prazo suficiente para que tal valor numérico seja ultrapassado de modo significativo, colocando-nos ao abrigo de imaginar-se uma secreção de HCG não existente. Tal prazo pode ser utilizado sem inconvenientes na prática, mesmo para situações de urgência em que se requeira a definição segura da presença de HCG, como é o caso, mais comum, da prenhez ectópica.



Valores Normais

Em princípio a presença de HCG pode ser determinada a partir de 10 dias da ovulação, isto é, antes de instalada a amenorréia ou, medindo-se em tempo de gestação, na 4a semana. Embora ocasionalmente tenhamos conseguido tal objetivo, por vezes com números inferiores a 1.000 miliUI/ml, confirmado o diagnóstico em titulações ascencionais subsequentes, isto não deve ser entendido como sempre possível.

Uma tentativa de balizar os valores mais significativos oferece os números abaixo em miliUI/ml:

4a semana – 1.000
5a semana – 3.000
6a semana – 6.000
7a semana – 20.000

Da 8a à 10a semana transcorre o “fenômeno apical” de HCG, quando a taxa eleva-se a 50.000 ou mesmo 100.000 miliUI/ml. Depois de 90 dias de amenorréia estabelece-se uma amplitude entre 5.000 e 15.000 miliUI/ml. Qualquer valor abaixo deste limite é indicativo de anormalidade. Um segundo pico de HCG, menor, é descrito na 36a semana, de significado desconhecido. A descida do primeiro pico é correlacionada à elevação da progesterona placentária, e tal cruzamento traduz a normalidade neste momento crítico após a 12a semana.

Devido a seu lento metabolismo a gonadotrofina coriônica persiste titulável até cerca de 15 dias após a morte intra-uterina do ovo, ou depois de um parto normal a termo, e esta particularidade assume grande importância clínica em certos casos de abortamento. Por vezes uma gravidez irremediavelmente condenada ainda oferece níveis tituláveis de beta-HCG. Um dado de experiência que podemos sugerir é aceitar o limite inferior de 4.000 miliUI/ml como o mínimo compatível com gestação evolutiva depois da 6a semana. Abaixo deste limiar há mau prognóstico e a interrupção é a regra, decrescendo as taxas em determinações seriadas até ao zero.





A dosagem de HCG é de utilidade propedêutica nos seguintes casos:


1 – Diagnóstico precoce da gravidez

Mercê da peculiaridade de exibir teores ascencionais que duplicam a cada 72 horas, a determinação de gonadotrofina coriônica no sangue constitui o melhor parâmetro laboratorial para diagnóstico da gravidez, ressalvadas as observações que fizemos a propósito dos valores baixos encontrados na gestação em início.

Quatro são as indicações principais:

1 – Razões de ansiedade por parte da cliente ou do clínico;
2 – Necessidade de terapêutica ou procedimento semiótico capazes de lesar uma gestação ignorada;
3 – Diagnóstico diferencial de: amenorréia, hemorragia uterina, tumor abdominal;
4 – Avaliação da idade gestacional, dado muitas vezes relevante em ocorrências mais tardias de uma gestação complicada.




2 – Diagnóstico da garvidez Ectópica

O emprego simultâneo da dosagem de HCG com a ultra-sonografia permitiu estabelecer-se o conceito de “zona discriminatória”: na 6a semana, para um nível de 6.000 a 6.500 miliUI/ml, identifica-se o saco gestacional intra-uterino. Com HCG superior a 6.500 miliUI/ml a presença ou ausência de saco gestacional intra-uterino é um elemento conclusivo. Com HCG inferior a 6.000 miliUI/ml a presença do ovo no útero significa gestação tópica (ameaça de abortamento), enquanto sua ausência não é conclusiva. Muitas vezes os níveis de HCG na garvidez ectópica são mais baixos, o que não invalida o raciocínio acima.



3 – Diagnóstico de Morte Ovular

A não existência de gravidez e a morte ovular equivalem-se na impossibilidade de obter-se teor titulável de HCG. Entretanto, há uma possibilidade de erro a ser evitado. Considerando a metabolização lenta da gonadotrofina coriônica, as taxas sanguíneas levam dias a desaparecer (15 dias após parto normal) e assim, ocasionalmente, podem ser encontrados teores tituláveis em casos de morte do ovo, inevitável ou mesmo já ocorrida. Valores abaixo de 5.000 miliUI/ml implicam em acompanhamento seriado. Abaixo de 1.000 miliUI/ml tem significado nulo, e autorizam intervenção se indicada.


4 – Propedêutica Hormonal dos Coriomas

As neoplasias trofoblásticas gestacionais e os coriomas no sentido mais amplo caracterizam-se pela produção de HCG em proporção direta à massa do tumor. Os níveis de HCG refletem o curso clínico e a terapêutica, cirúrgica e/ou quimioterápica.


5 – Prognóstico da Ameaça de Abortamento

Afirma-se que a taxa de "abortamentos espontâneos " na espécie humana é da ordem de 20%, e muitas vezes tem-se a gestação oculta, isto é, apenas referida pela paciente como menstruação mais abundante após relativo atraso menstrual (abortamento sub-clínico). A dosagem de HCG permite identificar tais casos.

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 01:24

Simplificando :
1 - Ao contrário do que foi aqui escrito, a GCH só começa a ser produzida a partir da quarta semana de gestação, isto é dez dias depois da ovulação. De facto só começa a ser produzida aquando da nidação. POr isso é um bom indicador de gravidez - quando o embrião se implanta no útero e ainda antes do completo desenvolvimento da placenta , esta hormona inicia a sua elevação para picos mensuráveis, atingindo um pico da oitava à 10 semena. No caso destes níveis não se verificarem ou a implantação (gravidez) não se deu ou deu-se mas há um sério risco de aboro espontâneo.
2 - Ao contrário do que aqui foi escrito a GCH não é nenhuma mensagem ternurenta do "bébé á sua mãe", é uma hormona produzida durante uma determinada fase do ciclo vital mas que pode estar presente na mulher noutras circunstâncias que não a gravidez e também em homens.
É verdade que as hormonas são mensageiros químicos altamente complexos e que muitas das suas mensagens ainda estão a ser descodificadas. O resto é poesia ou ficção.

3 - De facto a presença de GCH é um indicador de gravidez e é usada em muitos testes de gravidez.

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 08:12

Gostaria de colocar à consideração algumas questões à Ana:

1. Os teus pressupostos. Se bem percebi, consideras que existe gravidez apenas com a nidação e que a morte do zigoto não nidado não é um aborto (quer seja espontâneo ou provocado).
Isto significa que para ti aborto é (apenas) a interrupção de uma gravidez. Logo, como consideras que só há gravidez depois da nidação, qualquer processo que mate o zigoto não implantado não é aborto. Certo?

2. Consequências. Ora, se isto é assim, temos consequências muito sérias. Significa isto que dissocias a questão do aborto do centro da questão ética: se se trata de um ser humano ou não. Há então que dizer algo de muito importante: mesmo que aceitemos a definição de gravidez como o processo que apenas começa na nidação, o aborto não é apenas a interrupção de uma gravidez, mas o fim de uma vida humana que começou na fecundação do óvulo.

Outra consequência: a tua posição abre um caminho muitíssimo perigoso: o da banalização da questão dos embriões congelados. Afinal, pode-se dispor deles (para experiências ou para destruição), pois se nunca forem implantados, não chega a haver gravidez... Se o zigoto/embrião antes da nidação não tem especial valor em termos éticos (se for morto no útero da mulher não há aborto), também não terá especial valor num qualquer banco de embriões... E a questão essencial, que é a existência ou não de uma vida humana, e a questão moral do poder determinar a vida de alguém? Essa porta que pareces abrir facilita, em termos de justificação ética, as experiências de clonagem e experiências com células estaminais... [Por sinal, uma promissora fonte de chorudos rendimentos...]

3. Avaliação de um “truque”. Pois, este aparente “truque” para restringir o âmbito de aplicação do aborto é falacioso, e é preciso desmascará-lo. A vida de um qualquer zigoto -- implantado ou não -- é um aborto. Mas tu dizes uma coisa “extraordinária”:
Citação:
Ao impedir a nidação, impede, objectivamente, a gravidez. Mas claramente que o seu efeito não é abortivo.
*Como é que não o efeito não é abortivo, se é abortado um processo que tinha sido iniciado e se uma vida humana é eliminada? Não há aqui uma enorme contradição? Por favor, peço uma explicação coerente!

Acredito, dos dados divulgados, que realmente a probabilidade de pílula ser abortiva seja muito pequena, mas se o processo descrito acima existe, mesmo que numa baixa probabilidade, o uso da pílula deve ser repensado. E não se venha com o argumento de que tudo pode ser abortivo, porque nenhum dos outros elementos tem a ver com isto. O que se passa é que quando se fala da pílula se trata de um fármaco directamente relacionado com o processo reprodutor...

Acho que do ponto de vista ético não se pode apelar ao [/i]princípio do duplo efeito[/i], porque os "efeitos" são desequilibrados entre si. Aliás, precisamente o tão aceite princípio do duplo efeito que tem que ser equacionado. Se para um fim legítimo em muitas situações (a contracepção) existe a possibilidade da morte de um ser humano, esbarra-se com um efeito ilegítimo!

Aliás, o facto de a probabilidade de a pílula ter uma acção abortiva ser pequena não pode ser razão para se ignorar o problema. Não pode ser escamoteada a questão, por muito que isso desagrade a determinados interesses comerciais ou a certas consciências. Ora vejamos. Imaginemos a seguinte situação: que aconteceria se, em vez de o risco de morte de um ovo, o mesmo risco existisse para a mulher que toma a pílula? Não seria razão para suspender imediatamente o medicamento? Vale a pena ponderar bem as coisas e analisar as motivações que trazemos...

Não concordo e parece-me falacioso o argumento de que alertar para a possibilidade de a pílula ser abortiva significa banalizar o aborto. O que se deve fazer é possibilitar métodos mais seguros, que evitem este inconveniente grave. Sabemos que o preservativo também não é 100% seguro, mas não tem este inconveniente (tem outros, mas de gravidade imensamente menor). O DIU é outro caso de um mecanismo claramente abortivo (mesmo assim, de eficácia relativamente baixa).

4. Concluindo. Que fique claro: o aborto não é simplesmente uma interrupção de uma gravidez com um início “adiado” da concepção para a nidação. O aborto é sempre a eliminação de uma vida, qualquer que seja o seu estágio de desenvolvimento. Podemos tomar a atitude que quisermos, a favor ou contra, mas não vale a pena fugas sub-reptícias. Diante destas matérias não pode haver ambiguidades.

5. Uma nota aos crentes. A Igreja nesta matéria, é, de facto, liminarmente clara: o aborto é objectivamente condenável e incompatível com um cristão. Não é por acaso que o aborto procurado significa excomunhão da Igreja, pelo seu significado hediondo (para quem o faz, induz ou colabora). Creio que pouca gente sabe disso, mas é bom que não se ponham “paninhos quentes” numa questão que é muito grave.

[Entretanto, se se proporcionar, aqui ou noutro fórum, será bom discutir as respostas (se existem e quais) a Igreja dá às pessoas que passa(ra)m por esta tragédia do aborto. Assunto para um novo tópico?]

{Espero não vir também eu a ser etiquetado de “extrema-direita” (o que seria cómico)... Vamos cingir-nos às questões em discussão.}

Shalom!
Alef

ERRATA...
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 08:30

ERRATA:

Oops, algumas falhas "feias", embora se perceba pelo contexto:

- 1º parágrafo: correcção de frase que ficou a meio. Leia-se: «Gostaria de colocar à consideração da Ana algumas questões»

- §3: Falta a expressão "eliminação da". Leia-se então: «A ELIMINAÇÃO DA vida de um qualquer zigoto, implantado ou não, é um aborto

- depois da "citação": o primeiro "não" está a mais. Leia-se: «Como é que o efeito não é abortivo, se é abortado um processo que tinha sido iniciado e se uma vida humana é eliminada? Não há aqui uma enorme contradição?».

- Há ainda alguns outros "gatitos", menores, que não prejudicam a compreensão... Problemas editoriais já sob rigoroso inquérito ;-)


As minhas desculpas pelas gralhas!

Alef

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 10:31

Com base nestes raciocínios ( baseados em falsos pressupostos) a que responderei com cuidado quando tiver tempo, devemos avançar com a seguinte legislação:


1 - Medidas legais rigorosas de proibição da venda de pílula anovulatória. ( afinal, se a venda e consumo de heroína não está legalizada o mesmo deve suceder com a pílula, droga ainda mais nefasta).
2 - Revisão do código Penal no sentido de aplicação de pena de prisão até três anos para as mulheres que utilizam a púlua como forma de contracepção, mas que estão a praticar aborto , que é punível com pena de prisão efectiva.
3 - Penalização com penas de prisão para todos os médicos que prescrevem a pílula. porque estão a praticar Aborto.
4 - Proibiçaabsoluta de todos os exames complementares de diagnóstico e testes médicos destinados a avaliar da saude embrionária, fetal e materna ( incluindo o simples examoe obstétricoi) porque indirectamente podem provocar aborto..
5 - Proibição absoluta de todas as técnicas de RMA. poruqe embpra o seu fim e as suas consequências objectivas sejam a a de permitir a Vida humana "contra natura", implicam a manipulação de embriões.

6 - Proibição, a todas as mulheres em idade fértil, de desenvolverem actividades em que haja se aumente o risco de não implantação do ovo ou em que haja o risco de aborto espontâneo, nomeadamente :

a) Ingerir aalimentos com substâncias químicas e aditivos ( mariscos, enlatados, hamburgeres, etc, etc, etc, )
b) Ingerir QUALQUER TIPO DE MEDICAMENTO ( mesmo que morra devido a doença, ), bebida alcoólica ou droga, mesmo que"leve"
c) Realizar exames complementares de diagnóstico de todo o tipo
d) Utilizar os modernos meios de transpotrte - automóvel, avião motorizada, etec, etc,
e) Correr, dançar, praticar exercício físico ou ter actividade sexual
f) Emocionar-se intensamente.
g) Lidar com animais
h) Consumir bebida alcoólica mesmo que moderadamente ou droga, mesmo que"leve"


ESat lista com comportamentos proibidos deve ser alargada e severamente punida com penas de prisão até três anos.


Nota Final -
Para que as mulheres cumpram com eficácia a sua função reprodutiva tendo como pressuposto de que não passam de "incubadoras ", deveriam passar a maior parte do tempo em repouso e evitar em absoluto riscos de qualquer natureza para os potencais ovos que, em cada dia ( excepto durante a menstruação, claro, todas as mulheres em idade fértil podem ter no ventre.


Vá preparem já um referendo!

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 15:06

NOVO REFERENDO - PELA PENALIZAÇÃO DA PÍLULA CONTRACEPTIVA!!

PENA DE PRISÃO EFECTIVA, JÁ!

Aceitam-se subscrições...


Nota - Vai ser necessário reformular drasticamente o actial sistema prisional português para acolher masi de um milhão de impenitentes criminosas que se dedicam diariamente á prática de ABORTO.

Também se corre o risco do país parar porque teremos de encarcerar médicas, professoras, magistradas, domésticas, empresárias , operárias, jornalistas, polícias, guardas prisionais, motoristas, mães, avózinhas, tias e madrinhas, esposas, filhas, irmâs...
Mas nenhum preço é demasiado elevado para acabar com a pílula contraceptiva....

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 15:09

Desculpem a asgralhas
Passo a corrigir:


Nota Final -
Para que as mulheres cumpram com eficácia a sua função reprodutiva , como pressuposto de que não passam de meras"incubadoras ", deveriam passar a maior parte do tempo em repouso e evitar em absoluto riscos de qualquer natureza para os potencais ovos que, em cada dia ( excepto durante a menstruação, claro,) todas as mulheres em idade fértil podem ter no ventre.

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 17:08

Ana, haja paciência! A questão legal é perfeitamente secundária para o que está realmente em causa, que é a possibilidade ou não de a pílula ser abortiva e é a restrição ou não do teu conceito de aborto. É ou não é verdade que restringes a questão do aborto ao período pós-nidatório? Todas as tuas derivações legais são uma forma de forma de fugir à questão ou desconversar. O aborto não é primariamente uma questão legal, como bem sabes.

O teu texto mostra um qualquer tipo de "desespero" injustificável. Não havia necessidade. Ninguém está a falar de incubadoras, mas da necessidade de repensar métodos. Será que não fui claro na minha mensagem?

Fico à espera da tua resposta ao alegado (meu) falso raciocínio baseado em falsos pressupostos. É a argumentação que coloquei que quero ver discutida, não derivações que para já são secundárias.

Alef

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 17:54

Quero começar por dizer que os meus pressupostos sobre a gravidez não são os meus - mas os pressupostos dominantes da comunidade científica, com base nos conhecimentos actuais.

Vou usar linguagem leiga.

1 - Tecnicamente, a gravidez inicia-se com a nidação.

2 - Tecnicamente, o desenvolvimento embrionário inicia-se com a junção entre o óvulo e o espermatozóide - fecundação.

3 - Estes dois processos estão obviamente interligados mas não são em absoluto sobreponíveis. ( Pode haver concepção sem gravidez e gravidez sem concepção)

4 - Aborto significa interrupção da gravidez. ( Pode haver destruição de embriões sem que exista aborto)

5 - A pílula anovulatória não é abortiva porque não se destina a interromper a gravidez - destina-se a evitar a ovulação, logo a concepção.
Actua antes e não depois da fecundação ocorrer.


6 - O processo de nidação é complexo e diferenciadao - não se trata de uma mera "acoplagem " de um ovo ao endométrio, mas de um complexo e arriscado processo que envolve reacções químicas e imunológicas fascinantes. È um processo cheio de riscos. E, por isso mesmo, na natureza, há 20 a 25% de possibilidades de a nidação nunca vir a ocorrer, e de não haver gravidez, apesar de já se ter iniciado uma fase do desenvolvimento embrionário..

7 - Estas possibilidades são bastante mais reduzidas se as mulheres utilizarem anticonceptivos orais, porque as possibilidades de haver fecundação são muitíssimo mais reduzidas (Taxas de eficácia de 99%), do que em mulheres que não utilizam qualquer método contraceptivo ou as que usam outro tipo de métodos contraceptivos. Estamos a falar de cálculo probabilistico. Há menos probabilidades de ocorrer um aborto em mulheres que utilizam a pílula.

8 - Há várias pílulas no mercado, com vários tipos de combinações hormonais e algumas variações em termos de eficácia e mecanismos de actuação. AS pessoas podem sempre escolher e seleccionar aquelas que melhor correspondem a os seus critérios e valores.

9 - A pílula contraceptiva pode ser utilizada com finalidades terapêuticas para várias situações patológicas e para prevenção de outras, nomeadamente prevenção de certos tipos de cancro). O seu fim não é apenas contraceptivo.

10 - O uso da pilula não deve ser repensado - deve ser PENSADO POR CADA MULHER QUE A UTILIZA, CONSCIENTEMENTE E DEPOis DE TODA A INFORMAÇÃO POSSÍVEL. Trata-se de um problema intimo, que se reporta á consciência individual e por isso mesmo não deve ser alvo de manipulação maniqueista.

11 - Volto a repetir que esta ima questão científica mas com implicações inequivocamente legais. SE a pílula é abortiva deve ser penalizada legalmente. Pelo menos, deve ser esta a exig~encia dos que são anti aborto. Devem exigri imediatamente a penalização , com penas de prisão efectiva, da sua prescriçã, utilização e comercialização...
Ou afinal, a coerência é só para os outros?

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 19:14

Ana, o que disseste confirmou então as minhas suposições:

a) consideras que o aborto não é a morte de um ser humano, mas a interrupção de uma gravidez que começa só com a nidação;

b) consideras que provocar a morte do zigoto não nidado não é um aborto, logo não há qualquer problema ético-moral nisto;

c) presumo também que não vês problemas morais no uso da chamada pílula do dia seguinte (talvez admitas problemas de outra ordem, a começar pelas contra-indicações médicas);

d) mais ou menos explicitamente admites que não há qualquer problema moral em destruir embriões congelados.

Certo?

O “ovo de cuco” está então desmascarado.

Tenho então que considerar os seguintes pontos.

1. A vida é inviolável. Tu dizes que tecnicamente a gravidez começa com a nidação. Que seja. O que a Igreja diz claramente é que a vida humana é inviolável desde a concepção até à morte natural. Nisto estás em clara dissensão e é bom que o assumas (ou mudes de opinião), porque não vês qualquer problema ético-moral no abortar de uma vida humana ainda não nidada e nisso defendes algo de contraditório com o ensino bíblico: «Não matarás!»

2. O zigoto é um ser humano. Dizes que a pílula não é abortiva porque não se destina a interromper a gravidez. É certo que a pílula não tem por finalidade ser abortiva. Mas tu própria reconheces que existe alguma probabilidade de ela não conseguir evitar a ovulação e a fecundação, actuando depois como um obstáculo à nidação, sendo que, nesse caso, o zigoto morre. Certo? Ora, o zigoto é um ser humano!

3. E as probabilidades de aborto espontâneo? Não é legítima a comparação de probabilidades de um aborto ocorrer por causa da pílula e a probabilidade de ocorrência de um aborto espontâneo, pela simples razão de que o primeiro é provocado, enquanto que o segundo não. As questões de moral e ética dizem respeito aos que são provocados, com bem sabes.

4. Repensar, sim! O uso da pílula deve ser repensado, sim, na medida em que as mulheres (e os homens) devem saber que a pílula não está totalmente livre de eliminar uma vida humana. Repito o “exercício” que propus anteriormente: se houvesse a probabilidade de 1% de a pílula ser mortal para quem a toma, não creio que alguém arriscasse a tomá-la! Estaremos a brincar com “roletas russas” em relação a seres humanos?

5. O aspecto legal. A questão legal é outro aspecto, importante, sim, mas não o primeiro. Há muitas coisas legais que são imorais e vice-versa. Nota que o DIU é sabidamente abortivo e não está penalizado, nem creio que o seja alguma vez. A pílula do dia seguinte também é claramente abortiva (escudada no teu “truque” dirás que não, dado que ainda não ocorreu a nidação) e está legalizada.

6. Não se entendo o que entendes por “manipulação maniqueísta” quando se alerta para os problemas que podem envolver o uso da pílula. É que “maniqueísmo” tem um uso muito preciso.

7. A consciência de cada um e a tentativa relativista. Dizes que «O uso da pílula [...] deve ser pensado por cada mulher que a utiliza, conscientemente e depois de toda a informação possível». Pois bem, é precisamente necessário divulgar estes dados: dizer que há alguma probabilidade de a pílula matar um ser humano. Isso será dar toda a informação possível. Simples, portanto. Apelas então a tratar-se de um “problema íntimo, que se reporta à consciência individual”. Isso não dá justificação moral ao facto. Porque razão matar um ser humano nos primeiros tempos de vida é um problema íntimo e matar uma criança nascida já não é? Porque é que a violência contra as mulheres é um problema gravíssimo, um crime (e eu concordo), mas matar um ser humano é um simples “problema íntimo, que se reporta à consciência individual”?

É claro que a consciência moral individual é importantíssima, mas apenas no aspecto subjectivo. Certamente não aceitas que se invoque a consciência individual para justificar um homicídio ou um roubo ou um crime de pedofilia... Mas abres uma excepção: se a vítima for um ser humano que ainda não iniciou a nidação.

Alef

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 23:21

Quando não se têm argumentos recorre-se á mentira... Eu bem tentei escrever de uma forma simples, mas nem assim...

Por uma questão de esclarecer o senhor Alef, tenho de me repetir. Lát erá de ser .


1 - Em nenhum momento afirmei que o aborto não é a morte de um ser humano. ( Quando fizeres afirmações destas é favores colocares entre aspas a frase onde isso é afirmado por mim)

2 - è absolutamente mentira que eu tenha afirmado, em qualquer momento, que eliminar embriões congelados não representa um problema ético.

3 - È mentira que eu tenha afirmado que o ser humano não merece protecção jurídica desde o momento da sua concepção.


4 - Precisamente por considerar a inviolabilidade do direito á vida ( que não resulta apenas de paleio agressivo mas da minha vivência enquanto mulher geradora de vida) é que defendo como inalienável o direito e o dever dos casais de terem uma paternidade / maternidade responsável. Isto implica a escolha de MEIOS CONTRACEPTIVOS ( não disse abortivos), que, de acordo com a sua consciência, maturidade psicológica e capacidade de amor sejam os mais indicados para relizarem plenamente o seu projecto de fecundidade.

5 - Nesse contexto, a pilula contrceptiva é um método altamente eficaz (Embora o DIU, oa contrário do que afiormas, também o seja), que pode ser LEGITIMAMENTE UTILIZADO porque não tem efeitos abortivos.

6 - Como método altamente eficaz é um meio para reduzir o horror da gravidez não desejada, de reduzir o aborto e o infanticídio.

7 - Os radicais "antiaborto" a todo o preço, se conseguirem demsosntrar tecnicamente que os efeitos da pilula anovulatóaria são abortivos, devem ser corerentes eexigir imediatamente a criminalizalão do seu uso.

8 - Já gora, há sempre a probabilidade da pílula ser mortal para quem a toma. A pílula ou até um simples antipirético. podes sempre fazer uma reacção anafilática... Só que é uma hioótese tão remota e representa um risco tãoredizido que ninguém deixa de tomar um antipirético se tiver 40 de frbre...

Se precisares, eu explico melhor.


Se quiseres debater a questão do aborto e do início da vida humana, estou disponível.

Mas, como bom cristão, evita mentir, por favor.


ana

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 06 de February de 2003 23:25

Desculpem as gralhas, teclei muito rápido.

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 07 de February de 2003 00:30

Cara Ana:

Por favor, não fervas em pouca água. Eu não minto de algum modo. Enumerei as ditas afirmações com muito cuidado e disse claramente que são suposições, que, no entanto, me pareciam fundadas, como farei questão de mostrar (novamente). Peço-te que antes de atacares leias com atenção. Desculpa ser assim tão directo.

Os números dos meus parágrafos correspondem aos da tua mensagem das 23:21. Vamos com calma.

1. Tu escreveste: «Aborto significa interrupção da gravidez. (Pode haver destruição de embriões sem que exista aborto)». Noutro lado (dois parágrafos antes) dizias: «a gravidez inicia-se com a nidação». Ora, tiremos as consequências do que tu dizes: se o aborto é “a interrupção da gravidez”, que “começa só com nidação” (nota que estou a citar as tuas palavras), e se não há aborto antes de nidação, para ti o cerne da questão do aborto está na interrupção da gravidez e não na morte do ser humano. Na verdade, não mostraste nenhuma preocupação pela morte do zigoto antes da nidação, antes te empenhaste em procurar provar que a morte do zigoto antes da nidação não é um aborto. Ao que parece -- confirma-nos isso -- não há qualquer problema ético com a morte do zigoto antes da nidação. Que tens a dizer sobre isto? Há ou não um problema ético-moral quando se provoca a morte do zigoto antes da nidação?

2. Também eu não disse que tenhas afirmado a inexistência de problemas éticos para os embriões congelados. [Fiz questão de usar um “presumo”, tirando uma consequência da aparente desvalorização da morte de um zigoto.] O que eu disse é que se desvalorizas a morte dos zigotos antes da nidação, então temos a porta aberta para se poder dar o destino que quisermos a estes embriões. Foi o que eu disse. Se dúvidas, houver, basta ver as palavras “ipsis berbis”... O que tens a fazer então é dizer-nos se há ou não problema que um zigoto antes da nidação morra. Se não há problema que morra, ainda que seja por causa da pílula ou do que quer que seja, significa que o zigoto não implantado não tem valor enquanto ser humano. Se, pelo contrário, tem valor humano, como justificas que se possa usar uma pílula com a probabilidade, ainda que mínima, de matar um zigoto não implantado? Peço-te uma resposta clara.

3. Não falei da tua posição sobre a protecção jurídica desde a concepção, pelo que não te atribuí qualquer afirmação.

4. Estamos de acordo com o que dizes no parágrafo 4º, a saber que os casais devem ter uma paternidade/maternidade responsável e concordo que a contracepção não se compara ao aborto. Mas a questão deste tópico é outra: é que um dos métodos ditos contraceptivos pode ser abortivo! Esta é a questão! Insisto: se for abortivo, ainda que numa percentagem pequenina, temos que arranjar alternativas. É que usar a pílula sabendo que há o risco de ser abortiva (ou então: se matar um ser humano não implantado ainda), não estamos na presença de contracepção, mas de aborto!
Responderás novamente que não se trata de um aborto, porque não há ainda gravidez. Mas insisto: mata-se ou não um ser humano? Aborta-se ou não um processo que se não fosse interrompido poderia dar origem a uma pessoa como nós que aqui lemos e escrevemos?

5. Que a pílula tem um alto grau de eficácia é sabido. Mas encontramos agora um elemento de desacordo. Afinal, foram dados elementos -- que parecem ser verdadeiros -- que nos dizem que existe a probabilidade de a pílula conduzir à morte do zigoto antes da nidação. Tu dizes que isto não é um efeito abortivo, porque restringes o aborto ao tempo pós-nidatório. Mas responde com clareza, por favor: mesmo que tu não lhe chames aborto (o que é altamente duvidoso!), não é verdade que se mata um ser vivo, humano?

Em relação ao DIU, o que acontece é que o DIU normalmente não impede a fecundação, mas sim a nidação. Estamos diante do mesmo problema, sendo que neste caso as taxas de morte dos zigotos são muito maiores. Mesmo assim, há bebés que nascem apesar do DIU.

6. Dizes que a pílula é altamente eficaz. Certo. Mas isso não responde à questão colocada neste tópico do fórum: a possibilidade de se matar o zigoto, que é um ser humano. Sim, pode haver “o horror de uma gravidez não desejada” (“horror”?), mas parece-me mais horrendo que em nome da contracepção se eliminem seres humanos.

7. Apelas para a questão da criminalização, mas essa é uma questão secundária. Antes dos aspectos legais estão os morais e éticos. É isso que nos interessa aqui. Parece-me quereres argumentar “ad absurdum”, mas aqui estamos a discutir a questão moral, que é prévia à questão jurídica.

8. É claro que há probabilidades sinistras para todo e qualquer medicamento. Mas garanto que se a probabilidade de morte para quem toma a pílula fosse a mesma que a da morte de um zigoto, ninguém a tomaria.


Claro que tenho muito gosto em continuar a discutir esta questão do aborto e do início da vida humana. Já conheces a minha posição, que é clara: a vida humana começa na concepção, mesmo quando há a possibilidade de gemelação e mesmo sabendo da apreciável quantidade de abortos espontâneos. São dois elementos que trazem grandes problemas, filosóficos e teológicos, mesmo aos que defendem que desde a concepção estamos diante de um ser humano. Não me furto a debater os problemas.

Entretanto, diz-nos com clareza:

a) Se eu eliminar um zigoto que está a caminho da nidação, estou ou não a abortar uma vida humana? Estou ou não a matar?
b) Que dizes tu da legitimidade de usar a pílula do dia seguinte?


{Uma nota final: já participei em muitos, muitos debates sobre estas temáticas e vejo que as pessoas tendem a justificar posições que têm a ver com a própria experiência e que tocam às vezes grandes profundidades da consciência pessoal, causam iras, revoltas, paixões, etc. Mas nada disto justifica agressões. Da minha parte, se releres os meus textos, verás que procuro ser contundente mas evito qualquer expressão que possa ferir pessoalmente o interlocutor e estou pronto a pedir desculpa quando isso acontecer. Espero, claro, a mesma atitude. Acusas-me de mentir. É uma acusação grave, que, no entanto, peço que reconsideres. Nota que eu disse explicitamente que as alíneas estão formuladas como uma tentativa de perceber o “quadro geral” do teu pensamento, explicando que se tratava de suposições que aquilo que tinhas dito confirmava. É de resto, uma forma aconselhável de debater: mostrar o que se apreendeu da outra parte. É um sinal de deferência e uma oportunidade para a outra pessoa explicar: “Não, não foi isso que eu disse; o que eu disse foi isto e isto”. E nessa altura avança-se. Foi isso que procurei fazer. Daquilo sobre o qual não tinhas falado coloquei a forma verbal “presumo”, tirando consequências do que tinhas dito. O facto de pôr tudo em forma de teses era claramente uma oportunidade que eu dava a mim mesmo e a ti de clarificar posições. Nesta mensagem que acabo de escrever, nos primeiros parágrafos, tive a oportunidade de, de uma forma serena, justificar os meus pontos de vista. Gostava que ficasse claro que poderei enganar-me, errar, mas mentir nunca o farei, porque isso denota um acto intencional de fazer mal e eu jogo noutra divisão. Gostava que me desses o benefício da dúvida.}

Alef

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 07 de February de 2003 10:56

Mantenho a esperança de que a mentira não continue.

Vamos partir de um pressuposto básico (Discutível, mas, pronto)..
Existe gravidez desde a fecundação (no corpo da mulher).


Mas quem é que mata um ser humano quando se usa a plílula?

Se a pílula inibe a ovulação, como se podem afirmar aberrações destas??????????????????

Qualquer dia, dizem que os embriões nidados também são abortivos . ou seja quando há gravidez, deixa de haver ovulação, e a nidação de outros embriôes torna-se problemática
POrtanto a própria gravidez pode ser um método abortivo... Ridículo, não é?

Aliás, como já tentei explicar, a pílula "imita "uma "gravidez hormonal... Basicamente é isso, por isso é que os ovários deixam de produzir óvulos. Ponto final. Eu sei que é difícil entender... vá lá, com um esforçozinho...

Como já referi, há vários tipos de pílulas, com várias combinações hormonais possíveis, em que estes efeitos absolutamente secundários sobre o endométrio não têm qualquer influência numa eventual "nidação".
Se as pessoas estão preocupadas com este efeito relativamente ás pilulas que usam , falem com os médicos que as acompanham e mudem de pílula!

È verdade que nas primeiras pílulas lançadas no mercado , há cerca de 50 anos atrás, as dosagens hormonais eram de tal forma elevadas e ainda tão pouco fisiológicas que estes efeitos sobre o endométrio eram muito marcados. Em termos de composição química, as pílulas de há quarenta anos eram muito parecidas com a actual pílula do dia seguinte, que essa, sim pode ser considerada abortiva no sentido em que o seu fim é impedir não só a ovulação mas também a a nidação. Mas etes efeito obtém-se á custa de dosagensnhormonais elevadíssimas, que nada tem a a ver com as dosagen das actuasi pilulas contraceptivas. Ponto final.


Continuando a falar com seriedade - a última geração de pilulas, recentemente lançada no mercado, afasta completamente esta falaciosa discussão sobre as eventuais "propriedades abortivas " da pílula contraceptiva. Trata-se de uma pílula de toma contínua feita á base de estrogénoes, que tem uma vantagem excelente - o fim da menstruação. Nem sequer há descamação da parede uterina, o que é óptimo para as mulheres e afasta de vez estas tretas do improvável risco abortivo da pilula.

As pílulas contraceptivas distinguem-se doutros métods considerados abortivos como o Dispositivo Intra Uterino , precisamente porque esses métodos se destinam a evitar a nidação, o que não acontece com a pílula.

Por último chamo atenção do senhor Alef do também existente risco de "aborto espontãneo " e malformações fetais, presentes para praticamente todos os fármacos comummente utilizados. Considerando este risco , não seria também de recomendar ás mulheres que nunca tomassem qualquer medicamento durante a sua vida fértil?

Nunca, em caso algum... Porque, pela ordem de ideias do alef, qualquer mulher pode estar grávida a qualquer momento. Isto é, se se exclui a definição médica da gravidez, uma mulher fértil e sexualmente activa está sempre grávida ( a não ser durante a menstruação)
Enfim...
è triste, mas é o que temos.

Re: A PÍLULA Não É ABORTIVA? DEPENDE.
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 07 de February de 2003 14:00

Cara Sandra.

Uma gravidez só se detecta através da hormona gonadotropina coriónica (aquela que se detecta na urina para os testes de gravidez), quando há nidação. Antes disso, nenhum teste te detecta a HGC!
Casos há em que existe nidação e o embrião não se desenvolve e há aborto espontâneo, mas isso não se deve à pílula, mas sim a defeitos genéticos, ou a doenças crónicas na mãe, ou a irregularidades hormonais (por exemplo, falta da hormona progesterona que te "aguenta" a gravidez e faz com que o embrião não seja expulso do útero antes de tempo), ou a defeitos imunitários ou uterinos, mas agora devido à pílula? É um perfeito disparate! Eu utilizei a pílula e nunca abortei, assim como houve muitas outras mulheres que utilizaram a pílula e nunca abortaram! A pílula tem como principal efeito impedir a ovulação, ou seja, quase o mesmo efeito quando uma mulher está grávida. É muita ingenuidade pensar-se que se ovula mesmo quando se está a tomar a pílula. É que ter menstruação não é o mesmo que ter ovulação. Inclusivamente, há muitas mulheres que só 6 meses após terem interrompido a tomada da pílula é que recomeçam a ovular e é aí que a gravidez pode acontecer.

Anna

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 07 de February de 2003 14:17

Contradição ontológica do Alef:

Afirma que a pílula tem como efeito impedir a nidação (ERRADO) e afirma expressamente que este facto significa "matar um ser vivo, humano".
TRATA-SE POIS DE HOMICÍDIO.

Para o Alef, tomar a pílula é uma forma de homicídio ainda que se possa considerar sob a forma de negligência. Ou mesmo homicídio premeditado e consciente, praticado pela mulher que toma a pilulazinha diária com um copinho de água. Esses gesto aparentemente banal é uma elaborada técnica de homicídio.. E como é uma técnica em geral prolongada no tempo, estamos mesmo na presença de verdadeiras serial killers, que todos os dias , durante anos praticam actos homicidas.

Mas, incongruentemente, o Alef acho que esta forma de homicídio não constitui um problema legal nem deve ter repercussões no sistema jurídico -penal, referindo "que a questão da criminalização é secundária".
Se o Alef apresentar dados científicos congruentes que demosntrem que tomar a pílula é um homicídio porque impede a nidação (ERRADO, mais uma vez) - E ISSO SIGNIFICA "matar um ser vivo, humano", tem todo o sentido aplicar-se- lhe a mesma sanção penal do crime de Aborto, que é um crime contra a vida. ( Pena de prisão efectiva até três anos)

Foi com base nestas consideraçãoes que hOuve uma violenta cAmpanha nacional contra a despenalização do aborto. Então em que ficamos? È um problema individual, de consciência ou é um problema éticojurídico funadmental que deve estar plasmado no ordenamento jurídico?

Há coerência ou é só para algumas coisa?

Ou será porque o senhor Alef, bem lá no fundo da sua consciência está convicto de que não é bem a a mesma coisa?


ana

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 07 de February de 2003 15:45


Aproximadamente vinte horas depois da fecundação, ocorre a primeira divisão celular e a partir daí, a cada doze ou quinze horas, ocorre uma nova divisão. As células vão se dividindo exponencialmente: serão quatro, depois oito, dezesseis, trinta e duas e assim por diante. Este estádo é conhecido pelo nome de mórula. Enquanto ocorre essa divisão, o ovo caminha em direção ao útero guiado pelos cílios da trompa. Este tempo de percurso dentro da trompa é muito crítico, pois o novo ser, também está exposto aos ataques do sistema imunológico da mãe.
Pesquisas revelam que um em cada três óvulos fecundados não evoluem para uma gravidez, isto é, o ovo é espontaneamente expulso durante as duas primeiras semanas, antes mesmo do atraso da menstruação. Inúmeras vezes isso passa despercebido para a mulher. A menstruação ocorre, podendo atrasar alguns dias e costuma ser mais abundante que o normal. Este abortamento natural poderia ser um mecanismo natural de defesa da nossa espécie, para impedir nascimentos de crianças prejudicadas por irregularidades na divisão celular, como por outros problemas com o ovo.

NIDAÇÃO

Dias após a fusão, o ovo, com as células ainda em multiplicação, faz sua descida ao útero e começa a procurar um lugar para se fixar. Nessa altura, uma hormona do ovário, a progesterona, já terá preparado o endométrio para alimentar o ovo, mediante suprimento adicional de glicogênio e outras substâncias nutritivas.
Acontece às vezes de o óvulo fecundado acomodar-se na mucosa da trompa, e não na do útero. Ou mesmo, em casos raríssimos, em alças intestinais e outras mucosas. São casos pato1ógicos (gravidez ectópica), em geral muito graves, por ameaçarem a vida da mãe. Normalmente, dentro do útero, o ovo se transforma numa bolha só1ida cheia de líqüido. Por dentro desse globo, num dos pólos, aglomera-se um tipo especial de células, numa protuberância interna. O ovo agora chama-se blastocisto (blasto = que vai gerar algo; cisto = cavidade). Mais tarde, a parede do blastocisto, chamada trofoblasto, irá dar origem à placenta. A massa polar de células dará origem ao embrião. Quando o blastocisto finalmente faz contato com o endométrio, as células do trofoblasto atacam vigorosamente as células endometriais e vão -as destruindo. Os elementos constituintes das células do endométrio servem para alimentar o blastocisto nesse estágio, que ataca tudo vorazmente, inclusive microscópicos vasos capilares da região. E o sangue da mãe começa a alimentar o filho. O blastocisto prossegue perfurando o endométrio, cava nele um verdadeiro ninho (de onde o nome nidação para o processo). O rompimento dos vasos forma lagunas de sangue que alimentam o blastocisto. O endométrio começa a transformar-se, num processo que se irradia circularmente do ponto em que o trofoblasto ataca, em geral a região mais alta do útero, mas nem sempre.
Em torno do sétimo ao décimo dia após a fusão o blastocisto fixa-se ao endométrio (momento culminante da nidação) e, finalmente, entra em contato com a mãe. Após a fixação do blastocisto, começa a formar-se o embrião, que toma esse nome três semanas depois da fusão. O endométrio recobre o blastocisto e forma em torno dele uma cápsula de tecido modificado. A modificação do endométrio chama-se reação decidual, porque o tecido endometrial se transforma em decídua ("que desce", ou cai), a ser expulsa no parto. A cápsula vai crescendo, dentro do útero, com o embrião dentro dela.
É importante notar, portanto, que o embrião não se desenvolve dentro da cavidade normal do útero, mas dentro de uma cápsula hermética que, ao crescer, acaba por ocupar toda a cavidade uterina e dilatá-la. A razão disso é a necessidade de proteger o embrião ou feto contra qualquer contato direto com o exterior. Isso não aconteceria se o processo decorresse dentro da cavidade normal, que se comunica com a vagina através do canal do colo do útero. O endométrio transforma-se em três tipos de decídua: (veja nestas fotos) a parietal que é a que continua a revestir internamente o útero nas partes ainda não atingidas pela cápsula onde se aloja o embrião; a decídua capsular, que envolve a cápsula; e a decídua basal (de base), que fica por baixo dela. O trofoblasto primitivo regride na decídua capsular e forma uma camada lisa por baixo dela, o cório careca. Junto à decídua basal, o trofoblasto se transforma em cório frondoso, de onde se originará a parte fetal da placenta. A decídua basal, par baixo do cório frondoso, dará origem à parte materna da placenta. O âmnio é uma cavidade que existe primitivamente junto ao dorso do embrião, por baixo do trofoblasto. Ao crescer, acaba por envolver totalmente o embrião e, quando adere ao cório careca, que o reveste, forma a parede do saco córioamniótico, conhecido popularmente coma bolsa d'água, que em geral se rompe na iminência do parto. A cápsula recoberta pela decídua parietal vai crescendo e ocupando uma porção cada vez maior da cavidade uterina, mas levará muitas semanas até ocupá-la totalmente. Um aspecto importante de todo o processo de nidação é que o embrião está a salvo de contrações uterinas que poderiam resultar do ataque ao endométrio. O que o protege contra os movimentos, que poderiam expulsá-lo, é a ação da progesterona, secretada pelo corpo lúteo, a principio, e pela placenta depois. A progesterona inibe a contração das fibras

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 07 de February de 2003 19:33

Ana, sinceramente, custa-me a acreditar no que vejo. Não respondes às questões que coloco com muitíssima clareza, limitando-te a tentar levar ao absurdo a argumentação contrária. Afinal, não haverá outra estratégia que os argumentos “ad hominem”? Desculpa-me este quase “murro na mesa”, mas até parece que estás a actuar de má-fé. Quero acreditar que não.

Seremos capazes de seguir um raciocínio até ao fim sem explodir em caricaturas do que o outro disse? Vamos por partes. Peço-te que leias realmente com atenção o que eu disse. Já que falaste do uso de aspas numa das mensagens anteriores, recomendo-te que o faças, pois eu tenho-o feito abundantemente. Mas mais importante que o uso das aspas é que se leia com calma e se responda àquilo que está realmente escrito. É aconselhável que copies as intervenções para um editor de texto e lhes respondas com calma. E não publiques logo o texto sem antes o reveres. É assim que eu faço normalmente. Afinal, é também por estes pequenos sinais que mostramos ser credíveis. Vamos a isto e com calma. Citar-te-ei abundantemente.

1. O problema em discussão. De que é que temos vindo a tratar desde o início deste tópico? De uma coisa muito simples: que pode acontecer, mesmo em pequena percentagem que a pílula não desempenhe a sua missão de ser anovulatória, actuando, sim, sobre o zigoto, na medida em que impede a nidação. Estamos ou não de acordo? Tu própria o reconheces (destaque meu):
Citação:
«Existe então uma ínfima possibilidade de a pílula, indirectamente evitar a nidação, embora seja uma hipótese remota e estatisticamente insignificante. Ao impedir a nidação, impede, objectivamente a gravidez».
2. De outra forma. Ninguém duvida que a pílula é, como tu própria disseste, essencialmente anovulatório. Cito as tuas palavras:
Citação:
«Este é o efeito essencial da pílula , [...] em noventa e tal por cento - daí a sua elevada eficácia».
Ninguém contradisse estes dados. O problema que se tem estado a discutir parte da simples verificação que “noventa e tal por cento” não é cem por cento e nesse caso há possibilidade de haver fecundação e de a pílula actuar directamente sobre o zigoto, uma vez que não impediu a ovulação mas impede agora a nidação.

Ana, não precisamos de ir mais longe. Até aqui está exposto o essencial da discussão. Não tenho estado a inventar nada, tenho estado a falar de uma situação que é excepcional mas possível. Será que isto não ficou claro? Eu não acredito que não tenhas percebido exactamente o ponto da questão.

3. “Tiro ao lado”. Todas as informações técnicas que dás estão correctas, nem esperaria outra coisa, mas não respondem à questão. Pior é quando insinuas a ignorância do interlocutor, mostrando muito pouca deferência:
Citação:
«Aliás, como já tentei explicar, a pílula "imita "uma "gravidez hormonal... Basicamente é isso, por isso é que os ovários deixam de produzir óvulos. Ponto final. Eu sei que é difícil entender... vá lá, com um esforçozinho...»
A informação que dás é sabida e não agradeço a repetição. Todos sabemos que a finalidade da pílula é ser anovulatória e não é a de ter uma acção abortiva. Mas já vimos que a pílula pode não cumprir a sua finalidade de ser anovulatória em cem por cento. Até tu o reconheces, como acabei de mostrar pela citação. É sobre esta dificuldade que estamos a tratar. Será a possibilidade de “falha” de um por cento? Pois, mesmo que seja de um por cento, temos que admitir que em um por cento a pílula não é anovulatória. Certo? E nesse caso existe a real possibilidade de haver uma concepção, um zigoto, que, no entanto, não tem a possibilidade de nidar. É disto que estamos a falar: da possibilidade, por pequena que seja, de um zigoto morrer por causa da pílula. Neste caso há, de facto, um efeito abortivo.

O problema deixa de existir quando se provar que a pílula é 100% anovulatória. Consegues provar isso? Nota: se for anovulatória apenas em 99% o risco permanece!

4. Uma situação de duplo efeito? Continuemos com o teu texto:
Citação:
«Por último chamo atenção do senhor Alef do também existente risco de "aborto espontâneo" e malformações fetais, presentes para praticamente todos os fármacos comummente utilizados. Considerando este risco , não seria também de recomendar ás mulheres que nunca tomassem qualquer medicamento durante a sua vida fértil?».
Será bom que não me trates por “senhor”, porque neste contexto é depreciativo (e já o fizeste várias vezes). Também nunca te tratei por professora, doutora ou mestra, como podia fazer e com propriedade, nem por um “senhora”. E quanto à questão: sei disso, mas são dois contextos éticos distintos. No caso de um normal fármaco (seja um antipirético ou outro) podemos invocar o princípio do duplo efeito, mas não no caso do uso da pílula, porque esta se relaciona directamente com o processo reprodutor (além de os riscos serem maiores). Se no primeiro caso teríamos um efeito indirecto e não desejado, no segundo caso temos, do ponto de vista médico e sobretudo ético, um efeito directo e consentido.

5. A “contradição ontológica”. Aparece então uma expressão absurda (sem ofensa): atribuís-me uma “contradição ontológica”! Acho isto extraordinário: o uso e abuso de termos de qualquer forma, como se pudessem usar determinadas palavras “ao calhas”: primeiro foi o “maniqueísmo”, agora é a “contradição ontológica”. Ai, ai, ai...
Bom, qual será esse “ente”? Vamos ao teu texto:
Citação:
«Afirma que a pílula tem como efeito impedir a nidação (ERRADO) e afirma expressamente que este facto significa "matar um ser vivo, humano". TRATA-SE POIS DE HOMICÍDIO».
Que afirmei eu então? Não afirmei tautologicamente que a pílula tem como efeito impedir a nidação, mas admito que «existe [...] uma ínfima possibilidade de a pílula, indirectamente evitar a nidação [...]. Ao impedir a nidação, impede, objectivamente a gravidez». Oops, esta citação não é minha, mas de alguém que sabe destas coisas. Pois é, mesmo que indirectamente, pode «objectivamente» (sic) impedir a gravidez! Citei as tuas palavras, Ana! E vejamos a inexactidão da tua acusação: em termos lógicos tu pões nas minhas palavras uma tautologia (“a pílula tem como efeito impedir a nidação”). Ora em nenhum lado eu afirmei tautologicamente tal coisa. Seria um absurdo lógico.
Mas, pelas tuas palavras, eu digo mais, e desta vez não erras. Citando-te: «afirma expressamente que este facto [impedir a nidação] significa “matar um ser vivo”». Pois onde está o escândalo em relação à minha afirmação? Se, como admites (e falamos sempre em percentagens mínimas) pode haver fecundação e o zigoto pode morrer por não conseguir nidar, pergunto: trata-se ou não da morte provocada de um ser vivo?
És tu mesma que deves tirar consequências da tua afirmação, que já citei duas vezes.
E concluis em maiúsculas: «TRATA-SE POIS DE HOMICÍDIO». Pois é, Ana, esse é o cerne do problema! Se -- nota bem -- houver uma percentagem de um por cento que seja de a pílula não cumprir a sua finalidade anovulatória e de haver uma concepção, haverá a morte de um ser vivo, porque esse zigoto não conseguirá nidar. Trata-se então de um efeito abortivo. Nota que “efeito” significa resultado factual e não finalidade. Ora, se morre um zigoto, é um ser humano que morre, por acção de um produto químico. Uma morte provocada, de facto.

Tudo isto são consequências daquilo que tu mesma admites: a pílula não é 100% anovulatória.

Sendo assim, nenhum tipo de contradição existe (muito menos “ontológica”!) naquilo que eu disse. Os dados são claros e são fornecidos ou admitidos por ti.

Sei que estamos a falar de possibilidades mínimas, mas são possibilidades reais. Nota que tenho seguido este raciocínio devagarinho, sem passos em falso, seguindo as tuas próprias palavras.

6. Consequências últimas: homicídio? Segue-se então um salto lógico a realçar:
Citação:
«Para o Alef, tomar a pílula é uma forma de homicídio ainda que se possa considerar sob a forma de negligência. Ou mesmo homicídio premeditado e consciente, praticado pela mulher que toma a pilulazinha diária com um copinho de água. Esses gesto aparentemente banal é uma elaborada técnica de homicídio.. E como é uma técnica em geral prolongada no tempo, estamos mesmo na presença de verdadeiras serial killers, que todos os dias , durante anos praticam actos homicidas.»
Esta argumentação não engana ninguém. Na sua interpretação menos benévola teríamos que dizer também que (e passe o exemplo, que pretende mostrar que a conclusão não colhe) o facto de haver homicídios que se processam com facas, sempre que alguém estivesse com uma faca na mão estaria a praticar um acto que potencialmente levaria ao homicídio. Quero acreditar que a pílula seja eficaz em mais de 99% dos casos, e que a pílula NUNCA actua sobre o produto de uma concepção, mas tu não me garantes isso (nem ninguém). Há, portanto, maior risco de que tomando uma pílula ela venha a actuar sobre um ser humano do que a probabilidade sinistra do uso de uma faca. Exemplo à parte, vejamos com seriedade: estas minhas intervenções nada têm contra a pílula enquanto contraceptivo em si. Não estou a pronunciar-me sobre a moralidade da contracepção, que esse é um outro problema. Estou a pronunciar-me contra um RISCO que o uso da pílula encerra. Nada mais.

7. A questão jurídica. E voltas ao problema jurídico-penal. É uma forma de tentar colocar o problema em “xeque”. Claro -- pensas tu e muitos -- seria hilariante uma campanha pela penalização da pílula. Era o regresso do obscurantismo! ;-) Acontece que, de facto, para esta discussão a questão jurídica é secundária, porque estamos a discutir o aspecto ético. Ainda não respondeste a esta questão e insistes em saltar para o aspecto jurídico? Quando tu me disseres se é legitimamente ético ou não provocar a morte de um zigoto humano, então estou disponível para discutir os aspectos legais. Não antes. Ponto final.

Eu não confundo, nem nunca confundi, o moral com o legal. Um exemplo claro: o uso do DIU não é penalizado e a meu ver é claramente abortivo, logo imoral. Também a chamada pílula do dia seguinte é abortiva e está legalizada, embora com algumas condições. Mas este não é o problema central da nossa discussão. E mesmo que o aborto venha a ser liberalizado nunca deixará de ser imoral.

Peço-te, mais uma vez, que respondas às questões que deixei anteriormente e a que não respondeste. Volto a colocar algumas dessas interrogações, a que peço resposta directa, sem subterfúgios generalistas (como dizer que a pílula é anovulatória e não abortiva, etc. – estamos a falar de casos de excepção, mas reais). Cá vão as questões. Peço-te que respondas claramente a cada uma delas:

1 - A pílula é 100% anovulatória? Sim ou não?
2 - Existe alguma possibilidade, por ínfima que seja, de haver uma concepção quando se usa a pílula? Sim ou não?
3 - Se ocorrer uma concepção, o zigoto morrerá por não conseguir midar? Sim ou não?
4 - Se houver uma concepção e o zigoto não conseguir nidar, há ou não uma morte de um zigoto humano? Sim ou não?

Alef

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 07 de February de 2003 19:55

À Ana Amorim (Anna):

Dizes: «A pílula tem como principal efeito impedir a ovulação, ou seja, quase o mesmo efeito quando uma mulher está grávida. É muita ingenuidade pensar-se que se ovula mesmo quando se está a tomar a pílula».

Acontece, cara Anna, que o problema que deu origem a este tópico do fórum é precisamente a verificação de que a pílula não cumpre a 100% a sua "missão" anovulatória. É o problema das "excepções" que estamos a tratar. O que se discute aqui é a possibilidade de haver ovulação, fecundação e posterior morte do zigoto porque a pílula impede a nidação. A Ana admitiu claramente que a pílula não é 100% eficaz no que respeita à (não) ovulação (logo, não é muita ingenuidade pensar na possibilidade de ovulação enquanto se toma a pílula), mas a mesma Ana não quer admitir a consequência, que é a possibilidade de um zigoto humano (um ser humano) morrer em consequência da pílula que não conseguiu impedir uma ovulação.

Sinceramente, eu ficaria descansado se a pílula fosse 100% segura e não fosse causa de morte de um zigoto humano. Se me provassem isso, eu retiraria tudo o que escrevi. Mas não parece ser isso o que acontece.

Não se trata, pois, de qualquer caturrice da minha parte, mas simplesmente uma preocupação por estes dados. Preferia que não fosse assim. Acho é que não podemos brincar com "roletas russas" quando se trata de uma vida humana.

Uma consequência simples: a ser verdade que a pílula não é eficaz em 100% na anovulação, podendo ter um efeito abortivo (=provocando a morte a um zigoto não nidado), há que procurar alternativas sem riscos abortivos. O preservativo e os espermicidas terão a vantagem de não terem este risco.

Falaste da tua experiência e não há problema nisso. Mas é importante que quando discutimos problemas destes nos libertemos por momentos das situações A e B. É claro que esta questão traz algumas perturbações e provavelmente a maior parte das pessoas prefere nem sabê-lo (claro!). Mas é importante que se informem as pessoas. É que num aborto espontâneo não há intencionalidade, logo não há responsabilidade moral, mas quando se usa a pílula sabendo destes riscos (ainda que mínimos) está-se a assumir uma determinada posição que levanta problemas éticos e morais importantes.

Pensemos a sério nisto, sem nos agredirmos inutilmente.

Alef

Re: O que estará por trás desta campanha?
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 07 de February de 2003 21:42

A propósito do tema- o pretenso efeito abortivo da pílula - fartei-me de ler e reler literatura médica e , sinceramente, descobri coisas interessantes...

Na internet, emergem movimentos e associações ditas próvida que , como verificam que há algum consenso em relação ao aborto ( as pessoas tendem a rejeitar o aborto porque têm outras alternativas), resolveram "virar baterias" para a pílula anovulatória...
Sobretudo tentando atingir as populações mais desfavorecidas e com menos informação científica.

Parece uma campanha muito bem organizada, precisamente agora que existe uma pílula a que não pode ser imputado esse risco...

Porque será?

Porque se ataca assim um dos meios contraceptivos , não abortivos mais eficaz e mais difundido?

Será esta campanha inocente?

Por trás dela estará um movimento mais vasto de liberalização do aborto?

Estarão os interesses mercantilistas de clínicas de aborto que precisam de mais clientes?

OU, mais aberrante ainda , por detrás destes movimentos que rejeitam em absoluto qualquer forma de contracepção eficaz estarão interesses de criminalidade em larga escala - que precisam de criancinhas para lançar nos mercados de pedofilia, prostituição infantil e até tráfico de orgãos humanos?

Sem falar nas redes clandestinas de adopção que traficam crianças por esse mundo fora?

A quem interessa estes meninos de ninguém?

A quem interessa que aumente o número de gravidezes não desejadas (sim repito, esse HORROR) e que são quase sempre de alto risco?

A quem interessa que aumente o número de abortos, infanticídios e morte materna??


Antes de responder ao alef, gostaria que reflectissem nestas questões...

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