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A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 03 de February de 2003 02:16


Coloco aqui, como ponto de partida sobre o porquê de se insistir em que as pílulas não agem também como abortivas (impedindo a nidação), um e-mail que me chegou da parte de uma lista de discussão sobre o aborto no Brasil. Faz uma apresentação bastante sucinta e objectiva de toda a questão e o que ela envolve. A autora passou a usar os métodos naturais. Espero bem que funcione para consciencializar todos os católicos, e em particular as católicas, para a urgência em não só deixar de usar um método de planeamento familiar que atenta à natureza da nossa sexualidade, mas cortar de raiz com o frenesim abortista.



«Na minha opinião, não se trata de insistência em condenar os métodos
contraceptivos orais. Eu não considero um bebê concebido e abortado
mesmo que inconscientemente enquanto se usava tais métodos um simples efeito colateral. Existe a probabilidade deste método ser abortivo, e isto não é simplestente opinião minha ou da Igreja Católica, são
baseados em pesquisas científicas, que acredito não serem
preconceituosas. Um cientista, um médico, não associaria o seu nome
com informações preconceituosas simplesmente porque isto prejudicaria
sua credibilidade.

Meu marido também é médico. Eu infelizmente tomava anticoncepcionais.
Quando comecei a ter acesso a este tipo de informação perguntei para
ele se era verdade, e ele me confirmou que existe a chance de se
engravidar e causar um aborto e eu nem ficar sabendo. Não me
interessa que chances são essas. Eu que sou contra o aborto, não
podia mais continuar com uma prática que pudesse, mesmo que
infimamente, matar um filho meu.

O sr. pode até saber disto, mas para quem não sabe partilho os
artigos a seguir.

Existem basicamente três tipos de pílulas:
* as de dosagem alta de progesterona e estrogênio
* dosagem baixa , cerca de metade de progesterona e estrogênio
* e mini-pilula, uma pequena quantidade de progesterona, nenhum estrogênio

As pilulas iniciais de alta dosagem agiam inicialmente como
supressoras da ovulação. Pesquisas mostraram que estas pilulas eram
eficazes na prevenção da ovulação entre 90 e 98% dos casos. Porém,
pilulas com alta dosagem de estrogênio não estão mais disponiveis nos
Estados Unidos ou no Canada. Elas foram removidas do mercado por
causa de varios efeitos colaterais perigosos.

As novas pilulas de baixa dosagem são menos eficazes na prevenção da
ovulação e portanto dependem de duas outras funções. Um óvulo é
microscópico, pode ser difícil dizer em qualquer dos casos se um
óvulo foi produzido e liberado. Mas uma médica ginecologista
holandesa, Dra Nine Van der Vange fez uma pesquisa extensiva com
mulheres usando estas pilulas. Ela encontrou provas de que o ovulo
tinha sido liberado em 4% dos casos, e encontrou crescimento
folicular tipico daqueles que se encontra no inicio da gravidez em
pelo menos 52% dos casos.

O funcionamento da mini pilula ainda não é totalmente compreendido,
mas parece permitir a ovulação em pelo menos 40% das vezes, de acordo
com o relatorio Contraceptive Technology da Universidade Emory. O
especialista em ovulação Dr. John Billings estima que entre 2 e 10%
do ciclo de uma mulher ocorre a ovulação mesmo quando ela toma a
pilula. Isto significa que existe uma chance dela ainda conceber um
filho; mas por causa do efeito da pilula na parede do utero, a
criança não será capaz de implantar-se, e será expelida do corpo da
mãe. Embora isto pareça ser uma pequena porcentagem de risco, no
decorrer do tempo, a probabilidade é grande. Além do mais, realmente
não existe o que se chama de risco "simbólico" de se abortar um bebê.
Neste caso, qualquer risco é muito grande.

[www.lifesite.net]

Então, com que frequência a pilula realmente causa o aborto ao invés
de prevenir a concepção? A probabilidade atual é de 55% em 5 anos, de
pelo menos um aborto. Em geral, as chances aumentam muito durante
muitos meses de uso.

Algumas pessoas possuem objeções morais com relação à anticoncepção por princípio. Mas esta não é a questão aqui. Mesmo aqueles que não vêm nenhuma distinção moral entre prevenir uma gravidez através do anticoncepcional e prevenir a gravidez através da abstinência, ainda deve fazer objeção a qualquer método de controle de natalidade que conta com, até mesmo com uma pequena porcentagem, em destruir uma vida que já começou.

Eu li recentemente que como a pilula anticoncepcional normalmente age
prevenindo a concepção, qualquer aborto ocorrido deve ser aceito como
um acidente infeliz. Isto é o mesmo que dizer que não tem problema
algum disparar uma arma aleatóriamente no escuro, pois normalmente
não se atingirá ninguém, e nos poucos casos que atingir, isto deve
ser aceito como um acidente infeliz.

[www.lifecorner.org]


Sandra Katzman
sapeca@mindspring.com


"Quando anunciarmos este Evangelho, não devemos temer a oposição e a
impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos
conformem com a mentalidade deste mundo (cf. Rm 12, 2)".

Papa João Paulo II, Evangelium Vitae, 82



João

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 03 de February de 2003 02:29


Poderá haver que argumente acerca dos benefícios da pílula. Mas a questão aqui nem é essa: a acção essencial da pílula é na mentira que se provoca no corpo da mulher para simular a gravidez. Podemos chamar-lhe veneno na medida em que vai infertilizando a mulher. Mas desde logo, ao negar uma função fundamental da Humanidade, é completamente contraditório à lei natural.

Ora, se se querem aqueles benefícios oferecidos pela pílula, que se tomem outros medicamentos. Forçar a mensagem de que a pílula é um "medicamento" já foi longe de mais, e a visibilidade dessa contradição está apresentada agora com a vocação abortista da mesma. Mas estou certo que muitos, ainda assim, acharão que se trata de "saúde reprodutiva" e não de envenenamento, pura e simplesmente. Daí também o embotamento das consciências que é tão claro (para alguns, que criticam o assunto) a ligação entre aborto e contracepção.

E depois digam se a Igreja não tem razão...

João

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de February de 2003 09:17

Ora bem: para já, não parece que o título esteja correcto. A pílula (não me refiro à "do dia seguinte") continua a ser um contraceptivo, pelo menos em mais de 90% dos casos... Portanto, convém corrigir: «A pílula pode ser abortiva».

Creio que nunca escrevi nada sobre este assunto da contracepção neste fórum. É um tema muito complexo, onde a Igreja tem tido manifestamente grandes problemas, a começar pelo da linguagem: uma linguagem que pouco tem a ver com a realidade das pessoas, o que faz com que as pessoas, mesmo católicas praticantes, ignorem pura e simplesmente. O que é pena, porque ao nível dos princípios a Igreja ensina elementos muito válidos, mas com uma linguagem desajustada, que pouco ou nada ajuda as pessoas a levar o discurso oficial sobre pastoral e moral familiar e sexual. O desajustamento é tal que gostaria de ver a resposta a um desafio: quantos são os casais que orientam CPM's (Cursos de Preparação para o Matrimónio) que seguem os métodos naturais?

Um rápido esboço do que penso sobre a matéria: mais do que a preocupação "legalista" sobre a licitude deste ou daquele método, há que centrar a atenção no espírito da doutrina da Igreja sobre a matéria, que vai muito para lá da questão do preservativo ou da pílula. É neste sentido que - para escândalo de alguns - se têm pronunciado alguns episcopados, como é o caso do alemão. Isto não significa pôr de parte os métodos naturais de planeamento familiar - certamente bons e desejáveis do ponto de vista ideal - mas investir na educação da responsabilidade. Sem nunca esquecer uma máxima moral que a Igreja sempre defendeu: a instância última em termos de moral subjectiva é SEMPRE a consciência moral (que deverá ser rectamente formada, claro).

Parece-me que a Igreja tem tido um discurso algo "esquizofénico" (ou de duplicidade) no que respeita a estes temas. Porquê? Porque ao nível dos princípios tudo "funciona" bem, é tudo claro, inflexível. Supostamente deixam-se os casos "particulares" para a consulta pessoal com os chamados agentes de pastoral, nomeadamente os padres, em confissão ou direcção espiritual. Só que muitos padres são medrosos, legalistas e inflexíveis, deixando as pessoas entre escrúpulos ou sentimentos de culpa e o afastamento.

Deveriam alguns (sobretudo os tais agentes de pastoral) saber que quando a Igreja define princípios claros, ou ideais, eles se aplicam a situações normais e que para situações de excepção devem ser aplicadas medidas de excepção, sempre no respeito pelo espírito dos princípios. Por isso os bispos alemães não têm dúvidas em admitir que possa haver situações em que os métodos artificiais sejam lícitos. Isto não significa "mangas largas", porque é necessário ser muito cauteloso, salvaguardando sempre a validade dos ideais...

Há já bastantes anos o Cardeal Ratzinger estava numa conferência de imprensa a apresentar um documento sobre estas matérias (não recordo qual) e depois de apresentar todos os princípios claros de que os métodos artificiais não devem ser usados um jornalista pediu-lhe para considerar um caso concreto, que (se bem me lembro era mais ou menos o seguinte): uma mulher que já tem vários filhos, pobre e casada com um homem que se alcooliza e a agride. Será ilegítimo que esta mulher recorra aos métodos artificiais, dado que não está em condições de falar com o marido de métodos naturais? E a resposta foi a seguinte: Bom, essa é uma situação pastoral, a ser tratada como tal.

Só agora estive a ler alguma coisa do tópico "Métodos Naturais de Planeamento Familiar". Muito longo para ser lido rapidamente. Em breve espero dizer algo, pelo que estes aspectos avaliação da "doutrina oficial" da Igreja talvez se enquadre melhor lá... Veremos.

Alef

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de February de 2003 09:26

Oops, gralha. CPM= Centro de Preparação para o Matrimónio

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 03 de February de 2003 17:49

A aspirina é abortiva; os ovos estrelados podem provocar abprto, a bicicleta é abortiva...o sexo é abortivo...
Não brinquem com a saúde das pessoas. E tenham pudor em exibir estupidez.



ana

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de February de 2003 18:12

«E tenham pudor em exibir estupidez.»

Ou pudor em insultar...

Ai, ai, ai, esse fair-play...

Alef

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 03 de February de 2003 19:48

Caro Alef:
Dizer que a pilula é abortiva é a mesma coisa que dizer que a aspirina é abortiva, os antibióticos são abortivos, a música é abortiva, as batatas fritas também, etc... Tudo pode ser abortivo!
è preciso pudor e um minimo de rigor científico nas afirmações produzidas. Não se trata de fair play...



ana

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de February de 2003 20:05

Sim, Ana, podes discordar do que o João disse (também eu mostrei o meu desacordo pelo título), mas isso não te autoriza a rotulá-lo de estúpido (porque é o estúpido que exibe estupidez). Isso é falta de "fair-play", para não dizer mais nada.

Também não me parece forma de argumentar querer comparar os dados que ele apresenta com batatas fritas e música. No mínimo, estás a desconversar, atacando "ad hominem", e isso não é bonito.

Além disso, usaste um plural "vós". Visto que até então só ele e eu tínhamos participado neste tópico, senti-me atingido, mesmo que eu tenha manifestado a minha discordância com o título do tópico. Não te ficava mal seres mais cuidadosa...

Alef

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 03 de February de 2003 20:36

Dizer que a pilula é abortiva é precisamente a mesma coisa que dizer que as batatas fritas são abortivas. Ou seja, é uma afirmação estúpida.
Não rotulei ninguém de estúpido ( tu acabas de fazê-lo) - pretendia apenas realçar a estupidez da afirmação. Poderia ter escrito ignorãncia, em vez de estupidez, mas aqui não se trata de ignorância apenas. È má fé e cupidez e, por isso mesmo acho que estupidez é a palavra mais indicada.

Estou indignada contra estes discursos próabortivos, e é a forma de manifestar a minha indignação...

ana

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de February de 2003 21:15

Ana:

"Discursos pró-abortivos"?

Não percebo. Parece-me que este discurso (o do João) é precisamente "pró-vida"...

Acho que o João exagerou na formulação, mas, se os dados forem correctos (é isso que tens de contestar, se tiveres elementos), isto é, se existir o risco de a pílula ser abortiva, ainda que a probabilidade seja de 5%, isso deve levar a alguma reflexão. Não é negando tal facto (a existir) que ele deixa de ser importante. Se acreditamos que o fruto de uma concepção é um ser humano e não um mero aglomerado de células, devemos estar atentos... Mesmo os que condenam os contraceptivos reconhecem que um abortivo tem uma gravidade muito maior...


*Aproveito para dizer algo que me pareceu ficar pouco claro no tópico sobre os métodos naturais (ainda não tive tempo de o ler todo). Ao contrário do que vários participantes dizem, os métodos naturais não são contraceptivos! Sei que muitas vezes aparecem assim catalogados, mas isso está incorrecto. E a razão é muito simples: enquanto que os contraceptivos actuam como uma barreira "activa" à concepção no decorrer de uma relação sexual (daí o prefixo "contra"), os chamados métodos naturais mais não são do que métodos para regular ou calendarizar a abstenção. Ora, em rigor, regida ou não por um método, a abstenção não é um contraceptivo!

Não será óbvio?

Alef

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 04 de February de 2003 04:40


Quanto ao título do tópico, pretendi que fosse chocante. Eu não disse que a pílula é "só" abortiva, ou "totalmente" abortiva, mas que, como se diz em inglês, é "abortifacient", ou "fazedora de abortos". Claro que podia ter incluído um "também" ou um "pode", mas não pretendi usar eufemismos numa questão tão grave. Sim, porque estaria apenas a precisar algo que todos nós já sabemos: a pílula é contraceptiva; agora, ficamos a saber que é também abortiva.

Ana, permite-me que discorde completamente do que dizes, pois estas informações foram-me dadas por pessoas com mais experiência em saúde reprodutiva que tu, nomeadamente ginecologistas.

Portanto, se queres continuar a insistir numa noção mais ou menos mitológica de que as pílulas não provocam cada vez mais abortos, estás à vontade nessa estupidez de afirmação. E fiquemo-nos por aqui com o "estúpido", que é desnecessário...

A questão é precisamente esta: por poucos que sejam (!!), admitiremos que um só dos nossos filhos morram no nosso ventre, sem que o saibamos sequer?

Quanto a não considerar a abstinência como um contraceptivo, isso é óbvio para mim e vê-lo-ás referido por diversas vezes em vários tópicos aqui do fórum, bem como poderás constatar o embotamento das consciências que a prática generalizada da contracepção provoca, ao ponto de se considerar tudo a mesma coisa...

Para quem pratica o senso comum imparcialmente, ser-lhe-á óbvio, certamente. Para quem pratica uma moralidade acrobática, sendo católico, dificilmente o admitirá.

Fiquem a saber que as linguagens dúbias na área da saúde reprodutiva são do que mais se vê: desde métodos naturais a chamarem-se contraceptivos, passando pelo apelidar "planeamento familiar" a práticas que nada têm disso, até à definição de concepção como sendo implantação! Interesses obscuros movem-se neste meio, incluindo questões anti-natalistas racistas e xenófobas (financiadas, aliás, por milionários) e a liberalização do sexo, com a desintegração da estrutura familiar. Além disso, os serviços na área da saúde reprodutiva dão muito dinheiro: querem-se até fazer bebés em laboratório para ganhar mais...

Já agora, links de sítios cristãos que incluem a crescente discussão sobre as propriedades abortivas da pílula através da nossa posição em relação ao aborto.

Uma exposição rápida sobre o que causa o aborto:

[www.prolife-mcfl.org]

26 médicos na área da Ginecologia fazem um abaixo assinado indicando a pílula como abortiva:

[www.epm.org]

Análise de documentação relativa às diversas pílulas:

[www.cin.org]

Exposições sobre as discussões à volta do tema:

[www.epm.org]


"Only barrier methods, spermicides and natural methods act to prevent conception; all other current birth control chemicals or devices can be abortive."

João

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 04 de February de 2003 12:07

Os argumentos próabortistas, apresentados neste Forum devem ser

desmistificados e denunciados.


1 - Ao equiparar-se contracepção e Aborto está a colocar-se no mesmo plano dois tipos de actuação que não podem em rigor subsumir-se a um Planeamento Familiar responsável. São conceitos e realidades diferentes, quer do ponto de vista estritamente biológico, quer do ponto de vista ontológico, ético e moral.
Se o Planeamento Familiar responsável e o uso de formas de impedir a concepção ( métodos contraceptivos), são perfeitamente legítimos e até preconizados pela Igreja, já a questão do aborto levanta questões bioéticas complexas e é liminarmente rejeitado pela igreja católica.
Esta confusão de conceitos radiacalmente diferentes ( contracepção e aborto) permite que o Aborto passe a ser banalizado como apenas mais um meio de controle da natalidade.
É uma concepção cientificamente errada, falaciosa e que tem subjacente um discurso de legitimação do aborto.

2 - Ao afirmar-se que a pílula anovulatória é abortiva está-se a incorrer numa "propaganda ideológica", tendente á liberalização do aborto.

De facto, se a pílula anovulatória é abortiva (repare-se no paradoxo), só em Portugal um milhão de mulheres em idade fértil que usam este método de planeamento familiar, estão a recorrer diariamente ao aborto!!!!!!!!

Teremos de criminalizar esta situação? Reformular o Código Penal e aplicar penas de prisão até três anos para as 1000000 de mulheres portuguesas que utilizam a pílula?????
Como isto é uma inviabilidade e vai contra os princípios ético-jurídicos mais básicos, a mensagem passada é a de que aborto, afinal, é uma banalidade legitimada pela falta de sanção social e pela consciência ético-jurídica dominante.

3 - Ao fazer um ataque básico e primário á "pílula", que é dos dos meios contraceptivos mais eficazes, pode-se estar a contribuir para o aumento do número de abortos efectivamente praticados. Porque estatisticamente, se ocorrer um abandono em massa de um método de contracepção altamente eficaz, haverá um aumento do número de gravidezes não desejadas e um aumento do número de abortos praticados. ( ou até infanticídios)

Em suma - este tipo de discursos, sem fundamentação científica mas com uma forte argumentação ideológica com origem em grupos de extrema direita ou de fundamentalistas religiosos, é uma forma de promoção do Aborto!!

Por último, apraz-me saber que, nestas questões do planeamento familiar até o Ratzinger é um verdadeiro liberal, comparado com alguns aqui no fÓRUM.

Uma última nota de rodapé - quase cinquenta anos de pois da pilula contraceptiva feminina ter sido lançada no mercado , vai ser brevemente lançada a pílula masculina. Não, não me refiro ao Viagra, refiro-me a uma pílula contraceptiva para os homens. Será o ponto final nestes argumentos infantis contra a contracepção química? Ou ainda virá alguém dizer que a pílula masculina é abortiva???

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 04 de February de 2003 12:13

Já agora : a pílula pode ser abortiva, a aspirina também , alguns antibióticos também , alguns medicamentos protectores da mucosa gástrica também , etc, etc , etc, (por issso mesmo as mulheres grávidas não devem utilizar medicamentos sem conselho médico...)
agora ninguém vem dizer que a aspirina é abortiva...
é como andar de autocarro... tembém pode provocar um aborto.... Os autocarros são abortivos???

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: Sandra Katzman (IP registado)
Data: 04 de February de 2003 21:47

Paz para todos,

A convite do João, estou colocando uma análise que fiz para a lista Aborto no Brasil, baseando-me somente em informações científicas sobre o assunto. Espero que colabore com a discussão:

É muito importante levar em consideração a definição de gravidez.

Sabemos através da biologia que:

1- o ser humano possui 46 cromossomos
2- o óvulo possui 23 cromossomos
3- o espermatozóide possui 23 cromossomos
4- quando o espermatozóide se une ao óvulo ocorre a fertilização,
5- da fertilização surge o zigoto (a união de óvulo e espermatozóide)
6- o zigoto tem 46 cromossomos (23 do óvulo + 23 do espermatozóide)
7- o zigoto é um ser humano, pois possui os 46 cromossomos

Justamente porque o zigoto possui 46 cromossomos é que a fertilização também é conhecida por concepção e dizemos que a mulher está grávida. O que é gravidez?

Gravidez, de acordo com a enciclopedia Medline, da U.S National Library of Medicine em conjunto com o National Institutes of Health (NIH)

"Gravidez é uma condição normal, e em muitas situações, não deve ser abordada como um problema ou uma doença. A gravidez começa com a concepção, quando o espermatozóide de um macho fértil se une a um óvulo de uma fêmea fértil. Qualquer fêmea fértil em um relacionamento sexual com um macho fértil corre o risco de ficar grávida."

[Pregnancy is a normal condition and, in most situations, should not be approached as a problem or disease. A pregnancy begins with conception, when a sperm from a fertile male joins with an ovum (egg) of a fertile female. Any fertile female engaged in a sexual relationship with a fertile male is at risk of becoming pregnant.]

Gravidez, de acordo com a enciclopedia Columbia é o período de tempo entre a fertilização de um óvulo (concepção) e o nascimento, tempo durante o qual os mamíferos carregam a sua cria em desenvolvimento no útero.

[pregnancy, period of time between fertilization of the ovum (conception) and birth, during which mammals carry their developing young in the uterus.
The Columbia Electronic Encyclopedia Copyright © 1994, 2000, Columbia University Press. Licensed from Columbia University Press. All rights reserved.]

De acordo com estas definições, impedir que um espermatozóide e um óvulo se juntem, impedir a fertilização, impedir a concepção, é então uma anti-concepção. E qualquer medicamento que faça isto pode ser chamado anti-concepcional. Camisinhas, diafragmas, espermicidas, vasectomia, ligadura de trompas podem ser acuradamente descritos como métodos anti-concepcionais.

Da mesma forma, 'abortivo' é o termo correto para descrever uma interferência na gravidez após ocorrida a concepção. Esta é a descrição precisa para descrever qualquer medicamento ou dispositivo que termine um gravidez iniciada.

O zigoto é uma nova vida humana completa (já possui toda a informação no seu DNA), porém em formação. Óvulo não é ser humano, pois só tem 23 cromossomos; espermatozóide não é ser humano pois só tem 23 cromossomos.

Pra exemplificar melhor, os mesmos 46 cromossomos que você ou eu possuímos hoje, são os mesmos que possuíamos quando éramos zigoto. Todos nós começamos nossa vida na forma de zigoto.

Muito bem, este novo ser humano irá se implantar na parede do útero retirando dali o alimento para o seu desenvolvimento. Este processo é também conhecido como nidação e ocorre de 7 a 8 dias depois da fertilização. Ou seja quando o novo ser se implanta no útero, ele já tem 8 dias de idade mais ou menos.

Com o advento da fertilização in-vitro o que aconteceu? O óvulo era fertilizado manualmente em laboratório, numa petri-dish, proveta, sei lá que nome tem aquele objeto de vidro. Justamente naquele objeto de vidro havia um ser humano, que, se não fosse implantado em um útero iria com certeza morrer.

Porém como dizer que a mulher estava grávida se o ser humano ainda estava no objeto de vidro? Aí, a ciência e a imaginação humana, quando convém, dá jeito pra tudo... tentaram mudar o conceito de gravidez. Gravidez, para alguns, só ocorre quando há a implantação ou nidação. (Hughes, E. C., Ed, Committee on Terminology, The American College of Obstetricians and Gynecologists, Obstetric-Gynecologic Terminology. F. A. Davis Company, Philadelphia, 1972. )

É por isso que muita gente fala que pilula não é abortiva.

Então, se a pílula causa ou não o aborto, vai depender em qual definição você quer acreditar.

De acordo com o Physician's Desk Reference, compêndio que os médicos americanos usam para prescrever medicamentos:

- a pílula Micronor, por exemplo, um anticoncepcional oral que contém somente a "progestin" possui três modos de ação. Previne a concepção suprimindo a ovulação em aproximadamente ***metade*** das usuárias:
1. engrossando o muco cervical para inibir a penetração do esperma,
2. diminuindo os picos do LH e do FSH,
3. atrasando o movimento do óvulo nas trompas de falopio

e ***alterando o endométrio***

Então, supondo que na metade das usuárias em que a pilula não previniu a ovulação, e o espermatozóide conseguiu penetrar o muco cervical, e que o óvulo conseguiu, mesmo que atrasado chegar a tempo, o que acontece? O espermetazoide se uniu ao óvulo, ou seja, houve a fertilização, isto é, um novo ser com 46 cromossomos, como eu ou você, começou a existir.

O que acontece agora. Este zigoto/blastocisto vai tentar se implantar no útero. Mas acontece que a pílula altera o endométrio, i.e. a parede uterina, e este novo ser pode não ser capaz de se implantar ali. Se ele não conseguir se implantar, não será capaz de sobreviver e se desenvolver. Será abortado. Se ele conseguir se implantar, dizemos que a pilula falhou e a mulher ficou grávida. Porém, como saber se foi abortado?

Em qual definição de gravidez você acredita? Quando o ser humano passa a existir para você? Se bem que, na minha opinião, esta não é uma questão de 'achismos'.

Se você acredita na definição que gravidez, ser humano, só passa a existir se houver implantação, então a pilula não é abortiva.

Se você acredita na definição de que gravidez, ser humano, passa a existir na fertilização, concepção, 46 cromossomos, então a pilula, caso falhe nas situações 1,2, e 3 acima descritas, poderá causar um aborto caso a nova vida não consiga se implantar no endométrio porque ele foi alterado por ela.

ahhhhhh, mas você pode perguntar, por que não falam isso aos quatro ventos.... já pensou na queda das vendas de anticoncepcionais caso a mulherada resolva não correr o risco, de mesmo sem saber, ter feito um aborto?

Algumas pessoas podem argumentar que as changes disto acontecer são irrisórias... 0,1%, 1%, 10%, 15% de chance, qual é a probabilidade necessária para se admitir que uma vida humana pode ir por água abaixo (literalmente)?

Prá mim, a mais ínfima, a mais irrisória (pra usar o mesmo termo), já é um risco muito grande. E deveria ser assim para todos aqueles que se dizem pró-vida. Uma mulher que, digamos, no período de 10 anos fez uso de anticoncepcional, mesmo que tenha abortado 'involuntariamente' conforme descrito acima, só uma vez, uma vez só, por acaso esta vida humana tem menos valor do que eu ou você, que justifique o uso do anticoncepcional?

Reflita sobre isto.

Abraços brasileiros,
Sandra

"Quando anunciarmos este Evangelho, não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo (cf. Rm 12, 2)".

Papa João Paulo II, Evangelium Vitae, 82

Re: A PÍLULA Não É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 05 de February de 2003 01:02

Sandra:

1 - A gravidez só ocorre quando há implantação no útero - nidação. Até aí estamos na presença de um ovo não nidado - existe concepção mas não existe gravidez.Hughes, E. C., Ed, Committee on Terminology, The American College of Obstetricians and Gynecologists, Obstetric-Gynecologic Terminology. F. A. Davis Company, Philadelphia, 1972. )
POdes citar também a OMS e os maiores peritos de obstetrícia internacionais.

A gravidez só ocorre quando o ovo "nida" - mesmo que seja ectopicamente - fora do útero.
Claro que uma gravidez ectopica é inviável na maior parte dos casos e põe em risco a vida da mulher.
Uma coisa é a questão do do desenvolvimento embrionário, que se inicia aquando da fecundacão - junção do óvulo com o espermatozóide - outra coisa é o processo biofisiológico da gravidez. Tecnicamente um mulher só está grávida quando se verifica essa implantação. Exemplo - nas técnicas de RMA ( nomeadamente técnicas de fertilização in vitro) são introduzidos no corpo da mulher vários embriões em estádios iniciais de desenvolvimento. A mulher fica grávida? Não, infelizmente, na maior parte das vezes não. Só quando se verifica a nidação de um desses ovos é que se iniciam as alterações biofisiológicas da gravidez ( nomeadamente as hormonais)
Mas isto não é uma invenção das técnicas de fertilização in vitro... Na Natureza, em milhares de ciclos reprodutivos não ocorre nidação emboara exista concepção. Fisiologicamente, sem qualquer intervenção externa. Nem todos os ovos se implantam - estatísticamente apenas uma pequena percentagem de ovos consegue com êxito iniciar o processo de desenvolvimento intrauterino.
Por isso maior parte das mulheres, ao longo da sua vida fértil terá vários momentos em que há concepção mas não gravidez. ( Alguns investigadores dizem que isto ocorre na Natureza porque haverá mecanismos biológicos de selecção natural dos embriôes mais viáveis)


Por isso, desde o pricípio da Humanidade, um dos sinais de gravidez é a amenorreia - ausência de menstruação, ou seja, não há descamação do endométrio, que se encontra "ocupado"... E claro graças a uma série de alterações hormonais, também os ovários deixam de produzir mais óvulos, etc, etc.. A mulher está grávida!

2 - Curiosamente foram as técnicas de fertilização in vitro que originaram as modernas concepções sobre a especificidade biológica do embrião, desde o momesnto da concepção. Ao contrário do que afirmas a questão sobre o "início da vida humana", surgiu precisamente com estas técnicas...

3 - A pílula actua por vários mecanismos , sendo o mais intenso a inibição da ovulação. È essa a finalidade da pílula - basicamente a pilula tem uma dosagem hormonal relativamente fisiológiica - usa as hormonas presentes no organismo da mulher - as mesmas que estão presentes durante a gravidez para "dizer " ao ovário - alto, não deixes amadurecer mais folículos porque já não é preciso... por isso a pílula é ANOVULATÓRIA, diminuindo os picos do LH e do FSH, impede a ovulação, logo a concepção.

ESte é o efeito essencial da pílula , que não é o efeito em metade dos casos como afirmas, mas em noventa e tal por cento - daí a sua elevada eficácia.
Sim, é verdade que a pílula tem também um efeito um efeito barreira - na medida em que altera as caracteristicas do muco cervical impede a progressão dos espermatozóides e mais uma vez impede a concepção.

Sendo a pílula constituída por hormonas femininas ela também tem influência no endométrio, que basicamente não chega a reunir as condições ideais para a nidação.
Mas este não é o efeito básico da pílula, é apenas mais um efeito que aliás pode ter, e normalmente tem , beneficios terapêuticos - menores dores menstruais, redução de hemorragias excessivas, regularização dos ciclos.
Existe então uma ínfima possibilidade de a pílula, indirectamente evitar a nidação, embora seja uma hipóese remota e estatísticamente insignificante
Ao impedir a nidação, impede, objectivamente a gravidez.
Mas claramente que o seu efeito não é abortivo.

3 - Todas estas informações sobre os mecanismos de actuação estão escritas com toda a clareza nas intruções que acompanham a pílula.Não são nenhum segredo de estado. Aliás, como lá está escrito expressamente todas as indicações terapêuticas, riscos e contraindicações.



4- Em suma - se consideras que a utilização da pílula vai contra a tua consciência ( não por causa da pílula ser abortiva), tens todo o direito de não a utilizar, como tens todos o direito de usar - ou não usar, outro qualquer método contraceptivo ao teu dispor.

Mas tens o dever de aceitar que outras mulheres, igualmente conscientes e tão informadas como tu possam fazer opçõeses diversas, no seio do casal e no contexto dum projecto de amor.


Um abraço.

Re: A PÍLULA Não É ABORTIVA? DEPENDE.
Escrito por: Sandra Katzman (IP registado)
Data: 05 de February de 2003 18:45

Ana,

Acho que podemos concordar que discordamos. :-)

Também acho que fui clara na minha mensagem sobre o porque da tentativa de mudança na definição de gravidez. Não é opinião particular minha, é fato histórico. O maior instituto de pesquisas americano a NIH continua definindo que a gravidez tem inicio na fertilização e não na nidação. A OMS usa a nova definição porque tem interesse no controle populacional, e várias de suas agências promovem o aborto em diversos países do mundo. Digamos que eles, neste sentido, não estão preocupados a vida humana. Tanto é que a Santa Sé deixou de contribuir com o UNICEF, por não compactuar com estas práticas da OMS.

Aliás, esta "nova" definição dá margens para outras barbaridades (na minha opinião) como por exemplo a clonagem e a pesquisa com células estaminais embrionárias, pois afinal enquanto não se implantar o embrião num útero, de acordo com esta definição, ele ainda não é gente, podendo fazer com ele o que bem entender. É só material de laboratório, como ratos, coelhos, sapos... Mas esta é outra temática.

Acho também que fui clara sobre porque o ser humano começa a existir na fertilização. Também não é opinião particular minha, é fato biológico. Depende de você acreditar que embrião é gente ou só um amontoado de células. Agora abortos espontâneos podem ocorrer em qualquer estágio durante a gravidez. Tem gente que aborta espontâneamente aos quatro meses, porque houve alteração no endométrio: o útero não "segurou" o bebê. Estamos falando de aborto provocado, ou seja, com interferência externa, seja ela química ou não, conscientemente ou não.

O modo de ação que eu transcrevi no meu e-mail inicial também não é opinião particular minha. Como disse faz parte daquele compêndio, elaborado com informações fornecidas pelos laboratórios, e que faz parte da biblioteca dos médicos americanos. Então a tal da "metade das usuárias" não é invenção minha, nem tampouco considero a possibilidade de ocorrer um aborto por causa da alteração do endométrio como um efeito colateral da pílula. Como disse antes, se em dez anos de uso, este "efeito colateral" impedir que só um embrião se implante, ainda assim, é uma vida desperdiçada.

Ah, mas como disse anteriormente, se é abortiva ou não depende do conceito de gravidez. "Tecnicamente" a mulher está grávida dependendo do conceito que você quer acreditar. Como, pelo que li, você acredita que a gravidez só existe na nidação, então para você ela não é abortiva.

Pra mim é, pois acredito no conceito que diz que gravidez começa com a fertilização.

Só iremos saber quantos abortos fizemos no dia do juizo final. Justamente porque não cabe a mim decidir sobre isto, é que respeito o que as outras mulheres desejam fazer. A minha consciência, a minha fé, me obrigam a não cometer o erro da omissão. Afinal que tipo de cristão seria eu, se não avisasse a meus irmãos: "hei, pode haver perigo aí"?

Temos dois pesos, duas medidas: fertilização ou nidação?

Como chegamos no ponto em que fica para a consciência de cada um...

despeço-me cordialmente,

Sandra.

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 05 de February de 2003 19:58

1 - Um aborto de quatro meses é de facto um aborto, já não se trata de qualquer problema de nidação no endométrio mas de outra causa que urge investigar... Ninguém "aborta aos quatro meses " devido á utilização de pilula anticonceptiva .

2 - Você afirma que " se em dez anos de uso, este "efeito colateral" impedir que só um embrião se implante, ainda assim, é uma vida desperdiçada."

Estatísticamente, em dez anos de uso de pílula anovulatória tens muito menos hipóteses de ter um aborto do que senão a usares. Isto é mera estatística descritiva, mesmo que não uses a pílula nem qualquer método contraceptivo...
Aliás se usares métodos ditos naturais, as hipóteses de ter aborto espontâneo e malformações fetais é superior .
Alssim, se te preocupas tanto em não" perder um filho " ( através de um aborto espontâneo ou induzido, aconselho-te o uso da pilula. e a parares a sua utilização quendo decidires...engravidar. Tão simples como isto.

3- Se tens esses dados sobre a pilula que utilizas ( que não estão correctos), podes sempre utilizar outra - ainda recentemente foi lançada no mercado a última geração de pílulas, apenas á base de estrogénos.

4 - Não acredito que a Santa Sé deixou de contribuir para a UNICEF, que como sabes é uma instituição de apoio á criança á escala mundial, particularmente a crianças mais pobres e mais vulneráveis.. Seria ódio ás crianças ou mais um elemento da companha próabortista.. E a Santa Sé colabora com as várias instâncias internacionais... e não alinha em campanhas a favor do aborto.


5 - Compreendo que os grupos de extrema direita a que pertences tentem desacreditar a OMS, que reune os maiores peritos á escala mundial em termos de saúde. è compreensível.

6 - - O movimento a que pertences, ao fazer uma campanha violenta e de má fé contra a pílula está a promover o aborto. Trata-se de uma campanha bem pensada mas que deve ser denunciada. Será por isso que esse movimento de chama Aborto no Brasil????



xau



ana

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 05 de February de 2003 21:09


Ai Ana, que frigidez...

Parece-me muito estranho que não usando pílula se tenha uma maior possibilidade de aborto espontâneo e malformações fetais... Não há nada que se possa tomar para isso, que não seja um contraceptivo? Certamente que sim, e ninguém sai de todo abortado. Mas tenho muitas dúvidas quanto a essa tua afirmação.

Lá vens tu com a ideia de que somos de "extrema direita"... Deixa-te de mentiras e calúnias!

João

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 05 de February de 2003 21:12


Alef, em relação às questões que colocaste, que dizem respeito à consciência pessoal, eu já estou a elaborar um texto para refutar isso frontalmente, atendendo à prática generalizada da contracepção. Vou colá-lo num outro tópico, onde a Ana colocou uma argumentação semelhante e que tem servido para toda a dissensão que, como observaste bem e eu já tinha afirmado, até nos CPMs se pratica abertamente, veja-se o cúmulo. "Consciência individual" em PRIMEIRO lugar, não é? Pois...

Ana, não classifiques os meus argumentos de "pró-abortistas", pois não estou a promover nada senão a vida. Estou aqui realmente a procurar também desmitificar e denunciar os argumentos desculpabilizantes que utilizaste.

Por favor, muita atenção às minhas palavras, pergunta-me se realmente entendeste o que eu queria dizer, e relê antes de responder. Estou sinceramente farto das confusões que fazes e que me levam a repetir-me à exaustão. Parece que já não sou o único... Por favor, sê objectiva para que possamos avançar com a verdade.

1 - Em relação às diferenças entre contracepção e aborto, cito de novo a Evangelium Vitae (13):

"Para facilitar a difusão do aborto, foram investidas — e continuam a sê-lo — somas enormes, destinadas à criação de fármacos que tornem possível a morte do feto no ventre materno, sem necessidade de recorrer à ajuda do médico. A própria investigação científica, neste âmbito, parece quase exclusivamente preocupada em obter produtos cada vez mais simples e eficazes contra a vida e, ao mesmo tempo, capazes de subtrair o aborto a qualquer forma de controlo e responsabilidade social. (...)
De facto, a cultura pró-aborto aparece sobretudo desenvolvida nos mesmos ambientes que recusam o ensinamento da Igreja sobre a contracepção. Certo é que a contracepção e o aborto são males especificamente diversos do ponto de vista moral: uma contradiz a verdade integral do acto sexual enquanto expressão própria do amor conjugal, o outro destrói a vida de um ser humano; a primeira opõe-se à virtude da castidade matrimonial, o segundo opõe-se à virtude da justiça e viola directamente o preceito divino «não matarás»."

A equiparação da contracepção (incluindo as declaradamente abortivas, mas chamadas "contraceptivas": "pílula do dia seguinte", RU-486 e DIU) ao aborto, como políticas de educação sexual com as mesmas bases ideológicas, são reais e efectivas. Um nome: International Planned Parenthood Federation.

A Igreja preconiza a prática de um planeamento familiar responsável, começando pelas responsabilidades em relação aos nossos corpos. A Igreja rejeita também totalmente qualquer forma de tornar infecunda a relação sexual (métodos contraceptivos), além de ser também, como disseste, liminarmente contra o aborto, ou melhor, totalmente a favor da vida. Apoia o discernimento moral sobre o número de filhos que o casal possa ter na observância à castidade conjugal.

O discurso de legitimação do aborto parte da tentativa de procurar que os abortos que já estão a acontecer, devido a uma educação sexual desprovida de integridade, deixem de ser "clandestinos" e passem a ser "seguros". Como está amplamente provado estatisticamente, o recurso ao aborto é mais necessário quão mais generalizada é a prática da contracepção. As duas estão intimamente ligadas já que um suposto "direito à contracepção" e tudo o que o rodeia desemboca quase sempre no "direito ao aborto" como consequência, já que a urgência com que se precisa de resolver situações aparentemente insustentáveis causadas pelas falhas dos contraceptivos conduz a um embotamento total da consciência para não lidar moralmente com a morte de um ser humano. Essa é a a única "regra" moral, a da conveniência, a que subsistem as práticas da contracepção e do aborto: daí que tão poucos casais se prestem ao "trabalho" de aprender métodos naturais. E depois, com a prática generalizada da contracepção e o estilo de vida que lhe está associado, da mesma forma totalmente irresponsável, limitada pela própria inevitabilidade da situação, exigem o aborto a pedido. Querem lá saber se "aquilo" é uma vida, eles só queriam o sexo que os contraceptivos lhes possibilitavam, sem o viverem da forma integral e respeitosa que é fomentada pelos métodos naturais.

2 - Estás enganada: a actual propaganda ideológica é precisamente a de dizer que a contracepção hormonal oral "NÃO É ASSIM TÃO" ou "NÃO É DE TODO" abortiva, e assim continuar as práticas abortistas dentro do próprio útero. Isto sim, incorre seriamente na liberalização do aborto, porque em si mesmo já é uma forma legal de o praticar.

Ana, não sei precisar as estatísticas, mas parece-me que o DIU é dos métodos "contraceptivos" mais usados pelas mulheres portuguesas e é declaradamente abortivo, e tu não tens dúvidas quanto a isso, certo? Portanto, se é assim o que está agora a ocorrrer com as novas pílulas não é nada de novo.

Depois usas o discurso da criminalização típico dos abortistas. Afinal, de que "lado" estás? Não se trata da criminalização da mulher, mas a do método, submetendo-o à lei, e de tratar da sensibilização neste assunto.

O aborto já é uma "banalidade legitimada pela falta de sanção social e pela consciência ético-jurídica dominante" em diversos países!! E também começou pela generalização da prática da contracepção (na liberalização do sexo inconsequente e na sua afirmação, admissão e propiciação através da aceitação social dos fármacos anticoncepcionais)... Em Portugal, temos uma cultura mais consciente neste ponto e por isso é que o aborto ainda não é "tão" liberalizado entre nós.

3 - A tua capacidade de raciocínio pasma-me!! Com que então, se alertássemos as pessoas de que as pílulas são abortivas, elas abandonavam-nas para depois praticarem o aborto e o infanticídio em massa? Claro, elas não procurariam métodos alternativos como os naturais e iam logo cometer deliberadamente o próprio crime que as fez afastarem-se das pílulas em primeiro lugar... (ironia) Mas tu PENSASTE no que disseste?? Só preconceitos ideológicos!! E acabas por demonstrar precisamente o quanto o aborto está ligado à contracepção quando estabeleces uma relação de causa/efeito: ou a pílula ou o aborto; e quando a pílula falha, O ABORTO, CADA VEZ MAIS INEVITAVELMENTE! Certamente que a passagem da prática generalizada de contraceptivos para a prática de métodos naturais, isso sim, estará na origem de menos abortos por causa da educação para a abstinência e sustentará a vida familiar. Só não percebo é porque és tão "contra" isto e tão liberal ao afirmares este tipo de direitos abortistas para todos, incluindo a licitude de total opção moral por católicos, independentemente do que a Igreja ensina!!

Em suma - O PRECONCEITO AQUI SAI DO TEU TECLADO! São as tuas limitações ideológicas que não te permitem encarar a autenticidade de todas estas relações entre a contracepção e o aborto, vindo para aqui com discursos feitos.

Contenta-te lá com o liberalismo outra vez usando trocadilhos mal aplicados... Na verdade, é precisamente isso que defendes.

Em relação à contracepção masculina, finalmente arranjaram outra solução irresponsabilizante para contornar mais esta questão moral delicada? Claro, ninguém vos vai dizer que a contracepção masculina seja abortiva, mas isso não desmente o facto de que a moderna contracepção hormonal oral feminina o seja.

Pára lá com os sofismas...

Não uses exemplos ridículos numa comparação sem relação, que apenas servem para descredibilizar a questão!!

João

Re: A PÍLULA É ABORTIVA!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 05 de February de 2003 21:13


Em relação aos argumentos que apresentaste contra a Sandra:

1 - Muito bem, mais uma utilização dúbia da linguagem que é preciso lidar com seriedade e objectividade. A gravidez, tomada como presença de um ser humano no corpo de sua mãe ocorre logo com a concepção, ou seja, a concepção é o início da gravidez porque é o início da vida. Como a Sandra disse, essa alteração para "nidação" e a posterior consideração de que a vida só começa aí também (ou nem tanto, fica a escolha da "consciência individual" - este também é o período, entre a concepção e a nidação, para o uso da "pílula do dia seguinte"), deve-se às práticas de fecundação artificial que passaram a não poder chamar "gravidez" àquilo que se tinha na mão. Daí, "vamos lá a chamar gravidez à nidação".

Há que deixar claro também que essa confusão provocada por uma distorção semântica (ainda) não é unânime. Que desculpa é que vais arranjar para isso? (vê abaixo)

Todas as práticas perversas que descreves confirmam essa manipulação vil do sentido da gravidez. "Oops, olha, este não nidou! Não faz mal, era só uma concepção! Como não era gravidez, não é aborto!" - duvidas que é este o pensamento irresponsável e impunemente assassino que está implícito nas práticas das clínicas de fertilidade?? Tudo muda quando se trata de uma prática deliberada e artificial, e não "natural". Insistir continuamente na nidação de forma artificial vendo os abortos acontecer é muito mais que uma "infelicidade", é uma tragédia.

A gravidez ocorre desde o próprio momento da concepção! A questão é que o processo é natural e acontece dentro da mulher, não fora, sendo completamente ilícito privar o embrião dessa concepção, até porque é precisamente por causa dessa falha na fecundação no próprio corpo da mãe que existe tanto insucesso por parte da fecundação artificial. Uma concepção num "prato de plástico" é em si mesma uma gravidez, pois é a presença da nova vida que aí inicia o processo gravídico, e está a ser privado da ligação com a mãe! Porque é que afirmo isto? Tenho observações científicas para apresentar.

«Sabemos hoje que, a partir da concepção e desde a altura em que viaja pela trompa, emite através do líquido que o envolve um produto destinado a passar para o sangue de mãe, sobretudo por osmose, quando ainda não existe nidação.
Sendo o código genético diferente do da sua mãe, este bebé é um corpo estranho no seu organismo. Há que avisar os mecanismos de defesa da mãe, nesta primeira mudança do início de vida - a viagem pela trompa, que dura cerca de 5 a 6 dias, só pode ser bem sucedida se o bebé comunicar com o seu hospedeiro:
"Estou vivo, não me rejeites!"
Damos o nome de "Early Pregnancy Factor (EPF)" a este factor precoce da gravidez, autêntica via de comunicação entre dois seres humanos.
Embora os gâmetas masculinos e femininos tenham escolhido uma parte espaçosa da trompa para se dar a concepção - o terço externo - o novo ser na sua ânsia constante de mais espaço, parte à procura de um local maior e, uma vez chegado ao útero, ele vai-se nidar.
Quem prepara esta nidação é o corpo amarelo (do ovário) que produz a progesterona, durante a migração (do óvulo em maturação) na trompa - na primeira semana após a ovulação. Sabemos que o corpo amarelo normal (se não houver gravidez) vive em média 14 dias.
Quando o novo ser elege o útero, o corpo amarelo já tem uma semana de trabalho e, na semana seguinte, o embrião arrisca-se a ser expulso, com o consequente aparecimento da descamação do endométrio, se o corpo amarelo deixar de funcionar. É então necessário enviar rapidamente uma mensagem à mãe dizendo-lhe:
"Não deixes de fabricar a tua progesterona, guarda-me!"
Esta mensagem chama-se gonadotrofina coriónica humana (HCG) e é hoje possível, através de dosagens hormonais, a detecção muito precoce deste sinal.
O bebé utiliza esta forma de comunicação. Este pedido feito à mãe para que o corpo amarelo continue funcionando, vai ser satisfeito durante cerca de três meses, altura em que é o próprio bebé a fabricar as suas próprias hormonas.
Mas se a criança não fizer este pedido, se não conseguir este diálogo com a mãe, se tiver qualquer malformação que o impeça não continuará o seu desenvolvimento. Os abortamentos precoces podem ser consequência, frequentemente, de embriões que não são capazes de provocar esta comunicação.
Mesmo nesta fase inicial da vida, a interacção mãe/filho é extraordinária.
A mãe só tem de estar atenta e preparada para lhe dar uma resposta. Se o seu filho não fizer o pedido, a mãe não lhe dará resposta. Nessa altura, a mãe não irá dar ao filho aquilo que ele não lhe pedir."

Dr. Victor M. Neto

2 - Não, foi no desenvolvimento do conhecimento relacionado com a saúde reprodutiva que essas concepções começaram a desenrolar-se, com as técnicas aplicadas envoltas em questões morais que ainda hoje se mantém. Seria possível ter chegado à identificação da especificadade biológica do embrião sem o recurso à fecundação artificial. Essa glorificação é indevidamente explorar um bom efeito consequente de um mal grave, o que não é de todo justificável.

3 - Agora entramos na arena da "opinião" e dos "estudos" com resultados diversos e conflituosos. Aliás, os resultados dependem muito de quem encomenda os estudos e as empresas farmacêuticas ganham MUITO dinheiro com as pílulas, além de serem apoiadas ideologicamente por diversos sectores, incluindo mais uma vez, a IPPF e seus aliados (entre nós, APF). Logo, a idoneidade é colocada em causa.

A pílula anovulatória provoca precisamente isso: a anovulação, ou seja, torna anovulatório o sistema reprodutivo feminino, simulando a gravidez. Isto altera desde logo o muco cervical e o endométrio, impossibilitando a sobrevivência dos espermatozóides, dos óvulos e da nidação de um zigoto (embrião fetal). Normalmente, o aborto não costumaria ocorrer devido precisamente à acção essencialmente anovulatória da pílula. Mas as doses do seu princípio activo (progestivo) têm vindo a ser progressivamente reduzido, muito devido aos seus efeitos secundários, e também devido à recente "descoberta" de que a vida só começa na nidação (antes disso, "pode-se" abortar porque "não" é um ser humano), que empurrou a acção da pílula cada vez mais para o impedimento da nidação, actuando assim cada vez mais como abortivo de um feto já concebido. Assim, a pílula, ao tornar inóspitas as condições no útero, quando a fraca dosagem da pílula permite a concepção acontecer, o que acontece é a nidação, na qual se fiam os investigadores. Aliás, contam com ela para puderem baixar tanto a dosagem. Para cúmulo, a confusão instaurada ao não se considerar unanimemente que a vida começa na concepção leva a que seja inteiramente subjectivo o limite de semanas permitidos para pedir o aborto.

Então, em boa verdade, as pílulas são contraceptivas e abortivas. Resta confirmar em que percentagem. Mas como disse, usar um método que sabemos de antemão ir provocar abortos sem sequer deles nos apercebermos é motivo suficiente para procurar outro.

EXIGIMOS QUE SE INFORME EXPLICITAMENTE SOBRE O POTENCIAL ABORTIVO DAS PÍLULAS, nas consultas de planeamento familiar, nas farmácias, onde quer que se lhes possa aceder.

4 - O aborto, que também e cada vez mais é provocado pelas pílulas, não é uma questão de consciência pessoal. Nem o deviam ser os métodos contraceptivos, mas lá está, a mentalidade do mundo... E foi essa que defendeste: a possibilidade de escolha (o mesmo argumento para o aborto).

É claro que numa sociedade "livre" e "democrática" se podem tomar diversas opções e fazer uso de diversas liberdades. Mas quando se toma uma opção religiosa, a questão altera-se profundamente, pois "tudo podemos, mas nem tudo nos convém", além de que passamos a ter uma consciência moral e uma capacidade de julgamento mais objectiva e incisiva sobre todas as coisas. Incluindo a contracepção e o aborto.

João

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