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Código Da Vinci
Escrito por: Vítor Castro (IP registado)
Data: 20 de May de 2006 10:58

Estreou quinta-feira nos cinemas o Código Da Vinci. Achei que seria um bom tema para se discutir. Eu ainda não vi o filme mas espero ver o mais rápido possível. Já alguém o viu? Ou leu o livro? Quais as verdades, os escândalos, as cenas mais marcantes neste filme?
____
Editado por Alef: Desloquei esta mensagem para um tópico já existente com o mesmo tema. Peço desculpa por um pequeno engano que fez com que o tópico existente fosse assimilado ao novo e não ao contrário. Foi a minha primeira experiencia de «juntar tópicos». Maçarico... ;-)



Editado 1 vezes. Última edição em 20/05/2006 12:23 por Alef.

O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 04:29

A Editora Bertand publicou recentemente O Código Da Vinci.

O argumento desta novela anti-católica é o seguinte:

* O curador do museu do Louvre é assassinado. A neta do curador e um académico americano descobrem que o curador era membro do Priorado de Sião, uma sociedade secreta que guarda um grande segredo.
* O grande segredo consiste no seguinte: "Almost everything our fathers taught us about Christ is false":


- Jesus só foi considerado divino a partir do Concílio de Niceia; os evangelhos originais foram completamente destruídos a mando do imperador Constantino e os actuais evangelhos são uma fabricação.
- Jesus era um rico líder religioso cujo objectivo era reconquistar o trono de David.
- Jesus casou com Maria Madalena e esta estava grávida antes da Paixão do Senhor. Os seus descendentes - a dinastia Merovingia -, sobreviveram e são protegidos pela referida sociedade secreta.
- Jesus designou Maria Madalena como líder do seu movimento. S. Pedro e os seus partidários opuseram-se a S. Maria Madalena.
- O verdadeiro ensinamento de Cristo é o "sagrado feminino". O Graal é este "sagrado feminino".
- Leonardo Da Vinci fazia parte do Priorado de Sião e na sua obra "A Última Ceia" deixou uma mensagem que revela o grande segredo. O imberbe S. João que na pintura se encontra ao lado de Cristo é, de facto, Maria Madalena.
- A Igreja Católica, uma associação de malfeitores, passou os últimos 2.000 anos a tentar esconder estas verdades.

O autor desta novela - Dan Brown - apresenta a sua novela como sendo resultado de pesquisas efectuadas por historiadores e outros cientistas. Na capa da edição americana pode ler-se: "All descriptions of artwork, architecture, documents, and secret rituals in this novel are accurate." O New York Daily News afirma mesmo que "His research is impeccable".

Este livro foi um best-seller nos EUA. A versão cinematográfica estreará em 2005 e será dirigida por Ron Brown, realizador já premiado com um Oscar.

Apresentam-se de seguida um conjunto de artigos que expõem os erros, as falácias e as mentiras constantes do livro:

* O Código Da Vinci [Opus Dei]
* Deconstructing 'Da Vinci' [Washington Times]
* The Da Vinci Fallacy - Entrevista com Amy Welborn [Zenit] (autora de De-coding Da Vinci)
* The Truth Behind "The Da Vinci Code" - Entrevista com Carl Olson [Zenit] (co-autor de The Da Vinci Hoax)
* Dismantling The Da Vinci Code [Crisis Magazine]
* Cracking the Anti-Catholic Code (1) [Envoy Magazine]
* Cracking the Anti-Catholic Code (2) [Envoy Magazine]
* Breaking The Da Vinci Code [Christianity Today/Christian History]
* The Da Vinci Code, the Catholic Church and Opus Dei [Opus Dei]
* Unequal Treatment: The Da Vinci Code vs. The Passion [National Review]


João Noronha
[valetefratres.blogspot.com]
(algumas correcções ortográficas e revisão dos links dos artigos feitas por mim)

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 13:59

João,

Há pouco, com a pressa limitei-me a responder às questões técnicas.

Sobre o livro, acho que nós católicos temos por vezes uma certa costela "esquizofrénica" :-) Eu explico. Por exemplo, se há uns anos atrás, a vontade que a Igreja tinha era de que um grande número de católicos fossem ver o filme "A última tentação de Cristo", então conseguiu os seus objectivos, tomando uma posição bastante crítica contra o filme. Aproveitando até os púlpitos para evangelizar os fiéis a não ir verem tal obra do "maligno", o que só serviu para aumentar a vontade a quantos foram ver.

O mesmo se passa com a novela, em formato de livro, que dá pelo nome de "O Código de Da Vinci". Para te dar um exemplo, eu próprio comprei o livro. E fi-lo não por ser "o livro mais polémico" ou "o livro mais esperado" como apregoavam as livrarias, mas para tentar compreender o porquê de tanta esteria.

É o próprio autor que afirma se tratar de uma novela! Logo, é um objecto de ficção, com a única diferença que em vez do autor ter escolhido personagens fictícias, escolheu Jesus Cristo - personagem central da história da humanidade - que decerto provoca mais polémica e interesse no livro (e decerto, bastantes mais dólares).

Será que um crente mais desatento que leia este livro corre o risco de ficar gnóstico e acreditar que Jesus Cristo casou com Maria Madalena? Será que vai substituir a sua Bíblia por uma edição dos Evangelhos Apócrifos ou por literatura gnóstica de Nag Hammadi? Será que a imagem da Opus Dei piorou ou melhorou com a publicação desta novela? Será assim tão ofensivo, para nós cristãos, escrever-se uma novela em que se diz que Jesus Cristo casou e teve família?

Não quero com isto limitar qualquer discussão que venha a acontecer neste tópico. Acho importante que se fale no assunto, mas acho também que a Igreja em Portugal viu recentemente publicado um livro bem mais perigoso e nada disse! Ou pelo menos, eu não ouvi nem li.

Estou a falar dos dois livros da Alexandra Solnado com o título "Este Jesus Cristo Que Vos Fala". O livro com a história de Alexandra Solnado, filha do conhecido actor e humorista Raul Solnado, que teve várias aparições de Jesus Cristo e lhe terá dito diversas coisas, que agora ela escreve no livro. O livro é perigoso no sentido que pode enganar os mais desatentos. Com a agravante de ter o prefácio assinado pelo conhecido Frei Bento Domingues. Conhecido sacerdote católico dominicano que tem uma coluna semanal no jornal PÚBLICO. Conheço diversas pessoas católicas que leram o livro e ficaram com dúvidas se deveriam continuar a ir à missa!?! Afinal, Jesus conta uma série de coisas que se passava na Igreja Católica às quais ele se opõe.

Já tentei ler o livro e preparar uma resposta ao mesmo dentro da doutrina da Igreja. Confesso que os vómitos e as náuseas que senti ao esfolheá-lo me impediram de o fazer.

Penso que é urgente que a Igreja faça algo sobre este livro. Este sim, afirma que não é uma novela, mas sim a pura das verdades. Neste caso, a Igreja tem todas as razões para o estudar e debater onde considerar que o mesmo não está de acordo com as verdades recebidas pela Revelação e mantidas, pelo Magistério, na Tradição, o que provavelmente terá que fazer a todas as páginas, parágrafos senão mesmo, frases.

Teria todo em colaborar contigo nesse trabalho, embora decerto precisássemos, adicionalmente, de um padre exorcista por perto :-)
Agora mais a sério, caso queiras e tenhas disponibilidade para tal, poderemos pensar seriamente nisso. Ou quem sabe, reunir um conjunto de pessoas aqui no Fórum que estivessem dispostas a colaborar em tal trabalho!

Um abraço,
Luis

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: Taliban (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 14:20

Quanto ao livro ( aliás, livros) em causa, acho-o sinceramente , resultado de um grave processo delirante. Penso que a igreja católica faz bam em nem sequer o criticar porque isso iria dar a essa publicação um valor que objectivamente não tem...

Mas a minha perplexidade é esta - porq

Continuo a achar estranhíssimo que Feri Bento Domingues tenha a ssindao o prefácio do primeiro voluma. Será verdade?


Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: Taliban (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 14:42

E também não percebo porque é que a igreja apadrinha certos delírios e depois se deve escandalizar com outros... Diz lá,Luís, achas assim tanta diferença entre o que se escreve que a alexandrina disse ( o que se escreve sobre uma pessoa gravemente doente que provavelmente é tudo inventado) e o que escreve outra pessoa doente como a alexandra solnado ?
Qual a diferença entre a santinha da ladeira e a santinha de balazar e a alexandra solnado? Não assistiremos um dia ao processo de beatificação da alexandra solnado, com milagres e tudo?

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 21:36


Taliban, vou "fazer de conta" que não o conheço (na verdade, não devo pensar que estou certo de que seja quem eu penso que seja, na vida real, devido a esse anonimato).

Fico pasmado com essas críticas absurdas e gratuitas. Está a ofender-me e pergunto ao Luís para ser mais moderador de intervenções estúpidas como esta.

Por mais que considere que a religião tenha muito de irracional e de política ("conservadores"/"liberais"), as coisas não se colocam assim. Ser Católico é ser discípulo e fiel a Cristo e não precisamos de recorrer a ideologias. Eu não tenho nada a ver com a extrema-direita e apenas peguei este artigo porque me pareceu bem elaborado e, além do mais, nem o encontrei por estar a pesquisar nessa página, mas sim mais ou menos por acaso, apareceu numa mailing list (que, caso duvide, nada tem a ver com extrema-direita).

Eu nunca fui a favor desta guerra no Iraque...

De que "idiossincrasias" fala? Não me "inspiro" naquele blog, ele apenas faz uso de certos materiais Católicos bastante bons que podem ser utilizados por qualquer um (e qualquer um os pode usar mal).

Veja se tem cuidado com os seus vómitos, que tão depressa lhe saiem da boca que "infectam" a própria ortografia...

"Grave processo delirante" é o que você chama a quase tudo o que tenha a ver com religião, não? O que acontece é que o autor, Dan Brown, entre muitos outros, não está propriamente a "delirar", mas está obcecado pelo interesse em vender "ideias novas" e em mudar o que pensamos sobre a história do Cristianismo. Faz parte do processo muito actual da tentiva de erradicação de referências Cristãs no mundo ocidental. "New Age" e tal...

Quanto às diferenças entre a "santinha da Ladeira", a Alexandra Solnado e a Beata Alexandrina, acho que, se não sabe ver a diferença, é por falta de respeito à religião, devido ao seu cientificismo irreal e ignorante. Explico algums diferenças... Alexandra Solnado diz coisas que são absurdas a qualquer pessoa de senso comum, além de serem claramente ofensivas à Igreja (não, nunca será beatificada enquanto não se converter e abjurar tudo o que tem dito ultimamente). A "santinha da Ladeira" nunca demonstrou uma santidade evidente, mas apenas se centrou no espectáculo de falsos estigmas (ao contrário do que "acha", há na verdade estigmas autênticos, não infligidos mas que surgem espontaneamente), entre outros, sendo apoiada por pessoas buscando "curas". A Beata Alexandrina, pelo contrário, foi uma mística (êxtase não é delírio) que viveu uma vida de coragem surpreendente após a sua maleita física e se alimentou durante vários anos apenas com o Corpo de Jesus (isto é confirmado). Entre diversos outros pormenores, espanta-me como é que você não consegue ver as diferenças... é porque não quer, por preconceito.

Taliban, veja se trata da sua própria saúde mental quando se trata de comentar sobre os assuntos e, principalmente, seja educado e responsável nas declarações que faz sobre os outros. Fique a saber que me sinto ofendido por si e não o tenho em conta de pessoa respeitável.

João Oliveira


Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 21:44

Susete, se me permites, já o ia fazer ontem mas não tive oportunidade, irei colocar aqui essa notícia por achar útil tê-la aqui mesmo para leitura e mais fácil discussão.


«O Código Da Vinci»: quando o objectivo é vender



Se a promoção da “Paixão de Cristo de Mel Gibson” se fazia com a frase “o filme mais polémico do ano”, a Bertrand Editora fez do “Código Da Vinci”, último romance de Dan Brown, “o livro mais esperado do ano”.

Falar sobre Jesus Cristo e a Igreja Católica, goste-se ou não, tem este efeito mediático. De vez em quando surge uma revelação definitiva sobre a vida de Jesus e sobre a “falsidade” que se esconde por detrás da Igreja Católica (há sempre um "segredo que a Igreja ocultou" nestas histórias). Dan Brown traz a última... até à próxima.
Tratando-se de um romance, concebido claramente para causar escândalo e gerar lucros aos autores/editores, as teorias apresentadas por Brown neste livro, - que é, de facto, um best-seller impressionante -, não surpreendem: Jesus foi casado com Maria Madalena, que estava grávida quando Cristo foi crucificado. Os descendentes daquela criança ainda sobrevivem e mantêm-se no anonimato protegidos pelo Priorado de Sião, que é também o guardião da verdadeira fé em Jesus e Maria Madalena, baseada na teoria do sagrado feminino. A novela portanto consiste numa corrida em demanda do Santo Graal, mas em vez de buscar o cálice da Última Ceia, procura principalmente os restos mortais de Maria Madalena.

A tese mais “polémica” do autor é sobre a tela "A Última Ceia", de Leonardo Da Vinci, afirmando que quem está sentada à direita de Jesus é Maria Madalena e não São João (provavelmente ocupado a tomar apontamentos para o que seria o seu Evangelho e sem tempo para comer).
Tudo isto estava já contado, desde os anos 70, nas obras de Gérard de Sède ou de Maurice Guinguand (em torno das questões de Gisors e de Rennes-le Château, e da filiação templária) ou, mais recentemente, 1982, em “O Sangue de Cristo e o Santo Graal”, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln.

Dan Brown, o autor, adverte que o livro parte de dois factos reais: a existência do Priorado do Sião, uma “sociedade secreta europeia fundada em 1099” e de que teriam feito parte figuras bem conhecidas como Newton, Botticelli, Victor Hugo, Jean Cocteau e Leonardo Da Vinci; e o Opus Dei. Toda a trama do romance vai girar em torno do combate feroz entre estas duas organizações.
Segundo Brown, todos os documentos secretos citados e as descrições de obras de artes, edifícios e rituais secretos são exactos. O facto de o autor falar num “monge” do Opus Dei, contudo, é por si só uma boa lição sobre a capacidade de pesquisa de Brown, que também apresenta um Papa que lança ao Tibre as cinzas dos Templários que ele exterminou, exactamente na época em que o Papado estava no desterro de Avinhão.
Talvez por isso seja preciso ter mais atenção quando o mas o autor faz afirmações sobre a História, dentro da novela, apresentando-as como factos consumados e amplamente aceites. Vale a pena olhar para um mapa ou para um manual de História, para conferir.

São João e os apócrifos

O autor do “Código Da Vinci” olha para os textos bíblicos como se fossem relatos jornalísticos, numa interpretação literalista que caiu em desuso há muitos anos.
“Surge no livro o problema da Ceia, que no Evangelho de São João não é, claramente, uma Ceia Pascal. O evangelista apresenta Jesus como o Cordeiro Pascal e este é um texto carregado de simbolismos de ordem teológica, retratando uma Ceia de adeus”, afirma o Pe. Joaquim Carreira das Neves, especialista em Sagrada Escritura.
Dan Brown utiliza ainda dados dos Evangelhos chamados “apócrifos”, considerados na obra como anteriores aos “canónicos” (Marcos, Mateus, Lucas e João), para partir à procura de uma imagem “original” de Jesus (profeta, humano, mas não Deus), facto que não constitui uma novidade na história da Igreja Católica.
O Pe. Carreira das Neves explica que a análise aos textos evangélicos “procura sempre o chamado Evangelho fundamental”.
“Mesmo na Igreja primitiva existia a ideia de que teria existido uma fonte comum aos Evangelhos e cada um procurava o Evangelho primitivo. Apesar de não se ter descoberto nada de semelhante, os nossos Evangelhos mostram que há ali várias compilações, como as sentenças da Quelle que aparecem em Mateus e Lucas”, refere à Agência ECCLESIA.
Esta constatação não significa, contudo, que todos os dados apresentados no “Código Da Vinci” tenham o mesmo valor. “Uma vez que a vida de Jesus tem muitos espaços em branco, eles vieram a ser preenchidos pelos apócrifos e o nosso leitor de hoje que anda à procura desses dados lê com agrado histórias mais ou menos fantasiosas”, afirma Carreira das Neves.
Os estudos bíblicos, que evoluíram significativamente desde o séc. XIX, não deixam margens para dúvidas sobre a datação dos “apócrifos”, sobretudo os de origem gnóstica, nascidos depois do ano 150 e após a redacção dos Evangelhos Canónicos, que decorreu entre os anos 70-100.

Mulheres e interpretações teológicas

O papel das mulheres na construção da Igreja primitiva é outro dos destaques do “Código Da Vinci”. Para o Pe. Carreira, é importante lembrar que “Maria Madalena e as mulheres tinham uma certa importância na comunidade primitiva”.
“Algumas correntes da Igreja primitiva davam muito valor à questão da iniciação dos escolhidos, sobretudo nos escritos gnósticos, e aí Madalena era a mais iniciada”, acrescenta. Nos apócrifos “O Evangelho de Filipe” e “O Evangelho de Maria”, Madalena é apresentada como sendo maior do que Pedro e os outros apóstolos, ideia que inspirou Dan Brown.
A Igreja Católica acabou por seguir uma posição oficial diferente desta linha gnóstica e os apócrifos acabaram por não ter qualquer importância na vida das comunidades.

O valor teológico do “Código Da Vinci” é para o Pe. Carreira das Neves “nulo”.

“O autor diz claramente que isto é um romance, como fez o Saramago, mas não deixa de afirmar que vem dar a última palavra sobre o um mistério nunca antes revelado, o do Santo Graal. Apesar dessa intenção, limita-se a ser um romance policial”, assegura.

“O problema é muito simples: os Evangelhos canónicos são prioritários, cronologicamente, em relação aos apócrifos, ao contrário do que Brown afirma. Estamos na presença de uma pura fantasia, que não resiste a um estudo sério”, acrescenta.

Fonte Ecclesia
2004-05-06 19:29:54
[www.paroquias.org]

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 22:22

Luís, estás a chamar "esquizofrenia" a quê? Já sabes que acho bastante incorrecto o uso dessas referências imprecisas, ainda por cima generalizadas... :o)

A Igreja, cada Católico, deve sim manifestar-se claramente contra as indiferenças, blasfémias, ultrajes e sacrilégios que qualquer um faça da Fé, do Senhor. Deve combater as suas causas, corrigi-las, e rezar e fazer reparação (é disso que se trata) por quem as comete e continua a cometer.

Claro que os "escândalos" e "polémicas" do dia tornarão muita gente interessada nos acontecimentos. Mas a Igreja não se alheia dos mesmos. Em sociedade, as pessoas devem saber lidar com as diversas posições, discernir a informação e ficar com o que lhe parece melhor.

Não me lembro do que aconteceu com "A Última Tentação de Cristo". Pelos vistos, o filme acaba por dar razão à grandeza da vitória de Cristo. Mas tratou-se de um filme "rebelde", contra uma excessiva "divinização" de Cristo, como se não fosse humano (heresias cristológicas antigas, o docetismo, apolinarismo, monofisismo), mas "exagerou" na própria ficção. Resta lembrar que, como "O Código Da Vinci" sobre o qual em breve sairá um filme, também no caso de "A Última Tentação de Cristo" o que saiu primeiro foi o livro e não teve tanto impacto. Não sei se estás certo ao dizer que a Igreja o apresentou como o "maligno", mas vejo que estás a ridicularizar a questão e isso está, sempre e seja como for, incorrecto.

A resposta a todas as perguntas que colocas sobre os efeitos nefastos deste livro, é simples: "Sim!!" Já está a acontecer (tanto gnóstico por aí) e a imagem pública do Opus Dei certamente que fica mais afectada.

Por exemplo, li há pouco tempo este artigo bastante representativo sobre as confusões que vão na cabeça das pessoas (repare-se que a pessoa em causa teve contacto directo na sua formação Católica com Padres e até Bispos mas não parece que tenha tido já contacto com este livro):

[www.montfort.org.br]

O que a Igreja não pode fazer de maneira nenhuma é abstrair-se da discussão pública sobre estes assuntos! É a sua própria missão que está em causa! Já para não falar no aspecto civilizacional, não só na qualidade moral do Cristianismo, mas também a própria questão da verdade sobre os factos, que deve ser estimulada e não tomada, como cada vez mais acontece, como assunto de mero entretenimento e de "opinião" livre!!

Sim, também me irrita o facto de pouco se falar sobre a Alexandra Solnado, mas a falta de qualidade do que escreve pode estar na sua origem. No entanto, temos de nos questionar quando o Frei Bento Domingues, uma personalidade visível e respeitável da Igreja em Portugal, alguém a quem se entrevista para se saber a "posição oficial" da Igreja sobre os assuntos, ele mesmo escreve o Prefácio de tão inacreditável ilusão...

Mostra de facto o que se passa: os fenómenos norte-americanos têm uma crítica cerrada pelos excelentes e cultos Católicos que por lá há; em Portugal, temos necessariamente uma qualidade intelectual muito inferior na "elite" dos crentes (não tanto acentuada na generalidade do povo, mas também se verifica visivelmente), aqueles que saiem à arena pública e se degladiam com os erros e falsidades que se dizem sobre Deus, a Igreja e os assuntos sociais e morais. Por isso mesmo é que, se eu não falasse Inglês nem tivesse Internet, seria um Católico bastante "morno" e "inseguro" nas minhas crenças, como o é a maioria dos portugueses, infelizmente. Há que pôr em marcha o grande trabalho da Nova Evangelização, pôr-nos a mexer nas paróquias, impulsionar em muito a qualidade da Catequese e ter mais ocasiões para falarmos nas paróquias com seriedade e desenvolvimento sobre questões de Fé e cultura, com uma ortodoxia vibrante e bem-disposta, a caminho da santidade.

Muito me anima a tua repulsa sobre o livro dessa falsa visionária, dessa falsa profeta, mas não sei se não terei as mesmas náuseas a trabalhá-lo... e sinceramente, me falta também o tempo para o fazer... Mas diz-me o que estás a fazer e tentarei ajudar-te no que puder. Envia-me um e-mail para falarmos mais sobre isso! :o)

Mas não suponho que esse livro da Alexandra Solnado seja "mais perigoso". Desde logo, pela sua baixa divulgação (apenas nacional e sem tão grande circulação quanto isso) e pela sua invenção inacreditável. Talvez a sua mediatização não passe de apenas mais um "freak-show" no Herman Sic...

João Oliveira

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 22:26


Correcção -- no 4.º parágrafo da mensagem anterior, leia-se:

«(...) como obra do "maligno" (não que isso deixe de também ser verdade), mas vejo (...)»

João Oliveira

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 22:49

Apesar de já serem suficientes os artigos, entrevistas e livros referidos, menciono ainda mais alguns. Estou a dedicar-me a estes assuntos porque os acho realmente importantes, porque não nos podemos calar perante esta escala de anti-catolicismo... o assunto é sério mas o ridículo e a "agenda" é tão evidente que com tanta parvoíce, e para aliviar a "irritação", ainda me rio um bocado a desfazer estas... bem, tretas! :o)

Daqueles artigos que já referi, recomendo especialmente os de Carl Olson e Sandra Miesel, MUITO particularmente o seu artigo (2 partes) na Envoy Magazine, que está excelente, o seu livro e a própria página do mesmo, que tem outros recursos bastante interessantes.


* Cultivating the Memories of What Jesus Has Done for Us [Bispo Paul S. Loverde (Diocese norte-americana de Arlington, na Virginia]

* The Duh Vinci Conundrum [uma sátira de Carl Olson] (isto está excelente!! não percam!! é só rir!! já agora, esse livro não está editado... mas devia! :o) )

* Seeing (Code) Red: Answering The Da Vinci Code Bullies [Carl Olson]

* Critiques & Articles about TDVC [lista actualizada de artigos de Carl Olson]

* Inventing a Religion of Intolerance [Dr. James Hitchcock]

* Pain: Da Vinci Code Versus The Passion [Steve Kellmeyer]

* Lies With Wings [Gabriel Garnica]

* The Latest "Real Jesus" [Mark Shea]

* Book Review: The Da Vinci Code [Amy Welborn]

* Explaining the Gullibility of The Da Vinci Code [Amy Welborn]

* The Da Vinci Code: Fact or Fiction? [Lavinia Spirito - Renewal Ministries]

* Da Vinci Code Spurs Debate: Who Was Mary Magdalene? [National Geographic News] (este artigo tem diversos erros -- a Igreja não considera Sta. Maria Madalena uma protistuta, mas uma santa, como é evidente!! -- e propõe divulgar sem séria crítica o "Evangelho de Maria")

* Fact and Fiction in The DaVinci Code [outro livro que explica as mentiras e as razões por detrás da obra, da autoria de Steve Kellmeyer]

* The Da Vinci Code Special Section [Christian History Magazine]



«In the end, Dan Brown has penned a poorly written, atrociously researched mess. So, why bother with such a close reading of a worthless novel? The answer is simple: The Da Vinci Code takes esoterica mainstream. It may well do for Gnosticism what The Mists of Avalon did for paganism — gain it popular acceptance. After all, how many lay readers will see the blazing inaccuracies put forward as buried truths?

What's more, in making phony claims of scholarship, Brown's book infects readers with a virulent hostility toward Catholicism. Dozens of occult history books, conveniently cross-linked by Amazon.com, are following in its wake. And booksellers' shelves now bulge with falsehoods few would be buying without The Da Vinci Code connection. While Brown's assault on the Catholic Church may be a backhanded compliment, it's one we would have happily done without.»

-- Sandra Miesel


Também é claro que o livro é focado num target bem específico, que explica também o seu sucesso comercial: partindo de uma série de teorias e doutrinas esotéricas e neo-gnósticas impulsionadas nos últimos tempos como verdades estabelecidas (o livro *nada* tem de original, é uma amálgama bem conseguida para o seu objectivo: ser vendida), além dos elementos conspiracionistas anti-católicos que espicaçam desde logo a curiosidade de gente socialmente obcecada por desobediência a qualquer tipo de autoridade que não a sua "consciência" e "apetites", além de apresentar uma mistérica história de detectives, propondo a revelação de "verdades" sobre "segredos" bem guardados há séculos por quem nos manipularia a todos (um fantasma Big Brother apresentado como sendo a influência da universalidade do Catolicismo), por girar especialmente em torno da idolatria do feminismo, sendo em estilo de romance, não apresentando elementos particularmente grotescos, reinventado o falso mito da suposta imposição católica da inferioridade da mulher e sua má aceitação do sexo, acaba por cair bem no sector de população que mais livros lê, as mulheres adultas, que hoje em dia são tão estimuladas a se ligarem com o "mundo esotérico". Isto é apenas uma avaliação minha, parcial, pelo que pode ser discutível, mas que me parece acertada.

Por outro lado, o livro representa muita coisa, pelo seu impacto, sobre a sociedade contemporânea e os desafios da Igreja no nosso tempo... Algo que deixo ao nosso diálogo. Espero que este "tiro", apesar de dar dinheiro, saia pela culatra, na arena pública, pois de maneira alguma pode sobreviver a uma crítica séria e servirá para mostrar às pessoas que o entretenimento não é tudo, que não lhes podem mentir assim, e pode ser utilizado como referência pelo discípulo de Cristo, quando se tratar de fazer ver a alguém que precisa de se informar realmente sobre os assuntos, vendo o que uns e outros dizem, não se satisfazendo com estes romances populares, hipóteses "fantásticas" e mediaticamente aceites...

Outro problema, grave, será a persistência do preconceito sobre estas questões, como diz Sandra Miesel na citação que coloquei acima. O livro propõe uma apostasia geral porque nega com pertinácia a verdade da Revelação de Deus preservada pela Igreja Católica, além de a atingir como sendo uma instituição inteiramente humana e inteiramente sujeita à perversão, e não como uma instituição estabelecida por Deus. De facto, a questão da corrupção humana da Igreja já levou muitos a se converterem a Cristo e a se reconciliarem com ela, pois uma instituição meramente humana não poderia subsistir à existência de tantos pecadores no seu seio, o que apenas fragiliza o seu testemunho circunstancial ("uma freira bateu-me no colégio, a Igreja Católica é falsa" -- ??!) mas não a sua respeitabilidade universal mas sim, pelo contrário, confirma a divindade do seu depósito de fé e a sua autoridade.

João Oliveira

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: Taliban (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 22:53

Olhe Joca:

Alexandra Solnado diz coisas que são absurdas a qualquer pessoa de senso comum, além de serem claramente ofensivas à Igreja.

Bem a Alexandrina de balazar também disse coisas bastante absurdas e algumas muito estranhas á própria filosofia da Igreja como aquela estranha e mórbida idolatria face ao sacrário e os extases masoquistas.
Também todas a quelas imprecações dd deus que quer o seu corpo martirizado com supremo deleite são em absoluto contrárias á mensagem cristâ..
Mas tenho muitas dúvidas que fosse a pobre rapariga analfabeta e com problemas físicos e mesntias a dizer aqueles discursos. Provavelmente foram os padres que os escreveram para ela ( mais ou menos como aconteceu com a Irmâ Lúcia a propósito dos acontecimentos em Fátima).
.
"A "santinha da Ladeira" nunca demonstrou uma santidade evidente, mas apenas se centrou no espectáculo de falsos estigmas"

Bem não sei se a santidade era falsa, mas havia vários "milages" e um vasto movimento de religiosidade popular face á mesma, foi erguida uma basílcia e as peregrinações eram tão intensas que o fenómeno chegou a rivalizar com Fàtima.

Quanto aos estigams a"autênticos" não existem. Podem ser autoinflingidos e feitos por terceiros. Tudo o resto é ficção científica.
Mas parece que a santinha de balasar não tinha estigams, ao contrário da santinha da ladeira...


Diz o senhor Joca que "êxtase não é delírio"- gostaria então que vossa excelência desse uma definição para o extase que fosse inteligível para o comum dos mortais e não se circunscrevesse a expressões do tipo mágico-infantil.

Quanto a alimentar-se durante vários anos só da hóstia, obviamente que é uma mentira de todo o tamanhoe as confirmações não exeistem- apenas um relato de que a mulher passou uma ou duas semans sem comer.

Támbém verdade que há muitas raparigas anorécticas que chegam a passar semanas sem comer e que quando comeme induzem o vómito (parece que a alexandrina fazia o mesmo) e é verdade que há pelo menos uma doutora da Igreja que morreu aos trinta e poucos anos, vítima de anorexia.

Mas não deve ser por isso que as anorexicas devem ser todas beatificadas, até porque privar-se de alimentos até morrer de inanição é uma forma de suicídio e não chegariam os alaltares para tantas santas e beatas.

.Para mim não há de fcato diferença alguma entre um caso patológico - o da alexandrina e outro caso patológico - o da alexandra.

Mas fico é espera dos doutos esclarecimentos de vossa senhoria.

Atenciosamente

Taliban, o pensador

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 23:26

Taliban, "Joca"??!!

Luís, chamo-te de novo à atenção, o Taliban precisa de moderação.

O que diz sobre "coisas estranhas à filosofia da Igreja" e à "mensagem cristã" padecem da sua ignorância e falta de reverência para com Jesus Cristo, na verdade do seu sacrifício redentor. O que você diz sobre a Beata Alexandrina, além de não o pormenorizar e sendo preconceituoso na sua falta de argumentação, não tem autoridade nenhuma. Foi a própria Igreja que a aclamou, e não é você que vem agora dizer que isso não "corresponde" ao que você "pensa", "acha" e "conhece" sobre o Cristianismo e as revelações privadas.

Sobre a "santinha da Ladeira", não diga tolices, esse fenómeno nunca "rivalizou" com Fátima, nem em autenticidade, nem em impacto mundial, nem em número de peregrinações (que parece ser o que mais lhe interessa).

Existem sim estigmas autênticos, não infligidos pelo próprio nem por terceiros. O que se debate em meios científicos tem mais que ver com os aspectos fisiológicos de tal ocorrência (para o qual se propõem teorias sobre uma hipótese, por demonstrar, de serem "auto-infligidos" psicologicamente), do que com investigações forenses sobre o modo como foram infligidos fisicamente no corpo -- isso não se verifica, porque a Igreja não aceitaria tais casos, e se no passado, sem as investigações que acontecem hoje, isso tivesse ocorrido, a pessoa teria sempre de ter uma vida santa, que é o que mais interessa. Leia a vida de S. Padre Pio para fazer uma ideia dos estudos feitos sobre os seus estigmas...

Um êxtase religioso é uma graça de Deus, que nos concede uma felicidade abundante e uma compreensão íntima do que se relaciona com a nossa salvação.

Seja mais comedido em afirmar coisas que ignora como que "as confirmações não existem" no caso da Beata Alexandrina se alimentar apenas do Corpo do Senhor. Existem, e estão retratadas no seu processo e no testemunho de muitos.

Quanto a Alexandrina induzir o vómito, tem que me dizer onde leu isso... No caso de Alexandrina trataram-se de anos sem comer mais nada senão a Santíssima Eucaristia.

A Beata Alexandrina foi aclamada pela Igreja pela sua vida de santidade, pelo testemunho de Fé que foi para todos, e pelos fenómenos sobrenaturais com que Deus a agraciou.

Para si não há diferença entre o que chama indiscriminadamente de "casos patológicos" porque tem uma atitude irreverente, padece de ignorância arrogante e presunçosa, e não respeita as pessoas que o abordam para falarem consigo seriamente sobre os assuntos (aliás, foi você que me abordou, e sem educação, restando-me defender-me dos seus preconceitos e ofensas).

Você pensa, mas mal, devia abrir a sua mente e o seu coração a Deus, para ser uma pessoa melhor e ser feliz junto do Senhor. Vou rezar por si.

Veja se se porta bem, se respeita as pessoas e a verdade dos factos, e deixa de abordar assuntos off-topic.

João Oliveira

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 11 de May de 2004 23:32


Obrigado Luís pela edição da minha primeira mensagem, peço-te então que apagues as mensagens referentes aos "códigos" neste tópico, e que consideres activar a funcionalidade [ list ].

Já agora, no 8.º parágrafo escrevi "vótimo" em vez de "vómito", se puderes corrigir agradeço... :o)

Ah, contacta-me para o meu e-mail, por causa disso da Alexandra Solnado e porque preciso de falar contigo pessoalmente e não tenho o teu contacto...

Obrigado por tudo, abraço,
João Oliveira

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 12 de May de 2004 00:03

João,

Infelizmente, a palavra "Citação:" é definida directamente no código, mas penso que numa próxima versão existirá maior controlo e liberdade por parte dos participantes.

Voltando ao assunto do tópico, o termo "esquizofrenia" foi utilizado entre aspas por falta de termo melhor. confesso que fiquei pasmado com a chuva de artigos a rebater o livro (aumentada ainda mais pelos novos artigos que enumeras), a justificar os erros do livro, e a defender a doutrina da Igreja, ainda mal o livro tinha saído. Por exemplo, com os livros do Harry Potter, só vi um ou outro texto, quando já se tinham publicado dois ou três volumes do pequeno mágico.

Neste caso, acho que a chuva de respostas ou traz algo escondido que ainda não consegui perceber (será por a Opus Dei ser referida livro?) ou está a ser um pouco exagerada e contra-producente pois só está a dar mais destaque ao livro.

Gostei do que disse o Prof. Carreira das Neves: «Estamos na presença de uma pura fantasia, que não resiste a um estudo sério.»

Quanto aos livros da Alexandra Solnado, considero-os muito mais perigosos e explico porquê.

1. O livro "O Código de Da vinci" é uma novela, um conto de ficção com algumas personagens e instituições reais, embora numa utilização fictícia. O livro da Alexandra Solnado conta uma experiência pessoal em que ela conta aquilo que lhe aconteceu (uma aparição de Jesus Cristo, o milagre da cura do pai, etc.).

2. O livro "O Código de Da Vinci" será lido por um publico mais "formado", e que saberá distinguir um conto, uma novela, de um trabalho de investigação sério (embora admita que os leitores se poderão colocar a questão "Será este conto verdade?", e poderá pô-los a pensar). No livro da Alexandra Solnado é escrita uma "verdade" para se ser aceite. É dado um contacto telefónico e é-se convidado para encontros de divulgação da referida mensagem.

3. As personagens do "O Código de Da Vinci" são distantes: Leonardo da Vinci, Opus Dei (talvez nem por isso), investigadores, etc. . As personagens do livro da Alexandra Solnado vão aos programas da televisão em Prime Time, e nos programas da manhã, e é dado tempo de antena privilegiado à sua autora, com testemunhos pessoais de coisas boas que foram acontecendo após ter tido as aparições.

Poderia dar mais exemplos, mas estes já me parecem suficientes.

Não conheço pessoalmente o Frei Bento Domingues, e penso que só o vi pessoalmente uma única vez. Se o conhecesse, acho que não resistiria a perguntar-lhe "Como foi possível escrever aquele prefácio?", ou o que lhe passou na cabeça naquele momento.

Sobre um possível trabalho de resposta, não estou a pensar em nada em particular e também tenho outros projectos bem mais atractivos. Caso algum dos outros participantes tenha lido o livro em causa e quiser partilhar connosco, e quem sabe até, elaborar um trabalho conjunto... fica o convite.

Para terminar, João, já leste o livro "O Código de Da Vinci"? Para além das polémicas religiosas, gostava de saber a tua opinião sobre a novela em si. :-)

Um abraço,
Luis

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 12 de May de 2004 00:04


Taliban, relembro que este tópico é sobre "O Código Da Vinci", a sua falta de respeito e sentido de ética já seria causa de censura, se o Luís me desse ouvidos??!

(Confesso que as suas ofensas são cada vez mais insuportáveis!!)

João Oliveira

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: Taliban (IP registado)
Data: 12 de May de 2004 00:18

Sobre os livros da lexandra, desculpa lá ó luís, mas não há sequer pachorra para perder tempo com aquilo. A mulher é completamente doente e o que acho estranho é que vende livros! è uma mistura de paulo coelho com os extases místicos da alexandrina.

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 12 de May de 2004 00:30


Luís, acho que não estás a ver bem a coisa! E não percebo bem porquê, isto parece-me evidente!!

"O Código Da Vinci" apresenta instituições bem reais e afirma descaradamente factos e doutrinas que não são reais. De facto, as pessoas que o lêem não sabem distinguir porque não querem. E quem é que disse que quem irá ler o livro será mais "culto"? Não, um romance conspiracionista como este, ainda por cima sem valor literário especial, pode ser lido por qualquer um. Mas ainda que fossem os "cultos" a ler: não se verifica bem a separação entre facto e ficção, e a ideia de que "a Igreja Católica é suspeita, deve haver algo que não bate bem", sai disto tudo muito mais fortalecida!

Como eu já tentei explicar, não há que ter "medo" de ser "contra-producente" no ataque a este livro. Sabes o que se passa de facto? O que se encontra em "ficcões" como a de Alexandra Solnado e no Harry Potter, é que "O Código Da Vinci" é uma "ficção" que mais descarada e ridiculamente congrega esses elementos anti-católicos! Acerca do Harry Potter, a crítica Católica norte-americana também não o poupou a um exame sério! Mas "O Código Da Vinci", pelo seu extraordinário sucesso comercial e pelas suas constantes referências a acontecimentos históricos, embora em forma de "ficção", tem merecido ainda mais atenção.

Com que razão dizes tu que a Opus Dei é "distante"...?! E Leonardo Da Vinci, uma personagem histórica tão admirada?

É verdade, repito, que o que se passa com a Alexandra Solnado em solo nacional depende da nossa fraca formação Católica e da importância privilegiada que se dá ao esoterismo! Há por aí feiras, em alguns dos maiores locais públicos, de videntes e objectos supersticiosos: alguma vez ouviram falar de congressos de apologética por cá? O que acontece é que tudo o que venha referenciado como "Católico" é desprezado, discriminado, as pessoas são quase obrigadas a ter vergonha de serem fiéis à Igreja!! É isto que se passa!!

Luís, acho que te falta ler alguns dos artigos que citei para te pôres a par disto tudo... Recomendo novamente o artigo de Carl Olson e Sandra Miesel sobre toda a questão.

Eu não comprei o livro porque já estou "vacinado" e de modo algum irei contribuir para alimentar fabricações "literárias" deste tipo, mas se alguém mo emprestar, hei-de "tentar" lê-lo. Mas como já li tantas críticas, pouco proveito hei-de ter (o único proveito que há na vida é o de sermos santos!). Além disso, tenho sempre muitas coisas boas à espera do meu tempo, para que me hei-de "entreter" com estas "tretas"?

Lembro-me de uma coisa que D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa, disse aquando da homilia do meu Crisma: Sejam Católicos sem misturas!! Acho que tu também precisas de ouvir isto, Luís, porque livros horríveis como este não são para serem lidos nem por "curiosidade": que o leia apenas quem tem capacidade para os refutar e que todos nós não enchamos as carteiras de quem nos quer mal! Quero dizer, até "podemos" ler (comprar, nunca!), mas se formos Católicos fiéis teremos as tais "náuseas" e apenas ficaremos escandalizados, e se não ficarmos, se acharmos "curioso", estamos a comprometer a nossa Fé em nome de um qualquer entretenimento, ainda por cima sem qualidade, cheio de erros e mentiras, e blasfemo.

Cuidado, discípulos de Cristo! Deus quer-vos perfeitos, sejam fortes e firmes na Fé!! :o)

João Oliveira


Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 12 de May de 2004 00:46


Taliban, continua a demonstrar o que diz, continua a entender mal as questões, continua a não ter autoridade nenhuma para o que diz, continua a escrever off-topic.

De forma nenhuma serei eu o único (e a Avlis) a dizer que conheço o Evangelho: você só diz isso porque não o conhece e tenta transformar essa ignorância e brincadeira em presunção dos outros. Apenas disso que *você* não conhece o Evangelho, assim como muitos o mal conhecem aqui pelo forum. O mal é *não querer* conhecer e *desrespeitar* as respostas que lhe dão. E que você seja muçulmano, vá fazer outro de parvo... ou melhor, cale-se.

Sobre as questões que coloca e que lhe parecem absurdas, é preciso colocá-las no sítio certo. Não se tratam de "sacrifícios humanos pagãos", isso eram ideias incorrectas da verdade reconhecida por todo o ser humano de que precisa de reparar o mal que fez, que é ofensa a Deus (e o Senhor não quer nem precisa de "pagamentos" -- nós é que precisamos de nos aproximar d'Ele --, mas de conversão e entrega de vida à caridade que só Ele conhece). Ora, Deus revelou-Se e disse-nos que é necessário entregarmos-Lhe a nossa vida, o que implica realizar a sua vontade, fazer uso dos Sacramentos. Já estive para escrever sobre a doutrina Católica da reparação e da expiação, mas não tive ainda oportunidade (e há tanta necessidade de informação sobre a Igreja por aqui, que é uma lástima).

O Senhor não está sujeito a ser controlado pelas leis que criou, pode manifestar sinais sobrenaturais para confirmar a nossa fé. Você não acredita que Alexandrina se tenha alimentado apenas com o Santíssimo Sacramento durante anos tal como não acredita que Jesus tenha ressuscitado mortos...

Eu não fiz nenhuma ameaça, fiz-lhe ver que você não está em comunhão com a Igreja (se é "muçulmano", confirma-se). Não tenho necessidade de o ameaçar, tenho é pena de si e sinto-me ofendido pelo que diz.

Ai, se eu fosse moderador deste forum!! Seria um serviço público educar-te na Fé, Taliban, mas não tens o direito de nos ofender.

ASSUNTO ENCERRADO, ESTE TÓPICO É SOBRE "O CÓDIGO DA VINCI"!!

João Oliveira

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 12 de May de 2004 00:50


(a minha mensagem anterior referia-se a uma mensagem do Taliban que aparentemente -- e finalmente -- foi censurada...)

Mas acho que se deve manter o que disse, vai de encontro às demais interrogações do referido autor.

João Oliveira

Re: O Código Da Vinci: uma novela anti-católica
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 12 de May de 2004 01:24

João,

É provável que eu "não esteja a ver bem a coisa". Por agora, daquilo que vi, parece-me um tanto ou quanto exagerada a quantidade de artigos-resposta.

Quando comparei o público alvo dos dois livros, tive em conta o próprio estilo de escrita. Um é uma novel, o outro é uma espécie de diário com textos curtos (e de leitura mais fácil).

Quanto ao artigo que sugeres da Envoy, vou imprimi-lo e levá-lo para ler nas férias.

Sobre o ler ou não o livro, não concordo contigo. Dou-te algumas razões.

1) Porque sem ter lido o livro, o livro não me é "horrível". E embora sabendo que o livro tinha alguma polémica por detrás dele, até tu hoje teres iniciado este tópico, ninguém que eu conheça me tinha falado mal do livro. Depois, sou contra o Index. Não é por um conjunto de pessoas dizerem que o livro não presta e outro dizerem que é muito bom que eu formo a minha opinião (como disse, não li as críticas do livro, e não conheço o trabalho e o percurso dos autores das críticas para as considerar de valor ou não).

Ainda há duas semanas, após ter visitado umas cinco ou seis livrarias em Londres, finalmente encontrei o "Infallible?" de Hans Küng, e, claro está, comprei-o. Há já algum tempo que pretendia lê-lo e será uma das minhas companhias nas férias. [Nota: Foi com base neste livro que a Igreja decidiu retirar ao Teólogo suiço Hans Küng, a licença de ensinar em escolas católicas, embora o pudesse continuar a fazer mas a partir de uma perspectiva secular.]

Será sempre a minha consciência a principal fonte das minhas opiniões.

2) Porque se me parece exagerada a reacção ao livro, nada melhor que eu ler o livro para avaliar se foi exagerada ou não. Afinal, que risco corro ao ler o livro: perder a fé em Cristo e na Igreja? Não creio. Perder o meu tempo? Sim, talvez aconteça, mas foi por opção minha, e acredito que se for enfadonho nos primeiros capítulos, ficará condenado a passar o resto da vida na estante.

3) Se não tenho que me empreste o livro para o ler, terei que o comprar. E dos euros que paguei pelo livro, talvez nem um único euro completo chegue ao bolso do autor (sim, eu sei qual a percentagem que recebe um autor pelos direitos de autor). Será por a Bertrand ter publicado este livro que merece que no futuro não compre mais nada desta editora?


Para terminar, e para evitar possíveis comparações entre ler um livro e outra qualquer acção menos recomendada, é preciso analisar os riscos inerentes a cada uma. Por exemplo, eu sei que a droga é má mesmo sem ter experimentado. Mas estamos a falar de um livro. Uma novela.

Luis

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