ajudamos pessoas que vivem em união de facto mas esta é uma situação diferente.

mas por vezes impomos normas. Já em tempos o fiz.

Já condicionamos a ajuda à frequencia da escola. Familias em que as crianças não iam à escola condicionamos a ajuda à frequencia da escola.
E resultou. As crianças passaram a ir à escola. Aqui imposemos a norma.

Também já condicionamos ajudas a tratamentos de desintoxicação alcoolica.
os resultados nestes casos nem sempre foram os desejados.

Mas fizemo-lo para tentar recuperar o dependente do alcool.

Neste caso a familia tem rendimentos consideravelmente abaixo do RIS (por causa da renda de casa). Dá para alimentação mas pouco mais.

Estou inclinado a que continuemos a ajuda-la mas tambem quero que ela perceba que não concordo com o procedimento dela.

"Quando falamos de ressurreição, não falamos apenas do triunfo da vida na "outra vida", mas do triunfo da vida sobre a morte a partir deste momento, no aqui e agora da história.
A ressurreição vive-se e faz-se presente onde a vida luta contra a morte, onde as forças da vida lutam contra as forças da morte.
Vistas as coisas assim, é preciso dizer que a ressurreição se faz presente e se manifesta onde se luta, e até se morre, para evitar a morte evitável e onde se suprime o sofrimento que se pode anular.

É aqui que tem de fazer-se patente e tangível a fé na ressurreição: sofrendo para suprimir o sofrimento e chegando a morrer para evitar a morte.
É neste compromisso práctico, com a vida e com as causas da vida, que se manifesta a fé na ressurreição.
De pouco vale a fé na vida eterna, se isso significar uma alienação em relação ao presente, marcado pelo sofrimento e pela morte.
De pouco vale perseguir a vida que há-de vir, se não se fizer nada por esta.
De pouco vale a esperança no porvir, se não recriarmos a história com letras novas de justiça e de paz."

A ler em www.noadro.blogspot.com


Camilo:
Da tua intervenção não sobressai nenhum indício de perocupação genuína pelo bem estar alheio ou de empatia pelo sofrimento do outro, muito concretamente com a situaçao específica dessa mulher. Falas de ajuda e normas que queres que os outros cumpram, como um funcionário público que usa um poder discricionário a bel prazer.

Caridadezinha?

Preocupo-me com o bem dela (e o bem dela vai muito para além da redutora limitação ao bem estar material), com o bem da esposa traida, com o bem dos filhos dela, com o bem das crianças que não íam à escola e passaram a ir porque não fomos condescendentes com um deixa andar que tolerava que elas não fossem à escola.

Caridadezinha seria se eu limitasse a fazer filantropia procurando apenas um bem estar material imediato sem me preocupar com as crianças que não iam à escola. E pode crer que não foi facil fazer sentir à familia que os seus filhos tinham de ir à escola.
Era uma norma a cumprir mas era para o bem deles. Não apenas para o bem estar material deles mas para o bem integral deles, material, psicologico, espiritual.

O bem de alguém não se resume ao bem estar material. E não se resume apenas aquela mulher. Para mim nesta situação as pessoas que mais devo salvaguardar são os filhos dela e não a ela.

Então, se a tua preocupação são os filhos dessa senhora, nem sequer podes colocar a hipótese de lhe negar ajuda material e um bem estra material imediato - dar de comer a quem tem fome.
Jesus não perguntou os pecados da multidão faminta - alimentou- os sem perguntas, cheio de misericórdia.

( Assumes que a tua preocupação essencial não é com aquela pessoa concreta que procura a tua ajuda. E è pena. Não apenas por ela. Mas por ti).

O que transforma as pessoas não é uma imposição de normas, nem a chantagem.

Camilo

Pergunta ao padre da tua igreja se deves ajudar essa pessoa. O padre que fale com o Conselho Pastoral.

Se algum dia a comunidade falar o padre que diga na igreja, que foi a decisão do Conselho Pastoral!!! E daí lavas as tuas mãos!

Falar com o Conselho Pastoral parece-me ser de todo evitar.

A ajuda deve ser dada com discrição. Faze-lo de forma publica humilha a pessoa que se ajuda.
Procuro que a pessoa que é ajudada não se sinta diminuida por ser ajudada, que sinta que que aquele que ajuda e aquele que é ajudado são igualmente dignos.
E este é um ponto importante porque muitas pessoas sentem-se de facto humilhadas por se verem obrigadas a recorrer à ajuda de terceiros.
Por isso é de evitar toda a exposição publica, procurar fazer sentir à familia que é ajudada que não é menos digna que qualquer outra, não é mais nem menos que aquele que ajuda.

Já falei com o paroco e estamos mais ou menos de acordo que devemos ajudar mas também aconselhar no sentido de ver que o comportamento que está a ter provoca sofrimento e não é bom.

E não me apetece ser Pilatos para lavar as mãos.
Procuro é uma ideia que me consiga conciliar as 2 coisas. Ajudar quem precisa, precisa de ajuda material mas também moral.

No caso das crianças que não iam à escola a solução era evidente. Tinham de ir, não ir era o caminho certo para a marginalidade.



Editado 1 vezes. Última edição em 15/04/2006 02:12 por camilo.

Sejamos fiéis para com Deus e uns para com os outros.
Só temos a ganhar com esta atitude.

«Não vos deixarei órfãos; Eu voltarei a vós.» (João 14,18)



Editado 1 vezes. Última edição em 27/04/2006 11:14 por mpp.