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8 de Março - Dia de S. João de Deus
Escrito por: Nuno Sousa (IP registado)
Data: 09 de March de 2002 01:12

Para os mais distraídos, ontem dia 8 de Março, festejou-se S. João de Deus.

É um apelo de Deus Nosso Senhor, à santidade. O que é a santidade? Poderei eu ser Santo? Quem reune condições?

Bom, Jesus deixou-nos um apelo "Sede perfeitos como o vosso Pai do Céu". Sede Santos, não temais. Outro apelo, desta vez vinda da boca do Nosso Querido Santo Padre.

Muito haveria para falar sobre a santidade. Mas, reconheço que num forum não nos devemos alongar em muitas palavras, até porque "posts" muito compridos, são à partida um convite para a "não leitura". Devo ser simples e eficaz e conto com a ajuda d'Ele.

Se Paulo fez o que fez, porque não eu? Se Inácio de Loyola conseguiu dar aquela reviravolta na vida, poque não eu? Se Damião, conseguiu entregar-se aos marginalizados - os leprosos - porque não eu?

Existe um plano para cada um de nós: "Sede Santos".

E qualquer um de nós reune condições, desde que eu queira. Pois Ele, porque é Amor, respeita a nossa Liberdade.

Sermos Santos é vivermos e fazermos da nossa vida, a Graça de Deus.
E os Sacramentos são sinais enviados por Deus reveladores da Graça Santificante.

Penso que devo ficar por aqui. Muito mais, repito, haveria por dizer.

Abraços,
Nuno Branco 25 anos

Re: 8 de Março - Dia de S. João de Deus
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 02 de March de 2003 00:15

A nossa atitude diante das pessoas portadoras de doença mental

Este tópico tem quase um ano e não teve respostas, mas quis "reanimá-lo" para abordar uma questão algo delicada. Como sabemos, S. João de Deus foi o Fundador da Ordem Hospitaleira, que em Portugal e noutros países se destaca pelo trabalho com pessoas com algum tipo de doença mental. É um trabalho impressionante, às vezes de fronteira, nem sempre muito gratificante... Os hospitais psiquiátricos tendem a ser caixotes do lixo da sociedade, que rejeita liminarmente as pessoas portadores de doenças mentais...

Que comentários ou experiências podemos fornecer/partilhar diante desta realidade das pessoas com problemas mentais? Que critérios seguir para dilemas como o da avaliação da "idoneidade" de uma criança autista para receber a Primeira Comunhão? Conheço bons exemplos de integração de pessoas com deficiências mentais nas comunidades cristãs. Será esta uma constante ou há muito mais a fazer?

No que diz respeito aos portadores de deficiências físicas há claras discriminações a nível social... Basta ver como é crassa a falta de rampas em muitos edifícios públicos (incluindo igrejas)...

E que dizer do "trato" das pessoas doentes mentais?

Alef

Re: 8 de Março - Dia de S. João de Deus
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 02 de March de 2003 01:23

Bom, já agora é importante lembrar que o ano de 2003 é o «Ano Europeu da Pessoa com Deficiência».

Aqui ficam dois "links" importantes, que repetirei no tópico dos "Favoritos":

- [www.ecclesia.pt] - um dos destaques na «Ecclesia», com alguns artigos recomendáveis.

- [www.eypd2003.org] - o website oficial do «European Year of People with Disabilities».

Alef

Re: 8 de Março - Dia de S. João de Deus
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 02 de March de 2003 10:44

Deficientes são iguais ainda que diferentes

Há 22 anos, 1981 foi declarado pelas Nações Unidas o Ano Internacional das Pessoas Deficientes.

Já então, a Igreja Católica se associava à atenção que merecem as pessoas com deficiência, para que lhes sejam reconhecidos os direitos, na convicção de que são iguais a todos nós, na sua diferença, ou seja, são sujeitos de todos os direitos e deveres, menos aqueles que a sua condição não consinta pôr em prática, mas com um direito a mais, o de serem compensadas nas suas deficiências e respeitadas nas suas diferenças.
Estamos no Ano Europeu das Pessoas com Deficiência. Para além das iniciativas que todos formos capazes de realizar com as pessoas com deficiência, 2003 chegará longe na medida em que, e sobretudo, as famílias e as comunidades locais desenvolverem meios mais naturais e mais adaptados para que os deficientes sejam pessoas felizes.

No Jubileu 2000, João Paulo II lançou um apelo ainda hoje válido para que a Igreja se torne "acolhedora" das pessoas com deficiência, pois são "portadoras de uma intensa esperança de libertação".
As pessoas com deficiência têm o direito de ser reconhecidas como cidadãs de corpo inteiro na Sociedade e também como participantes activas na vida e missão da Igreja.

Para esses ideais, em Igreja, muito têm contribuído alguns movimentos de, com e para pessoas com deficiência. É o caso do Movimento Fé e Luz, fundado, em França, por Jean Vanier e Marie Hélène Mathieu (educadora especializada em trabalho com pessoas com deficiência). A obra nasceu para combater o isolamento social e eclesial de pessoas com deficiência e suas famílias. O movimento já está implantado em 75 países, onde existem 1400 comunidades. Em Portugal, está reconhecido nas dioceses de Lisboa, Porto e Évora.

É o caso também da Fraternidade Cristã dos Doentes Crónicos e Deficientes Físicos, movimento de evangelização nascido em França, igualmente activo em Portugal.

É o caso ainda do Centro de Deficientes Profundos João Paulo II, em Fátima, criado, há 12 anos, pela União das Misericórdias Portuguesas. Na sequência, seria criado o Centro de Deficientes de Santo Estêvão, em Abravezes, Viseu.
Apesar dessas e de outras iniciativas, continua a ser verdade que as pessoas com deficiência encontram ainda demasiados obstáculos para que, a seu favor, sejam observados e postos em prática os chamados princípios da normalização, em ordem a um quadro de vida e actividades que as integre no quotidiano das suas famílias e comunidades (também da Igreja e suas paróquias), bem como da integração efectiva e da personalização.

Se querem um exemplo que não abona a favor da integração das pessoas com deficiência, vejam quantas igrejas em Portugal têm acessos para deficientes. Se calhar, poucas ou apenas uma ou outra excepção.

Ainda a nível das comunidades cristãs, seria bom saber quantas têm catequese adaptada a pessoas com deficiência e qual o grau que lhes é consentido na participação da vida sacramental.

As barreiras para a normalização, integração e personalização das pessoas com deficiência não são apenas as de falta de acessos a lugares que todos nós frequentamos, mas, e sobretudo, de mentalidades de quem persiste na sua discriminação e exclusão.

IN: Jornal de Noticias de 22-02-2003

Re: 8 de Março - Dia de S. João de Deus
Escrito por: cristina (IP registado)
Data: 02 de March de 2003 14:59

A propósito gostaria de deixar desde já a impressão de que apelidar alguém de defeciente mental é muito complicado.
Tive o prazer de trabalhar um ano com pessoas rotuladas de deficientes mentais e descobri que a maior parte delas sofre apenas de exclusão social , sendo efectivamente o Hospital psiquiatrico muitas vezes o caixote do lixo de pessoas não aceites.
Muito se critica o Hitler por querer a raça perfeita , mas gostaria de saber que valores estão subjacentes a quem permite o aborto de fetos que são portadores de trissomia 21 e de outras deficiências. Daqui a alguns anos começam a ser permitidos abortos a bébes hemofilicos , depois obesos e por aí adiante. O meu discurso parece demasiado radical , mas o que é facto é que quando se trata de chamar este ou aquele de anormal todo o cuidado é pouco.
Vejamos então quem são os normais e os anormais:

Os anormais que conheci , os deficientes mentais eram pessoas estranhas no seu aspecto em geral , muito pobres , muito mal tratados , muito magros ou muito gordos, muito pobres , uns babavam-se , outros sofriam de incontinência , outros descontrolavam-se facilmente eram agressivos quando contrariados , outros eram autistas , outros... A primeira vez que lá entrei só me apeteceu fugir , aquilo era um ambiente efectivamente muito estranho , era uma escola para deficientes mentais. Após um longo ano descobri quando me vim embora que tinha ali amigos até morrer. Muito simples , muito verdadeiros , quem convive com eles sabe muito bem a grande vantagem : com eles a gente sabe sempre qual a sua resposta, sabemos sempre com o que podemos contar , sentimo-nos seguros porque na boca deles não existe mentira , mas só reacções a estimulos que são sempre mais ou menos idênticas. Conheci-os e gosto muito deles, sempre que os vejo seja onde for há sempre um abraço e um sorriso e uma palvra amiga . Aos autistas dou-lhes um beijo e eles só pestanejam mas que diferença faz?

Os normais ? Desses tenho medo. Há uns que andam de fato e gravata e fecham empresas , dão golpes financeiros fazem trapaças e metem milhares de pessoas a morrer à fome desesperadas. Outros são importantes mentem , manobram os outros com os canudos que têm , poder e influência em função dos seus interesses pessoias, passam por cima dos fracos . Os eleitos pelo pp povo muitas vezes desviam dinheiro , fortunas vindas do suor do povo que trabalha e lhes confiou o dinheiro . Outros são tão importantes que até tem poder para decidir se há guerra ou não e tem o poder de matar em segundos milhares de pessoas , esses são os normais , tenho medo deles.

A integração dos deficientes é importante e essencial , mas está lenta e tudo começa na educação , sem condições de trabalho , sem gente devidamente credenciada a integração não passa de ilusão e os deficientes continuam a ser alvo de descriminação porque efectivamente atrapalham e muito o desenrolar das actividades ditas normais. Integração sem meios é uma farsa de senhores que querem fazer-se caridosos mas não levam nada a sério , a integração é mais um golpe politico educativo e poupa-se um dinheiro com o fecho de outras escolas , pelo menos neste país. A integração é ainda um sonho para milhares de pessoas . Mas felizmente há casos de sucesso.
Quem são os normais ?
Quem são os anormais?


Cristina - paranormal :)

Re: 8 de Março - Dia de S. João de Deus
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 03 de March de 2003 13:18

Tenho-o dito aqui várias vezes: sou filha e irmã de deficientes. O meu pai é cego, a minha mãe é deficiente motora e o meu irmão, totalmente dependente de tudo e todos devido à doença que tem.
Muitas vezes nos deparámos com a discriminação, sobretudo dentro da própria família. E isso é muito triste.
Compreendemos que a deficiência de alguém é uma coisa com a qual é difícil de lidar. E porquê? Porque é-nos difícil aceitar a vulnerabilidade e a fraqueza. Embora não o sejam, os deficientes são, a nível inconsciente para os ditos "normais", a imagem viva da vulnerabilidade, daquilo que não queremos aceitar em nós mesmos e isso incomoda. Incomoda porque nos toca numa ferida que não queremos admitir que temos sequer. Incomoda porque a deficiência física ou mental é algo que nos mete muito medo.
Não tenho ódio às pessoas que nos apontam na rua e exclamam "Coitadinhos". Tenho pena, porque são pessoas que não conseguem livrar-se desse fantasma da perfeição e do perfeccionismo.
Infelizmente, ainda se propaga no inconsciente da cabeça de muitos, a ideia medieval que um "aleijado" é um castigado por Deus.
Hitler admitiu que queria uma raça pura, sem defeitos. Mas, infelizmente, pelas discriminações que decretamos aos deficientes físicos e mentais, queremos o mesmo, ainda que não o admitamos.


Anna

Re: 8 de Março - Dia de S. João de Deus
Escrito por: cristina (IP registado)
Data: 03 de March de 2003 16:44

Ana Amorim

Vai em frente querida de nariz bem levantado . Deficientes mentais ? estão todos a ficar , só em 2002 duplicaram a venda dos anti-depressivos.
Vai devagarinho e vai calma e bem segura. Mais vale um cego com coração grande de que um que veja bem ordinário e mau. Sei muito bem do estou a falar . As pessoas belas por fora e perfeitas às vezes podem ser verdadeiramente monstuosas e terrivelmente feias por dentro que chega a uma altura que uma cara dita linda é mesmo horrivel.
Agradece a Deus ter uma familia assim de certo são unidos na vossa fraqueza melhor que familias destruidas com conjugues cheias de beleza fisica , gente sem eira nem beira , sem moral sem criterios , divorcios , traições e depressões e aflições. Vê o lado positivo do que tens. Já te convidei quando quiseres fazer um descanso podes vistar-me ou se quiseres apareço aí a fazer-te uma visita. As vezes uma cara nova ajuda a passar o tempo e a partilhar certas tristezas.
Fica bem.
cristina



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