Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Arquivo - Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Ir para a página: 12Próximo
Página actual: 1 de 2
A Páscoa
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 01 de March de 2006 12:39



Como vão viver este tempo de Quaresma e da Páscoa?
Pessoalmente, vou continuar a dedicar-me à oração e a fazer jejum de certas falhas que tenho, a ver se acabo com elas. Sim, não as devo remediar apenas nesta altura... Não vai ser fácil, mas vamos lá ver.

Converti-me há cerca de três anos e não sou um bom exemplo para falar, mas acho que o verdadeiro jejum e a verdadeira oração não passam apenas por não se comer carne à sexta-feira. Isso é um sacrifício? Para mim, não. Gosto imenso de peixe. Acho que o pior sacrifício é mesmo pensar bem nas asneiras que fazemos e como as podemos evitar na altura da Quaresma e não só. Também depois.

Bem, mas isto é a minha opinião e a minha experiência, claro.

Contem como é a vossa.


beijos em Cristo


Re: A Páscoa
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 01 de March de 2006 14:24

Cara Maria João,

Este é sempre um tema recorrente assim que começa a Quaresma, sobretudo a pergunta da praxe no que diz respeito ao jejum e abstinência. Foi assim há dois anos (uma questão semelhante pelo Alef «Jejum, abstinência, Quaresma... Isto tem sentido?») e foi também o ano passado «Quaresma (jejum e esmolas)».

Porém, nunca se aprofundou muito o assunto. Espero que este ano se consiga.

Luís Gonzaga


Re: A Páscoa
Escrito por: João (IP registado)
Data: 01 de March de 2006 18:05

Este ano decidi levar a Quaresma a sério pela primeira vez. Pretendo fazer o jejum físico da abstinência de carne e refeições grandes na Quarta-feira de Cinzas, Sexta-Feira Santa e durantes todas as Sextas da Quaresma. Claro, para dar real sentido e relevância a isto, vou tentar prestar mais atenção aos outros, ser mais atencioso e procurar mais a Deus.

Tenho só uma dúvida: o Jejum é comer uma refeição grande por dia. Essa tanto pode ser o almoço como o jantar, não?

«Amai-vos uns aos outros como eu vos amei a vós»

Re: A Páscoa
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 01 de March de 2006 19:20

Na semana passada, o Padre que celebrou a Missa (o nosso Pároco não estava) alertou para o início da Quaresma e para esta questão. Disse ele que o jejum não quer dizer exactamente não comer carne, jejum é fazer um sacrifício com a intenção de o oferecer a Deus. Lembro-me de, há um ou dois anos, o ter ouvido dar o exemplo do café: para quem está habituado a beber café todos os dias, o sacrifício pode ser reduzir a dose ou mesmo não beber nesse dia.

Isto para jejum, porque sei que existe alguns dias em que a Igreja pede abstinência, que significa mesmo não comer carne. Este Padre também falou disto, referiu-se à Quarta-feira de Cinzes e a todas as sextas-feiras da Quaresma. Infelizmente esqueci-me o que é que ele disse ao certo (shame on me...).

Para mim as duas coisas podem-se conjugar numa só. Não gosto muito de peixe, pelo que me custa deixar de comer um prato de carne. Hoje na cantina ia a pensar nesta questão enquanto estava na fila, mas depois descobri que o prato de peixe tinha acabado e acabei por comer carne. Parece que houve bastantes pessoas a fazer abstinência... ;)

Hoje o jantar é aqui na residência, colégio católico, vamos lá ver o que é.

Re: A Páscoa
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 01 de March de 2006 19:48

Eu também gosto muito de um copo de café ou café com leite.

Hoje optei por um copo de água quente! E fiquei satisfeita!!!

Re: A Páscoa
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 01 de March de 2006 20:14

Não fiz abstinência/jejum ao almoço, mas fiz ao jantar: peixe frito com arroz de cenoura e ervilha.

Re: A Páscoa
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 01 de March de 2006 20:28

Rui

Hum, não gostas de peixe ou ervilha? O peixe faz muito bem, tem um óleo que o nosso corpo não produz. Quem me dera comer peixinho de Portugal:)))

Re: A Páscoa
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 01 de March de 2006 20:35

Não gosto de nenhum dos dois... lol

Como, mas não gosto muito.

Re: A Páscoa
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 01 de March de 2006 20:59

"Podemos afirmar com clareza que a Quaresma é o redescobrir do baptismo, um descobrir para aqueles que o vão receber na noite santa da Páscoa e um redescobrir para todos os outros fiéis", disse.

O pároco da Sé de Lisboa considera que "cada Quaresma conduz-nos à nossa primeira Páscoa, o baptismo, e incita-nos a viver pela conversão, oração, jejum, penitência e caridade a vida em Cristo e na Igreja".

"A conversão em Cristo inevitavelmente estreita os laços com os irmãos. Dai que as comunidades, há uns tempos a esta parte, levem por diante a renuncia Quaresmal, forma concreta de ajuda aos que mais precisam", acrescenta.

Re: A Páscoa
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 01 de March de 2006 23:18

Esta questão da abstinência (de carne) traz-me algumas dificuldades. Não que eu não goste de peixe, embora prefira a carne. É sobretudo pelo seguinte:

1) Tenho uma certa dificuldade em conceber que o pecado tenha uma dimensão temporal. Isto é, uma acção é pecado (i.e., afasta-me de Deus) num determinado dia, mas se ocorrer noutro dia já não é pecado. Será que o pecado tem esta dimensão temporal?

Se eu matar alguém, é sempre pecado, seja ao Domingo, à Segunda ou Terça-feira. Se eu roubar, não é por ser Quinta ou Sexta-feira que deixa de ser pecado. Porque é que não se deve comer carne em algumas Sextas-feiras do ano, mas noutras não há qualquer contra-indicação?

2) Sou católico mas o Cristianismo é mais do que uma religião de regras e preceitos. Todas as regras que existem no Cristianismo e na Igreja Católica derivam da mesma verdade «Deus é Amor» e da Revelação em Jesus Cristo.

E, Jesus Cristo foi bastante explícito no que diz respeito a regras alimentares: «Escutai e tratai de compreender! Não é aquilo que entra pela boca que torna o homem impuro; o que sai da boca é que torna o homem impuro.» (Mt 15, 10-11)

3) Hoje, muitos padres esforçam-se por explicar aquilo que no passado não passava de uma checklist de auto-exclusão do Céu - as ditas regras. O próprio Directório Litúrgico do Secretariado Nacional da Liturgia afirma que se deve «Lembrar aos fiéis que, em união com a Paixão do Senhor e em espírito de penitência mais visível, nas sextas-feiras da Quaresma se deve escolher uma alimentação simples e pobre, que poderá concretizar-se na abstinência de carne (Normas da CEP - 28/01/1985)».

4) Não consigo perceber em que é que eu estaria a agradar a Deus por comer um refeição que eu sabia que não me iria agradar, só por ser sacrifício. Não seria um mero sacrifício gratuito? Será que acreditamos que Deus tem um lado ligeiramente masoquista que gosta de nos ver sofrer? Eu não acredito nisto!

Compreendo que no espírito de conversão da Quaresma somos convidados a prescindir de algo que nos pode ser importante e partilharmos com o nosso irmão. Sugere-se que abdiquemos, por exemplo, de uma refeição principal e partilhemos o equivalente a esse valor com os mais carenciados. No tempo dos meus pais, a carne era um dos alimentos mais caros e guardada para ocasiões de festa. Por isso entendia-se que não se deveria comer carne. Hoje, para mim, isto não faz qualquer sentido e, a Igreja, e bem, tem vindo a adaptar esta questão aos nossos tempos.

Se eu tenho que almoçar num restaurante ou numa cantina e já por esse motivo tenho que gastar dinheiro, parece-me mais correcto que esse dinheiro seja bem empregue e que sirva para me alimentar de forma saudável e proveitosa.

Luís Gonzaga

Re: A Páscoa
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 02 de March de 2006 00:24

A Páscoa.

E seguidamente falamos da sua preparação, da Quaresma.

Não deviamos viver mais o tempo pascal, aquele que é posterior à Páscoa?

A Igreja, os cristãos e em particular os católicos vivem mais ou menos intensamente o Advento, a Quaresma.
Mas os 50 dias que deviam ser de festa da Páscoa ao Pentecostes são totalmente desleixados.


sobre os sacrificios sejam eles quaresmais ou outros já escrevi aquilo que penso neste topico sobre penitencia fisica:

[www.paroquias.org]

Lembro-me que Jesus jejuou. Os atletas treinam-se. Também o espirito precisa de ser treinado regularmente, treinado para que a razão domine o instinto cego.

O tempo particular, a dimensão temporal está ligada à dimensão comunitária. Fazemos a caminhada em conjunto, animando-nos mutuamente a seguir no Caminho de Jesus Cristo, a fazer cada vez melhor a Sua vontade, a amarmos cada vez mais e melhor a Deus e ao próximo. Esta caminhada para Deus tem uma dimensão individual mas também tem uma dimensão comunitária. Quando caminhamos juntos respeitamos um ritmo comum, incentivamo-nos mutuamente.
Os simbolos tem uma importancia relevante nesta caminhada em comum.
Numa familia um pode gostar de carne, outro de peixe, outro de ovos.

Mas se abstinencia for feita de um determinado alimento atendendo não só ao gosto particular deste ou daquele mas da simbologia desse alimento ganha um significado religioso, ajuda a manter o pensamento em Deus e na sua vontade. Há obviamente o perigo de degenerar em rito esteril a roçar a superstição.

A abstinencia de carne, ou outra que a comunidade em que estamo inseridos faça, parece-me ter valor principalmente por essa dimensão comunitária.
A essa dimensão comunitária pode juntar-se uma abstinencia particular, individual. Seja ela a redução ou abstinencia do tabaco, do alcool, dos doces, da televisão, subir a pé em lugar de apanhar o elevador, etc.
Ou outras mais valorosas e mais dificeis, não responder com aspereza a uma frase mais agreste, visitar um familiar ou amigo que viva em maior solidão em lugar de ir passear para o centro comercial.

Re: A Páscoa
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 02 de March de 2006 00:43

Caro Camilo.

Concordo em tudo com o que dizes. Em primeiro lugar, o tempo Pascal é quase completamente negligenciado, fruto também da pouca importância que regra geral damos ao Pentecostes.

O caminho em comunidade tem todo o sentido e mais fácil do que feito individualmente. Não sou contra o jejum e a moderação alimentar, que também se pode traduzir pela abstinência de carne. Só que como dizes, muitas vezes isso mais parece um ritual estéril.

Tal como dizemos que o Natal não deve ser só em Dezembro mas todo o ano, também o caminho de conversão não é exclusivo da Quaresma. Partilhando convosco a minha experiência pessoal, há já algum tempo que, por decisão minha, tenho quase sempre apenas uma refeição quente (ou completa) por dia. Poderia chamar-lhe penitência mas como não faço qualquer sacrifício e me sinto muito bem, talvez não se enquadre na "imagem" que temos da mesma.
Foi uma forma de me sentir melhor: deixar de comer a quantidade que me agrada (quem conhece a gastronomia portuguesa sabe do que eu estou a falar) mas apenas a quantidade necessária para me alimentar. O facto do corpo não ter que passar tanto tempo a digerir alimentos, deixa mais energia para a mente se ocupar com outras actividades.

Luís Gonzaga

Re: A Páscoa
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 02 de March de 2006 01:28

Para ajudar à discussão, penso que será útil a leitura das normas sobre o jejum e a abstinência definidas em Julho de 1984, pela Conferência Episcopal Portuguesa, de acordo com o Código de Direito Canónico (Cân. 1253), conforme se pode ler na notícia da Ecclesia «Jejum e abstinência».

Luís Gonzaga

Re: A Páscoa
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 02 de March de 2006 09:30


Continuo a pensar que o mais importante é rezar e reflectir nas nossas atitudes.

Claro, que devemos ter esta atitude durante todo o ano. Mas, admitamos que todos nós temos momentos em que nos sentimos mais preparados para a reflexão e para a oração. Pode ser nesta altura, nas férias, nuum retiro...

O importante é que tenhamos alguns momentos para estar com Deus e que nesta altura não tratemos a Festa da Sua Ressurreição como se não fosse nada de importante. Pelo contrário, é a festa mais importante de todo o ano, quando celebramos a vitória de Jesus sobre o mal, que morreu por todos nós - não se importando que estivesse a sofrer tanto -, e que ressuscitou ao terceiro dia para continuar connosco até ao fim dos tempos. Pecadores como todos nós somos, não merecíamos nada disto e muitas vezes nem sequer agradecemos a Deus a Sua misericórdia.

Já agora, o padre da minha paróquia disse ontem uma coisa na missa das Cinzas que achei bastante interessante. E se todos nós nos habituássemos a ler uma passagem da Bíblia todos os dias? Não é assim tão difícil e até faz muito bem aos católicos, porque a maioria não lê a Sagrada EScritura. Eu costumo ir, por exemplo, ao evangelhoquotidino.org e ver quais as leituras do dia e podem crer que é óptimo ler a Palavra de Deus. Há sempre uma mensagem para nós.



bjs em Cristo

mj

Re: A Páscoa
Escrito por: Sandra Isabel (IP registado)
Data: 02 de March de 2006 10:04

O jejum, é algo que se pede na altura da quaresma.... algo que ao longo dos anos tem vindo a ser descuidado e até esquecido...
Mas hoje em dia o jejum faz sentido, mas ao mesmo tempo acho que nós precisamos muito mais de outros tipos de "jejuns" para além dos alimentares....

Penso que é mais dificil para algumas pessoas jejuarem de bens materiais, ideias e necessidades, do que jejuarem de comida...
Eu, parar além de ter em conta o jejum, vou tentar ao longo de toda a quaresma, não me esquecer dos outros... abdicar de algo que me faz feliz em prol do outro... vou partilhar a minha alegria com alguém que precise de estar alegre... vou esquecer-me a mim mesma e tentar lembrar-me mais dos outros... mesmo daqueles que eu não conheço...


Um abraço no Pai


Re: A Páscoa
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 02 de March de 2006 10:52

Sim, a leitura frequente da Palavra de Deus ajuda-nos na preparação da Quaresma. Também por esse motivo que se pode ler no Paroquias.org as leituras de cada dia e dos restantes dias da semana: Liturgia da Palavra ou apenas o Evangelho do dia.

Luís

Re: A Páscoa
Escrito por: João (IP registado)
Data: 02 de March de 2006 15:10

Como a Quaresma é um período grande e posso-me facilmente perder nas intenções e esquecer passar para as acções, resolvi fazer um pequeno plano a cumprir durante estes 40 dias. Sendo assim;

No plano «carnal»:
- Jejuar (apenas uma refeição grande ao dia) e abster-me (refeição mais simples, sem carne por princípio) na Quarta-feira de cinzas - já cumprido - e na Sexta-feira Santa;
- Abster-me nas restantes Sextas-feiras da Quaresma;

No plano «espiritual»:
-Reavaliar (no sentido de melhorar) as minhas atitudes, a minha Fé e a minha caridade;
-Ter mais dinheiro à parte para dar em esmola aos pedintes na rua ou na colecta da missa;
-Ir mais vezes à missa, especialmente as de Domingo;
-Ler os evangelhos, com maior enfoque na Paixão de Cristo;
-Estar mais pronto e tolerante para com os outros (colegas, amigos e família);

Como penitência particular deste período, escolhi retomar o exercício físico - no meu caso, a corrida. Comprometi-me recomeçar a correr, mesmo que esteja muito frio ou não tenha vontade. Ontem, já fui fazer um «jogging» ao entardecer. Como diz o ditado «Mens sana in corpore sano».

«Amai-vos uns aos outros como eu vos amei a vós»



Editado 1 vezes. Última edição em 02/03/2006 15:12 por João.

Re: A Páscoa
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 05 de March de 2006 02:58

Poder dominar ou criar?

Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia

Quando se fala de tentações, é logo na tentação da carne, isto é, da sexualidade, que se pensa. Ora, o sexo pode realmente constituir a tentação de utilizar as pessoas como instrumentos e simples meios ou mercadoria.

No entanto, é sempre bom recordar que todos os anos, no primeiro Domingo da Quaresma, a liturgia católica lembra o Evangelho das tentações.

Jesus teve fome e o tentador disse--lhe: "Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se convertam em pão", tendo Jesus respondido: "Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus." O Demónio colocou Jesus sobre o pináculo do Templo e desafiou-o: "Lança-te daqui abaixo, pois está escrito: os anjos suster-te-ão nas suas mãos." O tentador mostrou-lhe todos os reinos do mundo com a sua glória: "Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares." Jesus respondeu-lhe: "Vai-te, Satanás, pois está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto."

Como se vê, nenhuma das tentações tem a ver com o sexo, mas todas com o poder. Que poder?

(...)

Temos o poder de gerar outro ser humano, que é sempre uma novidade no mundo, pois é livre. Os poetas, os pintores, os compositores, têm o poder de criar o grande poema, a grande pintura, a grande música, e a criação - isso vê-se sobretudo na música, que é quase uma criação a partir do nada - é a prova da presença do Infinito em nós.

Podemos mentir, matar, escravizar. Pudemos ir à Lua. Os líderes de excepção são aqueles que têm o poder de congregar vontades e inteligências para a concretização de projectos geniais. Podemos ensaiar explicações científicas do mundo e pôr as suas leis ao serviço da humanidade. Pudemos sequenciar o código genético, potenciando desse modo os nossos poderes. Com uma palavra, podemos recriar uma pessoa; com uma palavra, podemos destruí-la. Podemos chorar e rir, curar e envenenar. Há o poder de dar, de roubar, de violar, de consolar, de assaltar, de seduzir, de ensinar, de odiar, de perdoar. Um exército poderoso tem o poder de arrasar países. Podemos acabar com o planeta, podemos fazer a guerra e podemos também dialogar e estabelecer a paz.

O poder pode corromper. O poder absoluto corrompe absolutamente. Daí, a necessidade da divisão e separação dos poderes.

De qualquer forma, o ser humano é frágil, carente e mortal. Por isso, depois de ter colocado em Deus o atributo da omnipotência, muitas vezes concebida de modo infantil - de facto, Deus não pode tudo; não pode, por exemplo, cometer suicídio -, reclama-a para si, na convicção de que, desse modo, pode vencer a morte e conquistar a imortalidade. Pura ilusão!

Jesus foi confrontado com a tentação do poder messiânico da dominação total. O seu Deus, porém, não é o Deus da omnipotência que escraviza, mas o Deus da força infinita de criação, e ele veio como o Messias do serviço, do poder de dar, da força de amar.

O Inquisidor, cujo encontro com Cristo Ivan conta em Os Irmãos Karamazov, de Dostoievski, viu bem, ao dizer-lhe: Cristo, Tu não transformaste as pedras em pão, Tu não te atiraste do alto do pináculo do Templo de Jerusalém, Tu "não saíste da cruz quando Te gritavam, com troça escarninha: 'Desce da cruz e acreditaremos que és Tu'." Não fizeste os milagres como o Demónio queria nem desceste da cruz porque "não quiseste escravizar o homem ao milagre, porque desejavas a fé livre e não a fé milagrosa. Desejavas um amor livre e não uma admiração escrava perante a potência que tinha aterrorizado o homem de uma vez por todas."

Jesus Cristo é o Messias da liberdade e da libertação, contra os ídolos do Ter e da Dominação, e a fé cristã é a religação à Liberdade criadora e que perdoa.

Re: A Páscoa
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 14 de April de 2006 01:23

Nem sabia que a par da via-crucis existia a via-lucis!

[www.maranatha.it]

Ora aqui está uma ideia, entre muitas outras que poderão surgir, para fazer viver mais a alegria da Ressurreição no periodo que medeia entre a Páscoa e o Pentecostes.

Re: A Páscoa
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 16 de April de 2006 05:34

Cristo Ressuscitou, Aleluia, Aleluia!!!


"Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?" (João 11:25) No anseio de que, com Jesus, ressuscitemos todos para uma vida nova.

Feliz Páscoa Para Todos!!!

Ir para a página: 12Próximo
Página actual: 1 de 2


Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.