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Natal, pobreza, consumismo
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 04 de December de 2002 16:39

Os da dos estatísticos são o que são - mas devem atormentar as nossas consciências. Viver com menos de dois euros por dia.... Metade da população mundial vive abaixo do limiar de sobrevivência - falar de dignidade humana nem tem sentido, numa altura da história humana em que mais riqueza é produzida.... Nunca fomos tão ricos mas nunca a desigualdade e exclusão foram tão catastróficas... Isto não vos tira o sono?
O Natal é mais uma vertigem de consumismo, uma autêntica febre..... é ver o pessoal nos centros comerciais, com uma espécie de febre....... è como andar de carrocel, não se consegue parar.... Haverá espaço para o Natal? Porque não partilhamos os nosso projectos alternativos de Natal? (Alternativos=cristãos)

ana

Re: Natal, pobreza, consumismo
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 05 de December de 2002 09:29

A quadra Natalícia deprime-me um pouco, pela hipocrisia gritante.
Quer dizer que os pobres só existem nesta época? E quem diz pobres, diz pessoas votadas à exclusão e ao isolamento...
É lamentável vir o Pde Melícias para a televisão falar de misericórdia...numa época destas. E no resto do ano? Pois....

Re: Natal, pobreza, consumismo
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 06 de December de 2002 18:58


Se mesmo quem não acredita na Encarnação celebra o Natal como festa de "partilha" (consumismo) e de encontro familiar, não é de estranhar que tantos cristãos lhe percam também o sentido (cristãos que boa parte das vezes também não acreditam na Encarnação...).

O problema do Natal é a questão deste ser "todos os dias, quando um homem quiser"... Dar, partilhar, amar, todos os dias? Tens razão Ana, é mesmo uma "hipocrisia gritante" e é por esta altura em que se atinge o cúmulo da falta de coerência de vida que muitos têm.

Afinal, é uma questão de autenticidade. A Encarnação de Deus é mesmo importante para mim? Acredito realmente nisso e vivo responsavelmente como tal?

Realmente, lembro-me dos pobres (de todos os tipos, incluindo o meu) todos os dias, nas minhas atitudes? Deus "nasce" em mim, tem o seu "natal" em mim, todos os dias?

Quanto ao Pe. Melícias, parece-me ser um daqueles que se deixam levar pela fama... Defende as touradas e toda a tradição que agrade ao povo! Ainda que muitas vezes seja contraditório - o que, como padre, não podia deixar de acontecer, sempre que se cede a populismos...

"A corrupção do melhor é o pior."

João

Re: Natal, pobreza, consumismo
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 10 de December de 2002 17:37

O Natal é a melhor época do ano.

É a festa da Família.

Concordo com muito do que dizem, mas nesta época não me sinto deprimido.

Pelo contrário, ando sempre bem disposto.

Os dados estatísticos não nos devem deprimir, mas decidir a agir.

A depressão nunca resolveu problema nenhum. É um problema em si mesmo.

Gostei do "Alternativos=cristãos". É "A" alternativa...

João (JMA)

Re: Natal, pobreza, consumismo
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 10 de December de 2002 19:54

Aqui vai um bom texto do Pe. Rego. Espero que gostem.
Susete


Coincidência ou talvez não

Nos países de tradição cristã junta-se, como por magia, um grupo interminável de coincidências entre o Natal e a vida quotidiana. Se por um lado as aparências apontam para uma super excitação do mercado, reduzindo todo o religioso aos truques mercantis do Pai Natal, por outro, importa anotar a convergência de sinais e procuras entre o teológico genuíno do Natal, e uma secreta e inominável procura de valores humanos revelando um Deus simples e humanizado disseminado nas complexas teias das sociedades secularizadas.

Os escritores, poetas, músicos, produtores de sons e imagens, crentes ou ateus, tudo fazem para que os seus melhores trabalhos sejam lançados por alturas do Natal. Tudo o que se dirige ao coração, quer venha do prémio Nobel quer dos escritores de última hora, reconhece ser este o momento em que as pessoas estão mais abertas a um olhar de outro universo, mais disponíveis para a reconciliação, com o ambiente mais propício a derreter ódios e agressividades, tanto a nível pessoal, como familiar ou político. O Natal não é apenas a altura de ser bom, mas um tempo de maior tolerância, generosidade, solidariedade atenta aos mais desprotegidos e sós, disponibilidade para escutar, visitar, partilhar com o próximo ou o longínquo. Um tempo tréguas na senda dos grandes profetas bíblicos.

É fácil reduzir o sublime a caricatura e fazer do Natal um tempo de ser ridiculamente bonzinho, como excepção, para confirmar a regra da agressividade e do individualismo que parece pautar as diferentes civilizações e culturas.

Tudo isto nos pode conduzir a uma conversa de lugares comuns, vazia de reflexão, cansada e incurável ao longo dos anos. Mas importa perceber os sinais directos ou indirectos de uma proposta feita por Deus na encarnação de seu Filho. Tão igual à experiência comum dos homens e, ao mesmo tempo, tão radicalmente diferente. É isso que as pessoas querem dizer quando afirmam que todos os dias deviam ser Natal ou que o Natal é quando um homem quiser. Importa descobrir a constante convergência dos sinais.

António Rego

Re: Natal, pobreza, consumismo
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 11 de December de 2002 19:44

Susete:
Boa escolha! E Bom Natal!



ana



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