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Os sinos das igrejas
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 05:18

Vocês gostam de ouvir os sinos das igrejas? Eu adoro, mas aqui poucas igrejas têm sino. Quando os sinos tocavam no dia de Páscoa aquilo dava-me uma alegria imensa. Nas vossas terras ainda tocam os sinos?

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 10:16

A propósito...

Alef



Citação:
São João da Azenha aliviada com a recuperação do sino da capela

Depois do desassossego provocado pelo roubo do sino da nova capela, a população da localidade de Sangalhos regozija-se agora pelo seu regresso ao local ao qual pertence. Graças à GNR, "as pessoas já dormem descansadas".

Apesar de o sino ainda não ter sido reposto no alto da capela nova de São João da Azenha, nesta pacata localidade do concelho de Anadia "as pessoas já dormem descansadas". Quem o atesta é Fernando Ferreira, o homem que tem por missão, a cada manhã de domingo, fazer badalar o sino da capela local e que, no passado dia 22 de Janeiro, deu o alerta para o insólito desaparecimento. "Cheguei aqui e não vi o sino. Quando vi as marcas na pedra da torre e no chão suspeitei logo que tivesse sido roubado", recorda Fernando, a propósito do episódio. No final da passada semana, as autoridades policiais conseguiram pôr cobro à angústia da população de São João da Azenha, recuperando a peça de 150 quilos que anuncia as eucaristias dominicais e que anteontem regressou a São João da Azenha.

A comissão da capela nova acredita que ainda deverá levar algum tempo até que o sino seja colocado no seu lugar, pois "ainda é necessário encomendar umas novas braçadeiras de suporte", explica Fernando Ferreira. "Ainda temos de contactar uma empresa de Braga e se calhar até teremos de aguardar algum tempo pelas correias de cabedal", vai avisando o elemento da comissão. Mas estes parecem ser pormenores de pouca importância para uma comunidade que chegou a temer nunca mais ver o sino oferecido por uma benemérita local. "O mais importante é o facto do sino já cá estar", afiança Fernando, ao mesmo tempo que aconselha os féis da localidade a continuarem a recorrer aos seus relógios para não chegarem atrasados às missas de domingo, até que a peça volte ao alto da torre da capela.

O sentimento de alívio denunciado pelo homem encarregado de tocar o sino da nova capela de São João da Azenha parece estender-se a toda a população. Afinal, esta já não foi a primeira vez que aquele local de culto religioso foi alvo da visita dos larápios. "Já no ano passado tinham assaltado a capela e, nessa altura, decidimos colocar alarme e gradeamento nas janelas", lembra Fernando Ferreira. O que os fiéis nunca esperaram era que os ladrões centrassem atenções no equipamento que se encontra a cerca de sete metros de altura. Mas assim foi. "Eles terão usado uma escada para subirem até ao sino, cortaram as correias de suporte e depois atiraram-no para trás, para cair no terreno", alude o elemento da comissão da capela a propósito daquela que considera ser a tese que explica o furto. E fundamenta as suas suspeitas com as marcas ainda visíveis na torre do sino e no próprio terreno contíguo à capela. Na sua explicação também surge a convicção de que o acto terá envolvido "vários indivíduos". Uma teoria que não está colocada fora de hipótese por parte das autoridades policiais.

Depois de, na última sexta-feira, ter conseguido recuperar o sino e identificar o indivíduo de 33 anos, residente na zona de Águeda, que se encontrava na posse do mesmo, o Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Anadia tenta agora apurar quem terão sido os autores de furto. "Pelo menos duas pessoas deverão ter sido", refere fonte policial. O que também está ainda por verificar é o envolvimento do indivíduo que tinha o sino em sua posse. Ou seja, resta saber se o seu papel se terá resumido ao de receptador do equipamento furtado ou se terá participado no acto praticado na madrugada do dia 22 de Janeiro. O que as autoridades têm por quase certo é que "a ideia do indivíduo, entretanto identificado, seria cortar o sino para depois vender a sucateiros", adiantou fonte da GNR.

As autoridades policiais prometem assim continuar a fazer "diligências" no sentido de apurar todos os contornos do caso do furto do sino da capela. Isto apesar de a população local já se mostrar bastante satisfeita com a primeira actuação da GNR. "Ficámos muito contentes por terem recuperado o sino, evitando que ele chegasse a ser derretido", revela Fernando Ferreira, enquanto olha para a peça de bronze datada de 1997, ano da inauguração da capela. "Na altura, custou 486 contos", lembra o elemento da comissão da capela. Tirando a destruição das correias de suporte, o sino saiu praticamente ileso a todo este episódio de furto, denunciando apenas "uma pequena estaladela", repara Ferreira.

Por Maria José Santana

«Público», 2006-02-02

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 15:38

Cá os sinos continuam a tocar como sempre tocaram: 30 minutos antes de cada Missa e sempre que alguém morre.

Há poucos anos electrificaram-se os sinos da Igreja Matriz. Foi então colocado um relógio e o sino dá as horas também. Além disso, agora toca também no final de cada Missa.

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 18:17

Rui

Isso ouvir os sinos quando alguém morre, nunca gostei!

Gosto mais de os ouvir no dia de Páscoa. Não sei se ainda há a tradição das Boas-Festas da Páscoa em algumas aldeias.

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 18:26

No dia de Páscoa não tenho conhecimento que se faça alguma coisa de especial.

Mas por aqui as pessoas gostam de estar informadas e, portanto, gostam da tradição de se tocar quando alguém morre. Dantes tocava-se na Igreja que correspondia à paróquia a que o falecido pertencia. Mas agora o sacristão (que também é o agente funerário) toca sempre na Igreja Matriz porque tem os sinos eléctricos, diz ele que as pessoas lhe dizem que não se importam em qual das igrejas é que toca, importa é saber que alguém morreu.

Depois as pessoas gostam de perguntar a quem encontram quem é que morreu. Num instante a notícia se espalha pela vila.

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 18:42

Rui

Era isso que acontecia na minha aldeia, quando eu lá vivia. A notícia que alguém morria, quem a dava eram os sinos da igreja. E se morria alguém da terra, mas vivia fora e o funeral não era na aldeia, os sinos tocavam diferente! Agora digam lá se os nossos antigos, não eram inteligentes!:)

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 19:23

Aqui tocam diferente para homem e para mulher.

Agora lembrei-me também da sirene dos bombeiros, que toca diferente consoante seja dentro da vila, dentro do concelho ou fora do concelho (1, 2 ou 3 vezes, respectivamente).

É assim nas terras pequenas, basta um aviso vago e depressa se sabe da notícia.

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 19:38

Rui

E deves ter saudade da aldeia quando estás fora?:)Quando lá chegas perguntas pelas novidades todas da semana? lolol

Eu gosto de visitar a minha aldeia, mas viver lá já não gostava...lol. gosto de facilidades, de viver num lugar onde se pode encontrar de tudo o que precisamos!
Embora nas aldeias o ar seja mais puro e até os alimentos sejam mais ao natural. Como as frutas, os legumes, etc.

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 19:58

Borba é vila, não é aldeia. Por isso vive-se lá mais ou menos. Sim, sente-se falta de algumas coisas, mas eu pessoalmente não me importaria de lá viver. Mas o futuro profissional deve-me fazer continuar cá por Lisboa.

As novidades vou-as sabendo pelos meus pais, por telefone. Não costumo perguntar, eles dizem-me. Normalmente dizem-me quando morreu alguém conhecido e nada mais. O resto que as pessoas gostam de comentar são cusquices com as quais não me identifico (quem se vai casar, quem se separou, quem se juntou, quem vai ter um filho...).

Bem, isto já vai completamente fora do assunto... :)

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 20:09

Rui

Fazes muito bem se ficares por Lisboa. É uma cidade bonita. Adoro Lisboa. Se voltasse para Portugal era a cidade que escolhia para viver. Isto é, Lisboa ou arredores, como Cascais.

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 20:11

Minha gente de Lisboa:))

Os sinos em Lisboa tocam? Que dizem eles? :) ehehehe

Os sinos das aldeias, vilas, falam, comunicam e em Lisboa???

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Ovelha Tresmalhada (IP registado)
Data: 07 de February de 2006 22:35

Redacção

Os sinos da minha aldeia


Alegro - tocam a repicar, em modo maior, os sinos da velha torre da igreja. O sacristão, a quem a rotina não tirou o entusiasmo, retesa e puxa com maestria as grossas cordas de couro da argola da campânula e dedilha delicadamente os baraços dos badalos, compondo uma melodia que nos eleva a alma, sobretudo a nós, crianças, que víamos, estamos ainda a ver, oh que saudades! o bebé vestidinho de branco, ao colo da mãe ou da madrinha, entrando na capela-mor, a caminho da pia baptismal. Os Anjos no céu acompanham, comovidos, o retinir do bronze e um deles, zeloso, olhando ternamente para o Pai, inscreve mais uma alminha inocente no Livro da Vida... E os sinos entram em delírio incontrolado quando o cortejo sai da igreja.

Andante vivace - o velho sacristão, no dia da festa maior da aldeia, logo que a procissão começa a emergir da porta principal da igreja, avançando lentamente para o adro, dá o sinal para começar, lá em baixo, o foguetório e, saltando, deslizando e contorcendo-se como um trapezista no patamar mais alto da torre, começa a fazer rodar o sino maior nos seus antiquíssimos gonzos. Primeiro, lentamente, depois, vencida a inércia, em sucessiva aceleração, até que as toneladas de bronze começam a ressoar feridas pelas pancadas do pesadíssimo badalo. Logo lhe introduz, sem quebra de ritmo (ele, que já tem, pelo menos, 4 copos de vinho tinto bem bebidos, desde a alvorada, a avermelhar-lhe o rosto), o balanceado mais fácil do sinos menores, cujos pequenos badalos se envolvem, quase ao desafio, num diálogo magnífico com o seu irmão mais velho.
É dia da Padroeira! São já 5 ou 6 badalos a repicar, em simultâneo, numa afinação perfeita - o sacristão é um malabarista. O ritmo torna-se frenético, os foguetes estoiram por tudo quanto é céu e nós, pobres diabretes vestidos de anjinhos, muito compenetrados, atrás do pálio, a cuja sombra caminha o Santíssimo levado pelas mãos já trémulas do prior, nós, de mãos postas, seguidos pelos andores transportados por confrarias várias, a filarmónica lá atrás e todos, de joelhos em terra... Morro de saudades!

Adagio - O vento sul trouxe-me, de repente, difuso, silencioso e triste, um ressoar metálico de mau prenúncio, vindo dos lados da igreja. Seguiram-se duas ou três notas de uma melodia de tom menor, tão pungente, tão delicada, tão respeitosa. "Estão a tocar sinais" - diz-me a minha mãe - "morreu uma mulher do Sobral, a Tia Claudina, coitada, rezemos-lhe um pai-nosso pela alma". E nós, calados, perturbados, obedientes, lá rezávamos entre dentes o pai-nosso por alma "daquela nossa irmã". Horas depois, passa o funeral, fecham-se portas e janelas e, no momento em que o caixão desce à cova, o toque de finados parece que se agita, ganha novo ritmo, torna-se mais trágico, as lágrimas correm, e o sino cala-se de repente, algo ficou em suspenso - mas houve, senti-o claramente, um misto de tragédia e de alegria naquele sino...

Eram assim os sinos da minha aldeia!







Editado 1 vezes. Última edição em 07/02/2006 22:38 por Ovelha Tresmalhada.

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 10 de February de 2006 16:26

;)) Gostei!!!

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 12 de February de 2006 01:02

Ana

Há zonas de Lisboa onde os sinos tocam.
Mas há sinos e sinos...

Em alguns, há melodias que alegram o coração, alegram mesmo.

Está-se a trabalhar e ouve-se a música, para mim é uma lufada de ar fresco, que me descontrai... fico menos stressada.

Acho que acontece a outros.... Mas, há também os que refilam, pois os sinos fazem barulho.

No outro dia um amigo meu contava que, para ele ouvir o sino da Igreja, durante a noite, era uma companhia. O sino, neste caso, numa terra da Grande Lisboa, indica as horas.

Às vezes, para mim o facto de ouvir o sino leva-me a pensar em Jesus, que está presente na Eucaristia e faz-me pensar que Ele está, também, ali comigo, no meu trabalho.

Adeus (sabes para mim, isto tem muito que se lhe diga...Desejo-te "a Deus")

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 12 de February de 2006 02:15

Maria José

Já várias vezes aconteceu, passar no coração desta cidade e sinto um sino. Aquilo desperta-me e lembro-me de Portugal, fico contente, mas nem sei qual a igreja que tem aquele sino. Se soubesse eu ia até lá. Sinto alegria ao ouvir os sinos!:)

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 12 de February de 2006 15:48

Uma das coisas que eu gostei quando mudei de quarto na residência onde estou é que no novo quarto consigo ouvir os sinos da Igreja do Campo Grande. No meio dos ruídos habituais de Lisboa (carros, buzinas, sirenes...), o som dos sinos é algo que me alegra a alma.

Hoje fui eu que toquei o sino no final da Missa. O sacristão não pôde estar presente porque teve um funeral (ele também é o agente funerário). Os nosso sinos agora são eléctricos, têm um comando com 4 botões sem nenhuma legenda: um é para quando morre um homem, outro para quando morre uma mulher, outro é o toque para casamentos e finais de missa e outro para cancelar o toque.

Após a comunhão, sentei-me ao lado do Padre (sou acólito), mostrei-lhe o comando e perguntei-lhe se sabia qual era o botão. Ele aponta-me um e responde: "deve ser este, vê-se que é o mais usado". E era. Toca-se mais vezes à Missa e a Casamentos do que a funerais. :)

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 12 de February de 2006 15:55

Rui

Vou dar a ideia para comprarem um sino desses para a minha igreja.

Re: Os sinos das igrejas
Escrito por: Cunha (IP registado)
Data: 27 de July de 2006 12:44

OS SINOS DAS IGREJAS

Faz-me lembrar este poema que vinha no livro de leitura da 4ª classe do meu tempo (do Fernando Pessoa):

Ó sino da minha aldeia
Dolente na tarde calma
Cada tua badalada
Soa dentro de minh'alma…

E é tão lento o teu soar
Tão como triste da vida
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida

Por mais que me tanjas perto
Quando passo sempre errante
És para mim como um sonho
Soas-me na alma distante

A cada pancada tua
Vibrante no céu aberto
Sinto mais longe o passado
Sinto a saudade mais perto

O sino da Igreja para mim também é alegria, vida: os sinos acompanham a caminhada do cristão; desde o Baptismo, passando pelo Matrimónio; e como que a despedir-se amargamente desta vida, toca, já cansado, no final de uma caminhada terrena, mas é ao mesmo tempo prenúncio de um encontro com o Pai, sinal que lembra aos que ficam que a morte é certa, a vida é curta, mas que vale a pena ser vivida nessa esperança. E quem não se recorda dos toques da Vigília Pascal, que nos acompanham na alegria de sabermos que Jesus está vivo, está connosco? Vem-me à memória bons momentos passados na terra dos meus avós, onde o sino nos acordava de manhã bem cedo para a Missa, saudando a fresca manhã, em coro uníssono com todas as maravilhas da natureza, obra de Deus. Ainda hoje, por vezes, no entardecer, ouço um sino distante noutra paróquia e deixo-me embalar, meio acordado, meio a sonhar e penso, não sei em quê, mas é reconfortante e transmite vida, faz-me ficar mais perto de Deus!



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