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Até que a morte nos separe
Escrito por: Anam (IP registado)
Data: 20 de January de 2006 11:41

Olá a todos.

Um dia, li um romance que retratava o caso de um jovem casal, em que o homem - ferido na guerra - ficou inválido para o resto dos seus dias, e a mulher, embora zelosa a cuidar do seu marido...reencontrou o amor nos braços de outro homem.

Isto leventou-me uma questão: quando nos casamos, prometemos estar com a pessoa que amamos até que a morte nos separe.
Mas...e se vamos parar a este limbo?
Não estou a pôr em causa o cuidar dessa pessoa. O que estou a pôr em causa, é como é que a pessoa que cuida do cônjuge fica, em termos emocionais.

O amor é algo que se alimenta também - e sobretudo, diria mesmo - da comunicação, do toque.
E se ficamos casados com um(a) morto(a)-vivo(a), que não ouve, não vê...nada de nada?
Como ficamos nós?

É uma questão que amedronta.

Anna

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 21 de January de 2006 15:39

Ainda ninguém respondeu?

Presumo que a pessoa casa para aceitar o bem e o mal que venha a acontecer.
Se algo acontece de mal ao marido ou à mulher vão-se deixar??? O casamento é só para o bem? Espero que outros respondam.
Se o marido for um alcoólico, infiel, etc. Ainda concordava, agora por doença???

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 22 de January de 2006 23:41

disse-me o santo sacerdote que presidiu ao meu casamento (um homem de uma bondade e caridade excepcional):

- Não te cases para ser feliz mas para fazer feliz aquela que amas.



Não foram estas as palavras exactas mas foi este o sentido.

E o amor de verdade é mesmo assim. O amor de verdade procura não a egoista satisfação propria mas sim a felicidade daquela/e que ama.

Jesus disse:

"Amai-vos como eu vos amei."

Não disse sequer para amarmos como nós proprios nos amamos mas sim como Ele nos amou. Ora Ele ama-nos muito mais que nós proprios nos amamos.

Um Amor verdadeiro, grande, que procura a felicidade daquele/a que ama não recusa levar a Cruz. O resto é a maior ou menor dureza de coração.

O caminho da perfeição é ingreme e estreito. Há sempre a tentação de alarga-lo e aplana-lo.

Podemos condescender com as dificuldades de cada um, eu nunca julgaria ninguem nessa situação porque não saberia quais os condicionantes pessoais. Mas o caminho da perfeição, aquele que um Amor puro e apaixonado percorreria seria aquele que Jesus indicou, permanecer fiel até que a morte os separe.

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 00:41

Vive aqui perto de uma rapariga portuguesa, com 32 anos. O marido teve um AVC, creio que é assim que se diz em português. Ele recuperou um pouco, mas está incapaz de trabalhar. Agora ela vai deixar o marido? E se fosse ela que tivesse tido um AVC? Conheço alguns casais, que têm as mulheres doentes com o cancro da mama, ainda todos vivem juntos. Mas também conheço outro casal que a mulher teve leucemia e foi-se para Portugal. Será que Deus quererá isso?

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 01:08

Viver juntos não é a mesma coisa que estar casado.

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 01:21

Nop

Não é isso que nos ensina a religião católica...porém eu sou católica:)

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 01:24

Há situações humnas muito concretas que implicam o fim da possibilidade do amor conjugal.
POrque o amor é sempre projecto, futuro.

EStou a lembrar-me de situações concretas de doenças mentais/neurológicas em que há uma deterioração completa da pessoa e da sua capacidade de se relacionar com os outros, situação que se pode prolongar durante décadas...
O amor torna-se impossível.

Pode haver outra coisa qualquer - um forte sentido do dever, uma obrigação moral , uma grande amizade ou compaixão pelo outro, ou até uma forte pressão social para que não exista separação, mas o amor conjugal é um canto a duas vozes , exige reciprocidade.

Citação:
"E se ficamos casados com um(a) morto(a)-vivo(a), que não ouve, não vê...nada de nada?
"
Se não existe relacionamento amoroso nem possibilidade dele, o amor (conjugal)é impossível

E, não havendo amor, o casamento deixa de existir, mesmo que haja regras sociais ou religiosas que afirmem o contrário.

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 01:26

Que coisa feia viverem juntos...

Depois a noiva ainda vai vestida de princesa? Se por acaso chegar a casar?

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 01:39

SE existe amor, já está casada muito antes da cerimónia social.

Há muitos "casados " pela Igreja, que vivem juntos, mas já não estão casados porque entre eles não há amor mas apenas um acordo social.

Há muita gente casada, " a viver juntos" para usar uma expressão usada pela ana, mas que não estão de fcato casados, porque o amor conjugal não existe....

É uma coisa feia / e muito triste) os casais viverem juntos na hipocrisia e no desamor. Isso sim, é que é feio.

Quanto aos que vivem em união de facto, numa comunhão de amor, já estão casados - já são uma família.

SE quiserem formalizar a sua união através de uma cerimónia religiosa, podem ir vestidos como quiserem , seja de princesas ou de drag queens. É tudo uma questão de gosto ... Ou falta dele.


Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 01:42

Se os casais a vivem juntos é porque ainda se amam?

Quem pode viver junto sem se amar?

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 01:45

Há muita gente nessas circunstãncias. ...
Como escrevi anteriormente, pode haver um forte sentido do dever, uma obrigação moral , uma grande amizade ou compaixão pelo outro, ou até uma forte pressão social para que não exista separação...
pode haver até apenas causas económicas ...

Felizmente hoje isso é cada vez menos frequente - o que explica o aumento dos divórcios,.

Um sinal muito positivo ....

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 01:50

Uma senhora aqui um dia chorou para mim, que tinha problemas com o marido. Que era difícil viver com ele. Passado algum tempo o marido morreu, apareceu morto na cama.
Ela chorava depois e eu disse-lhe, tinham problemas e agora chora? Ela respondeu, foram muitos anos juntos, é o amor...seria por amor que ela chorava ou foi o susto que apanhou? lol

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 10:30

Ana, pode-se amar muito uma pessoa e ser muito complicado viver com ela.

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Anam (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 11:42

Uma coisa é conviver com alguém doente, mas capaz de falar, de ouvir, de perceber, de ter alguma locomoção, etc...
Eu refiro-me a casos em que o cônjuge fica totalmente dependente.

Que acham?

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 13:39

Acho que não há respostas generalistas. Mas que é legítima a separação quando o amor conjugal e o projecto de vida a dois deixa de existir.
Ou seja, quando já não existe um casamento, mAS UMA OUTRA COISA QUALQUER.

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 15:49

Anam

Eu conheço aqui um caso de um senhor que ficou com a mulher em estado de locomoção, está num lar. Ele tem outra mulher muito mais nova, com dois filhos em casa. Quando uma canadiana me contou eu fiquei surpreendida. A canadiana viu a minha reacção e disse-me; a mulher dele, está incapaz de tudo, até de falar. E pelo que dizem os amigos, ele parece mais feliz com esta do que com a outra!
Acho que cada um deve fazer o melhor que seja para si ou com o qual se sente bem... Presumo que eu não o faria, sofrer um pouquinho acho que faz bem a todos. Mas é bom haver opiniões a este respeito.

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 16:17

A paixão amorosa não é Amor. pode coexistir com o amor, idealmente devia coexistir mas muitas vezes não acontece.

"Cada um deve fazer o melhor para si"

pois aqui também não há amor, há egoismo.

"não havendo amor, o casamento deixa de existir"

Reescreva-se o Evangelho.
No amor não deva existir necessariamente reciprocidade. Aliás esta afirmação mostra que quem a diz ainda não percebeu minimamente o Evangelho.

Jesus disse:
"Amai os vosso inimigos, não apenas aqueles que vos amam".

As pessoas hoje sabem muito de muitas coisas mas são muito ignorantes sobre o que é Amar. É algo que não se aprende nos livros, só mesmo a pratica ensina.


Ao ler as vossas respostas não diria que estavam a falar de amor mas sim de negocios, eu dou se me deres, o meu interesse/bem é este, será que eu amar esta pessoa aumenta esse meu bem?

Nisto pode haver paixão mas há mais de negocio que de amor. O verdadeiro Amor não faz este tipo de calculos, dá sem esperar receber, é entrega e não posse, o verdadeiro amor mostrou não procura ser feliz mas fazer feliz.


Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 16:39

Camilo

Quem dá amor, gosta de receber amor.

Tu vives para dar e não receber? Eu gosto de receber...agora num caso desses, é compreendido!

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Sandra Isabel (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 17:32

Ana,

Penso que todas as pessoas gostam de receber, claro!
Mas para mim o amor é mais que isso. Para mim o amor é renunciar-me a mim mesma procurando fazer o outro feliz: ou seja, é realçando as coisas boas que o outro tem, é conversando e dialogando o que penso que está mal para se tentar melhorar, é partilhando a alegria mas também a tristeza... é claro que quando digo renunciar a mim mesma, não estou a dizer que é ao extremo da estupidez, mas é esquecendo as minhas coisas "boas", ou naquilo que sou "boa", e fazendo ver a outra pessoa que ela tem/faz coisas "boas".... è claro que a paixão, o contacto físico, fazem parte... mas o amor é algo que consegue superar essas falhas com a sua simplicidade....
Muitas das vezes acha-se o amor um sentimento complexo... eu não penso assim! Para mim o Amor é o sentimento da simplicidade... da partilha... da doação. " Deixa pai e mãe e junta-te à tua esposa" e vice versa... não é que tenhamos que abdicar dos nossos pais... mas apartir deste momento vivemos para o outro somos nós dois.
Quando alguma coisa ruim acontece, se o amor for verdadeiro e de simplicidade, sem egoismos ou interesses pessoais, tudo nos parecerá triste e injusto, mas o sentimento nunca acaba. Podemos até nos revoltar momentaneamente com Deus " Porquê ele?" mas pensaremos logo, "porque não aconteceu antes a mim?"
Mas claro.... aceito e respeito quem não consiga continuar a amar... mas talves o amor não fosse só o que movia essa relação.

Re: Até que a morte nos separe
Escrito por: Anam (IP registado)
Data: 23 de January de 2006 18:04

É tudo muito bonito.
Mas...e quando o amor passa a ser pena?
Estariam com alguém apenas por pena?
Saberiam distinguir entre amor e pena?


Ana,

Não se trata de "sofrer um bocadinho". Imaginas uma jovem esposa, a braços, para toda a vida, a cuidar de um acamado???
Estamos a falar de pessoas reais, não de ideais.
Todos sabemos que na nossa ideia, tudo é muito bonito. Mas, na prática...

Seria de condenar uma mulher (pu um homem) que procurasse o amor (e, sejamos honestos, o amor também se faz de contacto físico, de comunicação verbal e gestual) noutra pessoa, tendo o seu cônjuge completamente "morto"?

É uma situação que pode muito bem acontecer a qualquer um de nós.
É bom de lembrar que, com o ritmo de vida a que estamos expostos, um AVC maciço é uma ameaça muito real!!!

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