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Na ressaca das Festas...
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 02 de January de 2006 17:25

Não sou um «expert» em matérias etílicas, mas várias pessoas falam mal das ressacas. De modo análogo ou não, talvez se possa chamar «ressaca» ao estado de espírito de muitas pessoas depois destas festas, mesmo daquelas que, como eu, não são dadas às espirituosas. ;-)

Pois, lá dizia aquele velho senhor que «depois das férias devíamos ter algum tempo para descansar»

Levanto-me com alguma dificuldade e a certa altura eis-me a «rever o filme»: cartas, postais, telefonemas, palavras bonitas, festa-aqui-festa-ali, festa-hoje-festa-amanhã, compras, prendas, visitas, «Missa do Galo» e outras, beija-Menino, ementas melhoradas, doces, palavras de circunstância, etc., etc. Ufa!...

E neste «síndroma do ‘day-after’», sou assaltado por este pensamento:

«Acabaram-se as festas… E agora? Que fica?»


Ora, isto pode ser um bom ponto de partida para uma reflexão conjunta e/ou partilha: afinal, que nos fica deste Natal?

[li]Foi apenas «mais um»?

[li]Tratou-se de um exorcismo momentâneo e oportuno dos nossos esquecimentos e maldadezinhas, um «paninho quente» sobre a (má) consciência, que nos dá algum «oxigénio» para podermos paulatinamente voltar de novo ao «de sempre» e recomeçar o ciclo?

[li]Que me trouxe de «novo» este Natal?

[li]Como colher (os) bons frutos do Natal sem que nos tornemos cínicos? Ou: o «espírito de Natal» vai para as arrumações com os bonecos do presépio, o pinheiro de plástico e demais ornamentos?

Alef

Re: Na ressaca das Festas...
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 02 de January de 2006 22:41

Este Natal foi diferente, como são todos os Natais. Agora a Madalena já tem 16 meses e o encanto que ela sente pelas luzes de Natal, por exemplo, é contagiante e parece que olhamos com outra atenção para elas. Quando se houve uma música de Natal e já nem ligamos porque é tão conhecida (que quase que cansa), neste Natal voltou a ter novamente piada e ser causa de alegria sempre que via a Madalena a abanar-se (como quem dança ao som da música) e a pedir para tocar novamente.

O Natal não deixa de ser uma festa estranha de Alguém que nasce quando esse mesmo Alguém nunca deixou de estar connosco. Começo a ter alguma dificuldade a festejar repetidamente o nascimento de Alguém porque ninguém nasce mais que uma vez, e também porque já nasceu e vive no meio de nós. Dificuldade minha certamente...

A preparação para este Natal foi diferente e deveu-se também à nossa amiga Catolicapraticante aqui do fórum. Há dias eu escrevi aqui uma mensagem dando a minha opinião sobre a árvore de Natal. As palavras foram-me saindo enquanto escrevia e admito que nem tive muito tempo para pensar naquilo que escrevi. No dia seguinte, a Catolicapraticante destacou uma mensagem que eu tinha escrito e sugeriu que meditassemos nela: «Acho que nos habituamos a colocar mais luzes para fora de casa do que propriamente para dentro». Pensei e meditei muito nela. Primeiro porque tinha sido eu o seu autor e quis ter a certeza que, embora tivesse sido escrita ao correr das teclas, ela transmitia aquilo que eu sentia. Depois, porque me pareceu um bom ponto de partida para a minha reflexão de Advento.

Passado uns dias, regressava a casa depois da hora de jantar quando ao entrar na nossa rua, e desfazendo a curva que ela tem, deparo-me com algumas dezenas de varandas cheias de luzes psicadélicas que me recebiam já algo cansado e lembrando-me que era altura de festa, era Natal. Ver aquelas luzes a acessas e a piscar foi como que tivesse visto a cara dos meus vizinhos a receberem-me e a darem-me as boas vindas, ao final de um dia de trabalho. Foi então que mais uma vez me lembrei da frase que tinha escrito e pensei para comigo: É claro que faz todo o sentido e só faz sentido ser Natal se for partilhado com os outros, em particular com aqueles que vivem mais próximos de nós, mesmo que quase não nos conheçamos pessoalmente.

Este foi também um Natal mais económico. Como vos dizia há alguns dias, se não concordamos com o espírito consumista do Natal, não devemos pactuar com ele. Acho que acabei por ser algo forreta ou sovina :-) para com os meus amigos e familiares.

Acho que o facto do Natal ter calhado ao fim-de-semana fez com que as "festas" ficassem algo circunscritas aos dois ou três dias desse fim-de-semana e à ponte generosamente concedida pela empresa.

Respondendo à pergunta do Alef, e agora, o que fica... fica pouco. Faltou tempo (ou preparação) para que ficasse mais, ou talvez os frutos cheguem mais tarde. Deste Natal fica também a ideia que a tradição já não é o que era (nem deve ser) e que devemos fazer as coisas não por ser tradição mas porque temos vontade de as fazer. Quando assim não é, é melhor que não aconteçam.

Luís Gonzaga

Re: Na ressaca das Festas...
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 03 de January de 2006 01:57

Luis

Também foste forreta para a Madalena? Não creio. És um pai babado.

Olha, eu não fui forreta para a minha família, dei a todos qualquer coisa. Fiz telefonemas para portugal, estive com a minha mana mais de 1 hora no telefone imagina agora a conta:)Com um tio estive uns 40 minutos, até se esqueceram que a chamada era de longa distância. O meu tio chama a esposa e diz-lhe, vem ao telefone, é a nossa menina:) ainda contínuo a ser a menina dos meus tios.lol
Além disso gastei muito dinheiro pelo Natal, até me deu para mudar de colcha e almofadas no nosso quarto e como tenho casa de banho junto ao quarto pus toalhas e condizer com colcha e almofadas:) ehehehe. Não foi por ser Natal foi porque encontrei o que gostava, mas comprei tudo ou quase tudo em saldo:)até as flores que tenho numa esquina do Jacuzy condizem com as tolhas e almofadas. Sinto-me contente quando tenho coisas novas. eheheheh
Estive na igreja na noite de Natal e no dia de Ano Novo, aí também fiz a minha oferta e trocamos beijos e apertos de mãos com familiares e amigos. Gosto imenso da Quadra Natalícia.

Re: Na ressaca das Festas...
Escrito por: Rute (IP registado)
Data: 03 de January de 2006 20:39

Boa tarde,

Bom tópico, Alef!! Efectivamente depois das festas, o que fica?

Devo dizer que para mim ficou muito. Talvez porque pela primeira vez na minha vida o vivi verdadeiramente. Sempre adorei as luzes de Natal, as músicas de Natal, aquela sensação de que o sorriso se torna mais fácil.

Este ano, porém, o meu Natal foi vivido com uma intensidade diferente, porque tive a disposição e a disponibilidade de acompanhar com alguma meditação e oração o advento. e devo confessar que para mim este natal representou a descoberta, ou melhor, a redescoberta do nascimento de Cristo. não que ela não estivesse presente desde sempre... é difícil explicar, mas a verdade é que compreendi com uma intensidade muito particular esta verdade, a verdade do Deus que se fez igual a nós, que se fez connosco, que habitou connosco para que o conhecessemos, para que não fosse um Deus distante mas um Deus que está no meio de nós, que está junto a nós e nos dirige o apelo a, em cada natal, renovarmos em nós a decisão de dar espaço para que ele nasça e, nós e, com isso, nos mude e opere em nós maravilhas.

Lia ainda ontem numa meditação bíblica já antiga disponível no site de Taizé: Não é com a ponta dos dedos que Deus salvaos homens da morte e do mal em todas as suas formas, mas dando-se a si própria.

Acho que o Natal não é senão um apelo renovado a cada ano para a compreensão desta realidade e a compreensão efectiva desta realidade pode efectivamente operar em nós um processo de mudança de que não somos mais do que espectadores, é Deus que, como sempre, assim que têm o nosso assentimento, vem ao nosso encontro e permanece em nós.

É verdade que Cristo está sempre connosco, mas este renascimento pode, acho eu, pedir cada vez mais espaço em nós para o acolhermos.
`
É isto que fica do meu Natal!

Um abraço,
Rute



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