Caro Luís.
Obrigado pela tua mensagem.
Não vi o filme e pouco conheço da história d`
O Crime do Padre Amado de Eça de Queirós (quem quiser ler encontra a obra integral na Internet), pelo que não posso dar a minha opinião sobre se o filme retrata a história do livro. O filme tem classificação M/16 o que por si já indica algum conteúdo menos próprio para pessoas com idade inferior. Não é comum passarem filmes para M/16 em sinal aberto às horas que as crianças vêem televisão, mas nunca se sabe...
Tal como a Susete, a minha não me choca a existência de tais filmes, ou mesmo de romances que envolvam padres em cenas menos próprias ou picantes. É sabido que alguns padres nem sempre cumpriram o voto de celibato, para além de que há padres casados.
O perigo, como diz a Susete, são as generalizações. Isto é, se alguém sai do cinema a pensar que aquele personagem retrata a história de muitos padres, isso sim, é incorrecto e deve ser corrigido. Já aqui disse várias vezes e não me importo de o repetir, não é por haver um padre pedófilo que são todos pedófilos; não é por haver um padre homossexual que são todos homossexuais e não é por haver um padre que não cumpre o seu voto de celibato que todos os outros também o façam! É muito importante não cair nas generalizações.
Na tua mensagem perguntas se neste país não existem alguém que impeça estes "devaneios artísticos". Como disse, tanto quanto sei, o filme retrata uma história de uma obra de Eça de Queirós e não é crime passar-se para o cinema uma obra de um conceituado autor português. Aliás, se nos recordarmos do que
aconteceu no México, qualquer iniciativa dos católicos para boicotar, quer a realização ou o visionamento do filme, só servirá como publicidade gratuita ao próprio filme (recordam-se da "Última Tentação de Cristo"?).
Resta-nos o bom senso de cada pessoa para que esta escolha o que melhor lhe convier, que duvido que passe por ver filmes deste género, mas ninguém disse que todos temos "bom senso"...
Cara Ana,
O que achas que uma
queixinha ao Cardeal Patriarca ou ao Presidente da República iria adiantar neste caso? Por acaso algum deles desconhece a obra de Eça de Queirós? Por acaso algum deles pode fazer alguma coisa que impeça a realização ou visionamento deste filme (entenda-se "censura")?
Lembro de ouvir padres nas homílias a falarem do livro Código Da Vinci e isso só serviu, mais uma vez, de publicidade gratuita.
Prefiro que invistamos os nossos recursos e energias na formação e evangelização das pessoas. Decerto que se conhecerem o Evangelho e viverem a sua vida de acordo com ele, mesmo que vejam este filme, irão conseguir aprender algo do filme, por exemplo (e repito que conheço pouco a história), até que ponto nós também não quebramos os nossos votos e falhamos? Até que ponto não usamos e abusamos dos que gostam de nós? Até que ponto levamos uma vida íntegra pública e privada?
Luís Gonzaga