Olá irmãos em Cristo:

Já um pouco com a pulga atrás da orelha fui vizionar o filme "O Crime do Padre Amaro", meu Bom Senhor o que eu vi naquela sala! Ainda bem que não tinha levado meus filhos a ver tal coisa! Não me bastava ter que andar em casa a bloquear canais da TV-Cabo como agora um filme português e dito de qualidade com aqeulas cenas! Aquilo era uma cena de sexo de 10 em 10 minutos, só se falava de sexo, mas o pior de tudo é retratarem um Padre, um jovem Sacerdote da Santa Madre Igreja como uma criatura desprovida de virtude e pior ainda um poço de pecados!! Naquele reles filme fica-se com a impressão que as boas pessoas são todas assaltantes e pederastas e chefes do crime organizados e que os membros decentes da comunidade se comportam todos como coelhos no cio!

E eu pergunto, não há ninguém neste país que tenha mão nestes devaneios "artisticos"?!?! Isto é fazer pouco da fé de todos nós e da honra do sacerdócio! É inadmissivel e um bom Cristão fica muito magoado quando vê insulto tal!

Só espero.... Só espero que não resolvam passar o raio do filme na televisão num domingo de páscoa ou coisa no género!

Olá!

Já tinha percebido pelo spot que passou na TV que o filme tinha muito sexo. Mas deve estar classificado para maiores de 18 não?

Pois... é arte cabe a nós seleccionarmos o que queremos e o que não queremos ver seja no cinema ou na TV.
Nós lá em casa temos muitos dias que nem sequer ligamos a TV, por exemplo. O tempo livre que temos é tão pouco que o gostamos de "gastar" a fazer outras coisas do que ver programas que só apelam á violência ou à tristeza da exploração do mal dos outros.

Eu não fico nada ofendida como católica.
Cada um é livre de fazer o que mais deseja. Apenas gosto de transmitir às outras pessoas não católicas que nem a Igreja nem as outras pessoas (católicas) são assim. Pedindo para não generalizarem pois cada pessoa é uma pessoa e a fé pode ser vivida de muitas e váriadas formas e todas dentro da doutrina.

Não fiques triste Luis... não ligues e pede o teu dinheiro de volta na bilheteira do cinema :)

Continua o teu caminho na fé e no amor a Cristo.

Abraços em Cristo,
Susete

Luis

Mostra a tua revolta ao D. José Policarpo, a ver se fazem alguma coisa ou ao Jorge Sampaio!

Caro Luís.

Obrigado pela tua mensagem.

Não vi o filme e pouco conheço da história d`O Crime do Padre Amado de Eça de Queirós (quem quiser ler encontra a obra integral na Internet), pelo que não posso dar a minha opinião sobre se o filme retrata a história do livro. O filme tem classificação M/16 o que por si já indica algum conteúdo menos próprio para pessoas com idade inferior. Não é comum passarem filmes para M/16 em sinal aberto às horas que as crianças vêem televisão, mas nunca se sabe...

Tal como a Susete, a minha não me choca a existência de tais filmes, ou mesmo de romances que envolvam padres em cenas menos próprias ou picantes. É sabido que alguns padres nem sempre cumpriram o voto de celibato, para além de que há padres casados.

O perigo, como diz a Susete, são as generalizações. Isto é, se alguém sai do cinema a pensar que aquele personagem retrata a história de muitos padres, isso sim, é incorrecto e deve ser corrigido. Já aqui disse várias vezes e não me importo de o repetir, não é por haver um padre pedófilo que são todos pedófilos; não é por haver um padre homossexual que são todos homossexuais e não é por haver um padre que não cumpre o seu voto de celibato que todos os outros também o façam! É muito importante não cair nas generalizações.

Na tua mensagem perguntas se neste país não existem alguém que impeça estes "devaneios artísticos". Como disse, tanto quanto sei, o filme retrata uma história de uma obra de Eça de Queirós e não é crime passar-se para o cinema uma obra de um conceituado autor português. Aliás, se nos recordarmos do que aconteceu no México, qualquer iniciativa dos católicos para boicotar, quer a realização ou o visionamento do filme, só servirá como publicidade gratuita ao próprio filme (recordam-se da "Última Tentação de Cristo"?).
Resta-nos o bom senso de cada pessoa para que esta escolha o que melhor lhe convier, que duvido que passe por ver filmes deste género, mas ninguém disse que todos temos "bom senso"...

Cara Ana,

O que achas que uma queixinha ao Cardeal Patriarca ou ao Presidente da República iria adiantar neste caso? Por acaso algum deles desconhece a obra de Eça de Queirós? Por acaso algum deles pode fazer alguma coisa que impeça a realização ou visionamento deste filme (entenda-se "censura")?

Lembro de ouvir padres nas homílias a falarem do livro Código Da Vinci e isso só serviu, mais uma vez, de publicidade gratuita.

Prefiro que invistamos os nossos recursos e energias na formação e evangelização das pessoas. Decerto que se conhecerem o Evangelho e viverem a sua vida de acordo com ele, mesmo que vejam este filme, irão conseguir aprender algo do filme, por exemplo (e repito que conheço pouco a história), até que ponto nós também não quebramos os nossos votos e falhamos? Até que ponto não usamos e abusamos dos que gostam de nós? Até que ponto levamos uma vida íntegra pública e privada?

Luís Gonzaga

Boa Tarde a todos,

Pois. Concordo com o Luis, não vamos fazer publicidade gratuita. No entanto, tambem espero que não passem o filme na TV a horas impróprias, pois nos dias de hoje, já espero de tudo. Afinal de contas, passaram a versão espanhola durante a tarde e passam muitos outros que não deviam.

Acho isto tudo de muito mau gosto.

Beijos

Eu vi o filme no cinema e devo dizer que gostei bastante.

Sim, tinha cenas de sexo despropositadas, demasiadas e demasiadamente explícitas, pelo menos para meu gosto, mas nisso não é diferente de qualquer outro filme. Os padres que são retratados no filme são retratados enquanto pessoas, não enquanto padres. Há uma humanização dos padres que lhes atribui características humanas como não estamos muito habituados a ver. Agora apenas pessoas mal intencionadas é que vão extrair desse filme que os padres são todos assim (ou que os pretos em Portugal falam todos "yo, tá-se bem, curto esse som, man" e cantam rap ou que os homossexuais são todos efeminados).

O filme que eu vi servia para entreter. E acho que até era bastante bem conseguido. Tinha actores muito bons (Nicolau Breyner estava como sempre e a jovem actriz negra era espantosa), outros que mais valia a pena ficarem em casa (havia um que parecia que era atrasado, do modo como falava). Tinha nuances divertidas e algumas coisas que não batiam certo (será normal os padres em Lisboa referirem-se ao cardeal como bispo?).

O problema que eu vejo é que muitas pessoas adoram caricaturas e críticas sociais, e não conseguem perceber que um filme é apenas uma forma de fazer dinheiro, entretendo. Os amigos - católicos e muito conservadores - com quem fui ver o filme concordam comigo, por isso não sinto que a minha opinião seja assim muito tola.