Re: Pequena questão sobre sexualidade
Escrito por:
tony (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 03:09
Quanto ao texto sobre as mulheres judias, a CP deixou, ... tudo o que disseste é muito verdade e ainda hoje há algumas coisas que vigoram. Não obstante toda a realidade que referiste, vou dar-vos uma outra versão dessa mesma realidade que conheço através de através de mulheres judias.
Actualmente, o costume que ainda vigora é basicamente o mesmo e parte de um principio básico: só é judeu aquele que nasce de mulher judia.
Isto remete-nos para a tal importância de o cunhado “acasalar” com a viúva dando assim continuidade à descendência do seu irmão.
Na prática, ao contrário do que normalmente se pensa, as sociedades judaicas são, off the record, matriarcais,…isto remete-nos ao ponto que procurei levantar…então porque só se fala dos patriarcas?!
As sociedades organizam-se, actualmente, assim: O homem (marido) é aquele que dá o nome à família, que trata dos negócios e que quem trás o dinheiro para casa. É também ele quem tem o poder de autorizar o divórcio, ou seja a mulher pode pedir o pedir o divórcio, mas se o marido não o aceitar, eles continuam a ser considerados marido e mulher, ainda que esta ultima saia de casa e vá residir para outro lugar. Conheço um caso assim…(uma judia inglesa que reside nestas bandas)…claro que há constrangimentos sociais, de tal forma que a senhora, amiga da minha mãe, optou por viver em Portugal longe dos filhos e do resto da família.
O papel da mulher é o de gestora doméstica, por isso fiz a referência ao facto de se tratar de uma sociedade matriarcal “off the record”, porque efectivamente, ela tem por principal função educar os filhos, cuidar da casa, do marido e da vida social, esta tarefa é levada ao extremo, ao ponto de tudo o que o casal possui está em nome da mulher (a casa, as contas, os carros, o recheio da casa, a casa de campo e de praia, o barco e todas as outras propriedades) a lógica é simples, por um lado é a mulher quem tem a responsabilidade de educar os filhos e quem lhes dá a consanguinidade, por outro, numa lógica mais prática, se por motivos de acidente ou de morte inesperada o marido ficar incapaz ou impossibilitado de assinar cheques ou gerir as empresas e os dinheiros da família, estando tudo em nome da mulher, as coisas ficam facilitadas. Depreende-se daqui que a vida do homem pode ser posta em causa com mais facilidade do que a da mulher. Isto pode ter haver com toda a história deste povo e a saída dos homens para a guerra, para os campos de pastoreio, para os mercados etc…
Basta olharmos para a vida das mulheres judias hoje para compreendermos algumas passagens do Velho e Novo testamento.
Elas têm muita autonomia na gestão familiar, doméstica e social, mas não na participação pública, politica ou económica. Aqui é muito clara a divisão de tarefas, a mulher gere as família com finanças (dinheiro) que o marido lhe dá, e o homem gere a economia e aplica o dinheiro…claro está as coisas estão em nome dela, mas só lhes toca com autorização do marido!