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Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 12:20

Citação:
Se nada é proibido, vamos nos embebedar e procurar as "mulheres da vida", pois o "amor" não nos proibe de nada.

Quem diz que o Amor não "proíbe" nada não sabe o que é o Amor.

Cuidado com o desdém pelo Amor pois Deus é Amor e é apenas pelo que amamos que seremos julgados. Não adianta empanturrar-se de mandamentos se não amar. Não adiantará chegar a Jesus a dizer Senhor, Senhor, ou outras frases bonitas, se não tivermos amado.

pontosvista

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 12:22

"Até o amor homossexual"? Aparece na tua concepção como o pecado supremo? :)

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 12:25

pontos de vista, totalmente de acordo!

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Sandro Pontes (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 12:58

Ponto de Vista, você lê mas não entende? Eu escrevi a frase acima baseado na linha de raciocínio do Luis Gonzaga. Eu não afirmei aquilo, apenas conclui que deveríamos pensar desta forma caso o Luis estivesse com a razão.
Pelo Amor de Deus, poupe-me de seus infelizes comentários, pois você não consegue interrpetar as coisas mais simples.
Tchau.
Passe bem! Bem longe de mim!
Sandro

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Sandro Pontes (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 12:59

E você também escreveu: "Quem diz que o Amor não "proíbe" nada não sabe o que é o Amor". exatamente! Então o Luis não sabe o que é o amor! Obrigado por me ajudar!
Tchau!

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Sandro Pontes (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 13:03

E mais uma: esta era exatamente a doutrina de Lutero: "Creia firmemente e peque livremente"!

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 16:02

Onde leste Martinho Lutero dizer isso?

Sabes por acaso os motivos que levaram Lutero a separar-se? Realmente a tua forma de ver as coisas.

Vou-te dar uma opiniao do que e amor.

13 1* Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor, sou como um bronze que soa
ou um címbalo que retine.
2Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
se não tiver amor, nada sou.
3Ainda que eu distribua todos os meus bens
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, de nada me aproveita.

4*O amor é paciente,
o amor é prestável,
não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,
5nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.
6Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.
7Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.

8*O amor jamais passará.
As profecias terão o seu fim,
o dom das línguas terminará
e a ciência vai ser inútil.
9Pois o nosso conhecimento é imperfeito
e também imperfeita é a nossa profecia.
10Mas, quando vier o que é perfeito,
o que é imperfeito desaparecerá.
11Quando eu era criança,
falava como criança,
pensava como criança,
raciocinava como criança.
Mas, quando me tornei homem,
deixei o que era próprio de criança.

12*Agora, vemos como num espelho,
de maneira confusa;
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de modo imperfeito;
depois, conhecerei como sou conhecido.
13*Agora permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor;
mas a maior de todas é o amor.


Em comunhao

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Sandro Pontes (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 16:14

Caro Tilleu, achei que você voltaria mais humilde. Mas algumas pessoas não aprendem a lição, ainda que se lhes dêem muitas.
Vai querer defender Lutero agora?
Lutero mandava pecar em nome de Cristo, pois dizia que quanto mais a pessoa pecasse, mais provava que confiava no perdão de Deus. Caso a pessoa não pecasse, dizia Lutero, mais a pessoa demonstrava que não confiava em Deus e no seu perdão. Daí, o princípio de Lutero:

"Crê firmemente, e peca muitas vezes".

Em carta a Jerônimo Weller, Lutero escreveu:

"Se o demônio te tentar com bebedeira, bebe, e bebe em nome de Cristo".

Lutero defendia a tese da santidade do pecado: quanto mais pecado se cometesse mais santo se seria. Ele insultava Cristo dizendo que Jesus era adúltero e bêbado.

Que Lutero disse que Cristo era adúltero e todas estas coisas, está no livro de Lutero, Tischeredden = Conversas à Mesa, n* 1472, edição de Weimar, volume II, p. 107, apud Franz Funck Brentano, Martim Lutero, editora Vecchi, Rio de Janeiro, 1956, p.151.

Só faltava essa, ter que provar para alguém que se diz católico as doutrinas do luciferino Lutero, que são de conhecimento e domínio público.

Sandro de Pontes

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 16:18

Acho que hino ao amor nas cartas de S. Paulo é extraordinário. Também acho que não se trata de pecar "livremente". Trata-se, sim, de seguir os mandamentos de Deus por amor a Ele e ao próximo.

Tudo o que se faz por amor não se sente como uma regra que tem de ser cumprida à força. Quando o Papa fala de se dar atenção às palavras e se começar por dizer o "sim" para se entender o "não" é exactamente porque os seres humanos reagem naturalmente contra tudo o que parece imposto. Se começarmos por explicar o que queremos quando seguimos o caminho de Deus e mostrarmos como este caminho leva ao Amor e à liberdade será mais fácil compreender-se por que razão dizemos "não" a certas coisas.


Maria João Garcia

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 17:16

Sandro

Citação:
Pelo Amor de Deus, poupe-me de seus infelizes comentários, pois você não consegue interrpetar as coisas mais simples.

Receio bem não lhe poder fazer a vontade neste aspecto.

Citação:
Passe bem! Bem longe de mim!

Este é o seu conceito de amor?

Citação:
Caro Tilleu, achei que você voltaria mais humilde. Mas algumas pessoas não aprendem a lição, ainda que se lhes dêem muitas.

O Sandro é nitidamente um desses casos. Vem aqui apresentar-se como autoridade da Igreja estando em divergência com os últimos quarenta anos da Igreja, incluindo um Concílio, e apoiando bispos que foram excomungados por atitudes cismáticas. Ignora de caminho que o Papa, os Bispos e a quase totalidade da Igreja aceitam o Concílio Vaticano II (não digo toda a Igreja porque aceito que as pessoas como o Sandro ainda estão na Igreja).

Quanto à proibições, nunca o Luís disse o que o Sandro lhe quis atribuir.

Mas as palavras do Papa parecem exactamente dirigidas a pessoas que, como o Sandro, se fartam de falar de pecado, de ameaçar os outros com o Inferno, realçam as proibições e, de Amor, só sabem dizer que é cumprir regras. Jesus deixou muito claro que aqueles que só vivem de regras podem estar mais longe de Deus do que pensam.

pontosvista

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Sandro Pontes (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 17:57

Ponto de Vista, você disse:
"(...) pessoas que, como o Sandro, se fartam de falar de pecado, de ameaçar os outros com o Inferno, realçam as proibições e, de Amor, só sabem dizer que é cumprir regras. Jesus deixou muito claro que aqueles que só vivem de regras podem estar mais longe de Deus do que pensam ".

Como sabe que somente vivo de regras? Você me conhece pessoalmente? Conhece a minha consciência? Conhece o meu dia a dia?
Como julgar segundo aquilo que lhe parece, e não segundo a reta justiça?
Aliás, este é um chavão dos modernistas: dizer que aqueles que defendem a fé não amam, porque somente pensam na doutrina. Eles é que mama, e mais ninguém. "O amor constrói"dizem.
Se você visse Cristo dar chicotadas nos vendilhões do templo, diria algo do tipo: "Nossa, que falta de amor, parece aqueles que rejeitam o VaticanoII..."

Tchau!
Sandro

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 01 de September de 2006 19:04

Citação:
Como sabe que somente vivo de regras?

E quem é que disse que você só vive de regras? Ou confirma que só vive de regras?

Citação:
Você me conhece pessoalmente? Conhece a minha consciência?

Tal como o Sandro não conhece as dos outros participantes do fórum. Mas isso não o inibe de dar instruções, desde a posição a comungar (querendo assumir mais autoridade do que a da própria hierarquia da Igreja!) até observações como
Citação:
Se eles te ouvem, são cegos a seguir outro cego.
ou
Citação:
Diga-me: você é ignorante ou herege?

Existem ainda hoje pessoas que seguem um catolicismo anterior ao Concílio Vaticano I. Para o Sandro a Igreja era a que estava antes do Vaticano II. Para mil milhões de católicos a Igreja inclui o Vaticano II.

Cada um de nós tem o dever de seguir a sua consciência mas o Sandro não tem o direito de vir aqui afirmar-se como mais católico do que os outros, por não aceitar os que seguem o Vaticano II. Ou aceita uma Igreja em que cabemos todos (e o Concílio Vaticano II, mesmo que não concorde com ele) ou põe em causa o Papa, os Bispos e mil milhões de católicos que aceitam o Vaticano II.

pontosvista

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 02 de September de 2006 17:50

Caro Sandro Pontes,

Vou repetir o que disse na minha mensagem de 31 de Agosto de 2006 21:48 para ver se desta vez a entendes correctamente:

Citação:
Caso o texto do Irmão Roger não seja suficiente, tens sempre a entrevista do Papa Bento XVI, concedida à Bayerischer Rundfunk (ARD), ZDF, Deutsche Welle e Rádio Vaticano, onde Bento XVI diz claramente que «O Cristianismo, o Catolicismo não é um conjunto de proibições, mas uma opção positiva. E é muito importante que evidenciemos isso novamente, porque essa consciência, hoje, desapareceu quase completamente.»

Caso não tenhas percebido, não fiz qualquer interpretação da entrevista de Bento XVI. Limitei-me a citar uma frase «O Cristianismo, o Catolicismo não é um conjunto de proibições, mas uma opção positiva. E é muito importante que evidenciemos isso novamente, porque essa consciência, hoje, desapareceu quase completamente.» e o respectivo texto completo para que as pessoas pudessem ler a entrevista completa, evitando qualquer deturpação de sentido.

Se não percebes que o Cristianismo não é um conjunto de proibições mas sim uma opção positiva, diria, uma adesão positiva ao Amor de Deus, não vale a pena estarmos a falar sobre tudo o resto, porque falhamos a entendermo-nos no essencial. Se escreves «Se nada é proibido, vamos nos embebedar e procurar as "mulheres da vida", pois o "amor" não nos proíbe de nada.» então ou não percebeste o que é o Amor, ou estás a tentar distorcer a argumentação para que as pessoas pensem que tens razão. Que não tens.

O Amor nada proíbe. O Amor é Livre. Se o Amor proibisse o que quer seja, não era Amor. Poderia ser tudo, menos Amor.

Mas então, podemos fazer aquilo que sugeres na tua frase, "embebedarmo-nos" ou "procurar mulheres da vida"? A minha resposta é não. Se tens amor próprio, tu não te embebedas porque sabes que isso faz mal ao teu corpo e, por conseguinte, faz-te mal. Logo, se amas, não te embebedas. Se amas o teu próximo, sendo esta uma "mulher da vida", também não a procuras para fins de prostituição (penso ser isso o que está implícito), porque o Amor implica também respeito e dignidade, e quando uma mulher se prostitui, não está, sobretudo, a respeitar a sua própria dignidade como ser humano.

Não se trata de uma questão semântica, mas de uma questão ontológica. A essência do Cristianismo é o Amor.

Citação:
Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.» (Jo 13, 34-35)

Citação:
Aproximou-se dele um escriba que os tinha ouvido discutir e, vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu: «O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.»
O escriba disse-lhe: «Muito bem, Mestre, com razão disseste que Ele é o único e não existe outro além dele; e amá-lo com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios.»
Vendo que ele respondera com sabedoria, Jesus disse: «Não estás longe do Reino de Deus.» E ninguém mais ousava interrogá-lo. (Mc 12, 28-34)

Os mandamentos, as regras e as leis existem para nos ajudarem a compreender que Deus é Amor, mas não são o principal (são uma consequência do amor). O principal dizem-nos os Evangelhos nas palavras de Jesus Cristo. Por outras palavras, não é por cumprires todas as regras, leis e mandamentos que mostras que amas ou que tens Amor, mas sim, se tens Amor e amas, então mandamentos, regras e leis serão cumpridos... porque amas.


Caro Pontosvista,

Vejo que colocaste o "proíbe" entre aspas porque entendes (e concordas) com aquilo que quero dizer neste mensagem. O Amor em si não proíbe, apenas que quando amas, há coisas que não fazem sentido, mas não é que o Amor as proíba em si. Apenas se essas coisas acontecem, é porque não há Amor. Mas o Amor nada proíbe.

Luís Gonzaga

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Diogo Taveira (IP registado)
Data: 02 de September de 2006 18:48

A Igreja sofre, hoje em dia, por uma razão pricipal: é vista como uma instituição que coloca regras. Quase toda a gente faz um esforço (e disso resultou o Vaticano II) para que a Igreja deixe de ser vista com o esteriotipo da Inquisição. E aparecem uns quantos senhores que acham que as coisas devem ser ao contrário, e que, em vez de evangelizarem o mundo, fogem do mundo.

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Sandro Pontes (IP registado)
Data: 03 de September de 2006 14:06

Andradas, 03 de setembro de 2006.

Que a paz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo esteja com cada um dos leitores deste fórum. Salve Maria!
Caro Ponto de Vista, vou analisar agora uma de suas frases. Você escreveu em determinado momento:

“Nesta conversa estava a partir do princípio que éramos todos católicos apostólicos romanos. Depois de ler o que escreve começo a não ter a certeza. Como pode alguém pertencer a uma Igreja e negar um Concílio Ecuménico em bloco, bem como toda a vivência do Povo de Deus, entrincheirando-se num pensamento congelado no passado? Já reparou que ao defender a rigidez da nossa visão de Deus mais não faz do que reduzir Deus a algo que pode ser expresso nas nossas palavras? Deus é um Mistério que podemos sempre conhecer mais e melhor e mesmo assim mal começamos a conhecê-lo. Pretender que uma qualquer filosofia ou formulação humana pode captar definitivamente as verdades sobre Deus seria soberba se não fosse inconsciência. Além disso a nossa forma de entender as formulações é muito diferente da de outras épocas, pelo que as mesmas palavras são sempre entendidas de modo diferente”. Até aqui, você, caro Ponto de Vista.

Você começa a não ter certeza de que sou católico de fato, porque defendo a doutrina de sempre da Igreja. Para você, os “verdadeiros” católicos são aqueles que aprenderam com o “Espírito Santo” que ninguém é dono da verdade, que nenhuma “filosofia” ou “formulação humana” podem expressar as verdades sobre Deus. E mais. Você diz que quem defende o oposto é “soberbo” e “inconsistente”. Pois então para você a Igreja Católica é soberba e inconsistente, meu caro, pois Ela afirma ter sido instituída de forma exclusiva por Jesus Cristo para que a humanidade pudesse obter o conhecimento e a posse das coisas eternas.
É claro que é difícil para nós exprimirmos este mistério com formulações humanas. Por isso se diz também que aquilo que não conhecemos de Deus é muito maior do que aquilo que conhecemos. Mas se diz também que aquilo que Deus nos dá a conhecer pela Igreja nós devemos aceitar totalmente, ainda que não entendamos completamente. Por exemplo, a Santíssima Trindade, a encarnação, paixão e morte de Jesus Cristo e a Eucaristia: ainda que não possamos compreender perfeitamente, aceitamos humildemente. E é um mistério o fato de que Deus tenha escolhido a Igreja Católica para ser a detentora da verdade a qual Cristo é dono. Cristo é o dono da verdade, mas esta verdade ele estendeu a Sua Igreja, e a mais ninguém. Somente esta Igreja possui a verdade, somente a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade (I Tim 3, 15). Foi pela Igreja que Deus deu a conhecer todo o seu poder e a sua multiforme e eterna sabedoria (Ef 3, 10). Aceite isto, Ponto de Vista, ainda que não entenda. Não seja soberbo. Seja humilde, porque o reino dos céus é para os mansos de coração. As outras “filosofias” ou “formulações” não fazem mais do que proferir heresias, pois que foram inspiradas pelo príncipe das trevas.
E você vem com a maior mentira modernista já condenada uma porção de vezes pela Igreja, ou seja, aquela que diz que a verdade ensinada no passado não é a correta, pois que ela muda por vários motivos, entre eles porque as palavras de determinadas épocas não podem ser plenamente compreendidas, e que portanto aquilo que era ensinado em determinado tempo não pode mais ser ensinado hoje, devendo ser adequado aos novos tempos. Repito o que você escreveu:

“(...) Além disso, a nossa forma de entender as formulações é muito diferente da de outras épocas, pelo que as mesmas palavras são sempre entendidas de modo diferente”.

Ponto de Vista, dizem os modernistas que a evolução da religião deve estar de acordo com a evolução moral e intelectual da humanidade. Esta “coordenação” deve ser controlada pela ciência, devendo a fé estar subordinada ao conhecimento moderno (isto segundo os modernistas). Para eles que foram condenados por São Pio X na Encíclica Pascendi Dominici Gregis, esta subordinação deve ser o objeto do trabalho do teólogo, que procuraria conciliar o pensamento religioso com as novas descobertas, aplicando-as a religião. Não pensa você assim, Ponto de Vista?
Você me acusou de ter o pensamento “congelado no passado”. Pois então vou citar documentos do presente. Documentos “modernos”, escritos pelos papas que você diz defender com unhas e dentes. O primeiro que citarei contra você é Paulo VI, que encerrou o Concílio Vaticano II, e o segundo é João Paulo II.
O Papa Paulo VI conviveu com os modernistas que defendiam ser necessário explicar a fé e a religião com métodos críticos e históricos. Entre estes, estão Karl Rahner e Edward Schillebeeckx, que devem ser seus autores preferidos. E qual foi a argumentação deles? Eles diziam que o Concílio de Trento usou-se de noções filosóficas medievais, hoje obsoletas, bem como a escola de São Tomás de Aquino, que para eles não seria mais “sustentável”.
Assim para condenar (mais uma vez) estes mesmos erros, em 1965 o Papa Paulo VI emitiu sua encíclica Mysterium Fidei na qual ele rejeita essas teorias como falsas (na verdade elas são heréticas), e refuta a idéia de que a filosofia de Sto. Tomás esteja obsoleta. O Papa Paulo VI escreveu no parágrafo 24 deste documento que aquilo que foi ensinado pelo Concílio de Trento “são conceitos que não estão amarrados a nenhum sistema cultural em específico. Eles não são fixados a nenhum desenvolvimento científico em específico, nem a esta ou aquela escola filosófica. Eles representam a percepção que a consciência humana adquire de sua experiência essencial da realidade, e expressas pelo uso de certos termos apropriados emprestados da linguagem literária ou coloquial. Eles estão, portanto, dentro do alcance de todos, em todos os tempos e todos os lugares.”
Eis aí um documento relativamente recente com sabor de “antigo”. E agora, Ponto de Vista, como fica a sua tese furada de que eu tenho um pensamento “congelado no passado” se é o próprio Papa Paulo VI quem diz que os conceitos do Concílio de Trento e de São Tomas de Aquino estão dentro do alcance de todos os católicos, em todas as épocas e em todos os lugares? Aceita o que ensina Paulo VI ou o acusa também de ser retrógrado?
Mas me dirá você: “Paulo VI escreveu isto em 1965. Agora estamos em 2006. Aquilo que ensinou Paulo VI já não nos serve. A verdade evoluiu. Mudou-se, e é preciso adequar-se. Aquele Papa ainda estava em um período de transição. Esta idéia ficou no século passado. João Paulo II, o grande Papa, ele sim soube entender o que foi o Concílio Vaticano II”.
Pois se você acha que João Paulo II concorda com você com esta idéia herética de que a Igreja se expressou no passado com palavras e formulações que não traduzem o pensamento atualizado da teologia, se enganou. Pois João Paulo II também condenou esta idéia. Veja o que ele ensinou na Fides et Ratio nº 87:

“O ecletismo é um erro de método, mas poderia também ocultar em si as teses próprias do historicismo. Para compreender corretamente uma doutrina do passado, é necessário que esteja inserida no seu contexto histórico e cultural. Diversamente, o historicismo toma como sua tese fundamental estabelecer a verdade duma filosofia com base na sua adequação a um determinado período e função histórica. Deste modo nega-se, pelo menos implicitamente, a validade perene da verdade. O que era verdade numa época, afirma o historicista, pode já não sê-lo noutra. Em resumo, a história do pensamento, para ele, reduz-se a uma espécie de achado arqueológico, a que recorre a fim de pôr em evidência posições do passado, em grande parte já superadas e sem significado para o tempo presente. Ora, apesar de a formulação estar de certo modo ligada ao tempo e à cultura, deve-se considerar que a verdade ou o erro nela expressos podem ser, não obstante a distância espácio temporal, reconhecidos e avaliados como tais. Na reflexão teológica, o historicismo tende a maior parte das vezes a apresentar-se sob uma forma de «modernismo». Com a justa preocupação de tornar o discurso teológico atual e assimilável para o homem contemporâneo, faz-se apenas uso das asserções e termos filosóficos mais recentes, descuidando exigências críticas que, à luz da tradição, dever-se-iam eventualmente colocar. Esta forma de modernismo, pelo simples fato de trocar a atualidade pela verdade, revela-se incapaz de satisfazer as exigências de verdade a que a teologia é chamada a dar resposta”.

Que tal, ponto de Vista? É João Paulo II quem diz que os modernistas afirmam que a verdade de uma época passada não é a mesma verdade de hoje. Veja, é João Paulo II, Papa muito aplaudido mas raramente obedecido quem diz que o modernismo toma como sua tese fundamental estabelecer a verdade duma filosofia com base na sua adequação a um determinado período. É o Papa João Paulo quem condena as suas palavras, caro Ponto de Vista. É o Papa João Paulo quem não respeita o seu ponto de vista, e não eu. Acusará você o Papa de estar faltando com a caridade? Diria você a ele, se ainda estivesse aqui, que somente o “amor verdadeiro constrói a unidade na diversidade”, ou qualquer outra baboseira do tipo?
E esta é mais uma prova do desastre que foi o Concilio Vaticano II, que alem de dividir católicos que o rejeitaram com aqueles que o aceitaram também dividiu os católicos que o aceitaram. O Papa Bento XVI admitiu esta divisão no discurso de natal do ano passado proferido no dia 22 de dezembro ultimo. Segundo ele, as pessoas favoráveis ao Vaticano II se dividem em dois grupos, sendo o primeiro os defensores da letra do Concilio (o qual se encontra Ratzinger) e o segundo grupo os defensores do espírito do Concilio (dentro os quais estão os modernistas mais radicais, de todos os naipes, como Karl Rahner e Edward Schillebeeckx, entre outros. Muitos outros, diga-se de passagem). Portanto, o Concilio Vaticano II conseguiu a proeza de dividir ate mesmo aqueles que são favoráveis a ele. Seria bom você ler este discurso de natal do Papa, onde ele condena os defensores do espírito do Concilio, grupo que pelo jeito você se encontra.
Antes de encerrar, não poderia deixar de citar que o Papa São Pio X já denunciara que os modernistas do presente não aceitavam nenhum tipo de doutrina “antiga”, especialmente a de São Tomás de Aquino, considerada por eles “superada” pelo método histórico crítico. Leia o que São Pio X escreveu na Pascendi, e veja como estas palavras abaixo talvez sirvam para você:

“(...) Por isso, continuamente escarnecem e desprezam a filosofia e a teologia escolástica. Quer o façam por ignorância, quer por temor, quer mais provavelmente por um e outra, o certo é que a mania da novidade neles se acha aliada com ódio à escolástica; e não há sinal mais manifesto de que começa alguém a volver-se para o modernismo do que começar a aborrecer a escolástica. Lembrem-se os modernistas os seus fautores da condenação que Pio IX infligiu a esta proposição (Syll. prop. 13): «O método e os princípios com que os antigos doutores escolásticos trataram a teologia, não condizem mais com as necessidades dos nossos tempos e com os progressos da ciência». — São também muito astuciosos em desvirtuar a natureza e a eficácia da Tradição, a fim de privá-la de todo o peso e autoridade. Porém, nós, os católicos, teremos sempre do nosso lado a autoridade do segundo Concílio de Nicéia, que condenou «aqueles que ousam..., à maneira de perversos hereges, desprezar as tradições eclesiásticas e imaginar qualquer novidade... ou pensar maliciosa e astutamente em destruir o que quer que seja das legítimas tradições da Igreja católica». Teremos sempre a profissão do quarto Concílio de Constantinopla: «Professamos, portanto, conservar e defender as regras que, tanto pelos santos e célebres Apóstolos quanto pelos Concílios universais e locais, ortodoxos, mesmo por qualquer deíloquo Padre e Mestre da Igreja, foram dadas à Santa Igreja Católica e Apostólica». — Por esta razão os Pontífices Romanos Pio IV e Pio IX quiseram que se acrescentassem estas palavras à profissão de fé: Creio firmemente e professo as tradições apostólicas e eclesiásticas e todas as demais determinações e constituições da mesma Igreja. — O mesmo juízo que fazem da Tradição, estendem-no os modernistas também aos santos Padres da Igreja. Com a maior temeridade, tendo-os embora como muito dignos de toda a veneração, fazem-nos passar por muito ignorantes da crítica e da história, no que seriam indesculpáveis, se outros houveram sido os tempos em que viveram. — Põem, finalmente, todo o empenho em diminuir e enfraquecer o magistério eclesiástico, ora deturpando-lhe sacrilegamente a origem, a natureza, os direitos, ora repetindo livremente contra ele as calúnias dos inimigos. À grei dos modernistas quadram estas palavras que muito a contragosto escreveu Nosso Predecessor: «Para atirarem sobre a mística Esposa de Jesus Cristo, que é verdadeira luz, o desprezo e o ódio, os filhos das trevas tomaram o costume de deprimi-la em público com uma insensata calúnia e, trocando a noção das coisas e das palavras, de chamá-la amiga do obscurantismo, sustentáculo da ignorância, inimiga da luz, da ciência e do progresso» (Motu-proprio. "Ut mysticam",14/03/1891). — Em vista disto, Veneráveis Irmãos, não é para admirar que os católicos, denodados defensores da Igreja, sejam alvo do ódio mais desapoderado dos modernistas. Não há injúria que lhes não atirem em rosto; mas de preferência os chamam ignorantes e obstinados. Se a erudição e o acerto de quem os refuta os atemoriza, procuram descartá-lo, recorrendo ao silêncio”.

Assim, por suas palavras, Ponto de Vista, você mostra não aceitar o que ensinam os papas do passado, e muito menos o do presente. Nem São Pio X, nem Paulo VI, nem João Paulo II e é claro que muito menos Bento XVI.
A recusa de aceitar o dogma como expressão definitiva das verdades reveladas, assim como a idéia de evolução sempre mais capaz de traduzir de modo mais perfeito a revelação divina, levam a uma tensão entre o sentimento religioso e as instituições eclesiásticas. Por isso não se obedece mais ninguém na Igreja atualmente. Eis o grande fruto do Concílio Vaticano II.
Saiba que a pessoa n’ao se torna herege somente por pecar contra a fé, mas antes por menosprezar a autoridade da Igreja e defender obstinadamente sua ímpias afirmações.
Reveja seu ponto de vista, meu caro, porque Deus não lhe da o direito de possuir um diferente daquilo que a Igreja ensina em seus documentos. Ainda dá tempo para você. Se precisar, estou a sua disposição. Não existe honra maior neste mundo do que ser católico, pois que a Igreja Católica é a obra prima de Deus. E defender a doutrina eterna e imutável desta Igreja é a missão mais nobre que pode almejar um ser humano.
In corde Iesu et Mariae. Semper!
Sandro de Pontes

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Simone (IP registado)
Data: 04 de September de 2006 16:21

Sandro Pontes,

o que vc esperava de uma pessoa que disse que Deus muda? Se tudo o que vc postou fizer ele começar a refletir melhor já terá sido de grande valia.


Fica com Deus meu irmão

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Sandro Pontes (IP registado)
Data: 04 de September de 2006 16:40

Carissima Simone, que Deus esteja contigo. Salve Maria!
Realmente, você está certa.
A crise na Igreja atingiu todos os setores, do clero aos leigos.
Se puder, leia neste mesmo site o debate sobre a forma de comungar. Veja os testemunhos dos casos dos padres que se recusam a dar comunhão na boca e para pessoas de joelho.
Fique com Deus. Esperemos o resultado do sínodo dos bispos, que deverá sair até o mês de outubro.
In corde Iesu et Mariae. Semper!
Sandro

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 04 de September de 2006 22:05

Simone

Citação:
o que vc esperava de uma pessoa que disse que Deus muda?

Ainda bem que Deus espera sempre tudo de nós. Mas, já agora, o que a leva a ter tanta certeza que Deus não muda?

Citação:
Se tudo o que vc postou fizer ele começar a refletir melhor já terá sido de grande valia.

Certamente vou reflectindo. E a Simone? Tem aproveitado também as minhas mensagens para reflectir?

pontosvista

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 06 de September de 2006 11:56

Zangados com a vida

.
Nunca será demais procurarmos o ponto de equilíbrio entre a esperança - mesmo que se assemelhe a utopia - e a crueza aparente da realidade. Ou, se olharmos com serenidade, anotarmos o que temos e o que nos falta, o que somos e o que deveríamos ser, o feito e o por fazer. Muitos desabafos sobre o mundo, sobre os outros, sobre nós próprios, vêm de respiradores de outras condutas do nossos ser que são sopradas ora pela ilusão momentânea, ora pelo azedume com que encaramos a nossa vida e a dos outros. Atropelam-se as razões de queixa à nossa volta e parece que quanto mais próximas mais dilatadas pelo desencanto, para não falar dum complexo de pequenez que, dizendo no plural e incluindo-nos no verbo, sempre pretende deixar de fora os parapentes que sobrevoam, olham, e nada transformam da realidade.
Há factos que propiciam este clamor colectivo eufórico ou depressivo em espaços muito curtos e cíclicos. Muitos apontam a causa: as janelas abertas e envidraçadas da comunicação que se tornam rapidamente responsáveis pela propagação das desgraças e benesses que caem sobre o povo. E cada dia tem a dimensão do dia do fim do mundo ou do arraial ébrio com vapores de dissipação rápida.

Onde o ponto de equilíbrio e rotura neste barco multimilenar em que todos somos remadores e todos fazemos ondas? Vamos ser honestos: o mundo mudou e não para pior. Os amargurados que tudo consideram perdido com o dogma de "no meu tempo não era assim", como lembram a escravatura, o desprezo legal pelos pobres, a exploração silenciada dos trabalhadores, a fé envolta em medo, as crianças com trabalho obrigatório, a ciência e o desenvolvimento olhados como obra do diabo? Onde está a memória histórica e não muito distante do quanto não éramos e do muito que ganhámos em dimensão de vida, de cultura e fé? Mesmo no nosso país, porquê desprezar o caminho que se já percorreu, apenas pela verbosidade sensual da crítica corrosiva a todas as coisas? Criticar é preciso e sempre fez falta. Mas o farisaísmo maldizente a nada conduz, ou melhor, diverte e realiza quem o faz, por não saber fazer outra coisa.

António Rego

in Agencia Ecclesia

Em comunhao

Re: Cartaz blasfemo de Nossa Senhora com o Menino Jesus
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 07 de September de 2006 10:43

Olá Tilleu,

Gostava que fosses mais específico quanto ao teu texto. Puseste-o, não disseste mais nada. Essa dos fariseus maldizentes é para quem?

Abraço.

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

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