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Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 14:34

ESte tema não é da minha autoria
.
É de um workshop em que participei este fim de semana e que teve um desenvolvimento muito interessante.

O desafio é este :
Falar de guerra e de paz em abstracto é bastante fácil e todos parecem ter uma opinnião consensual sobre o tema.

Mas depois, quando descemeos ás nossas vidas concretas do dia a dia, todos somos confrontados com as tensões, os conflitos e as pequenas guerras que marcam o nosso viver.

Propunha-vos um exercício de partilha :
1) Identificar situações/expressões de guerra e conflito no nosso quotidiano.

( pode ser uma "guerra " prolongada com amãe, um conflito com o colega de trabalho, um "picanço" no meio do trãnsito, uma discussão mais acesa num forum.. :0)
pode ser uma discussão política, uma briga por causa de um brinquedo, ( os adultos guerreiam por, brinquedos mais sofisticados, tipo pc doméstico, telecomando a televisão, marca do automóvel, estatuto social ou protagonismos públicos)....


OU seja, nas nossas vidas, quais são as guerras que enfrentamos?

Quais aquelas que desncademaos ou para as quais contribuímos?

Existe na nossa sociedade uma cultura de paz ou uma cultura de guerra?




Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 14:55

Eu estou em guerra com o mundo, com a minha religião, com a minha mãe e até comigo mesmo por ser homossexual. Ou, se calhar, o mundo é que está em guerra comigo.

No outro dia li uma coisa interessante a este respeito, um porquê de tanta homofobia no mundo ocidental. Dizia - e falo do que li, sem juizos de valor - que a história de Sodoma e Gomorra começou a ser interpretada como um castigo contra a homossexualidade por um grupo de cristãos de origens judaicas escandalizados com o que se passava na Grécia (em que a homossexualidade chegava a ser glorificada). Essa interpretação - agora quase ninguém acredita nela, aliás, tal como sucedia nos primeiros anos do Cristianismo - foi-se divulgando. No século IV, um imperador romano (já católico) proibe a homossexualidade após uns desastres naturais na Itália. Justificação: como Deus castiga os sodomitas com desastres naturais, para proteger o império temos de nos livrar deles. Sabe-se bem como o medo é dos sentimentos mais fortes. Talvez seja um dos sentimentos fundadores da homofobia.

Acho que na nossa sociedade existe uma cultura de guerra. É quotidiano "mimar" aqueles com que discordamos de liberais, fanáticos, fascistas, comunistas, velho demais, novo demais, etc.

Felizmente, também existe uma cultura de paz. Acho que nalguns campos avançamos para a paz, noutros para a guerra. É por isso que o mundo não tomba?

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 17:00

Zé , te desejo
PAZ E BEm!
Uma saudação Franciscana .
Chris

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 17:21

Obrigado, Chris. Retribuo esse desejo e estendo-o - com o meu melhor sorriso - a todos os restantes participantes neste fórum. Gostei da tua criação de paz, Chris (não que estejamos ou alguma vez tenhamos estado em guerra, pelo contrário).

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Rute (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 18:03

Caro Zé,

na medida do possível acho que consigo compreender a tua situação. E acho que a tua mensagem deixa bem claro que lidamos muito com uma cultura de guerra, por isso sentes tanto a necessidade de entrar em guerra para seres o que és, ou para justificares a tua posição.

Acho que a pior de todas as guerras é a guerra contigo mesmo. A paz começa dentro de nós, só se estivermos em paz connosco podemos espalhar essa paz à nossa volta. Eu percebo a tua necessidade de "guerra" em termos religiosos (embora pelo que tenho lido noutros tópicos do forum, seja mais ou menos claro que cada vez mais há uma abertura da religião a situações como a tua!), até em termos familiares (infelizmente as aparências ainda parecem valer mais do que a felicidade...), mas porquê essa guerra contigo?
Não é uma pergunta crítica, percebo que seja dificil assumir uma sexualidade ainda tão vista com olhar critico.
É só mesmo uma questão. O que te impede de ter paz contigo? Talvez esse seja o primeiro passo para deixares de estar em guerra com o mundo... não sei...

Um abraço,
Rute

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Rute (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 18:13

Já agora, em relação a um tema proposto noutro fórum, a luta de Jacob com Deus...
Não respondo lá porque sei pouco de exegese e a minha resposta não é tanto nesse sentido, só queria levantar mais uma questão:

Será que Deus espera que lutemos com ele? Será que temos de nos impor a Deus? Ou será que Deus nos aceita, como somos, especialmente se estamos dispostos a aceitá-Lo?

Não sei... Mas qual é a resposta do evangelho? É essa boa nova uma boa nova de guerra ou de paz?

Deus manifesta-se apenas se o vencermos numa disputa? Será que só assim é que Deus nos aceita, se formos suficientemente fortes para o vencer? Será que o Deus que se manifesta em Cristo pela morte na cruz, que se manifesta plenamente na maior das fragilidades espera uma disputa da nossa parte? Ou espera apenas uma oportunidade de manifestar a Sua paz?

' Que a paz de Deus, que ultrapassa toda a inteligência, guarde o teu coração e o teu pensamento em Cristo Jesus." Fl 4, 7

Um abraço fraterno
Rute

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 18:21

Cara CP

vou aproveitar o topico que tu criaste para poder desabafar um pouco...

Eu acredito numa cultura da paz... Gostava de acreditar que no mundo também se acredita e vive este espirito, mas muitas vezes penso que não... O livre arbitrio que Deus nos concedeu e que por vezes executa maravilhas (criando a penincilina, permitindo o avanço da ciencia médica, etc...) por vezes é por nós aplicado para coisas menos boas (como a luta pelo poder, guerras, consumismo desenfreado... etc). O mundo encontra-se dividido... Assim como a maior parte das pessoas. O mundo só viverá totalmente em paz quando nós também tivermos alcansado a nossa paz interior... Neste campo, contra mim próprio falo...

À perto de 10 anos que eu vivo em guerra... Prefiro dizer em confronto, porque guerra é muito forte... Mas a verdade é que durante 10 anos que eu não tenho um minuto de paz interior em mim... Graças ao forum, e a ti e a tantos outros que por aqui passam e falam comigo, vou podendo criar momentos de treguas, podendo assim descansar um pouco este meu conflito...

Desde muito novo que eu senti o Senhor... e ainda hoje o consigo sentir! Está tão forte hoje, como estava à 10 ou 15 anos atrás.
Fiz todo o meu percurso e sempre fui muito feliz, partilhando a minha vida com os outros, atraves da Mensagem de Jesus.

Contudo, não me ordenei. Não consegui! Não consegui, mas não por questões ligadas ao celibato ou afins... Não consegui, porque choquei contra uma parede! Talvez por erro dos meus superiores eu fui fazendo o meu percurso sem nunca me afastar do mundo onde estava inserido, continuando inserido na sociedade onde tinha crescido.

Não consegui continuar a caminhar para o sacerdocio porque choquei contra uma parede criada por homens e não porque a minha vocação se tivesse atenuado. Choquei porque me obrigaram a ficar calado e a ver a sociedade a afastar-se cada vez mais da Palavra. Choquei com essa parede porque tinha de dizer a jovens para não usarem o preservativo numa epoca em que todos eles têm sexo e em que existem doenças graves sexualmente transmissiveis.

Choquei com essa parede porque acho que quer sejamos judeus, islamicos, budistas, hindus, somos todos filhos do mesmo Deus e todos merecemos o mesmo amor e compreensão, independentemente do nosso baptismo...

Choquei contra a igreja dos homens porque me recuso a aceitar a presença dos vendilhoes do templo no seio da Igreja de Cristo. POrque me recuso a aceitar uma Igreja que comercializa a Mensagem de Deus...

Choquei contra essa parede, porque tinha de fazer um voto de obdiencia, e fazer cumprir leis e directivas nas quais não acredito... Não segui este caminho porque não sou hipocrita e porque em consciencia sabia que não ia conseguir cumprir o voto da obdiencia a uma Igreja que me iria obrigar a ser incoerente comigo proprio e para com Deus...

Choquei contra esta parede porque acredito na educação dos leigos e não em doutrinas impostas e de obdiencia... as pessoas têm de compreender o que lhes é dito e não aceita-lo como algo que é adquirido... A Igreja tem de educar os seus fieis e de lhes ensinar a mensagem de Deus. Mais importante que a Eucaristia diária é a leitura e explicação diária da Palavra de Deus. A Igreja precisa de se recentrar nos Evangelhos e nas suas palavras. Não estou a dizer que não haja padres que não o façam... São é poucos!

A Igreja precisava de se preocupar mais com a educação, com a paz, com os pobres e com o conforto espiritual dos seus fieis, e menos com quem usa a pilula e o preservativo, entre outras coisas... A Igreja-instituição não pode viver num mundo à parte... Não pode viver fechada sobre si própria, criando uma sociedade dentro da sociedade em que habita. A Igreja-instituição tem de estar aberta a todos os homens e mulheres, batizados ou não, divorciados ou não. A Palavra de Deus é imotável, mas não a Igreja dos homens. A Igreja dos homens tem de ser dinâmica. Jesus não ficou sentado na Galileia à espera que as pessoas fossem ter com Ele. Jesus não discriminou os que viviam à margem da religão. Jesus procurou as pessoas. Procurou chegar até elas, fisica e espiritualmente... Então, porque é que a Igreja dos homens se fecha sobre si própria numa especie de redoma moral e etica....? ISto nunca consegui perceber, mesmo tendo estado do lado de dentro... Eu não conseguia conceber que ser padre era ser diferente dos outros fieis. Eu não conseguia conceber que ser padre era ter um lugar de destaque social e espiritual. Eu só concebia que ser padre era a minha vocação, e que a seguia não pela Igreja dos homens, mas por Palavra de Deus e por amor ao próximo.

Desde esse terrivel dia na minha vida, em que não consegui mais, em que se me acabaram as forças, nesse dia em que resolvi parar a minha caminhada no interior da Igreja dos homens, que me sinto perdido... Sem sentido...
Tudo o que eu mais queria era entregar-me a Jesus... Viver para os outros, servindo-os na sua sociedade, ajudando-os a caminhar, para assim todos conseguirmos chegar até Deus.

Desde então vivo em confronto dentro de mim mesmo... a minha vocação não desapareceu, sendo que cada vez está mais forte... Mas as razoes pelas quais embati na parede criada pelos homens no seio da Igreja, também lá estão... Vivo dividido, entre a minha vocação e o meu sentido de consciencia e de integridade para com Deus...

Por isso talvez os meus discursos podem parecer tão inflamados contra a Igreja-institucional ou contra o Vaticano... Mas acreditem que não lhes estou a mover uma guerra pessoal, simplesmente sei que o que passa cá para fora, nem sempre é o que se passa lá dentro...

Por isso tambem eu contribuo para a falta de paz e estabilidade no mundo... Enquanto no nosso interior não conseguirmos estar em paz e estabilidade, não conseguiremos ter um mundo em paz... Todos temos o dever de conseguir ter um mundo em paz... Mas primeiro temos a obrigação de a atingir no nosso dia-a-dia. São os pequenos gestos que mudam o mundo... Os grandes gestos nunca saem do papel...

Um abraço a todos

Miguel Dias

(desculpem a extensão da mensagem; espero não vos ter incomodado por vos obrigar a uma leitura extensa da mesma e a terem de ouvir os meus desabafos pessoais.)

Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 18:36

São padres como tu que podem fazer a diferença e mudar as coisas... mas já me alegro que sejas leigo comprometido e atento...

Em comunhão

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 19:02

Miguel , teves acesso a moral renovada?
Sou leiga e recebo formação .
Esclareço ao jovens a beleza da virtude da castidade e a cultura de morte que existe em fazer das pessoas "copo descartável", usa e joga fora.
Cada um vai aderir ou não por sua opção fundamental ao Deus da Vida, isso não impomos, mas a verdade do Agape, temos a obrigação de ensinar.
A igreja não é fechada sobre si própria ao contrário , seu pensamento Miguel está na MORAL NEOESCOLÁSTICA, totalmente transformada pelo Concilio Vaticano II.
Leia o Esplendor da Verdade " VERITATIS SPLENDOR" POR FAVOR ....
Sou fruto desta Igreja e não comercializo nada e conheço muitos iguais.
Compreendeste o concílio Vaticano II ?
Procuraste a irmandade com uma espiritualidade familiar ( Franciscanos, jesuítas, dominicanos.... ) cada uma com um carisma tão peculiar ....
Meditastes na vida de nossas " Estrelas " ? Tereza dÁvila, São joão da Cruz, Francisco de Assis , São Boa Ventura, São Felipe Neri ...etc....etc....etc.

CP - Essas guerras são pecados socias....
Surge então uma pergunta :

Como é que eu , como pessoa, participo no PECADO SOCIAL?( Nilo Agostini)
* quando gero, favoreço ou desfruto da iniquidade ou da injustiça
* quando nada faço para evitar , eliminar ou limitar os males socias;
* quando introjeto e me identifico com os " desvalores" reinantes, assimilando a realidade que me envolve sem nenhum esforço crítico, de discernimento ou de juízo prudencial;
*quando reproduzo, mesmo em escala menor, as formas de violência ou injustiça que acontecem em escala maior;
*quando prefiro me omitir, apresentar a escusa que nada tenho com isso ou que é impossível mudar o mundo;
* quando não quero assumir a cruz do cansaço ou mesmo do sacrifício, tentando escapar pela tangente , ás vezes até apresentando razões de ordem superior;
* quando pela preguiça, por temerosa conivência, por cumplicidade disfarçada ou por indiferença vou me deixando aliciar, qual presa fácil, no pecado.


Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 19:39

Olha Chris

às tuas inumeras perguntas, respondo com uma só: já alguma vez frequentas-te num seminário...? Calculo que a tua resposta irá ser um não, pois este encontra-se vedado às mulheres. Acredita quando te digo que a Igreja se encontra fechada sobre si própria... Como se vivesse num mundo à parte. São muito poucos os membros na Igreja que compreendem a nossa sociedade e os seus problemas. Depois destes anos todos a influencia do vaticano II ainda está por chegar... Os grandes gestos teimam em não sair do papel, ou pelo menos demoram muito tempo a faze-lo...

Quanto ao comercio, se um dia puderes vai a Fátima... Parece uma ilustração biblica... Somente que Jesus ainda não escurrassou os vendilhoes que tentam explorar econimicamente a fé das pessoas... E o mais grave é que o santuário mantem-se inactivo e permite todo aquele comercio que se passa nas suas imediações e nalguns dos seus terrenos...

Mais uma vez te digo Chris que não concordo contigo, mas que respeito a tua opinião. Não posso concordar com um afastamento entre a Igreja e as pessoas. A assembleia de Deus não podem ser só padres, freiras, sacristãos e beatas/beatos... A Igreja tem de procurar as pessoas, sair do seu pulpito bastião da moralidade e ir para a rua procurar as pessoas, assim como Jesus fez...

Um abraço

Miguel Dias

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 19:41

Cara Rute,

A minha guerra, felizmente, é muito sossegada. Estou a tentar encontrar o meu lugar, perceber o que é legítimo, o que é bom. Em todos os outros aspectos estou "de bem" com o mundo, exceptuando quando vejo injustiças. Quanto à homossexualidade, estou de guerra com o mundo porque tento ser eu próprio. A individualidade e a não conformidade é encarada por muitos como declaração de guerra. Não é que eu me sinta muito incomodado com esse aspecto em particular. Para mim, o mais importante é ser fiel, a mim, aos que amo, e a Deus. Infelizmente, o caminho da minha felicidade causa dor a outras pessoas. Isso não é também uma guerra? Por último, luto comigo mesmo. Eu tive uma educação homofóbica e não posso em boa fé deitar fora todos os preconceitos (assim lhes chamo agora) que me incutiram sem os examinar racionalmente. Isso é um processo que dura anos, se não mesmo uma vida.

Relativamente à luta de Jacob com Deus, eu não percebo muito bem este episódio. Terá uma interpretação que por vezes me agradaria mais, mas esse não é um bom critério para interpretar as escrituras, hehe. Gostava que me desses a tua interpretação desta passagem, pois estou convencido de que será melhor que a minha...

Quanto à boa nova, sem dúvida que é uma mensagem de paz. Mas Deus é infinitamente versátil. Não me admiraria que Ele admitisse uma guerra se fosse o melhor para a pessoa em causa. Mas confesso a minha ignorância no assunto. Obrigado pela interpelação, Rute. :)

Miguel Dias,

mensagem poderosa... Compreendo o que sentes e penso que posso dizer que partilho do que sentes.

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 20:43

Querido amigos:

Queria apenas dizer que que eu não acredito na paz podre ( a paz como a

completa ausência de conflito) nem na pax romana ( a Paz imposta pela força, seja

militar, seja simbólica, seja a força de uma qualquer autoridade que fala ex-catedra)...

Pelo que, por vezes, a falta de paz , ou seja a vivência de um momento ou situação

de tensão, conflito, perturbação não quer dizer que seja algo forçosamente destrutivo

ou a evitar a todo o custo.


Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 21:26

Obrigado Tilleul e Ze

:o)

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 21:37

Cara Amiga CP

Se os pudermos evitar não seria melhor...? Mas se eles acontecerem o melhor mesmo é superá-los e não deixar que eles se arrastem e se tornem quisilentos...

Claro que todos acabamos por ferver em mais ou menos água. O próprio Jesus também teve actos mais impulsivos e até violentos... Contudo, se superar-mos os nossos actos mais conflituosos não os deixamos arrastar para conflitos maiores. Claro que nos podemos exaltar e irritar... é a nossa condição humana e não faz de nós piores ou melhores. O que faZ de nós melhores ou piores é superarmos esses pequenos conflitos e não os deixarmos crescer. É sabermos pedir perdão e aprender a perdoar. Ninguém é de ferro e nem sempre acordamos de bom humor e felizes da vida...

Agora na minha opinião pessoal, acho que o importante é aprendermos a superar os problemas, e acima de tudo a perdoar e a saber perdoar... de modo a que os pequenos conflitos do dia-a-dia (por causa do comando, duma ultrapassagem perigosa, ou de uma discussão mais quente, etc...) não se tornem em grandes problemas.

Um abraço fraterno

Miguel Dias


Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 23:27

Caro Miguel Dias.

Começo por agradecer o teu "desabafo". É importantes nos conhecermos pois isso ajuda a compreendermo-nos melhor e a perceber melhor as razões do outro. Lamento que tenhas "chocado" contra essa parede pois era importante que ela não existisse.

Falas em "Igreja-instituição" e julgo que sei ao que te referes, mas essa é uma ínfima parte de toda a Igreja! «A Igreja é, segundo a expressão dos Padres, o lugar onde floresce o Espírito.» (CIC 749). A Igreja são todos os baptizados que acreditam em Jesus Cristo, não apenas aqueles que foram ordenados para servir.

Dizes que desde que paraste a tua caminhada no interior da Igreja dos homens te sentes perdido. Anima-te. Se continuares a caminhada na Igreja de Deus, decerto te encontrarás.

Um abraço,
Luís Gonzaga

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 23:48

Miguel

Obrigada pela tua partilha. Colocaste aqui aquilo que muitos católicos sentem e também por isso se afastam…porque chocam contra essa “parede”.

Luís, compreendo quando dizes que a “Igreja-Instituição” é uma ínfima parte do todo, mas na verdade é essa mesma ínfima parte que “governa” e detêm o poder. um poder muitas vezes surdo à voz do Espírito Santo.

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 23:57

Miguel, nem todos têm sexo e mesmo que o tivessem o argumento "todos o fazem" não tem grande valor. Todos pecam. Quanto à questão do planeamento familiar isso seria outro topico.

A Igreja está muito longe daquilo que devia ser, do seu ideal. Eu também estou muito longe daquilo que devia ser por isso procuro não ser duro nas minhas criticas (mas procuro ser firme).

Para além disso algumas das coisas que critico em realidade ate posso estar enganado e a minha opinião estar baseada em dados incorrectos ou ser simplesmente fruto de ignorancia.

A minha guerra principal é comigo mesmo mas não vou falar disso aqui.



Editado 1 vezes. Última edição em 01/11/2005 00:07 por camilo.

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de November de 2005 15:02

Miguel:

Ao ler o teu texto, que agradeço, pensei que essa parede é também a minha.

A "guerra" interior que tnho vivido sobre esta questão arrasta-se há alguns anos.

Por um lado gostaria de aprofundar a minha relação pessoal com Deus, e embora reconheça que esta proximidade é culturalmente marcada, para mim a via para este encontro com o transcendente passa por Jesus e os seus ensinamentos, nomeadamente os textos do Evangelho.

Mas pertenço a uma Igreja envelhecida, bafienta e um pouco apodrecida, com a qual em nada me identifico e até de que me envergonho.
Já não falo dos séculos de sangue e horror em que esta Igreja participou! Nem falo das cruzadas, da Inquisição, das ligações ao nazismo, das histórias degradantes do papado...

Não. Falo da realidade da Igreja Católica actual, no início do século XXI, da que conheço, da que existe em Portugal. Parece medieval, mas não é.

Falo de uma Uma Igreja Católica que lança o anátema contra as pessoas divorciadas e os homossexuais, uma Igreja Misógina e Homofóbica, uma Igreja centrada num clero agarrado às saias do Poder, uma Igreja que não reconhece o valor e a dignidade da mulher e que acha que as fêmeas só servem para a reprodução porque esse é o plano de Deus para elas; uma Igreja que impede, por decreto papal, o acesso das mulheres ao sacerdócio, sem que haja fundamentos teológicos para tal; uma Igreja que alberga e esconde padres pedófilos e abusadores sexuais, uma Igreja que num mundo onde a Sida é uma pandemia global continua a fazer campanhas publicitárias contra o uso do preservativo; uma Igreja que lança a sanção da excomunhão medieval para as pessoas que lucidamente e em liberdade utilizam contracepção eficaz - refiro-me á pílula - porque bem lá no fundo, não suporta a sexualidade feminina livre dos condicionalismos biológicos da gravidez não desejada, como recentemente se deu a entender num comunicado dos bispos portugueses; uma Igreja que é contra a pesquisa científica e a evolução tecnológica a favor da humanidade, uma Igreja que aceita a guerra e a pena de morte mas que condena o aborto em qualquer circunstância, mesmo que o aborto seja para salvar a vida ou a integridade psicológica das mulheres...

Uma Igreja que inventou um instrumento fantástico - a Confissão - uma verdadeira forma de controle de consciências - depois muito bem aproveitado por outros movimentos que pretendem esmagar e anular a consciência e a liberdadade dos seres humanos - refiro-me ao modus de controle de consciências nas células comunistas, dos controleiros de certos moviementos da igreja e outros que tais...

Falo de uma Igreja rica, uma Igreja obesa, uma igreja que não é a favor dos pobres ou dos excluídos ( e onde quem levantou a voz a favor deles foi excomungado), mas das elites.
Uma Igreja que alberga grupos de extrema direita com imenso poder económico e ligados á alta finança ( basta consultar a net e pulular pelos vários sites católicos). Uma Igreja de certos movimentos alheios ao Evangelho....que pretednem afirmra a sua hegemonia e apresentar-se com a verdade única....Tenho vergonha desta igreja.


Por último, não me reconheço em dogmas que não só são um atentado contra a inteligência humana, como representam uma ideologia com a quela não me identifico. Falo da Infalibilidade papal... ( quem conhece a história só pode rir com este), da virgindade de Maria , outro grande a amargo sorriso, do pecado original (esta é uma criação fantástica), da concepção imaculada de maria - directamente relacionado com o anterior.

Tudo isto são construções ideológicas pueris, com finalidades ideológicas muito precisas, sem qualquer fundamento bíblico e teológicamente discutíveis. Para mim são uma bizarria. São tão bizarras como os conceitos muçulmanos relativos á poligamia e à sharia ou os conceitos hindus relativamente á casta dos excluídos...

E são iguais em termos qualitativos, precisamente porque não são dogmas que promovem a emancipação igualitária dos seres humanos .

Devo dizer que durante anos me mantive afastada desta igreja.

DEpois, encontrei algumas pessoas, que sendo profundamente cristãs também como eu se questionam e não se identificam com estas idiossincrasias....

Pessoas que trabalham no terreno e que s esentem vinculadas com a ess~encia do ser-se cristão. Pessoas que estão a mudar a face da Igreja.



Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 01 de November de 2005 15:26

Cara catolicapraticante:

O teu texto deixa-me muito intrigado, embora o «compreenda» até certo ponto (possivelmente o mais importante é o que «leio» nas entrelinhas, já há algum tempo). E, dado o carácter «autobiográfico», não o comentarei, pelo menos para já e/ou neste contexto, porque me parece contraproducente. Mas sugiro a leitura pausada e atenta (e talvez meditada, rezada) de um excelente texto de Yves Congar, traduzido pelo JMA num blog por ele criado: «A Igreja: O meu lar maternal».

Shalom!

Alef

Re: Guerras e Pazes de todos os dias
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de November de 2005 15:30

Deixa-te intrigado porquê???

E porquê um comentário em que te recusas comentar???



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