Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Arquivo - Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Ir para a página: 1234Próximo
Página actual: 1 de 4
Unção dos doentes
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 04:06

Unção dos doentes


Quem pode administrar este sacramento? Apenas o padre? A Unção dos doentes só pode ser tomado uma vez única?

Re: Unção dos doentes
Escrito por: Mónica (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 09:21


Olá Ana,

Que eu saiba, sim só um Padre pode fazer unção.

Comunhão a acamados não tem que ser feito por um Padre, pode ser feito por alguem com as devidas competências e autorizações mas unção não.

Não sei é se pode ser feito mais que uma vez. Não tenho a certeza mas acho que pode.

Beijinhos

Mónica

Re: Unção dos doentes
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 10:46

Pode ser feito mais que uma vez. Aliás este sacramenteo tem uam dimensão completamenet diferente daquela que vulgrmente lhe é atribuída - o sacramento dos moribundos para preparar a morte. è um sacramento dos vivos e um sacaramento especial que dá conforto e paz.

Re: Unção dos doentes
Escrito por: (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 11:59

Eu ainda acrescento algo ao que disse a Catolicapraticante: não só pode ser feito mais que uma vez, mas deve mesmo ser feito se as circunstâncias o propiciarem. Exactamente por dar conforto e paz. Aliás, creio que a João Paulo II este sacramento foi administrado várias vezes. Conheço pessoas que antes de fazerem uma operação pedem este sacramento.
Segundo penso perceber, são só os padres que o podem administrar. Tal como o baptismo pode ser administrado por quem estiver "mais perto" (não sei em que condições, para além de ter a intenção de o fazer...), também a Unção dos doentes pode.

Re: Unção dos doentes
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 12:54

No dia 21 deste mês saiu uma notícia na «Ecclesia» sobre o assunto. Aqui a transcrevo.

Alef


Citação:
Leigos não podem administrar a Unção dos Doentes


Documento assinado pelo Cardeal Ratzinger é hoje revelado

A Congregação para a Doutrina da Fé tornou pública hoje uma Nota acerca do Ministro do Sacramento da Unção dos Doentes, recordando que apenas os sacerdotes (Bispos e presbíteros) podem administrar o Sacramento.

O documento ainda é assinado pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI, e esclarecer que a doutrina sobre esta matéria é “definitive tenenda”, ou seja, não está sujeita a nenhuma alteração.

“Nem diáconos nem leigos podem exercitar este ministério e qualquer acção neste sentido constitui uma simulação do Sacramento”, aponta a Nota.

Numa carta enviada aos presidentes das Conferências Episcopais, Joseph Ratzinger lembra que “nestes últimos anos chegaram à Congregação para a Doutrina da Fé muitas perguntas” a respeito da Unção dos doentes. Aos prelados é enviado um resumo da história da Doutrina sobre o Sacramento, esclarecendo as “dúvidas”.

A Unção dos doentes procura mostrar “a solicitude corporal e espiritual do Senhor para com os doentes”, como refere a Introdução ao Ritual. “A pessoa que está doente necessita de uma peculiar Graça de Deus para que não perca o ânimo na aflição, nem venha a fraquejar na fé, pela falta de confiança no Senhor”, explica esse documento.
“Através da Unção dos Doentes, pede-se ao Senhor que o cristão regresse às suas normais actividades, às suas anteriores ocupações, uma vez que se pede a cura de toda a fraqueza, o sarar de todas as feridas, o alívio de todas as dores da alma e do corpo, o perdão de todos os pecados”, refere a oração depois da unção.

Conhecida antigamente como “Extrema Unção”, o sacramento é “para alívio e salvação dos fiéis em perigo de vida, por motivo de doença, acidente, idade avançada ou iminência de intervenção cirúrgica de risco”. São seus ministros o bispo, o pároco, os vigários paroquiais e os superiores dos institutos clericais; e, na sua falta, qualquer presbítero, pressuposta a devida autorização e a posterior informação.

Re: Unção dos doentes
Escrito por: (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 13:20

Alef,

Em casos de extrema necessidade, não pode ser um leigo a administrar a Unção dos doentes, caso não seja possível ter-se acesso a um padre ou bispo?

Re: Unção dos doentes
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 13:24

Bem , face aesta proibição de administração por leigos de um sacramento “para alívio

e salvação dos fiéis em perigo de vida
", agora ficamos á espera da proibição de baptizar em situações similares....

Re: Unção dos doentes
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 14:34

Catolica,
se no sacramento da unção se pede ao Senhor para perdoar todos os pecados, como pode alguém sem a "ordem" perdoar pecados???

No caso de um Batismo de bebê , sabemos que ele não tem pecado nenhum, mas a falta da Graça Santificante sem a qual cremos que na morte essa alma não poderá viver na " luz da glória ".
Por isso ,numa urgência um leigo pode
fazê-lo , inclusive há o batismo de intenção...
Mas um adulto , acrescentou á sua vida , alguns não dito á Deus . Não é uma ausência ao contrário, um acúmulo de pecados....e só um sacerdote recebeu autoridade para perdoá-los.
chris



Editado 1 vezes. Última edição em 26/10/2005 14:36 por Chris Luz BR.

Re: Unção dos doentes
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 14:37

Bem, o melhor é ler a Constituição «Sacram Unctionem Infirmorum». Como não é muito longa e dada a natural inércia em ler o material de um «link» externo, aqui transcrevo o documento, que responde a várias das perguntas formuladas: aspectos bíblicos, quem pode ministrar sacramento, referência histórica, etc. Destaquei algumas palavras ou expressões.

Alef

Citação:
CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA
SACRAM UNCTIONEM INFIRMORUM
SOBRE O SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS,

DE SUA SANTIDADE O PAPA PAULO VI



Paulo,
servo dos servos de Deus,
para perpétua memória

A Sagrada Unção dos Enfermos, como a Igreja Católica professa e ensina, é um dos sete Sacramentos do Novo Testamento, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme se pode entrever numa passagem do Evangelho de São Marcos (Mc 6,13), recomendado aos fiéis e promulgado, depois, pelo Apóstolo São Tiago, irmão do Senhor: Está enfermo algum de vós? Mande chamar os presbíteros da Igreja; e estes rezem sobre ele, ungindo-o com o óleo no nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo e o Senhor restabelecê-lo-á; e, se tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados (Tg 5,14-15)(1).

Existem testemunhos relativos à Unção dos Enfermos, já desde os tempos mais remotos, na Tradição da Igreja, sobretudo litúrgica, tanto no Oriente como no Ocidente. São para recordar, neste ponto, de modo especial: a carta que o nosso predecessor Inocêncio escreveu ao Bispo de Gúbio, Decêncio (2), bem como aquela veneranda oração usada para a bênção do óleo dos Enfermos "Enviai, Senhor, o vosso Espírito Santo Paráclito" -, a qual foi inserida na Prece Eucarística (3), e conservada até o presente no Pontifical Romano (4).

Com o decorrer dos séculos, foram determinadas com maior precisão na Tradição litúrgica, se bem que de modos diversos, aquelas partes do corpo do doente que deviam ser ungidas com o Santo Óleo, e foram juntadas várias fórmulas para acompanhar com a oração as unções, as quais ficaram exaradas nos livros rituais das diferentes Igrejas. Assim, na Igreja Romana prevaleceu, na Idade Média, o costume de ungir os doentes nos órgãos dos sentidos, com o uso da fórmula: "Por esta Santa Unção e pela sua piísssima misericórdia, o Senhor te perdoe todos os pecados cometidos...", adaptada a cada um dos sentidos (5).

A doutrina acerca da Santa Unção foi exposta, ainda, nos documentos dos Concílios Ecumênicos: de Florença, e sobretudo de Trento, e, por fim, no Vaticano II.

Depois do Concílio de Florença ter descrito os elementos essenciais da Unção dos Enfermos (6), o Concílio de Trento proclamou a sua instituição divina e esclareceu aquilo que, acerca da Santa Unção, era ensinado na Epístola de São Tiago, em particular pelo que diz respeito à realidade e aos efeitos do Sacramento: "Esta realidade é, efetivamente, a graça do Espírito Santo, cuja unção apaga os pecados, se ainda estão por expiar, bem como os resíduos de pecado, ao mesmo tempo que proporciona alívio e conforto à alma do doente, suscitando nele uma grande confiança na misericórdia do Senhor; pelo que, assim alentado, o doente suporta melhor os incômodos e os trabalhos da enfermidade e mais facilmente resiste às tentações do demônio, que o insídia de perto (cf. Gn 3,15); e, algumas vezes, readquire mesmo a saúde do corpo, quando isso aproveitar para a saúde da alma"(7). Este Concílio proclamou, além disto, que, com as palavras do Apóstolo São Tiago acima mencionadas, se indica bastante claramente que "esta Unção deve ser feita aos doentes e, sobretudo, àqueles que se encontram num estado de tal perigo que pareçam estar no fim da vida, pelo que também é chamada Sacramento dos moribundos"(8). Por fim, quanto ao ministério próprio, declarou que ele é o presbítero (9).

O Concílio Vaticano II, por sua vez, emanou estas ulteriores afirmações: "A Extrema Unção, que também, e melhor, pode ser chamada Unção dos Enfermos, não é Sacramento só dos que estão no fim da vida. Para o receber, é certamente tempo oportuno quando o fiel começa, por doença ou por velhice, a estar em perigo de morte"(10). Que o uso deste Sacramento faz parte da solicitude de toda a Igreja é demonstrado por estas palavras: "Pela Sagrada Unção dos Enfermos e pela oração dos presbíteros, toda a Igreja encomenda os doentes ao Senhor, que sofreu e foi glorificado, para que Ele os alivie e os salve (cf. Tg 5,14-15), e exorta-os a unirem-se espontaneamente à Paixão e Morte de Cristo (cf. Rm 8,17; Cl 1,24; 2Tm 2,11-12;1Pd 4,13) e assim contribuírem para o bem do Povo de Deus" (11).

Todos estes elementos deviam ser tidos bem presentes na revisão do rito da Santa Unção, de tal maneira que aquilo que fosse suscetível de mudança correspondesse melhor ao condicionalismo dos nossos tempos (12).

Tivemos por bem, antes de mais nada, modificar a fórmula sacramental, de sorte que, tendo presentes as palavras de São Tiago, fossem expressos com maior clareza os efeitos do Sacramento.

Por outro lado, uma vez que o azeite de oliveira, que era prescrito até agora, para a validade do Sacramento, nalgumas partes não existe ou dificilmente se pode conseguir, estabelecemos, a pedido de numerosos Bispos, que, daqui para o futuro, de acordo com as circunstâncias, se possa adotar outro tipo de óleo, o qual, todavia, deve ser extraído de plantas, enquanto é mais semelhante à matéria designada na Sagrada Escritura.

Pelo que diz respeito ao número das unções e aos órgãos que hão de ser ungidos, pareceu-nos oportuno proceder a uma simplificação do rito.

Por conseguinte, dado que uma tal revisão, nalgumas coisas, atinge também o próprio rito sacramental, com a nossa Autoridade Apostólica decretamos que, daqui por diante, tudo o que a seguir se estabelece seja observado no Rito Latino:

O Sacramento da Unçâo dos Enfermos é conferido àqueles que estão doentes em perigo de vida, ungindo-os na fronte e nas mãos, com óleo de oliveira, devidamente benzido, ou, de acordo com as circunstâncias, com outro óleo que seja extraído de plantas, proferindo, uma única vez, estas palavras: "Per instam sanctam unctionem et suam piisimam misericordiam adiuvet te Dominus gratia Spiritus Sancti, ut a peccatis liberatum te salvei atque propitiusis allevet".

Em caso de necessidade, contudo, é suficiente fazer uma única unção, sobre a fronte ou, então, por motivo das particulares condições do doente, numa outra parte do corpo mais indicada, proferindo integralmente a fórmula acima apresentada.

Este Sacramento pode ser reiterado, no caso em que o doente, após ter recebido a Santa Unção pela primeira vez, se ter restabelecido e, depois, ter recaído na doença; ou, então, quando perdura a mesma doença, mas o perigo de morte se torna mais grave.

Estabelecidos e declarados estes elementos, relacionados com o rito essencial da Unção dos Enfermos, nós aprovamos também, com a nossa Autoridade Apostólica, o Ordo da Unção dos Enfermos e dos cuidados pastorais a dispensar aos mesmos enfermos, tal como foi revisto pela Sagrada Congregação para o Culto Divino, derrogando simultaneamente, na medida em que for necessário, as prescrições do Código de Direito Canônico e as demais até agora vigentes, e mesmo ab-rogando-as; por outro lado, conservam valor estável as restantes prescrições e leis que não forem ab-rogadas ou mudadas pelo referido Ordo. A edição em latim do Ordo, que já contém o novo rito, entrará em vigor assim que for publicada; as edições nas línguas vernáculas, preparadas pelas Conferências Episcopais e aprovadas pela Sé Apostólica, por seu turno, entrarão em vigor a partir da data que for determinada em cada uma das mesmas Conferências; o antigo Ordo, no entanto, poderá ser usado até o dia 31 de dezembro de 1973. Mas a partir do dia 1 de janeiro de 1974, todos deverão usar somente o novo Ordo.

Queremos que tudo aquilo que determinamos e prescrevemos tenha, agora e para o futuro, plena eficácia no Rito Latino, não obstante - na medida em que for necessário - as Constituições e Ordenações Apostólicas emanadas pelos nossos predecessores, bem como as demais prescrições, mesmo dignas de especial menção.

Dada em Roma, junto de São Pedro, a 30 de novembro de 1972, no décimo ano do nosso pontificado.

PAULUS PP. VI

___________
Notas

1. Conc.Trid., Sess. XIV, De extr. unct., cap. I (cf. ibid. can. I): CT, VII,1, 355356; Denz-Schön,1695,1716.

2. Ep. Si Instituta Ecclesiastica, cap. 8: PL, 20, 559-561; Denz-Schön. 216.

3. Liber Sacramentorum Romanae Ecclesiae Ordinis Anni Circuli ed. L.C. Mohlberg (Rerum Ecclesiasticarum Documenta, Fontes, IV), Roma, 1960, p. 61; Le Sacramentaire Grégorien, ed. DESHUSSES (Spicilegium Friburgense, 16) Fribourg,1971, p.172; cf. La Tradition Apostolique de Saint Hippolyte, ed. B. BOTTE (Liturgie-wissenschaftliche Quellen und Forschungen, 39), Muenster in W.,1963, pp.l8-19; Le Grand Euchologue du Monastère Blanc, ed. E. Lanne, (Patrologia Orientalis, XXVIII, 2) Paris,1958, pp. 392-395.

4. Cf. Pontificale Romanum: Ordo benedicendi Oleum Catechumenorum et Infirmorum et conficiendi Chrisma, Città del Vaticano,1971, pp. 11-12.

5. Cf. M. Andrieu, Le Pontifical Romain au Moyen-age, t.l., Le Pontificae Romain du XII siècle (Studi e Testi, 86), Città del Vaticano,1938, páginas 267-268; t. 2, Le Pontifical de la Curie Romaine au XIII siècle (Studi e Testi, 87), Città del Vaticano,1940, pp. 491-492.

6. Decr. Pro Armeniis, G. Hofmann, Conc. Florent., I-II, p.130; Denz-Schön 1324 s.

7. Conc.Trid. Sess. XIV, De extr. unct., cap. 2: CT, VII, 1, 356; Denz-Schön. 1696.

8. Ibid. cap. 3: Ibid., Denz-Schön.1698.

9. Ibid, cap. 3, can. 4: CT, ibid., Denz-Schön.1697,1719.

10. II Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, n. 73: AAS, LVI 91964), 118-119.

11. Ibid., Const. Lumen Gentium, n. 11. AAS LVII (1965), 5.

12. Cf. Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, n. l: AAS, LVI (1964), 97.


Re: Unção dos doentes
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 14:43

Alef:
Fiquei na mesma.
POdem ou não os leigos administrar este sacramento, em situação de risco de vida?

SE não podem , qual a fundamentação teológica de neste caso não poderem e no caso do Baptismo poderem?


Chris:

"sacramento da unção se pede ao Senhor para perdoar todos os pecados, como pode alguém sem a "ordem" perdoar pecados??? "

E o Baptismo, não perdoa todos os pecados????

SE calhar não....

Re: Unção dos doentes
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 14:48

"No caso de um Batismo de bebê , sabemos que ele não tem pecado nenhum"..

Hum... também tu não acreditas no pecado original?

Não acreditas que o baptismo serve para apagar esse pecado original e ir para o Céu?

Não acreditas que uma crinaça não baptizada vá para o limbo??

E o Baptismo de um adulto não apaga os seus pecados????


Re: Unção dos doentes
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 15:00

Alef

E pode um padre negar a um doente o Sacramento da Unção? Ou qualquer outro Sacramento?

Re: Unção dos doentes
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 15:36

Cara catolicapraticante:

Creio que o documento e a notícia são explícitos: só os bispos e presbíteros são os ministros do sacramento; e dos presbíteros que não são párocos só com licença (pelo menos presumida) dos párocos. Gozam do mesmo «estatuto» dos párocos para este sacramento os «capelães de hospitais e os superiores das comunidades religiosas clericais», lê-se noutro documento).

Possivelmente a referência explícita aos «presbíteros», na Carta de S. Tiago, é o argumento de maior peso.

Ignoro a existência de qualquer elemento teológico de peso que justifique a proibição da administração deste sacramento aos leigos.

Na verdade, sabe-se que noutros tempos os leigos o faziam (cfr. Carta do Papa Inocêncio I, de 416): o bispo benzia o óleo e os leigos levavam-no para suas casas e aplicavam-no sacramentalmente aos doentes quando achassem conveniente.

O que terá levado a vedar isso aos leigos? Tanto quanto me foi dado ver num precioso livro de T. Rey-Mermet, A Fé Explicada aos Jovens e Adultos (segundo volume, sobre os sacramentos), infelizmente esgotado há uns anos, as razões poderão estar relacionadas com as práticas de feitiçaria, magia e uma quantidade enorme de superstições que começaram a grassar um pouco por todo o lado. Reservar a administração deste sacramento aos presbíteros evitava que o óleo da unção fosse usado como produto mágico para curandeirices... Em princípio, este risco não existe nos rituais do baptismo.

Por outro lado, há um elemento de força pastoral: o de «obrigar» os párocos a visitar os doentes das suas paróquias...

Alef

Re: Unção dos doentes
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 15:45

Obrigada alef.
Face á tua explicação, até pode haver algum sentido para a proibição.


Re: Unção dos doentes
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 15:52

Ana:

Não tenho muitos dados concretos ao nível da práxis no que respeita à possibilidade de se negar a Unção dos Doentes a alguém. O melhor será perguntar a um pároco. De qualquer modo, recebi uma cópia da Introdução ao Ritual da Unção dos Enfermos e vi que aí se diz a certa altura:

«Não se dará a Unção dos Doentes àqueles que perseveram obstinadamente em pecado grave manifesto» («Preliminares», n.º 15).

Suponho que também nestas coisas deverá imperar o bom senso...

Alef

Re: Unção dos doentes
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 16:06

Alef

Apenas perguntei, porque há talvez uns 5 anos o padre que estava numa igreja, recusou a ir dar o Sacramento da Unção, disse, que o hospital tinha capelão. A senhora idosa e já em fase terminal não compreendia inglês e pediu pelo padre português. E ele recusou em ir ao hospital.
Conclusão; depois perdeu a família toda desistiram dessa mesma igreja.

Re: Unção dos doentes
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 16:07

Sim, um mínimo de bom senso...

Pergunto-me qual será o pecado grave e manifesto em que perseverá uma pessoa

moribunda...

Grande energia têm estes moribundos de hoje em dia para perseverarem afanosamente em condutas pecaminosas, mesmo com os "pés para a cova" ( perdoem-me a linguagem...)

;))

Re: Unção dos doentes
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 16:21

Sim, catolicapraticante, mas...

...se este sacramento não é apenas para moribundos!...

Ah, e a palavra-chave neste caso é o «obstinadamente», o que exclui a tua «suspeita»... Relembro o texto:
«Não se dará a Unção dos Doentes àqueles que 
perseveram obstinadamente em pecado grave manifesto».
Note-se que perseverança e obstinação reforçam-se mutuamente. E uma e outra implicam grande energia.

Se os casos concretos que aparecerem não se revestirem de tais características, menos razão haverá ainda para negar tal sacramento.

Alef

Re: Unção dos doentes
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 16:43



Fazer sexo antes do casamento, viver juntos...isto será um grande pecado ou já não é?

Então a estes, o padre só dá o sacramento da Unção se ele quiser?

Re: Unção dos doentes
Escrito por: (IP registado)
Data: 26 de October de 2005 17:33

Se duas pessoas estiverem numa ilha deserta e uma estiver a morrer, a outra poderá administrar-lhe a Santa Unção? Tenho para mim que se tiver essa intenção, o sacramento será válido...

Ir para a página: 1234Próximo
Página actual: 1 de 4


Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.