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A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 12 de November de 2002 21:28

A Igreja enfrenta o problema dos divórcios

“Perante o crescente número de divórcios, a solução não é render-se.” A afirmação é do Conselho Pontifício para a Família, numa nota agora publicada, que recolhe as conclusões mais importantes da última Assembleia Plenária deste organismo, realizada de 17 a 19 de Outubro passado, sob o tema “Pastoral familiar e casais em dificuldade.”

Esta nota constata que vivemos numa “mentalidade divorcista”, o que leva as pessoas a “renderem-se em terem lutado”. Este comunicado do Conselho presidido pelo Cardeal Alfonso López Trujillo realça que o divórcio é “uma relação destruída que marcará para sempre cada membro da família.” Esta perspectiva procura, sobretudo, defender os filhos do casal.

O Conselho Pontifício convida a “revalorizar o amor, não como felicidade passional, mas como projecto de vida, de integração e abertura.” Para tal, convida a um compromisso na comunidade eclesial que sintetiza em 4 verbos: “prevenir, acompanhar, apaziguar e recomeçar.”

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 13 de November de 2002 09:28

Pois...e quando há infidelidades, violência doméstica...
Para o bem dos filhos, os pais têm de continuar juntos, mesmo que a mãe vá parar às urgências do Hospital, ou que o pai seja visto com outra(s) mulher(es) por aí...sim, realmente, para os filhos é bem melhor estar assim... :-(((

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 13 de November de 2002 13:07

Pois, pois...Embora o divórcio seja difícil para todos, manter uma relação deeteriorada ou em que não há amor, é muito mais traumático para as crianças.

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: xalassadus (IP registado)
Data: 17 de November de 2002 16:17

A Igreja enfrenta o problema dos divórcios, porque os casais católicos, não são evangelizados, durante a preparação para o matrimónio. A preparação proposta pela Igreja aos nubentes, é algo de muito fraco e, não leva os casais a assumirem os compomissos que o amor nos pede.

A Igreja deveria ser muito mais responsável e atenta aos problemas dos casais logo após o casamento, como forma de salvaguardar o futuro e o bem estar das crianças envolvidas neste ou naquele matrimónio.

Para acompanhar casais de matrimónio católico, deveriam existir equipas ou grupos de apoio matrimonial a nível das paróquias, para ajudar o casal a contornar as suas crises próprias da vida a dois. Essas equipas ou grupos poderiam ser formadas, por outros casais, psicologos, sacerdotes e pessoas especializadas em conflitos e principalmente pessoas de muita fé. Quero dizer, um trabalho paroquial permanente aberto a todos os casais em conflito ou crise como queiram.

Durante a minha preparação matrimonial na minha paróquia, chamou-me atenção uma lacuna muito grande. Os orientadores, em momento nenhum da preparação chamaram atençao dos nubentes, para a necessidade de se perdoarem a cada dia un ao outro, como uma forma potente de se alimentarem espiritualmente.

Casal que não perdoa um ao outro e não pede perdão um ao outro, está condenado ao fracasso. As feridas das dificuldades surgidas, do relacionamento a dois, vão se acumulando e a unica solução é divórcio, quando a solução, seria perdoarem-se e iniciarem tudo de novo.

Casamento celebrado em Cristo, meus queridos irmãos, não sobrevive sem perdão. O perdão é a forma mais sublime de amor ente os homens. Pena que a nossa Igreja não tenha um programa social de inserção do dinamismo do amor pelo perdão das ofensas. Só assim, poderiamos transformar o mundo de acordo com a vontade de Cristo. Meus amigos perdoar é amar. Cristo amou a cada um de nós, do alto daquela cruz, quando disse: Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. Vamos levar, aquele mesmo perdão a cada matrimónio, a cada um que se prepara para uma vida a dois, a cada um que por ignorância, apenas encontrou o divórcio ou a separação como forma de terminar com os seus problemas conjugais.

Que interessa um casal participar da missa, comungar, mas nunca terem, através das suas bocas, proclamado o perdão para cada evento desagradável, que ocorreu ou ocorre na sua vida matrimonial?

O amor não sobrevive sem perdão, porque é o perdão que renova o amor.

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 18 de November de 2002 09:34

Acontece que existem efectivamente grupos (penso que a nível paroquial) para acompanhamento dos casais.

Eu, pelo menos, conheço alguns.

Mas concordo que seria desejável haver uma melhor preparação para a vida em comum e seus problemas.

E concordo quanto ao papel do amor e perdão.

João (JMA)

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 18 de November de 2002 13:12

Penso que seria uma boa ideia, haver amis acompanhamento dos casais. Há coisas tão simples... Por exemplo, proporcionar serviços de babysitting durante as Missas ou outros momentos de oração... Permitir aos pais orarem em conjunto...
Quanto ao perdão.....
As pessoas perdoam mas não esquecem.... muitas vezes o perdão é humanamente impossível e até desaconselhável porque destrutivo.
O ideal é não precisar de perdão. pelo meonos relativamente a aspectos fundamentais, que são a essência de um relacionamento a dois.
Quando se ultrapassam esses limites, o perdão é uma falácia.

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: xalassadus (IP registado)
Data: 18 de November de 2002 22:26

Lamento o facto, de muito pouco entender, sobre este tão grande dom de Deus, que é o perdão. Perdoar não é para esquecer. O perdão tira a dor que sentimos quando nos magoam, afasta-nos do ódio e da vingança e deixa uma porta aberta para uma maior compreensão dos factos. Faz com que as nossas atitudes em relação aos eventos sejam as mais justas possíveis.

Dizer que o perdão é humanamente impossível, é o mesmo que dizer que Deus obriga-nos a fazer coisas de que não somos capazes e isto é mentira. Deus, nunca irá propor ao homem, algo que o homem não consiga realizar. O perdão é possível, porque muitos já experimentaram e conseguiram obter resultados surpreendentes.

O perdão, é a chave que abre as portas do céu. Quando perdoamos, ficamos mais perto de Deus.

Peça ao Espírito Santo que lhe ensine a perdoar e verá as maravilhas de Deus operarem em sua vida e no seu relacionamento conjugal. Não tenha medo do perdão, porque este dom de Deus, significa vitória e não derrota. Só corações que perdoam, conseguem vencer os seus inimigos e todas as dificuldades da vida.

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 19 de November de 2002 13:41

Uma mulher pode perdoar uma infidelidade ao marido. Mas imaginemos que ele volta a "pular a cerca", mais uma vez e outra e outra...
Será que, se essa mulher perdoar novamente o marido, não vai estar a minar o seu auto-respeito?
O amor não consiste em esquecermo-nos de nós próprios, pelo menos o nosso auto-respeito. Se eu não gostar de mim, quem gostará, certo? E se eu não me amar, dificilmente amarei o meu próximo. "Ama a Deus e ao teu próximo, como a ti mesmo".
Deus quer o perdão, sim, mas também quer a confiança entre o casal. Se não há confiança, adeus!

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 19 de November de 2002 14:54


Penso que já se focaram os pontos essenciais desta problemática.

Existem hoje diversas iniciativas isoladas, e não estandardizadas nas paróquias (temos sempre as que são modelo, não é?) ao nível do acompanhamento de casais e tenho conhecimento que no estrangeiro existem serviços de catequese (leia-se: entretenimento com dimensão cristã) dominical para as crianças cujos pais estão entretanto a participar na Missa.

Agora, quanto ao perdão, tem muito que se lhe diga. Mas o fundamental é que o perdão não seja um esquecimento, mas sim motivado por profundo e contrito arrependimento da parte do casal: um pelo seu pecado, o outro por não ter sido capaz de intervir antes para que ele nunca tivesse acontecido. É, afinal, tomar consciência da situação, avaliar, dialogar sobre tudo e ter o coração aberto ao perdão, pois o ressentimento será então a única coisa que impedirá a reconciliação.

Para isto, muitas vezes é absolutamente necessário um mediador... Aí entram os serviços paroquiais de apoio, os irmãos na fé, os sacerdotes, a Confissão, e, principalmente, pois d'Ele dependem todos estes, Deus. Porque só Deus consegue curar de forma plena e perene um casamento e revitalizar a relação conjugal que se julgava inteiramente perdida.

Muitos casais não têm coragem para se converterem ao amor, que em Deus assume a sua plenitude e mais íntima profundidade. Amar a Deus faz-nos amar muito mais e melhor tudo o resto, e principalmente o nosso cônjuge, a nossa família... Fazer tudo pelo nosso amor a Deus conquista todas as barreiras, até a morte.

Apoiemos e oremos pelos casais, pelas famílias...

João

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 15:20

Em algumas circunstâncias, o perdão é humanamente impossível. (Só com a ajuda de Deus)... Há situações em que pode haver perdão ( no sentido evangélico) mas em que aruptura é inevitável... è como um tecido rasgado- podem fazer remendos, mas a fragilidade lá está, e, aresistência á tensão diminui.
Há outras situações que o perdão não é exigivel e é pouco saudável. Por exemplo o perdão das vítimas de violência ou o perdão da mulher que descobre que o marido molestou os filhos....
ana

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 17:19

Um site sobre o acompanhamento aos casais:
www.ensportugal.org

João (JMA)

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 21:12


Ana, compreendo a tua posição mas dificilmente essa é a situação vivida por quem tem realmente a Deus como Senhor...

Deves estar a falar da situação comum, em que católicos muito pouco edificados na fé também não encontram a solução com a graça de Deus...

Volto a afirmar tudo o que disse, e considero que é absolutamente possível reconciliar os casais.

E aqueles que não se conseguem reconciliar, é porque nunca discerniram bem o que é o casamento, o que, se fossem realmente católicos de fé firme, teriam realizado a fundo.

João

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 21:18

A reconciliação pode não ser possível. Reconciliação implica o encontro de dois seres. Pode haver reconciliação, no sentido de compreensão mas o amor ter-se acabado e já nada restar entre as pessoas... Muitas vezes "nem com a graça de Deus" os casamentos se safam : È MESMO ASSIM. E nem tem muito a ver com a fé. Hà pessoas profundamente católicas que passam pela experiência do divórcio.( conheço algumas)
A aceitação da realidade é o primeiro passo para ultrapassar as dificuldades.....

ana


ana

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: xalassadus (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 22:08

Ana,

Um casamento cristão, é um casamento diferente. O casamento cristão, é selado pelo amor que ambos sentem um pelo outro e também pelo amor de Deus. Quando o amor no sentido humano, assim dizer, termina, o que mantém o casamento de pé, é o amor de Deus. Se o casal não faz a experiência do amor de Deus no seu casamento, dá mais valor ao amor humano, carnal, que não passa de uma emoção e emoções terminam mesmo, a única saída é o divórcio. Deixar o amor de Deus agir no relacionamento, é eternizar esse relacionamento.

Sobre o amor de Deus, Paulo escreve:

1ª cor. 13, 5-8 : O amor de Deus é paciente, o amor de Deus é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor de Deus não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade. Tudo protege, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor de Deus, nunca perece;

xala

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 22:13

Em termos de relacionamento de casais cada caso é diferente do outro.

E quando falo em perdão não estou a referir os casos limite que têm vindo a dar como exemplo. (Exageram um bocado, convenhamos).

Digo que seria possível em diversos divórcios que a situação não se tivesse dado se houvesse uma outra atitude conjugal de diálogo, perdão e amor.

A maior parte dos casos de divórcio que conheço nem sequer têm como origem as referidas situações limite, nem o "pular da cerca".

A relação consumiu-se, tal como uma vela, originado por um grande conjunto de pequenos problemas.

Uma outra atitude e coragem para enfrentar os problemas resolveriam muitos casos. Mas não todos.

João (JMA)

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 22:21

Xala:
respeito as tuas considerações e quanto á citação de Paulo, foi essa leitura que escolhi ( escolhemos) para o meu casamento...
Mas não acredito que um casamento esvaziado de amor se possa aguentar de pé.. isto, lá está, nos nossos conceitos actuais, em que o casamento deixou de ser apenas um contrato económico ou social....
Se o casamento for um mero "contrato" institucional, que não envolva o amor do par, então pode sobreviver mais tempo... Sobrevive a quase tudo, enquanto trouxer vantagens económicas e sociais aos seus actores... Por isso é que há vinte, trinta anos, as pessoas aguentavam casamentos de conveniência... Nem tinham outra saída.... Acomodavam-se, era ATÉ MAIS FÁCIL...

Dizer que o amor acaba, não sei... Um grande poeta dizia que a essência do amor é a eternidade - o amor é sempre eterno, enquanto dura....

Mais importante que tudo - os casamentos aumentarm porque as mulheres têm mais liberdade! (quer dizer, têm autonomia e poder económico). Não precisam de ficar DEPENDENTES DE UM CASAMENTO PARA SOBREVIVEREM MATERIALMENTE...
Concordo que o amor de Deus possa cimentar o amor entre o casal, mas não pode substituir esse amor.....
se não, não há casamento, há coabitação....



ana

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: xalassadus (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 22:25

Ana, o perdão é um compromisso de todos os que amam a Deus, independentemente da outra parte querer ou não mudar a sua conduta. Faça a sua parte, nunca condicione o perdão a nada. Nunca espere que outro pare de "pular as cercas" para o perdoar. Perdoar é fazer a vontade de Deus. Faça a vontade de Deus e Deus satisfará os desejos do seu coração.

Perdoar não é fácil. O verdadeiro perdão, não somos nós que o realizamos, mas sim o Espírito Santo que habita em nós. Deixe que o Espêrito Santo, realize o perdão dentro de si.


xala

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 20 de November de 2002 22:32

xala:
O verdadeiro amor não precisa de perdão, percebe? pelo menos relativamente a coisas essenciais!
Quando há amor, não há mentira nem adultério, nem falta de respeito pela essência do outro! è tão simples como isto.


ana

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 21 de November de 2002 13:21

A questão não é esperar que o outro se comporte dignamente para perdoar. É precisamente o contrário: eu perdoo para que o outro se corrija e ande para a frente. Agora, se com o meu perdão ele continua a capitular no erro e a achar-lhe graça, das duas uma: ou corrige-se e fica comigo, ou continua na dele...MAS SOZINHO.
É uma questão de escolhas. O que eu não posso de maneira nenhuma fazer, é deixar minar o meu auto-respeito!

Re: A Igreja enfrenta o problema dos divórcios
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 21 de November de 2002 14:56

A verdade é que as famílias estão a mudar, no mundo ocidental.
Hoje as famílias são constituidas essencialmente por um adulto com crianças. Da família alargada para a família nuclear e o futuro aponta para famílias com um adulto. Por outro lado há cada vez mais pessoas a viverem sozinhas. São processos sociológicos irreversíveis. Penso que a Igreja "acordou tarde" para a questão do divórcio. saiu da atitude repressiva e "proibicionista" para uma atitude construtiva e de ajuda aos casais. Não acredito na sua eficácia, mas pronto.




ana

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