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Acho que perdi a minha fé
Escrito por: mrBlue (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 10:45

Meus senhores:


Apesar de ter sido sempre uma pessoa pura e casta, que julga que uma sexualidade saudável só pode vir com o tempo e comunhão espiritual dada pelo casamento católico
creio que ontem passei um pouco das marcas.

Não sei que fazer agora. A oração custumava abrandar as tentações da carne mas ultimamente não tem funcionado como devia... será que estou a perder a minha fé...?

A minha companheira é também ela uma pessoa de fé e creio que se está a consumir por dentro em remorso, somos ainda novos e nossos pais confiam em nós... parece que os desiludimos a todos, gostava de lhe dizer umas palavras de conforto mas não sei bem o que.

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 11:15

Pela mensagem que enviaste não me pareces ter perdido a fé.

Pelo contrário, o questionares-te sobre uma atitude e sobre o enquadramento da mesma na moral da Igreja demonstra precisamente uma atitude de Fé, e de comunhão com a Igreja.

A comunhão surge precisamente da dúvida que demonstras e na vontade que expressas em a ultrapassar.

Na missa de ontem um sacerdote relembrou um velho ditado chinês:
Escreve os defeitos dos teus amigos na areia da praia, e as suas virtudes grava-as no mármore.
E concluiu: É precisamente isto que Deus faz connosco.

Faz tu o mesmo com a tua amiga: escrevam os erros na areia.

E escrevam no mármore as coisas boas que, pelo teor da tua mensagem, abundam.

2.ª Coríntios 13,13*A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!

João (JMA)

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 11:39

Sim , parece-me mais um problema de formação pessoal do que um problema de Fé.

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: Lopes Galvao (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 11:48

Para perderem a fé precisam de perder a esperança.
Para perderem a esperança precisam de deixar de acreditar
Para os dois deixarem de acreditar precisam de deixar de se amarem.
Isso aconteceu?
Creio que não

Mais do que os vossos pais confiarem em vós é fundamental que vocês confiem no sacramento sinal do vosso amor, e que confiem em vós e nas Graças que Deus está sempre pronto a dar às famílias com tempo para a comunhão espiritual com ELE.

A vossa castidade e pureza não deve passar para a praça publica mas ficar para momentos de ternura em que o ideal de cada um não seja a busca da sua felicidade mas a do outro, tu a buscares a dela desinteressadamente em termos próprios e ela o mesmo.
Que o outro no matrimónio conte mais que eu.
E depois... depois a Oração.

O Evangelho lido e pensado pelos dois (em 5 m) ajudará e dará respostas de ajuda espiritual aos dois. Abram o santo livro (numa página ao acaso) e peçam ao Espírito Santo que escolha a página com as palavras para fazerem crescer a vossa fé e manter o vosso amor, esperança, crer e assim a vossa fé.

Não há que haver martirização da vossa parte (pessoal ou dos dois) pelo que os vossos pais pensem da forma como querem viver o vosso casamento, do que fizeram ou do que fazem ou venham a fazer se isso está de acordo com a pureza do vosso amor e, recordem que, a verdadeira vida de casal é aquela em que os dois deixam os respectivos pai e mãe e fazem uma família de marido e mulher, onde como diz o povo ninguém meta a colher.

Com quase 26 anos de matrimónio e muitas lutas para o casamento ser a nossa vida de prazer e satisfação, para a felicidade da minha mulher e para, da parte dela, ser a minha felicidade e bem assim dos nossos quatro filhos, desejo que acreditem que:
Para perderem a fé precisam de perder a esperança.
Para perderem a esperança precisam de deixar de acreditar
Para os dois deixarem de acreditar precisam de deixar de se amarem.
Isso não aconteceu?

Então, Felicidades

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 11:52

Não sei porque apagaram a minha nótula, mas vou repeti-la. porque é importante.

Blue:

SE estás com dificuldades a nivel relacional, o remorso e a vergonha não são o caminho.
Nem é de um Forum anónimo que encontrarás soluções. Fala com um adulto bem formado em quem tu confies as tuas dificuldades de adolescente.Pode ser um professor teu, ou até um(a) religioso(a).
É importante também , se iniciaste a tua vida sexual com a tua namorada, pensares seriamente em contracepção e protecção contra doenças sexualmente tarmmisíveis.

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: Anam (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 13:07

Olá!

Faço minhas as palavras do JMA.
Mais: ter desejos e pensamentos a nível sexual é normal, natural e saudável. Deus não quer recalcamentos em ninguém.
Agora, não recalcar não é o mesmo que praticar sexo à toa: se consideras normal, bom e saudável desejares sexualmente outrém, saberás enquadrar os teus sentimentos numa relação de compromisso. Não se trata de não ter sexo: trata-se de o saber ter, considerando o teu corpo (bem como o da pessoa que tu amas) como sagrado, uma oferta especial e única.
Assim, ficarás a saber que tu é senhor de ti - porque sabes quando te relacionares sexualmente - e não escravo do teu próprio corpo, em que o tornas num mero objecto de prazer.
O prazer sexual é óptimo, mas como dádiva, não como exigência!


Anna e Sara

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: Anam (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 13:10

Sim, a contracepção também é importante. Se bem que já saibas que, mesmo com a dita (que não é 100% fiável), haverá sempre uma hipótese (ainda que ínfima) de surgir uma gravidez.
Já discutiste isto com a tua namorada? É bom que também consideres o factor "bebé"...


Anna e Sara

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 13:21

Caro mrBlue:

Bem-vindo a este fórum.

Algumas notas de esboço a uma resposta...

Ter fé não significa prioritariamente ter uma estupenda «folha de serviço», cheia de virtudes e sem mancha. É, sim, saber em Quem acreditamos (acreditar = dar crédito), confiando que, mesmo da nossa experiência de fragilidade e pecado, Deus pode tirar muito proveito. Quantas vezes é precisamente a experiência de pecado que leva a grandes mudanças de vida... O que não significa que a «luta» termine ou que ela signifique perda de fé... S. Paulo sentiu esta luta de uma forma muito forte e era tudo menos um homem sem fé. E dele temos frases tão claras como estas:

- «[...] o querer está ao meu alcance, mas realizar o bem, isso não. É que não é o bem que eu quero que faço, mas o mal que eu não quero, isso é que pratico» (Rom 7:18-19);

- «Ele [o Senhor] respondeu-me: "Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza". De bom grado, portanto, prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. [...] Pois quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12:9).

De uma outra forma: a vida de fé não se pode reduzir a uma determinada conduta levada mais ou menos voluntaristicamente, só porque queremos ser santos por nossa conta e risco. O voluntarismo da vida de fé depressa será confrontado com alguma «queda do cavalo». E se tal queda for ocasião para nos levantarmos, já teremos dado um passo muito importante no crescimento da fé, porque então percebemos que é Deus quem conduz a nossa vida e não vamos lá pela mera boa vontade ou à força bruta do voluntarismo. Ninguem se faz santo a si mesmo. Sê-lo-emos na medida em que não colocarmos resistência ao Espírito Santo. Ele é que nos santifica. E um dos primeiros passos nesse caminho é o reconhecimento de que tudo quanto possamos fazer de bom vem-nos d'Ele. Ter esta consciência pode ser muito importante para termos uma visão verdadeiramente cristã do pecado. Diante do Deus que é Amor, arrependemo-nos e isto abre-nos a uma nova relação; diante de nós mesmos e da nossa imagem «encarquilhada» de um orgulho ferido, apenas temos remorso e o mero remorso não é cristão... [O remorso e o arrependimento são coisas MUITO diferentes.]

Isto em nada significa ser «manga larga», nem pôr «paninhos quentes» desculpabilizadores e enganadores. Pelo contrário, é um passo para a vida cristã adulta: sabemos o que queremos, colocamos os meios para isso, mas olhando para a nossa vida tal como a vê Deus... O problema é que somos sempre menos misericordiosos que Deus, mesmo em relação a nós próprios, e vivemos muitas vezes com imagens falseadas de Deus. Ah, se víssemos a nossa própria história como Deus a vê...


A tua questão sugere-me ainda outra consideração. Como em tudo na vida, aprendemos também por tentativas e erros. É verdade que, como diz o povo, «há erros que se pagam caros», que «quem brinca aos afogados se afoga» ou que «não se brinca com o fogo». Isto significa que há que ter presente que «não é tudo a mesma coisa». Mas, tendo isto presente, é necessária a humildade de ir avaliando e corrigindo. Só assim se cresce. Quem não avalia não progride. No caso concreto que apresentas, o que podem fazer é precisamente avaliar o que se passou, à luz de um critério que pode ajudar: a distinção entre o desejar (apetecer) e o querer, distinção que explico brevemente a seguir.

A distinção entre o desejar e o querer poderá parecer inútil a alguém ou demasiado subtil, mas cada vez me parece mais pertinente, particularmente para o difícil campo das relações ambíguas ou para as situações de «planos inclinados». Uma coisa é o desejo momentâneo, que pode «apanhar de surpresa» (podemos ser «assaltados» pelo desejo; nesta acepção, somos passivos do desejo); está ao nível do apetite. Outra coisa é o querer. O querer tem uma componente claramente activa; é muito mais «projectiva» e muitas vezes associa-se precisamente a um projecto, àquilo que quero da minha vida. Com um exemplo algo «banal» entende-se melhor: o Abílio, que está casado com a Bárbara, pode ter um momentâneo desejo de «curtir» com a Camila, mas dá-se conta de que aquilo que realmente QUER é respeitar e viver a sério a sua relação com a Bárbara. E em função daquilo que realmente quer mantém-se fiel à Bárbara, ao seu projecto de vida e a si mesmo. Muitas confusões acontecem porque não se distinguem as coisas, porque não se define o que se quer e então é-se levado a pensar que se quer o que simplesmente se deseja.

Colocando agora o «guizo ao gato», ambos (tu e a tua companheira) poderão/deverão ter a capacidade de «definir» aquilo que querem, cada um e os dois. À luz do que realmente querem da vossa vida e relação poderão compreender responsavelmente um percurso que poderá ter as suas dificuldades. Mas nessa altura as dificuldades já estarão devidamente enquadradas e não serão um «bicho de sete cabeças».

E dado que este assunto é apresentado num contexto de fé, parece-me de todo útil levar isto à oração, na transparência com Deus. Deixa que Deus te fale sobre o assunto... Quando se busca uma tal transparência, tudo se torna mais simples. O que não significa que deixe de ter as suas dificuldades. Mas uma coisa é ter dificuldades sabendo o que se quer, para onde se caminha e em Quem se põe a confiança; outra é andar ao «deus-dará», a «borboletear» segundo o «desejo» do momento.

Alef
________
[Nota: Evidentemente, pode-se falar em desejo numa outra acepção, a que eu chamo «Desejo», com maiúscula, mas esse é outro tema, para outro lugar.]

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: mrBlue (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 14:18

obrigado amigos, os remorços comessaram a desaparecer assim que li a primeira das vossas mensagens... na realidade desapareceram de tal maneira que agora á hora de almoço encontrei a minha companheira tomamos uma decisão: o nosso amor não é uma vergonha, ele é a personificação desse mesmo amor de Deus pelos católicos, por isso em vez de continuarmos ignóbilmente a fugir do nosso desejo de amar vamos passar a amar-nos para glorificar o senhor!

obrigado a todos, mas espero poder falar mais com voces sobre este assunto pois se uma duvida me tiram do caminho o passo seguinte logo fica enevoado e votado ao incerto.

a sempre vossa

Patricia

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 16:06

Se estás disposto/a a assumir um possivel bebé... é que dos muitos metodos de planeamento familiar que existam não há nenhum infalível.

Fora isso a resposta do Alef está bem estruturada e recomendo-a.

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: Anam (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 16:19

Patrícia?

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 18:38

Grande brincadeira!

mas fiquei tranquila - não há afinal qualquer risco de gravidez indesejada ....
ao que parece, a patrícia descobriu que a sua orientação sexual....
e decidiu assumi-la...

O Amor, nunca é uma vergonha, de facto....
e os presupostos do alef e da anna aplicam-se na íntegra também neste contexto.

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 02 de October de 2005 01:06

sim, cheira-me a brincadeira. Bem sei que os adolescentes são instaveis mas lendo tudo parece-me estar perante uma farsa.

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: mrBlue (IP registado)
Data: 03 de October de 2005 09:34

è sempre preferivel dizer que é uma mentira não é? é sempre preferivel fechar os olhos, meter a cabeça na areia e tentar esquecer... a vida não é assim, ou será que eu não tenho direito à minha fé?

obrigado a todos os que viram esta situação de forma normal :)

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 03 de October de 2005 09:42

É a minha suspeita, um/a forista resolveu inventar este caso para colocar os restantes perante uma dificuldade. Obviamente sabem de quem eu suspeito.

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de October de 2005 10:27

Amiga Blue:
Sou sincera- a tua primeira intervenção não me pareceu verdadeira.
Porque o tipo de linguagem que utilizaste e o tipo de expressões e preocupações que exprimiste não é nada típica dos adolescentes.....

Mas, mesmo que tenhas colocado uma "questão fictícia" isso não quer dizer que não andes á procura de respostas mais profundas, que merecem capacidade de escuta e uma resposta adequada.... :))
Por tudo isso, penso que deves ler com algum cuidado as reflexões do Alef.


Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 03 de October de 2005 11:08

Plenamente de acordo com a catolicapraticante.

Por vezes uma "questão"destas esconde algo mais por detrás.

Acho que diagnosticaste correctamente esta "questão", CP.



João (JMA)

Re: Acho que perdi a minha fé
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 07 de October de 2005 22:24

Ironia, mentira, brincar com o sagrado!
Que coisa feia!
Que o Senhor te repreenda!
A glória de Deus é o homem vivente!
Glória de Deus é o exemplo de homem- servidor São Francisco de Assis e outras de nossas Estrelas!
Nunca uma relação egoísta baseada apenas no Eros!
È claro que o processo de sublimar Eros em Filia em Agape está relacionado ao amadurecimento do SEr Humano como um todo. Muitos de nós não conseguiremos realizar isto na Terra , porém não somos animais irracionais. Nãopodemos ser como um "Bebê " sempre a procura de se satisfazer em necessidades instintivas... egoístas...
Desculpe mas vir aqui debochar dos outros é maldade.
Que São Miguel Arcanjo que venceu o enganador te ilumine!



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