Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Arquivo - Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Hans Kung e Bento XVI
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 28 de September de 2005 17:47

Aqui vai a notícia em francês:

Le théologien Hans Küng a été reçu par le pape Benoît XVI



Le pape Benoît XVI a reçu samedi 24 septembre à Castel Gandolfo le théologien suisse contestataire Hans Kung, suspendu d’enseignement par le Vatican en 1979, a confirmé lundi le porte-parole du Saint-Siège. La rencontre entre les deux hommes s’est déroulée "dans un climat amical", souligne le communiqué Joaquin Navarro-Valls.

Le pape, ancien préfet de la congrégation pour la doctrine de la foi, et le théologien, âgé de 77 ans, ont convenu de ne pas entrer dans le détail des questions doctrinales qui opposent le théologien suisse au magistère de l’Eglise.

Joaquin Navarro-Valls a précisé que le pape avait apprécié "l’effort" du professeur Küng de "contribuer à une reconnaissance renouvelée des valeurs morales essentielles de l’humanité", à travers le dialogue des religions et dans la rencontre avec la raison séculaire. Le pape et le théologien contestataire ont échangé sur la question de l’éthique mondiale et sur le dialogue de la raison des sciences naturelles avec la raison de la foi chrétienne.

"L’entretien s’est par conséquent concentré sur deux thématiques qui ont récemment revêtu un intérêt particulier pour le travail de Hans Küng, a poursuivi Navarro-Valls, la question de l’éthique mondiale - ou Weltethos - et le dialogue de la raison des sciences naturelles avec la raison de la foi chrétienne".

"Le professeur Küng a souligné que son projet de Weltethos n’est en aucun cas une construction intellectuelle abstraite ; y sont plutôt mis en lumière les valeurs morales autour desquelles convergent les grandes religions du monde, malgré toutes les différences, et le fait qu’il peut y avoir des critères valides perceptibles - attendu sa bien-fondée raison d’être - à la raison séculaire", a expliqué le directeur de la salle de presse vaticane.

"Le pape a apprécié l’effort du professeur Küng de contribuer à une reconnaissance renouvelée des valeurs morales essentielles de l’humanité, à travers le dialogue des religions et dans la rencontre avec la raison séculaire", a-t-il encore déclaré. "Il a souligné que l’engagement pour une conscience renouvelée des valeurs qui soutiennent la vie humaine est aussi un objectif important de son pontificat". "En même temps, le pape a réaffirmé son accord concernant la tentative du professeur Küng de raviver le dialogue entre foi et sciences naturelles et de faire valoir, vis-à-vis de la pensée scientifique, la conscience et la nécessité de la Gottesfrage (la question autour de Dieu)", a ajouté Joaquin Navarro-Valls.

"De son côté, le professeur Küng a exprimé son approbation concernant les efforts du pape en faveur du dialogue des religions, et aussi autour de la rencontre avec les différents groupes sociaux du monde moderne", a conclu le porte-parole du Saint-Siège.

Le théologien et philosophe Küng a participé au Concile Vatican II, tout comme Joseph Ratzinger. Nommé par le pape Jean XXIII, il était consultant officiel en théologie. Mais il a déclenché plus tard des débats controversés dans l’Eglise catholique.

Le Vatican lui a d’ailleurs retiré en 1979, la permission officielle d’enseigner au nom de l’Eglise. Hans Küng "ne peut plus être considéré comme un théologien catholique", pour s’être "écarté de la vérité de la foi catholique", déclara alors la Congrégation pour la doctrine de la foi. Mais l’université de Tübingen, en Allemagne, créa pour lui une chaire d’études oecuméniques pour qu’il continue son travail. Le théologien controversé critiquait vivement la papauté et son infaillibilité, accusant en 1998 les évêques allemands "d’obéissance servile" à l’égard de ce qu’il appelait le "Kremlin romain". Il dénonça aussi sans cesse le conservatisme de Jean Paul II et du cardinal allemand Joseph Ratzinger, devenu préfet pour la Congrégation de la doctrine de la foi en 1981.

Hans Küng s’est montré très critique face au nouveau pape, qualifiant le choix du collège des cardinaux d’"immense déception" pour de nombreux fidèles qui espéraient un pape pastoral et réformateur. Il a cependant expliqué qu’"on doit attendre", car "le service pétrinien dans l’Eglise catholique est un tel défi qu’il peut changer toute personne". Il faut laisser "une chance" au nouveau souverain pontife, avait-il cependant aussi déclaré le 19 avril 2005, les premiers signaux étant pour lui aussi "très parlants". "Le nouveau pape devra garantir l’égalité de l’homme et de la femme à tous les niveaux de l’Eglise et promouvoir l’œcuménisme", avait-il encore estimé.

Le théologien suisse a une certaine renommée et influence dans le monde. Il a rédigé l’avant-projet de la Déclaration pour une éthique mondiale du parlement des religions du monde qui s’est tenu à Chicago en 1993. Il a reçu le 11 mai 2005, le 22e prix pour la paix de la Fondation bouddhiste japonaise pour la paix Niwano. Ce prix lui a été remis "pour sa contribution et sa coopération au dialogue interreligieux". Acteur de paix, "il a gagné la reconnaissance dans le monde entier", avait alors expliqué la Fondation qui le considère "comme l’un des plus importants théologiens du 20e siècle".

Auteur de nombreux ouvrages, Hans Küng, né le 19 mars 1928 à Sursee, dans le canton de Lucerne, a été ordonné prêtre le 10 octobre 1954. Il est également président en Allemagne et en Suisse de la Fondation Weltethos ou Fondation pour une éthique mondiale. En octobre 2004, le théologien avait fêté ses 50 ans de sacerdoce.

Source : Apic



Em Português:

Da Agência Ecclesia

Hans Küng satisfeito após encontro com Bento XVI

.
O teólogo suíço Hans Küng, suspenso do ensino pelo Vaticano em 1979, manifestou-se hoje muito satisfeito por se ter encontrado com Bento XVI, considerando a reunião como “um sinal cheio de esperança”.
Em declarações ao jornal “Süddeutschen Zeitung”, Küng revelou que o encontro do passado sábado resultou de uma troca de correspondência com o Papa, começada pouco tempo depois da eleição de Joseph Raztinger.
Confessando que a conversa com Bento XVI decorreu “sem nenhuma polémica”, Hans Küng destacou que o Papa “foi um interlocutor atento e aberto”.
Segundo o comunicado da Santa Sé, o Papa e Küng encontraram-se “num clima amigável” e concordaram que, no quadro da reunião, “não faria sentido entrar numa disputa relativamente às questões doutrinais persistentes” entre o teólogo suíço e o Magistério da Igreja Católica.
O colóquio centrou-se em duas temáticas, consideradas de particular interesse para o trabalho de Hans Küng: “a questão da ética mundial (Weltethos) e o diálogo da razão das ciências naturais com a razão da fé cristã”.
Aproveitando o encontro, Hans Küng sublinhou que o projecto da Weltethos “não é uma construção intelectual abstracta”, afirmando que o objectivo é “destacar os valores morais sobre os quais as religiões do mundo convergem, apesar de todas as diferenças”.
O Papa, por seu lado, manifestou “apreço pelo esforço do Professor Küng” na procura de um “renovado reconhecimento dos valores morais essenciais da humanidade, através do diálogo das religiões e no encontro com a razão secular”. Bento XVI sublinhou que o compromisso por uma renovada consciência dos valores que sustentam a vida humana “é um objectivo importante” do seu pontificado.
Hans Küng foi professor de teologia na Universidade Pontifícia Gregoriana, em Roma, e em Tubingen, na Alemanha, onde se cruzou com o Papa, após terem participado, como jovens teólogos, no Concílio Vaticano II. Actualmente é Presidente da Fundação para a Ética Global.
Para Küng, o encontro de sábado foi a realização de um anseio antigo e serviu para discutir “não documentos, mas missões e problemas”. No final do encontro o Papa convidou Hans Küng para uma refeição em conjunto.



Re: Hans Kung e Bento XVI
Escrito por: Onac (IP registado)
Data: 28 de September de 2005 17:52

Já agora, o português da Agência ECCLESIA:

"Bento XVI recebeu o teólogo Hans Küng"
O Papa Bento XVI recebeu no passado sábado o teólogo Hans Küng (Tubingen), conhecido pelas suas posições polémicas relativamente ao ensinamento da Igreja. Segundo comunicado da Santa Sé hoje revelado, o Papa e Küng encontraram-se “Num clima amigável” e concordaram que, no quadro da reunião, “não faria sentido entrar numa disputa relativamente às questões doutrinais persistentes” entre o teólogo suíço e o Magistério da Igreja Católica.
O colóquio centrou-se em duas temáticas, consideradas de particular interesse para o trabalho de Hans Küng: “a questão da ética mundial (Weltethos) e o diálogo da razão das ciências naturais com a razão da fé cristã”.
Aproveitando o encontro, Hans Küng sublinhou que o projecto da Weltethos “não é uma construção intelectual abstracta”, afirmando que o objectivo é “destacar os valores morais sobre os quais as religiões do mundo convergem, apesar de todas as diferenças”.
Hans Küng foi professor de teologia na Universidade Pontifícia Gregoriana, em Roma, e em Tubingen, na Alemanha. Actualmente é Presidente da Fundação para a Ética Global.
O Papa, por seu lado, manifestou “apreço pelo esforço do Professor Küng” na procura de um “renovado reconhecimento dos valores morais essenciais da humanidade, através do diálogo das religiões e no encontro com a razão secular”. Bento XVI sublinhou que o compromisso por uma renovada consciência dos valores que sustentam a vida humana “é um objectivo importante” do seu pontificado.
O comunicado oficial adianta ainda que “o Papa reafirmou o seu acordo relativamente á tentativa do Professor Küng de reavivar o diálogo entre fé e ciências naturais”. Hans Küng “aplaudiu os esforços do Papa em favor do diálogo das religiões e também relativamente ao encontro com os diversos grupos sociais do mundo moderno”.


Claro que uma notícia destas teria tido muito mais impacto se fosse "Papa suspende teólogo x ou y". Já se sabe...

Re: Hans Kung e Bento XVI
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 30 de September de 2005 11:44

Não concordo quanto ao "impacto", onac.

Não confundamos o facto de tal notícia ter sido recebida pacificamente e sem agitação, com a falta de impacto e interesse.

O que se trata é que Bento XVI leva a sério o encontro com todos, mesmo os que pensam de uma forma diferente da dele, os respeita, e ressalta sobretudo o muito que nos une em vez das questões que nos separam.

Faz uma evangelização pela positiva, em vez de tentar criar listas de pecados ou de "actos intrinsecamente maus", de tentar colocar "pontos finais" em discussões legítimas e de considerar como "assentes" verdades que nem são verdades nem podem em consequência ser assentes.

Ora, tal novidade tem como resposta um novo bem estar na Igreja, da qual é sinal a resposta maciça dos jovens nas jornadas mundiais da juventude, ao contrário do preconizado pelos "velhos do Restelo".

Esta recuperação do diálogo com os teólogos faz esperar ainda mais deste pontificado. As minhas expectativas com este pontificado vão crescendo a um ritmo acelerado.

Será que como S. Bento nos irá dar uma reconciliação da Igreja consigo própria?


João (JMA)

Re: Hans Kung e Bento XVI
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 08 de October de 2005 00:43

O que me surpreendeu nesta notícia foi a utilização de alguns adjectivos, sobretudo, do "contestatário", talvez algo influenciado pela notícia em francês.

A notícia da Zenit falava no "famoso teólogo e dissidente do Magistério". Não percebi o "dissidente". Apenas porque pôs em causa a infabilidade papal?

Por último, a notícia da Ecclesia quando fala de "suspenso do ensino pelo Vaticano em 1979" teria ficado mais correcto se referisse que foi do ensino da Teologia, pois Hans Küng continuou a leccionar na Universidade de Tubinga (mas quem disse que o trabalho de jornalista era fácil?) :-)

E como há pouco se falou de livros, deixo aqui outra sugestão/recomendação: My Struggle for Freedom: Memoirs, Hans Kung.

Luis Gonzaga

Re: Hans Kung e Bento XVI
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 09 de October de 2005 18:24

"O número de peregrinos que ruma diariamente ao Vaticano tem batido todos os recordes, desde a eleição pontifícia de Bento XVI."

Que estranho... :o))

Assim como é igualmente estranho:
- a “legítima diversidade” na vivência da fé, afirmada pelo Papa;
- o dobro de representantes ecuménicos, passados de seis a doze;
- 26 representantes dos movimentos católicos, entre estes 13 mulheres, seis leigas e sete freiras.
- a introdução de uma hora diária de intervenções livres;
- o reforço da colegialidade do sínodo.

Nada que não decorra do Evangelho e, no entanto, é notíciado pela positiva.

Se calhar o aumento do número de peregrinos é coincidência...



Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.