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Levar Deus para as férias
Escrito por: Lopes Galvao (IP registado)
Data: 13 de July de 2005 13:17

Vou de férias 30 dias e já tenho no meu plano para o descanso do ano de trabalhos destinado um tempo para ter Deus nas minhas férias. Levo um exemplar da Bíblia e um livro de reflexão sobre o Cristianismo e o que é ser Cristão no mundo de hoje.

Vou tentar ver como se encontra DEUS nas cidades, vilas e aldeias onde há cristãos e cristãos católicos.

Deixo este tema ao fórum. Estão sintonizados com a ideia ou férias são férias e ...?
Se sim... Como a pensam corporalizar?
Estarão dispostos a levar Cristo, o Deus feito homem em cada um aos lugares por onde andarem? Estaremos dispostos a Testemunhar a Nova Evangelização junto dos Apóstolos de Cristo deste século XXI que aí encontrarmos?

Deus garantiu que onde estiver mais de um reunidos em Seu nome Eles aí estará, iremos encontrar Cristo nas férias ou fechamos as portas à Nova Evangelização só porque férias são férias... ?

Boas Férias, que eu também as desejo logo no dia 15 quando as começar com a Família.

Joaquim Galvão

Re: Levar Deus para as férias
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de July de 2005 00:30

Pelos vistos, já foram todos de férias. :-) Espero que tenham levado Deus com eles.

Luis

Re: Levar Deus para as férias
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 16 de July de 2005 01:09

Um pai não deixa de ser pai por ir de férias nem uma mãe deixa de ser mãe nas férias.
Um cristão, filho de Deus, irmão em Cristo dos outros cristãos não deixa de o ser em nenhum momento.

As férias podem também ser um momento para aprofundar a nossa fé. Eu levo a Bíblia e as obras completa de Santo António que estou a ler aos bocadinhos.

De resto aproveito para um convivio mais intenso com a familia e alguns amigos. Creio que um convivio saudavel e amigo é também uma boa forma de ser cristão e pode ser até uma forma de evangelizar (e ser evangelizado).

Re: Levar Deus para as férias
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de July de 2005 01:55

Tens razão Camilo. Deus está sempre connosco, e não por irmos de férias que Ele deixa de estar connosco. Por vezes, somos nós que deixamos de estar com Ele. Foi isso que pretendi dizer.

Luis

Re: Levar Deus para as férias
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 16 de July de 2005 04:31

Luis Gonzaga Escreveu:
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> Pelos vistos, já foram todos de férias. :-) Espero que tenham levado Deus com eles.

Quem me dera! Mas dentro de 8 horas já estarei finalmente de férias. :D

Aproveito estes minutos em que não consigo dormir para partilhar convosco como vai ser uma das semanas das minhas férias. Não só vou levar Deus comigo, como quero levar Deus aos outros.

O grupo de jovens ao qual pertenço vai realizar Missões Católicas em Mourão, de 23 a 31 deste mês. Durante estes dias, animaremos a comunidade com várias actividades que vamos realizar. Mas o mais importante destas Missões são as visitas às casas. Durante a semana, dois a dois, iremos bater de porta em porta, convidando as pessoas para as ditas actividades e estando um pouco com elas, dando especial atenção aos doentes, a quem se encontra sozinho...

As Missões Católicas surgiram vindas do Movimento Apostólico de Schoenstatt. Desde 2001 que se realizam, na Semana Santa, Missões Familiares organizadas pelo Movimento. A minha vila foi a primeira a receber este grupo. Na altura, eu e outros jovens participámos também, na nossa própria terra. Quando o grupo partiu para outra localidade, decidimos criar um grupo e, já o ano passado, decidimos fazer também Missões. Simultaneamente, o Movimento realiza também Missões Universitárias com 3 universidades.

É uma experiência bastante enriquecedora. No fundo é algo tão simples como pôr em prática a nossa Fé e testemunhá-la junto de outros.

Para quem quiser, podem visitar o site do grupo (http://mensageirosdemaria.pt.vu) e saber um pouco mais do que se passou no ano passado, nomeadamente ver as fotografias e ler o diário.

Re: Levar Deus para as férias
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 17 de July de 2005 12:41

A propósito, um artigo do Frei Bento Domingues, no sítio do costume...

Alef

Citação:
Missa em férias, missa de férias


1. Os católicos que podem e gostam - como toda a gente que pode e gosta - vão para férias no Verão. Os padres - que já não são muitos - têm que se desdobrar para atender os que ficam e os que vão. A organização das paróquias e capelanias não se encontra coordenada com essa movimentação dos fiéis. Ao fim das férias, alguns confessam que viveram como os pagãos: "Faltei várias vezes à missa e, quando o consegui, foram momentos tão aborrecidos que o melhor era não ter ido." A participação na eucaristia não parece ter grande peso na escolha do roteiro de férias. Os responsáveis pela evangelização e pela pastoral também não mostram uma preocupação excessiva com estas disfunções de Verão, compensadas, em parte, pelos emigrantes que retornam a casa e à religião da sua infância.

Note-se que as disfunções da pastoral dominical manifestam-se durante todo o ano. O "fim-de-semana", o desporto, as saídas, as festas, as boîtes, etc., já não rimam com o antigo domingo convocado pelo campanário. É verdade que em Portugal não existe nenhuma organização cívica, cultural, política ou religiosa que reúna tanta gente como a Igreja Católica. As estatísticas indicam, no entanto, que a participação na missa dominical - seja qual for a interpretação do fenómeno - está em queda.

2. João Paulo II nunca se resignou a este declive. Logo que terminou o Ano do Rosário, lançou imediatamente o Ano da Eucaristia. Vem de Outubro de 2004 e vai até Outubro de 2005. E talvez não seja por acaso que ele publicou mais documentos sobre a eucaristia do que os outros papas do século XX todos juntos.

A profusão de textos não basta para superar as dificuldades em torno da eucaristia. Por um lado, é considerada o cume, a fonte e o alimento da vida da Igreja. Nas congregações religiosas é de regra a missa diária. Vigora o preceito da missa dominical para todos os católicos. Muito do tempo dos padres é gasto com missas pouco preparadas, nestas e noutras situações. Por outro, existem no mundo dioceses maiores do que Portugal inteiro e quase sem clero. Entre nós, temos paróquias quase desabitadas - mesmo em Lisboa - com pároco e outras, que têm mais população do que algumas dioceses, muito mal servidas.

Estas disfunções - que não são as únicas - prendem-se com a deslocação maciça para o litoral e com as mudanças sócio-culturais. O resultado tem algo de paradoxal: onde há fome de pão eucarístico não há possibilidade de o encontrar - existem muitas comunidades sem eucaristia - e onde é possível servi-lo, parece que há cada vez menos quem o deseje.

3. Como foi referido, João Paulo II multiplicou os documentos sobre a importância e a necessidade da eucaristia. Como não desfez os tabus em torno dos chamados "ministérios ordenados" - serviços sacramentais da Igreja -, diz-se que enalteceu os fins, mas esqueceu-se dos meios para os atingir.

Embora seja uma forma pertinente de abordar a situação da liturgia eucarística, com o tempo, dada a recusa em alterar certas determinações legais - transformadas em categorias teológicas -, esta problemática corre o risco de se tornar uma rotina sem consequências.

Na altura em que se preparam congressos, sínodos, semanas teológicas e bíblicas sobre a eucaristia (1), a grande revista de pastoral litúrgica, La Maison-Dieu, dedicou um número especial à grande diversidade e à evolução da frequência das celebrações eucarísticas, ao longo de dois mil anos. Isto significa que não estamos condenados a um só modelo. Já houve vários e podem nascer outros completamente fiéis à Ceia do Senhor. Importa, por isso, questionar os modelos e as formas exclusivistas de celebração. Os próprios sacramentos - entendidos no interior da sacramentalidade da vida da Igreja, sacramento do mistério pascal de Cristo que é o sacramento de Deus e do mundo - não esgotam as formas de prática cristã, nem das celebrações simbólicas da férias.

A substituição de todas as celebrações pela missa corre o risco de a banalizar e de não descobrir muitas outras expressões do mistério cristão que ajudariam a compreender a profundidade humana e divina da própria eucaristia. E não estou a pensar, apenas, na "Liturgia das Horas", nas devoções como o Rosário ou a Via-Sacra e nas diversas formas de religião popular (2). É preciso redescobrir o sentido da criação, os grandes enigmas do sagrado e as diferentes formas de religião que o exprimem ou deformam; revalorizar os lugares sagrados construídos, escutar a música e ler os grandes textos dos místicos das diversas religiões, a começar pelos místicos cristãos, para recolher a polifonia da vida (3).
Mas as férias podem ser o tempo para escutar a voz do grande silêncio, o mistério do mundo, para fazer a experiência da oração, para acolher e dizer o mistério de Deus, a sós ou em grupo. As férias existem para refazer a vida, para saber que o melhor da vida não tem porquê.

(1) Destaco: Semana Bíblica de 21 a 26 de Agosto 2005, organizada pelos Capuchinhos; Semana de Verão de Teologia - ISTA de 22 a 26 de Agosto 2005, organizada pelos dominicanos, ambas em Fátima. (2) Cf. Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Directório sobre a Piedade Popular e a Liturgia, Paulinas, Lisboa, 2003.(3) Catherine David et Jean-Philippe de Tonnac (org.), L"Occident en quête de sens, Maisonneuve et Larose, França, 1996; Juan Martín Velasco, Doze Místicos Cristãos, Vozes, Petrópolis, 2003; Javier Melloni Ribas, El Uno en lo Múltiple. Aproximación a la Diversidad y Unidad de las Religiones, Sal Terrae, Santander, 2003.

Frei Bento Domingues, O.P.
«Público» , 2005-07-17




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