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Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 17 de May de 2005 01:48

RESSONÂNCIAS...

I – SOBRE TEMAS/ANTI-TEMAS EM QUESTÃO/DISCUSSÃO RELATIVAMENTE LEVIANA


"No princípio criou Deus a consciência, depois a ética e a moral (a religião, a justiça, etc.), e só muito mais tarde a ciência"...

A tal propósito: O que é mais fundamental, mais relevante, urgente e prioritário[b]?

Raciocinando "a quente" (mais ética e moralmente do que filosófica e cientificamente):
- A [b]consciência
está directamente ligada à mente, à alma (espírito), muito mais que à matéria, ao corpo, ao mundo (e é contrária à má-educação, à má-política e à vã-ciência).
- A ética e a moral (não são bem a mesma coisa) têm directa/indirectamente, implícita/explicitamente, mais a ver com a alma/espírito do que com o corpo/matéria (e muito pouco com a vã-ciência).
- A ciência, "essa (outrora) desconhecida" - e hoje mesmo tão controversa/mutante/ambígua, e tantas vezes nociva! -, tem tudo a ver com este mundo materialista e hedonista, consumista e mesquinho, em que vivemos/vegetamos/sobrevivemos, e está (desgraçadamente) quase sempre mais ao serviço da morte do que da vida do corpo e da alma humana)...

Resumindo e concluindo:

A primeira e a segunda têm tudo a ver com o espírito e a eternidade (mesmo para quem não acredita na existência, supremacia e imortalidade da alma); isto é, visam sobretudo as realidades sobrenaturais e perpétuas (de que fazemos parte substancial/inerentemente, quer queiramos ou não).

A terceira (ciência humana) nada tem a ver com a alma/espírito, e tem tudo a ver com este mundo efémero, materialista e degradado.

Mesmo para os agnósticos/racionalistas, a imortalidade da alma não deixa de ser um "facto incontestável", embora enigmático, controverso e secundário.

Para os verdadeiros crentes - aqueles que se preocupam séria/honestamente mais com a eternidade do que com a temporalidade, mais com as verdades morais e reveladas do que com a teorias e interesses mesquinhos e transitórios (por mais apetecíveis e utilitários que pareçam) - a ciência ocupa, tão-somente, um dos últimos lugares neste mundo passageiro e ilusório, porquanto o mundo espiritual, com todos os seus intrínsecos/específicos/supremos valores, supera toda a ciência meramente humana (calculista, oportunista e hedonista), rumo à genuína sabedoria ao fim último em Deus (para o Qual todos nós fomos criados).

Logo, certas "pseudo/vãs-ciências" como a sexologia, a educação sexual, a política e a economia (salvo raras e honrosas excepções), estão parcial ou inteiramente votadas ao fracasso, e não merecem por isso a mínima confiança/preocupação, segundo a escala de valores morais e espirituais, religiosos e eternos.

Efectivamente, não foi por acaso que Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou/advertiu o seguinte (por exemplo):

- «Que adianta ao homem possuir todo o mundo [obter muitas riquezas, prazeres e vaidades], se depois [por causa disso mesmo, directa ou indirectamente, após a morte do corpo] vier a perder a sua alma [vier a ser condenado eternamente]?!"

- «Se queres ser Meu discípulo (bom Cristão), renuncia a ti mesmo [deixa os teus bens materiais em excesso, os teus prazeres banais, mesquinhos e nocivos, os teus vícios, vaidades e defeitos pessoais], toma a tua cruz [aceita com paciência, fé e amor os teus sofrimentos, doenças e tribulações], e segue-Me [crê em Mim, obedece-Me e imita-Me, tanto quanto puderes, segundo os talentos que recebeste gratuitamente de Deus Pai]».

- «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida com o que haveis de comer, nem quanto ao vosso corpo com o que haveis de vestir, pois a vida é mais que o alimento e o corpo é mais que o vestuário (...). Não vos inquieteis nem sejais ansiosos com frivolidades. Procurai antes o Reino do Céu, e o resto ser-vos-á dado por acréscimo».

- «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus;
- «Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados;
- «Felizes os que sofrem perseguição por amor de Deus, porque deles é o Reino do Céus».

* * *

Queremos, realmente, possuir a verdadeira Sabedoria - isto é, preferencialmente a ciência espiritual/divina/eterna, em oposição (e não tanto com exclusão, na medida em que forem compatíveis), à ciência material/humana/temporal)?

Eis alguns exemplos práticos, aleatoriamente, actualizados ao "AD" (Anno Domini) 2005:

- Se não queres contagiar-te com a SIDA, pratica a castidade/continência e/ou a fidelidade conjugal;
- Se não queres ficar grávida, evita as relações sexuais, ou (se és casada) recorre apenas a métodos naturais de planeamento familiar (e confia na Divina Providência);
- Se não queres ser um assassino abortista, diz sempre sim à Vida, ou (em último recurso) oferece o bebé após o parto;
- Se não queres ser drogado, nunca aceites um charro;
- Se não queres suicidar-te, nunca desesperes e confia em Deus;
- Se não queres ser avarento, ajudas os pobres e marginalizados;
- Se não queres ser egoísta, pensa menos em ti e mais no próximo;
- Se não queres ser lobo não lhe vistas a pele;
- Se não queres ser guloso, pratica a virtude da temperança;
- Se não queres ser preguiçoso, negligente ou desleixado, sê metódico, activo e disciplinado;
- Se não queres ser vaidoso, soberbo e presunçoso, sê discreto, simples e zeloso;
- Etc./etc./etc...

Tão simples e radical quanto isso. Nem mais.
E ainda há quem não acredite em Deus, nem no Diabo... Credo!


Fico-me por aqui, por ora. Fiquem com Deus e com as almas santas.

J. Avlis


Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 17 de May de 2005 12:02

Caro Avlis:

Escreves:

«No princípio criou Deus a consciência, depois a ética e a moral (a religião, a justiça, etc.), e só muito mais tarde a ciência»...

Pergunto: Que fundamento tem esta afirmação? [Algumas implicações desta pergunta: pode-se falar de uma consciência cronologicamente anterior à ética? Que significa o «só muito mais tarde» da criação da ciência»?]


«A ética e a moral (não são bem a mesma coisa) [...]».

Pergunto: Que fundamentos tens para fazer tal distinção? [Uma dica: esta pseudo-distinção interessa sobretudo aos laicistas... Será que te passaste para o «inimigo»?]


«A terceira (ciência humana) nada tem a ver com a alma/espírito, e tem tudo a ver com este mundo efémero, materialista e degradado».

Pergunto: Se a ciência é humana, como se pode dizer que «nada tem a ver com a alma/espírito»? Teremos aqui um neo-maniqueísmo ou, talvez, resquícios gnósticos? Se antes dizias que a ciência foi criada por Deus, será assim tão má, a ponto de não ter nada a ver com a alma/espírito? E será que tudo o que é matéria ou não-espírito/alma é mau? Não foi a matéria também criada por Deus? Pode Deus ter criado coisas más?

Há mais perguntas, mas bastam estas por agora.

O rigor é também uma prioridade ética.

Alef



Editado 1 vezes. Última edição em 17/05/2005 17:45 por Alef.

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 17 de May de 2005 13:33

Só uma pequena observação positivista , para os que afirmam que a consciencia /alma ou espírito nada tem a ver com o corpo/matéria...

Experimentem fazer grandes exercícios metafísicos ou exercitar a consciencia depois dum valente traumatismo cranio-encefálico...

Ou, menos radical, experimentem formular juíziz éticos ao emsmo tempo que suportam uma brutal dor de dentes ou um cólica renal... Experiemente...
Depois venhm até aqui convencer-me das dicotomias corpo/espírito...
Como se a nossa alma não fosse o nosso corpo....

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 17 de May de 2005 13:35

Já agora, alef . explica lá essa dos "laicistas" serem "o inimigo" e fundamenta a inexistência de diferenças entre ètica e Moral...

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 17 de May de 2005 13:57

E até mesmo o Avlis afirma escreve:

"Se não queres ficar grávida, recorre apenas a métodos naturais de planeamento familiar (e confia na Divina Providência); "

Pois, pois, .... Fia-te na Divina providencia e não utilizes métodos contraceptivos seguros...

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 17 de May de 2005 14:23

Cara catolicapraticante:

«Inimigo» vai entre aspas, por se aproximar mais às formulações do Avlis. Não exprime primariamente a minha posição sobre o assunto.

Quanto à alegada distinção entre ética e moral, espero primeiro a versão do Avlis e então direi o que penso sobre a questão.

Alef

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 19 de May de 2005 03:12

Estimados Forunautas

Para os devidos efeitos e suas consequências morais, éticas e cibernéticas, informo/declaro o seguinte:

Tal como já disse-o anterior/oportunamente, habitualmente não respondo a provocações grosseiras, injustas e ofensivas, assim como a insinuações relativamente satíricas, capciosas e maldosas – como infeliz, ostensiva e frequentemente tem acontecido neste fórum (apesar de estatutária/teoricamente católico...), da parte de alguns participantes "irresponsáveis" (no mínimo), com a indiferença, tibieza ou cumplicidade dos respectivos "moderadores", cuja influência/exemplo deixa, por isso mesmo, muito a desejar, devido sobretudo à sua falta de isenção e rigor ético, moral e cristão –, venham elas donde vierem, em conformidade com a minha consciência e com os valores espirituais e católicos em que acredito, os quais tento respeitar e praticar a todo o custo, não obstante os defeitos e limitações estranhos à minha vontade, para os quais apresento explícita ou implicitamente as minhas desculpas.

Atenciosamente,

J. Avlis

Post scriptum:
Contudo, tomo a liberdade de remeter, por bem - a quem honestamente (ou até mesmo ironicamente...) estiver interessado -, para os seguintes linques, acerca do que entendo, ou deve entender-se em geral, por "ética" e "moral":

1 - [66.102.9.104] / Avlis

2 - [foruns.terravista.pt] / Avlis

3 - [foruns.terravista.pt] / Avlis

4 - [foruns.terravista.pt] / Avlis

5 - [foruns.terravista.pt] / Avlis

6 - [foruns.terravista.pt] / Avlis


a) - [www.suigeneris.pro.br] (Ética e Educação)

b) - [www.criticanarede.com] (Ética e Moral)

c) - [www.futurasgeracoes.com.br] (Ética / Moral - Diferença)

d) - [www.mundodosfilosofos.com.br] (Ética - Definição)

e) - [www.eticaefilosofia.ufjf.br] (Ética e Filosofia)

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: Antonio Jose Monteiro (IP registado)
Data: 19 de May de 2005 17:28

Que seca...!

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 19 de May de 2005 20:29

Sobre o assunto em questão será melhor remeter os foronautas para S. Lucas 6, 27-36 donde destaco: "o que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também", também conhecida por regra de ouro. Quanto à Ciência, estou convencido de que a Igreja devia investir mais na Ciência, sobretudo naquela que não é lucrativa. Hoje investe-se muito em Ciência, mas tendo a mais das vezes, como objectivo, ganhar algum cacau. Da 2ª carta de S. Pedro destaco (1,5-7): "Por este motivo é que, da vossa parte, deveis pôr todo o empenho em juntar à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento; ao conhecimento a temperança; à temperança a paciência; à paciência a piedade; à piedade o amor aos irmãos; e ao amor aos irmãos a caridade." Da carta de S. Tiago destaco (3, 14; 17) "de que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé?"; "Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta".
Com o que temos e somos podemos fazer muito. Mas é certo que com Ciência (consciência ou "ciência com consciência") podemos fazer muito mais.

*=?.0

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 19 de May de 2005 23:15

Caro José Avlis,

E assim não nos dás o prazer de ler as tuas respostas às questões pertinentes que o Alef te colocou. De qualquer forma, aproveito para te agradecer os links que colocaste pois reencontrei a página de um amigo de longa data: o Desidério Murcho (não, não é pseudónimo).

Entretanto, aproveito para divulgar que ele amanhã estará em Lisboa, num Seminário Aberto de Filosofia, organizado pela Sociedade Portuguesa de Filosofia. Fica aqui a divulgação.

Luis




O Sentido da Vida
Desidério Murcho
(King’s College London)

Auditório da SPF – 20/5 – 18 horas - Cartaz

Resumo: Muitas pessoas que desconhecem a filosofia pensam que descobrir o sentido da vida é a tarefa fundamental, senão a única, da filosofia. Contudo, isto é um exagero dramático, semelhante ao erro de pensar que a filosofia tem por objecto de estudo unicamente «os valores». A filosofia tem uma enorme amplitude e qualquer visão redutora deste género falseia a sua natureza.

Quem está a par da discussão filosófica contemporânea, e dos grandes clássicos da filosofia, sabe que o problema do sentido da vida não tem sido uma preocupação central dos filósofos. Contudo, nos últimos anos este problema tem recebido cada vez mais atenção por parte de filósofos tão importantes como Thomas Nagel, Robert Nozick, David Wiggins e Peter Singer, entre muitos outros. Nesta comunicação apresenta-se uma perspectiva objectivista, naturalista e optimista do sentido da vida. Objectivista, porque se defende que o sentido da vida não é independente da realidade. Naturalista porque se defende uma posição não religiosa. E optimista porque se defende que é possível viver uma vida com sentido.

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 20 de May de 2005 23:05

Caro Avlis:

À tua mensagem inicial houve reacções de dois participantes: a catolicapraticante e eu. Dizes agora que não respondes «a provocações grosseiras, injustas e ofensivas, assim como a insinuações relativamente satíricas, capciosas e maldosas».

Não me surpreendeu o teu discurso, mas, mesmo assim, gostava que fosses claro, para saber se e qual «quota» me cabe na acusação. Da minha parte não fiz qualquer provocação grosseira. Limitei-me a questionar algumas das tuas afirmações algo solenes, oferecendo-te a oportunidade de te justificares.

De resto, o que escrevi como primeira pergunta deve-se fundamentalmente em não entender o que queres dizer. Não é compreensível essa tua reacção de «black-out». [Sobre outra questão escrevi-te uma mensagem privada (4 de Maio); não compreendo porque nem sequer a leste.]

Os «links» que referes também não são respostas tuas às minhas questões. E alguns parecem confirmar a minha posição de «suspeita» em relação às tuas afirmações, a menor das quais é a da tal distinção entre ética e moral. Mas nota: as questões mais importantes são a primeira e a terceira, porque estão directamente relacionadas entre si e porque se referem aos temas centrais da tua mensagem inicial. Acho que te devemos uma explicação.

De qualquer forma, uma vez que pareces querer com os «links» responder à questão da distinção entre moral e ética, há que reconhecer que talvez não seja este o espaço adequado para desenvolver grandes arrazoados filosóficos, nem disponho agora do tempo para isso.

Contudo, gostava de lembrar apenas o seguinte: «Moral», que vem da palavra latina «mos» (costume), é apenas a tradução latina de duas palavras gregas, muito parecidas mas diferentes, «ethos» e «êthos», de onde vem «Ética».

É verdade que há alguns autores que fazem a distinção entre as duas palavras (sobre isso pode-se ver os artigos «Ética» e «Moral» da Enciclopédia Logos), mas, mais tarde ou mais cedo, aparecem problemas que levam a não poder manter coerentemente a distinção até ao fim. Não vou agora expor toda a questão. Poderei indicar vários autores contemporâneos -- na filosofia e na teologia -- que apontam na mesma linha de usar as palavras indistintamente, mesmo tendo presentes algumas nuances que podem ser úteis nalguns casos. Mas não será necessário. Naturalmente privilegio o pensamento de filósofos e teólogos em detrimento do de juristas.

Acho que o artigo que indicas de Desidério Murcho tem bastante razão quando diz taxativamente:
Citação:
«A pretensa distinção entre a ética e a moral é intrinsecamente confusa e não tem qualquer utilidade, razão pela qual não é utilizada pelos melhores especialistas actuais em ética».
Aludi ainda ao uso da distinção por parte dos «laicistas» (usei aqui o termo num sentido muito genérico) e isso deve-se ao seguinte.

Em primeiro lugar, assiste-se por vezes a uma tentativa de «encurralar» a moral no campo das prescrições de tipo religioso, pretendendo assim fundar uma «ética» livre de «pré-conceitos» (ena!), livre das «amarras religiosas». Fala-se, inclusivamente, mesmo entre filósofos cheios de boas intenções, de «éticas de mínimos», alguns dos quais filósofos de formação neo-kantiana. E parecem não ter percebido que o próprio Kant abre sendas noutra direcção.

Em segundo lugar (já não me lembro se cheguei a publicar algo que tinha escrito sobre isto), vê-se uma certa tendência em alguns Conselhos de Ética a reduzir a própria Ética a um conjunto de disposições jurídicas com pretensões meramente pragmatistas e utilitaristas. Seria uma espécie de segunda «epochê», não filosófica, antes o «desterro» da filosofia (e da teologia)... E a filosofia faz cada vez mais falta: aos teólogos, aos juristas, aos técnicos de saúde e da biotecnologia, etc... É preciso não perder a visão do conjunto e não transformar a discussão dos problemas em mera repetição de «slogans» mais ou menos ideológicos.

Entretanto, lembro que em Teologia tanto se pode falar de «Teologia Moral» como de «Ética Teológica» (embora o primeiro termo seja o mais usado), da mesma forma que são sinónimos «ética cristã» e «moral cristã».

Alef

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas / Ética e não só
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 23 de May de 2005 19:37

Alef

(Permite, antes do mais, que não use (abuse de) imprópria/indevidamente (pelo menos) o adjectivo "caro"...)

= Ética, e não só =

- Não recebi qualquer mensagem privada tua, nem faço bem ideia por que ter-se-á extraviado, embora acredite que ma tenhas enviado (se o dizes).
Uma dica: Tal anomalia talvez se deva ao facto do meu Outlook Express ter incompatibilidades (bugs de configuração) com o Hotmail... Assim, tenta (se quiseres) enviar a mensagem-email directamente para o hotmail.com (meu actual endereço oficial), pois de contrário irá parar ao problemático/hostil Outlook...

- Tinha, há dois dias, uma mensagem para publicar no fórum Paróquias, em réplica não tanto a estas tuas última e penúltima respostas, mas sobretudo em relação às demais "atitudes" forunáuticas/virtuais tuas para comigo, em geral (mormente neste estrambótico fórum aparente/ambiguamente católico...), comportamentos esses que, infelizmente, não considero nada católicos, e muito pouco cristãos, quando não deveras hostis...
Mas, pensando melhor, desisti de tal publicação forunáutica, porque me pereceu um tanto quanto "radical" (sobremaneira realista e austera...), o que poderia suscitar interpretações erróneas e reacções negativas (sobretudo nos outros que não nos conhecem minimamente), além de poder melindrar-te um pouco, ou mesmo bastante, no que sou e sempre fui muito sensível/cauteloso, ainda que não pareça...

- Todavia, se mesmo assim preferires tal publicação radical e algo polémica, ou pelo menos o respectivo conhecimento a nível privado (via e-mail), é só dizeres (sem qualquer compromisso, claro).

- Finalmente, nem sempre vou ao fórum/internet/computador, pois tenho andado muito ocupado/preocupado, sobretudo com problemas familiares bastante graves, e agora mais do que nunca...

Por agora é tudo. Saudações cristãs.

J. Avlis

P. S.: Lógica/obviamente, tenho muito mais razões de queixa da, por exemplo, falsa, pérfida e cínica "catolicapra(tra)ficante"..., do que de ti e do Luís G., apesar de serdes demasiado liberais/modernistas para o meu gosto, segundo a doutrina oficial da Igreja, nomeadamente contra (ou críticos com) alguns dogmas...; mas naturalmente sobra sempre algo para ti, assim como para o Lugo - ossos do ofício -, uma vez que são (ou deveriam ser) moderadores (minimamente exemplares), e mesmo assim nada fazem/dizem contra ela (nem uma unha sequer, que raio de tibieza/cobardia/hipocrisia, desculpem lá...!), mais parecendo seus cúmplices..., preferindo, por vezes, criticar/contrariar o bom Pe. João Luís Paixão (assim como a mim mesmo...), tantas vezes injusta/negativa/irreverentemente!...
Porque não aplicam a ela (à pseudo c.p., que é, tragicamente, a vergonha/escândalo do fórum!) a mesma medida/rigor/sanção que aplicaram, por exemplo, com o/a pérfido "taliban/a", com o cínico "rodrigo netto", e até mesmo com a pobre/ingénua "Andréia" - para já não falar (pasme-se!), comigo mesmo (que nada fiz/disse de mal, antes pelo contrário)?!...
Sem (mais) palavras!

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 23 de May de 2005 21:47

Caro José Avlis,

Este sistema de fóruns permite o envio (e recepção) de mensagens privadas. Quando nos enviam uma mensagem privada, existe um aviso no topo da página a dizer Tem novas mensagens privadas.

Esta mensagem aparece à frente de Forum : Paroquias.org que está por debaixo do texto «A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento

Luis

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 24 de May de 2005 00:41

ò avlism chamar-me traficante é um bocadinho exagerado.. Não me dedico a tráfiici d einfluencias oa contrário de outros católicos pra- traficantes...
Mas tens piada! Continua!

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas / As portas do Inferno...
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 02 de June de 2005 09:39

Prezados Forunautas

«... E, mentindo, disserem toda a espécie de mal»

Em geral, a perseguição neste início de século XXI é menos violenta, embora mais insidiosa e difícil de enfrentar, porque baseada nos ressentimentos, na calúnia, nas meias palavras, utilizando a enorme variedade de meios ao dispor das sociedades modernas, para, «mentindo, dizerem toda a espécie de mal» contra a Igreja e os seus filhos...

Veja-se como são caluniados aqueles grupos de Cristãos mais comprometidos, a quem o Santo Padre vem insistentemente chamando "uma primavera na Igreja".
É o caso, por exemplo, dos movimentos e comunidades eclesiais Comunhão e Libertação, Caminho Neocatecumenal, Legionários de Cristo, Renovamento Carismático Católico, Opus Dei, etc...

Alguns chamam-lhes "seitas" (apesar de reconhecidos pela Igreja e de darem mostras de enorme fidelidade aos ensinamentos do Santo Padre, ou quiçá também por isso mesmo...); e ousam acusar essas instituições religiosas de terem "objectivos inconfessáveis" (sem nenhum fundamento), envolvendo-as falaciosamente em determinados "secretismos e oportunismos", mesmo quando se mostram disponíveis para falar à comunicação social e têm as portas das suas casas abertas...

Torna-se cada vez mais evidente que essas valorosas e exemplares Comunidades Religiosas são, para as forças hostis e anticristãs apostadas em denegrir e destruir a Igreja Católica, aquilo que os heróicos Jesuítas foram, num passado histórico ainda recente: o primeiro alvo a abater, atrás do qual irá tudo o mais...

Enganam-se, é claro, como se enganaram a respeito da Companhia de Jesus e de tantas outras Ordens Religiosas.
Todavia, não deixa de ser profundamente lamentável que, tal como aconteceu outrora com a Companhia de Jesus, encontrem na própria Igreja, entre tantos traidores e alguns hereges, quem lhes apare o jogo e lhes facilite as manobras...

O caso, porém, da Prelatura "Opus Dei", acaba por ser paradigmático, a pretexto de um anticristão e enigmático romance de cordel (que por isso mesmo vende milhões de exemplares), usar a mentira mais descarada e profana para descrever as actividades desse impoluto movimento eclesial, e transformar assim os seus membros num bando de malfeitores inimigos da humanidade...

Se fosse sobre o Islão, acontecia como em França, onde um professor de História foi condenado à morte, acusado de racismo e insultos a Maomé, porque se atreveu a lembrar o passado guerreiro e exterminador (historicamente inegável) do fundador do Islão, e o insidioso processo judicial teve o apoio de autoridades escolares...

No caso vertente, como é sobre Católicos vivos e defuntos, vale tudo, numa amálgama de mentiras e difamações cínicas, anticlericais e sem nexo, sob a capa de liberdade da democracia, da criação artística e da libertinagem sexual, embora dizendo-se, oportunista e falaciosamente, que tudo foi "investigado cautelosamente"...

Como alguém dizia, em ambientes "politicamente correctos" da hedonista (in)cultura ocidental, apenas um preconceito é permitido – o preconceito contra a Igreja Católica –, e sobretudo os Católicos podem ser sistematicamente injuriados e achincalhados, sob a hipocrisia, a cobardia e a cumplicidade generalizadas...

«E as portas do Inferno não prevalecerão contra a Igreja»

As perseguições por causa da Fé e da Justiça andam habitualmente juntas, e raramente afastaram-se das portas da Igreja – embora, segundo a promessa de Cristo, nunca tenham podido vencê-la (cfr. Mt 16, 18).

É certo que, infelizmente, também a Igreja de Cristo, em alguns momentos da sua longa e difícil história, tornou-se por vezes parcialmente protagonista, mesmo com alguma violência, da perseguição em nome da Fé e da Justiça, sobretudo porque também constituída por homens pecadores...

E apesar de ter-se já penitenciado publicamente de tais procedimentos antigos, por vezes bastante adversos ao Evangelho do Senhor Jesus (não obstante haver ainda muitos sofismas e exageros a esse respeito), não deixará de sofrer na carne e no espírito dos seus filhos (porque constituímos um corpo místico), até ao fim dos tempos, as nefastas consequências de tais infidelidades, assim como infelizmente as de tantos maus cristãos da actualidade...

A despeito disso, e fiel ao Divino Espírito Santo, que lhe dará sabedoria para responder aos adversários, é de esperar que a Igreja, perante as novas formas de perseguição em pleno século XXI, saiba enfrentar os perseguidores com a força da verdade, combatendo, com heroísmo e sem desfalecimento, «revestida da armadura de Deus» (cfr. Ef 6, 11s), para combater o "inimigo" que não cessa de arremeter contra ela.


Deus acima de tudo!

________

De um texto de Elias Couto

Adaptado por José Avlis


Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas / As portas do Inferno...
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 02 de June de 2005 23:39

Gostei bastante do artigo do Desidério Murcho quanto às "diferenças" entre Moral e Ética.

Este artigo foi sugerido pelo Avlis pelo que lhe agradeço.

Avlis: Mas o artigo diz precisamente o contrário do que tu dizes....

Dizes tu: A ética e a moral (não são bem a mesma coisa)

Diz o artigo: Em conclusão, nada ganhamos com esta pretensa distinção.

E mais à frente: trata-se de uma distinção indistinta, algo que é indefensável e que resulta de uma confusão.

João (JMA)

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de June de 2005 00:06

João: Deixa-me saudar-te! Tens feito cá muita falta!

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 03 de June de 2005 10:24

Olá, amigo João (JMA).

Já agora, e ainda sobre MORAL E ÉTICA, poderei comentar mais o seguinte:

Deixem lá as filosofias (mais ou menos vãs e/ou profanamente relativas...), e vamos lá analisar, antes de tudo o mais, a Ética e a Moral à luz da Espiritualidade e da Religião, ou melhor, do Cristianismo e da Teologia Católica, com alguns exemplos práticos...

Dizemos correntemente:
- "A Moral da história", e jamais 'a Ética da história';
- "A Teolgia Moral", e nunca 'a Teologia Ética';
- "A "Ética da Saúde", e não 'a Moral da Saúde';
- "Levanta a tua moral", e não 'levanta a tua ética';
- "Ele tem a moral baixa", e não 'ele tem a ética murcha';
- A "corrupção moral" não é sinónimo de 'corrupção ética';
- A "moral" do Novo Testamento é uma "moral" interior, de coração puro;
- O Matrimónio é o fundamento "ético" da "moral" conjugal e familiar;
- A impureza legal e "ética" pouco tem a ver com impureza "moral".

* "Cada qual vê a Moral e a Sabedoria segundo a sua perspectiva: o peixe olha de baixo, o pássaro de cima".

* A Etiqueta [Etiquette] é o estudo, ou tratado, dos comportamentos pessoais (regras de convivência social), baseados mais na "ética" do que na "moral".

* Moralismo (normal): doutrina segundo a qual os deveres morais (para consigo mesmo e para com os outros) prevalecem sobre os deveres religiosos (para com Deus), ou mesmo constituem toda a moral.

* Moralismo (pejorativo): atitude prática que consiste em procurar apenas o seu valor pessoal, ou a sua própria perfeição moral, sem se preocupar com o bem objectivo a realizar.

(Continua)


J. Avlis

Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 03 de June de 2005 10:27

(Continuação)


* A ÉTICA distingue-se de MORAL, pois é a reflexão sobre ela.

* A ÉTICA procura definir os princípios pelos quais o ser humano deve orientar a sua vida, sobretudo na sua relação com os outros e com a Natureza.

- É uma reflexão, em última instância, individual, na qual cada um define em si os valores pelos quais pautará a sua existência.
- É também, necessariamente, uma actividade que envolve os outros, já que a existência decorre na sociedade.

* As preocupações ÉTICAS, por parte da humanidade, são muito antigas, tendo-se encontrado códigos de comportamento muito complexos e profundos, desde pelo menos o último milénio A.C.

* Actualmente, a ÉTICA caiu num relativismo, por falta de um critério metafísico coerente, que antes era fornecido pelas religiões.

* Em linguagem comum, não se distingue ÉTICA de MORAL, contudo, em rigor, a ÉTICA é a reflexão filosófica sobre a MORAL.

* A ÉTICA foi sempre uma dimensão da vivência religiosa, e só muito recentemente se tornou laica e agnóstica, influenciada pelo marxismo, pelo positivismo e por uma apressada interpretação da nietzshiana "morte de Deus".

* A ÉTICA perdeu então o seu fundamento e viu-se sem saber para onde se orientar, caindo num relativismo de que o século XX, com todas as suas cruéis contradições, é um bom exemplo.

* Surgiram novas dimensões da ÉTICA, como a ÉTICA ambiental e a bioÉTICA, mas não estão ainda munidas de uma doutrina sólida que lhes sirva de fundamento e unidade.

* A tendência central da ÉTICA, desde meados do século XX, é a do consenso, mas pelo consenso nem sempre se chega ao bom-senso.


Atenciosa e respeitosamente,

J. Avlis


Re: Conselhos Evangélicos, Máximas Eternas e Prioridades Éticas
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 03 de June de 2005 22:10

Cara catolicapraticante, obrigado pelas tuas palavras.

Caro Avlis, deixo-te aqui uma divisão simples da Filosofia:
"O domínio da Filosofia deixa-se reduzir às seguintes questões:
1. O que posso saber?
2. O que devo fazer?
3. O que me é lícito esperar?
4. O que é o homem?
À primeira questão responde a Metafísica; à segunda, a Moral; à terceira, a Religião; e à quarta a Antropologia. Mas, no fundo, poderíamos atribuir todas essas à Antropologia, porque as três primeiras questões remetem à última."

Serão estas máximas eternas?

João (JMA)

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