Victor Henriques (VMTH):
Realmente haverá alguma (muita?) confusão por parte de membros da FSSPX, como já aqui se disse tantas vezes, e por mim também, sobre aquilo em que consiste a autêntica Tradição. Basta reparar neste teu discurso.
É preciso ter calma e deixarmo-nos perceber que realmente é necessário abandonar tal espírito sectário, que se julga superior a tudo o resto, que, não obstante uma justa pretensão, pretende uma purificação da Igreja "à sua maneira", que implica uma falta de obediência mesmo naquelas coisas em que possam ter razão. Podemos e devemos manifestar o que se impõe às rectas intenções da consciência, mas com toda a humildade perante aquilo que a nosso ver não é perfeito. Olha
este testemunho de bom exemplo:
«(...) Em 1969, veio o Novus Ordo Missae do Papa Paulo VI, que não deixou de causar perplexidades em muitos católicos, inclusive em personalidades importantes, como alguns cardeais da Cúria Romana.
Perplexo também, Dom Antônio escreveu ao Papa Paulo VI, expondo suas dificuldades de consciência com relação à Nova Missa. Eis um trecho de sua carta: "Tendo examinado atentamente o ‘Novus Ordo Missae’, ... depois de muito rezar e refletir, julguei de meu dever, como sacerdote e como bispo, apresentar a Vossa Santidade, minha angústia de consciência, e formular, com a piedade e confiança filiais que devo ao Vigário de Jesus Cristo, uma súplica... Cumpro, assim, um imperioso dever de consciência, suplicando, humilde e respeitosamente, a Vossa Santidade, se digne... autorizar-nos a continuar no uso do ‘Ordo Missae’ de São Pio V, cuja eficácia na dilatação da Santa Igreja e no afervoramento de sacerdotes e fiéis, é lembrada, com tanta unção, por Vossa Santidade" (Carta de 12 de setembro de 1969). (...)
Mas, ao apresentar ao Sumo Pontífice o seu pensamento a respeito da Nova Missa, sua fidelidade e respeito pela pessoa do Santo Padre o Papa e pelo Magistério da Igreja, características da sua vida, fizeram Dom Antônio ajuntar: "Supérfluo será acrescentar, que neste passo, como já em outros de minha vida, darei cumprimento, em toda a medida preceituada pelas leis da Igreja, ao sagrado dever da obediência. E, neste espírito, com o coração de filho ardoroso e devotíssimo do Papa e da Santa Igreja, acolherei qualquer palavra de Vossa Santidade sobre este material" (Carta de 25 de janeiro de 1974).
Nesse mesmo espírito, pelo respeito devido ao Magistério da Igreja, Dom Antônio protestava com firmeza quando alguém, ultrapassando o limite da verdadeira crítica, intitulava a Nova Missa de não católica. Ademais, embora Dom Antônio conservasse a Missa tradicional na maioria das paróquias, ele não a impunha a ninguém, e houve padres que adotaram a Nova Missa em suas paróquias.»
Caro
Victor, coisas como "Bem-Aventurado D. Marcel Lefébvre: Ora pro Nobis et Santa Ecclesia!", é uma clara desobediência ao culto privado...! E isto é só um exemplo... «"Dominus Iesus" em todas as paróquias já!», sinceramente
Victor, o que é isto? E o "ser ligeiramente liberal", se calhar tem mais que ver com uma inteligência equilibrada e santa deste grande homem, peço-te que penses nisso.
Em relação ao ecumenismo, parece-me que é mais uma coisa mal-entendida pelos "tradicionalistas", uma vez que a Igreja sempre procurou ser "ecuménica", ou seja, a união em si mesma... Realmente magoa-me que pessoas afinal com boas intenções possam levar as coisas a pontos tão extremos que nem por isso são mais católicos. "Tradicionalistas" sim, mas mais católicos não...
Quanto a toda aquela série jovens tridentinos (por favor, não se use o "tradicionalista"!) que vão à Jornada Mundial da Juventude em Colónia, podem conhecer melhor todo o projecto aqui (até o acho bastante jovial e interessante):
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http://www.juventutem.com/[/url]
...«Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.» ~ Jo 8,31-32
Editado 1 vezes. Última edição em 09/05/2005 01:21 por João Oliveira.