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"Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 22 de April de 2005 00:07

Caros Amigos

Tomei a liberdade de colocar aqui a apresentação do este novo pontificado, para que todos a possam consultar com facilidade.



Primeira mensagem de Bento XVI

Caros irmãos Cardeais,
Caríssimos Irmãos e Irmãs em Cristo,
Todos vós, homens e mulheres de boa vontade!


1. Graça e paz em abundância para todos vós! (cf. 1Pe 1,2)
No meu espírito convivem nestas horas dois sentimentos contraditórios. De um lado, um sentido de inadequação e de humana perturbação pela responsabilidade que ontem me foi confiada, enquanto Sucessor do apóstolo Pedro nesta Sede de Roma, cara a cara com a Igreja universal. Por outro lado, sinto em mim uma viva gratidão a Deus que – como nos faz cantar a liturgia – não abandona o seu rebanho, mas condu-lo através dos tempos, sob a orientação daqueles que Ele mesmo elegeu como vigários do seu Filho e constitui pastores.
Caríssimos, este íntimo reconhecimento por um dom da divina misericórdia prevalece, acima de tudo, no meu coração. E considero este facto como uma graça especial oferecida pelo meu venerado predecessor, João Paulo II. Parece-me sentir a sua mão forte a apertar a minha; parece-me ver os seus olhos sorridentes e ouvir as suas palavras, dirigidas a mim em particular, neste momento: “Não tenhas medo!”
A morte do Santo Padre João Paulo II, e os dias que se seguiram, foram para a Igreja e para o mundo inteiro um tempo extraordinário de graça. A grande dor pelo seu falecimento e o sentimento de perda que deixou em todos foram atenuados pela acção de Cristo ressuscitado, que se manifestou durante tantos dias na onda de fé, amor e solidariedade espiritual, culminada nas suas exéquias solenes.
Podemos dizer que o funeral de João Paulo II foi uma experiência verdadeiramente extraordinária, na qual se percebeu, de algum modo, o poder de Deus que, através da sua Igreja, quer fazer de todos os povos uma grande família pela força unificante da Verdade e do Amor (cf. Lumen gentium, 1). Na hora da morte, conformado ao seu Mestre e Senhor, João Paulo II coroou o seu longo e fecundo Pontificado, confirmando na fé o povo cristão, congregando-o em volta de si e fazendo sentir mais unida toda a família humana.
Como não sentir-nos sustentados por este testemunho? Como não perceber o encorajamento que vem deste acontecimento da graça?


2. Colegialidade e missão do Papa
Surpreendendo todas as minhas previsões, a divina Providência, através do voto dos meus venerados Padres Cardeais, chamou-me a suceder a este grande Papa. Penso, nesta hora, naquilo que aconteceu na região de Cesareia de Filipo, há dois mil anos. Parece-me ouvir as palavras de Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, e a solene afirmação do Senhor: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja... Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus” (Mt 16, 15-19).
Tu és o Cristo! Tu és Pedro! É como se revivesse a própria cena evangélica; eu, Sucessor de Pedro, repito com estremecimento as palavras estremecidas do pescador da Galileia e ouço de novo, com íntima emoção, a promessa reconfortante do divino Mestre. Se é enorme o peso da responsabilidade que se coloca sobre os meus ombros, é certamente desmesurada força divina com a qual posso contar: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16, 18).
Escolhendo-me como Bispo de Roma, o Senhor quis fazer de mim seu vigário, “pedra” sobre a qual todos se podem apoiar com segurança. Peço-lhe que supra a pobreza das minhas forças, para que eu seja Pastor fiel e corajoso do seu rebanho, sempre dócil às inspirações do seu Espírito.
Preparo-me para empreender este peculiar ministério, o ministério “petrino” ao serviço da Igreja universal, com humilde abandono nas mãos da Providência de Deus. Em primeiro lugar, é a Cristo que renovo a minha total e confiante adesão: “In Te, Domine, speravi; non confundar in aeternum!”.
A vós, Senhores Cardeais, com espírito agradecido pela confiança demonstrada, peço que me sustentem com a oração e com a constante, activa e sábia colaboração. Peço também a todos os Irmãos no Episcopado que estejam a meu lado com a oração e com o conselho, para que possa ser verdadeiramente o Servus servorum Dei. Como Pedro e os outros Apóstolos constituíram por desejo do Senhor um único Colégio apostólico, do mesmo modo o Sucessor de Pedro e os Bispos, sucessores dos Apóstolos devem estar estreitamente unidos entre si - algo que o Concílio frisou com força (cf. Lumen gentium, 22).
Esta comunhão colegial, apesar da diversidade de papéis e funções do Romano Pontífice e dos Bispos, está ao serviço da Igreja e da unidade na fé, da qual depende em grande medida a eficácia da acção evangelizadora no mundo contemporâneo. Neste caminho, portanto, sobre o qual avançaram os meus venerados Predecessores, também eu me proponho prosseguir, unicamente preocupado em proclamar ao mundo inteiro a presença viva de Cristo.


3. Herança de João Paulo II

Tenho diante de mim, de forma particular, o testemunho do Papa João Paulo II. Ele deixa uma Igreja mais corajosa, mais livre, mais jovem. Uma Igreja que, segundo o seu ensinamento e exemplo, olha com serenidade para o passado e não tem medo do futuro.
Com o grande Jubileu ela entrou no novo milénio trazendo nas mãos o Evangelho, aplicado no mundo actual através da releitura autorizada do II Concílio do Vaticano. Justamente o Papa João Paulo II indiciou o Concílio como “bússola” pela qual orientar-se no vasto oceano do terceiro milénio (cf. Novo millennio ineunte, 57-58).
Também no seu testamento espiritual, ele apontava: “Estou convencido de que ainda por muito tempo será dado às novas gerações descobrir as riquezas que este Concílio do século XX nos deixou” (17.III.2000).
Também eu, ao colocar-me ao serviço que é próprio do Sucessor de Pedro, quero afirmar com força a vontade decidida de prosseguir no compromisso da actuação do Concílio do Vaticano, sobre o trilho dos meus Predecessores e em fiel continuidade com a bimilenária tradição da Igreja.
Terá lugar neste ano o 40º aniversário da conclusão das sessões Conciliares (8 de Dezembro de 1965). Com o passar dos anos, os Documentos conciliares não perderam a sua actualidade; os seus ensinamentos revelam-se particularmente pertinentes em relação às novas instâncias da Igreja e da presente sociedade globalizada.


4. Eucaristia e Sacerdócio
De maneira muito significativa, o meu Pontificado inicia-se quando a Igreja está a viver o Ano especial dedicado à Eucaristia. Como deixar de acolher esta coincidência providencial, como um elemento que deve caracterizar o ministério ao qual fui chamado?
A Eucaristia, coração da vida cristã e fonte da missão evangelizadora da Igreja, não pode deixar de constituir o centro permanente e a fonte do serviço petrino que me foi confiado. A Eucaristia torna constantemente presente o Cristo ressuscitado, que continua a dar-se a nós, chamando-nos a participar na mesa do seu Corpo e do seu Sangue. Da plena comunhão com Ele nascem todos os outros elementos da vida da Igreja, em primeiro lugar a comunhão entre todos os fiéis, o compromisso de anunciar e de testemunhar o Evangelho, o ardor da caridade para com todos, especialmente os mais pobres e pequenos.
Neste ano, portanto, deverá ser celebrada com particular relevo a Solenidade do Corpus Domini. A Eucaristia estará, portanto, no centro da Jornada Mundial da Juventude, de Agosto, em Colónia e em Outubro da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, que decorrerá sobre o tema “A Eucaristia, fonte e cume da vida e da missão da Igreja”.
Peço a todos que intensifiquem nos próximos meses o amor e a devoção a Jesus Eucaristia e que exprimam de modo corajoso e claro a fé na presença real do Senhor, sobretudo mediante a solenidade e a correcção das celebrações.
Peço-o de modo especial aos Sacerdotes, nos quais penso neste momento com grande afecto. O Sacerdócio ministerial nasceu no Cenáculo, juntamente com a Eucaristia, como tantas vezes sublinhou o meu venerado Predecessor João Paulo II. “A existência sacerdotal deve ter a título especial uma «forma eucarística»”, escreveu na sua última Carta para a Quinta-feira Santa (nº 1).
Para este fim contribui, acima de tudo, a devota celebração quotidiana da santa Missa, centro da vida e da missão de cada Sacerdote.


5. Ecumenismo e Unidade dos Cristãos
Alimentados e sustentados pela Eucaristia, os católicos não podem deixar de sentir-se estimulados a tender para aquela plena unidade que Cristo desejou ardentemente no Cénaculo.
Deste supremo anelo do Mestre divino, o Sucessor de Pedro sabe que deve assumir esta tarefa de um modo muito particular. A ele foi, de facto, confiada a missão de confirmar os irmãos (cf. Lc 22,32). Plenamente consciente, portanto, no início do seu ministério na Igreja de Roma que Pedro regou com o seu sangue, o actual seu Sucessor assume como compromisso primário o de trabalhar sem poupar energias na reconstituição da plena e visível unidade de todos os seguidores de Cristo.
Esta é a sua ambição, este é o seu dever arrebatador. Ele está consciente de que para isto não bastam as manifestações de bons sentimentos. São precisos gestos concretos que entrem nas almas e movam as consciências, solicitando a cada um a conversão interior que é o pressuposto de qualquer progresso no caminho do ecumenismo. O diálogo teológico é necessário, o aprofundamento das motivações históricas de escolhas acontecidas no passado é, contudo, indispensável.
Aquilo que nos urge de maior maneira, no entanto, é aquela “purificação da memória”, tantas vezes evocadas por João Paulo II, a única que poderá dispor os espíritos a acolher a plena verdade de Cristo. É diante dele, supremo Juiz de cada ser vivo, que cada um de nós deve colocar-se, na consciência de ter um dia de dar-lhe contas de tudo aquilo que fizeram ou não em vista do grande bem da plena e visível unidade de todos os seus discípulos.
O actual Sucessor de Pedro deixa-se interpelar na primeira pessoas por esta questão e está disposto a fazer tudo o que estiver em seu poder para promover a causa fundamental do ecumenismo. Sobre os passos dos seus Predecessores, ele está plenamente determinado a cultivar qualquer iniciativa que possa aparecer para promover os contactos e o encontro com representantes das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais. A eles, também, envia nesta ocasião a mais cordial saudação em Cristo, único Senhor de todos.


6. A Igreja e as outras religiões à procura da paz

Volto com a memória, neste momento, à inesquecível experiência vivida por todos nós por ocasião da morte e das exéquias de João Paulo II. Em volta dos seus restos mortais, depositados na terra nua, recolheram-se Chefes das Nações, pessoas de todos os estratos sociais e especialmente os jovens, num inesquecível abraço de afecto e admiração.
O mundo inteiro olhou para ele com confiança. Pareceu a muitos que aquela intensa participação, amplificada até aos confins do planeta pelos meios de comunicação social, fosse como um coral pedido de ajuda dirigido ao Papa por parte da humanidade hodierna, perturbada por incertezas e temores, que se interroga sobre o seu futuro,
A Igreja de hoje deve reavivar em si mesma a consciência da missão de propor ao mundo, novamente, a voz daquele que disse: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).
Ao assumir o seu ministério, o novo Papa sabe que a sua missão é o de fazer resplandecer diante dos homens e mulheres de hoje a luz de Cristo: não a sua própria luz, mas a de Cristo.
Com esta consciência, dirijo-me a todos, mesmo aos que seguem outras religiões ou que simplesmente procuram uma resposta às perguntas fundamentais da existência e ainda não a encontraram. A todos me dirijo com simplicidade e afecto, para assegurar que a Igreja quer continuar a tecer com eles um diálogo aberto e sincero, à procura do verdadeiro bem do homem e da sociedade.
Invoco de Deus a unidade e paz para a família humana e declaro a disponibilidade de todos os católicos em cooperar para um autêntico desenvolvimento social, que respeite a dignidade de cada ser humano.
Não pouparemos esforços e dedicação para prosseguir o promissor diálogo começado pelos meus venerados Predecessores com as diversas civilizações, para que da compreensão recíproca nasçam as condições de um futuro melhor para todos.
Penso em particular nos jovens. A eles, interlocutores privilegiados do Papa João Paulo II, vai o meu abraço afectuoso à espera, de Deus quiser, de encontrá-los em Colónia por ocasião da próxima Jornada Mundial da Juventude. Convosco, caros jovens, futuro e esperança da Igreja e da humanidade, continuarei a dialogar, escutando as vossas expectativas no intento de ajudar-vos a encontrar, numa profundidade cada vez maior, o Cristo vivo, o eternamente jovem.


7. Papa para Cristo
Mane nobiscum, Domine! Fica connosco Senhor!
Esta invocação é o tema dominante da Carta Apostólica de João Paulo II para o Ano da Eucaristia e é a oração que brota espontaneamente do meu coração, enquanto me preparo para iniciar o ministério a que Cristo me chamou.
Como Pedro, também eu renovo-lhe a promessa incondicional de fidelidade. Só a Ele pretendo servir, dedicando-me totalmente ao serviço da sua Igreja.
Para sustentar esta promessa, invoco a materna intercessão de Maria Santíssima, em cujas mãos ponho o presente e o futuro da minha pessoa e da Igreja. Intervenham com a sua intercessão também os Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e todos os Santos.
Com estes sentimentos, ofereço-vos, venerados Irmãos Cardeais, àqueles que participam neste rito e a quantos nos acompanham pela televisão e a rádio uma especial, afectuosa bênção.

Tradução e subtítulos da Agência Ecclesia. Texto original em latim.
Fonte Ecclesia


Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 22 de April de 2005 01:42

Eis alguns aspectos que considero interessantes sobre este tópico:


“....Neste ano, portanto, deverá ser celebrada com particular relevo a Solenidade do Corpus Domini. A Eucaristia estará, portanto, no centro da Jornada Mundial da Juventude, de Agosto, em Colónia e em Outubro da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, que decorrerá sobre o tema “A Eucaristia, fonte e cume da vida e da missão da Igreja”.
Peço a todos que intensifiquem nos próximos meses o amor e a devoção a Jesus Eucaristia e que exprimam de modo corajoso e claro a fé na presença real do Senhor, sobretudo mediante a solenidade e a correcção das celebrações.
Peço-o de modo especial aos Sacerdotes, nos quais penso neste momento com grande afecto. O Sacerdócio ministerial nasceu no Cenáculo, juntamente com a Eucaristia, como tantas vezes sublinhou o meu venerado Predecessor João Paulo II. “A existência sacerdotal deve ter a título especial uma «forma eucarística»”, escreveu na sua última Carta para a Quinta-feira Santa (nº 1).
Para este fim contribui, acima de tudo, a devota celebração quotidiana da santa Missa, centro da vida e da missão de cada Sacerdote.”...



(a eucaristia tem falta de correcção e solenidade? Alguém quer definir isto? O sacerdócio nasceu no Cenáculo, ou no lago quando Jesus os chamou? A Missão do sacerdote é a eucaristia ou a sua própria missão pessoal e individual, que depois se dilui no comunitário?)



...“Plenamente consciente, portanto, no início do seu ministério na Igreja de Roma que Pedro regou com o seu sangue, o actual seu Sucessor assume como compromisso primário o de trabalhar sem poupar energias na reconstituição da plena e visível unidade de todos os seguidores de Cristo.
Esta é a sua ambição, este é o seu dever arrebatador. Ele está consciente de que para isto não bastam as manifestações de bons sentimentos. São precisos gestos concretos que entrem nas almas e movam as consciências, solicitando a cada um a conversão interior que é o pressuposto de qualquer progresso no caminho do ecumenismo. O diálogo teológico é necessário, o aprofundamento das motivações históricas de escolhas acontecidas no passado é, contudo, indispensável.
Aquilo que nos urge de maior maneira, no entanto, é aquela “purificação da memória”, tantas vezes evocadas por João Paulo II, a única que poderá dispor os espíritos a acolher a plena verdade de Cristo. É diante dele, supremo Juiz de cada ser vivo, que cada um de nós deve colocar-se, na consciência de ter um dia de dar-lhe contas de tudo aquilo que fizeram ou não em vista do grande bem da plena e visível unidade de todos os seus discípulos.
O actual Sucessor de Pedro deixa-se interpelar na primeira pessoas por esta questão e está disposto a fazer tudo o que estiver em seu poder para promover a causa fundamental do ecumenismo.”...



(O sumo pontífice refere-se a ele próprio na 3ª pessoa, há psicólogos e pedagogos por aqui?, o que se deve entender por “purificação da memória”? a purificação da memória será capaz de ir até ao Concílio de Niceia ao de Latrão? (se chegasse ao sec. VXII já não era mau!). Até onde a Igreja católica (Universal) está disposta a proceder a gestos concretos para se aproximar dos outros cristãos? Afinal é preciso mais gestos do que intenções)



...” A Igreja e as outras religiões à procura da paz.... A Igreja de hoje deve reavivar em si mesma a consciência da missão de propor ao mundo, novamente, a voz daquele que disse: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).
Ao assumir o seu ministério, o novo Papa sabe que a sua missão é o de fazer resplandecer diante dos homens e mulheres de hoje a luz de Cristo: não a sua própria luz, mas a de Cristo.
Com esta consciência, dirijo-me a todos, mesmo aos que seguem outras religiões ou que simplesmente procuram uma resposta às perguntas fundamentais da existência e ainda não a encontraram. A todos me dirijo com simplicidade e afecto, para assegurar que a Igreja quer continuar a tecer com eles um diálogo aberto e sincero, à procura do verdadeiro bem do homem e da sociedade..... Não pouparemos esforços e dedicação para prosseguir o promissor diálogo começado pelos meus venerados Predecessores com as diversas civilizações, para que da compreensão recíproca nasçam as condições de um futuro melhor para todos.
Penso em particular nos jovens. A eles, interlocutores privilegiados do Papa João Paulo II, vai o meu abraço afectuoso à espera, se Deus quiser, de encontrá-los em Colónia por ocasião da próxima Jornada Mundial da Juventude. Convosco, caros jovens, futuro e esperança da Igreja e da humanidade, continuarei a dialogar, escutando as vossas expectativas no intento de ajudar-vos a encontrar, numa profundidade cada vez maior, o Cristo vivo, o eternamente jovem.


(Cristo, diz levai a minha palavra de Amor a todos os homens. Não diz institucionaliza-a! então porque ao longo da história os lideres do mundo (entre eles os portugueses) e o Vaticano fizeram uso dessa arma poderosíssima para atingir objectivos meramente políticos e económicos? Como se quer colocar Cristo no centro do Universo, em detrimento da nossa própria imagem, se a Igreja católica (Universal) é a primeira a cometer esse erro, colocando-se no centro do Universo de todos os Povos, “os pobres e os mais pequenos” em vez de colocar Cristo? E os jovens? Aparecem aqui no meio do diálogo com as outras religiões? Não deveriam ter um espaço próprio? Sem esse espaço próprio como quer escutar os jovens sejam eles cristãos ou de outras confissões?)




“...Para sustentar esta promessa, invoco a materna intercessão de Maria Santíssima, em cujas mãos ponho o presente e o futuro da minha pessoa e da Igreja. Intervenham com a sua intercessão também os Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e todos os Santos.”



(Como se ousa invocar Maria Santíssima, quando na realidade a Igreja Católica, tanto nos seus gestos como nas intenções não é capaz de olhar as mulheres como “presbíteras”? Será caso que de todas as virtudes marianas só a maternidade tem um lugar especial para o Vaticano? A mulher só serve para ser mãe? A única, Nossa Senhora que conheço ligada à maternidade é a do O (a qual segundo sei é apenas imagem, tão pouco haverá aparição de Nossa Senhora grávida), todas as outras são relativas a oração, sacrifício, penitência, piedade, misericórdia, paz, unidade, evangelização obediência e Eterno Amor. Curioso não?!)



Caros Amigos, perdoem-me se ofendi as vossas sensibilidades, mas o que achava do cardeal Ratzinger, continuo a achar de Bento XVI. A sua douta intelectualidade e suprema teologia não o inibem de produzir uma amálgama de raciocínios falaciosos. Estejam à vontade para comentar o que partilho convosco. Espero mesmo que o façam, e da melhor maneira possível, porque sinceramente gostaria muito de estar totalmente errada. Antes de começarem a responder, quero esclarecer que apesar das minhas criticas, ainda sou católica praticante e esforço-me por ser digna dessa relação espiritual e formal.
Coloco em primeiro plano Deus, (Ele está sempre presente na minha vida, mesmo quando não o sei escutar), depois tenho no meu coração, Cristo, o seu filho primogénito e perfeitíssimo, a Nossa Senhora também tem um lugar muito especial na minha vida e só então sou Católica. Tento nascido em Portugal, no seio de uma família católica praticante e devota ao Sagrado Coração de Maria e de Jesus Cristo, sinto que devo honrar a minha história, a minha família, e aqueles que AMO MUITO e trago no CORAÇÃO. Apesar disso não consigo deixar de colocar algumas questões como as que coloquei aqui.



Um abraço fraterno




Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 22 de April de 2005 05:48

Tempos negros estes...

Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 22 de April de 2005 07:37

A Tony interroga:
a) "A Eucaristia tem falta de correcção e solenidade? Alguém quer definir isto?"

Eis a minha opinião:
- A Eucaristia (santa Missa) tem, infelizmente muitas "faltas de correcção", por exemplo:
No atraso da chegada; na pressa da saída; na falta de respeito e de atenção na igreja e/ou na Celebração eucarística; na omissão de acompanhar as orações próprias dos fiéis; nas conversas ou sorrisos descabidos que por vezes se tem; no barulho que por vez se faz; no não ajoelhar aquando da Consagração (apesar de ser "obrigatório"); no facto de levarem por vezes criancinhas que se portam mal; no facto de ficar muita gente no fundo da igreja, quando há geralmente lugares vagos, mormente próximos do altar; etc.

* O Papa Bento XVI pede, em concreto, a devida correcção na Solenidade do "Corpus Domini" no sentido de manifestarem sincera e activamente o amor a Jesus Eucarístico, assim como de exprimirem "de modo corajoso e claro a Fé na presença real do Senhor, sobretudo mediante a solenidade e a correcção das Celebrações".

b) "O sacerdócio - continua a Tony - nasceu no Cenáculo, ou no lago quando Jesus os chamou?"

- "O Sacerdócio ministerial nasceu no Cenáculo, juntamente com a Eucaristia", tal como referiu correcta/oportunamente Bento XVI, na medida em que foi precisamente na Última Ceia que Jesus Cristo instituiu (ordenou) o Sacerdócio propriamente dito, no sentido em que o principal múnus do Sacerdote é celebrar a Santa Missa, isto é, através do poder da Consagração, transformando realmente (e não apenas misticamente, ou simbolicamente) o pão e o vinho no Corpo e no Sangue do mesmo Senhor Jesus, dando Ele mesmo o ensinamento e o exemplo solene, em memória da Paixão e Morte de Cristo, para Redenção de toda a Humanidade.

c) "A Missão do sacerdote é a Eucaristia ou a sua própria missão pessoal e individual, que depois se dilui no comunitário?"

- A Missão principal e essencial do Sacerdote (repito) é a Eucaristia, e não a sua missão pessoal junto da comunidade - para além da administração dos Sacramentos, claro -, pois esta é apenas uma consequência daquela (a sagrada), apesar desta (a social) ser comum a todas as pessoas, independentemente do ministério sacerdotal, ainda que deva ser, de preferência e sempre que necessário, o padre ou religioso a dar o bom exemplo quanto à vivência moral e cristã na sociedade.

Quem quiser poderá continuar a comentar as demais perguntas da mensagem em questão.

Saudações fraternas.

"Deus é de tudo. Louvado seja Deus!"

Viva o Papa Bento XVI!

J Avlis


Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: Antonio Jose Monteiro (IP registado)
Data: 22 de April de 2005 15:00



" no facto de levarem por vezes criancinhas que se portam mal"...

Senti-me chocada com esta observação...

Peço desculpa se ofendo alguém, mas o meu primeiro impulso foi o de pensar na

hipocrisisa de tantos pseudo- "defensores da vida " que se sentem extremamente

incomodados com a presença de bebés ( sim, verdadeiros bebés e não um aglomerado

de células indiferenciadas) e de criancinhas (sim, verdadeiras criancinhas...) nas

celebrações litúrgicas...

Não é apenas o Avlis que manifesta esta perturbação - para alguns "puristas do Culto"

as crianaçs são umas criaturas aborrecidas e incómodas, com os seus risos, as suas

brincadeiras, a sua irrequietude e vivacidade naturais e até o seu galrear...

O ideal para estes puristas é que as crianças pequeninas e, obviamente os casais de

jovens pais deixem pura e simplesmente de ir á Missa... E é esta a opção de muitos

jovens nestas circunstâncias, que deixam de frequentar a Igreja durante anos...

Mas, depois desta primeira refelxão, asaltou-me um sentimento de profunda pena por

estes cristãos para quem a Missa tem de ser um ritual bocejante, árido e pesado,

uma "verdadeira seca", como me confidenciam tantos jovens...

Por certo nunca tiveram a oportunidade de viver uma celebração eucarística com

sorrisos, mesmo gargalhadas, olhares de amizade, sussurros de cumplicidade, mas num

ambiente de profunda interioridade, respeito e sentido do sagrado...

POr isso acreditam que o Sagrado tem de ser tristonho, cinzento, bafiento e até

ininteligível ( nuam língua que ninguém percebe, por exemplo)...

Mas se é desta forma que pretendem "encher" a sigrejas...



Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 22 de April de 2005 15:12

Estará aqui a explicação para que os cardeais mais 'progressistas' tenham aceitado Ratzinger? A notícia vem no La Repubblica de hoje; mas de facto confesso que há muito já se ouvia falar que a possibilidade estava em cima da secretária do então prefeito para a Congregação da Fé... na altura dizia-se que era ele que não queria dar-lhe andamento... terá sido? Vamos esperar...

CITTÀ DEL VATICANO - Ammissione ai sacramenti dei cattolici divorziati risposati; elevazione a 80 anni dell'età pensionabile dei vescovi (ora ferma a 75); e due importanti pronunciamenti ecumenici concepiti per rilanciare il tema dell'unità dei cristiani. E' già pronta la tabella di marcia del successore del cardinale Joseph Ratzinger, neo papa Benedetto XVI, alla guida della Congregazione della dottrina della Fede, l'ex Sant'Uffizio.

Sulla scrivania occupata dal nuovo pontefice per 24 anni nella veste di cardinale difensore dell'ortodossia cattolica, sono in attesa di pubblicazione ben quattro documenti dottrinali, potenziali "bombe" teologico-dottrinali destinate a rivoluzionare il quadro socio-ecclesiale dell'universo cattolico.

[...]

Di grande impatto ecumenico il Documento sull'esercizio del ministero petrino, pronto dal 2002 e in parte evocato da Benedetto XVI nella prima omelia pronunciata nella Cappella Sistina, nel passaggio dove parla del suo totale impegno al servizio dell'unità dei cristiani. Come pure, il Documento sulla natura divina di Cristo, destinato a tutte le confessioni cristiane.

Ma, forse, il testo su cui si concentreranno maggiormente le attenzioni dell'opinione pubblica sarà il documento sull'ammissione ai sacramenti delle coppie cattoliche risposate civilmente. E' un documento contro il quale hanno remato molti vescovi e cardinali di Roma, ma che - a quanto si apprende - l'allora prefetto Ratzinger sembra abbia caldeggiato non poco, prima di diventare Benedetto XVI.

Abraço fraterno

Miguel

Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 22 de April de 2005 16:24

Para que não digam que agora só vejo uma vertente: pelo menos quanto a este tema, não parece haver mudança de opinião...

EL MUNDO

El Vaticano llama a los empleados municipales a negarse a celebrar matrimonios entre homosexuales

ROMA.- El cardenal colombiano Alfonso López Trujillo, presidente del Pontificio Consejo para la Familia del Vaticano, ha hecho un llamamiento a los cristianos, en especial a los empleados municipales encargados de celebrar bodas, para que se acojan a la objeción de conciencia y se nieguen a oficiar matrimonios entre personas del mismo sexo, incluso si por ello pierden su puesto de trabajo.


Trujillo, en declaraciones al diario italiano 'Corriere della Sera', considera que la ley española que permite el matrimonio entre homosexuales es "inhumana" y fruto de "una extraña idea de la modernidad". El purpurado considera que los cristianos tienen el "deber" de oponerse a los matrimonios homosexuales y a la adopción por parte de éstos.

Durante el Pontificado de Juan Pablo II el cardenal López Trujillo ha sido presidente del Pontificio Consejo para la Familia y, como tal, se ha mostrado crítico con normas como la que ahora llega a España y con la que ya contaban Holanda y Bélgica.

Objeción de conciencia

"No podemos imponer cosas injustas a las personas. Por ello, la Iglesia llama con urgencia a que las empleados municipales encargados de celebrar tales bodas se acojan a la objeción de conciencia y no celebren tales matrimonios, incluso si por ello pierden su empleo", ha afirmado Trujillo.

"Me refiero a todas las profesiones que tengan alguna relación con la aplicación de la ley: deben ejercer la misma objeción de conciencia que los médicos y los enfermeros ante un crimen como el aborto", ha aseverado Trujillo, quien ha añadido: "No es facultativo. Todos los cristianos deben estar dispuestos a pagar el precio más elevado, incluyendo la pérdida del empleo".

El purpurado colombiano afirma que hay una pérdida del "sentido de valores esenciales" y recuerda que durante siglos el matrimonio ha sido únicamente entre hombre y mujer: "¿es que nos hemos equivocado todos tanto tiempo?".

La familia, "convertida en un club"

"Lo que se ha hecho en España, y además con una mayoría bastante reducida, es la destrucción de la familia ladrillo tras ladrillo. ¿Han preguntado a las familias españolas lo que quieren?. ¿Han hecho una investigación profunda?. La familia es un don recíproco total entre hombre y mujer que exige fidelidad, exclusividad y apertura a los hijos", dice el cardenal.

Expresa su rechazo al cambio en la definición del matrimonio que tiene lugar en diversos países y que empezó "cuando se puso en circulación esa moneda falsa de las parejas de hecho", hasta llegar a un punto en que "ahora parece que cualquier modelo de unión puede llegar a ser una familia, como si fuera un club".

López Trujillo lamenta que se vea la Iglesia Católica como algo "retrógrado y recuerda que el actual papa Benedicto XVI, en su etapa al frente de la Congregación para la Doctrina de la Fe "ya habló con claridad de lo destructivo que es este tipo de ley, que lleva a la deshumanización".

Trujillo recordó que la Iglesia "no acepta que los homosexuales sean objeto de burlas, insultos o expresiones inhumanas. Son personas que merecen todo nuestro amor, nuestro apoyo y nuestra ayuda", ha dicho.


"La familia es un don recíproco total entre hombre y mujer que exige fidelidad, exclusividad y apertura a los hijos". A oração relativa é restritiva ou explicativa? é que não percebo por que não pode existir fidelidade, exclusividade e abertura aos filhos entre dois homens ou duas mulheres... Supondo que os filhos podem ser adoptados, tal como por casais heterossexuais estéreis...

Abraço fraterno,

Miguel


Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 22 de April de 2005 16:28

Não é o programa: é parte de uma entrevista de 2002 com o então cadeal Ratzinger... estas são as SUAS posições:

ELMUNDO.ES

La moral sexual según Ratzinger

PREGUNTA: La mayoría de los jóvenes dudan hoy en día entre si contraer matrimonio o iniciar una convivencia más bien libre. El Estado, por su parte, intenta equiparar al matrimonio las uniones de hecho y las parejas homosexuales. Se plantea la pregunta: ¿por qué tiene que ser el matrimonio la única forma aceptable de convivencia?

RESPUESTA: Por un lado, sólo un ámbito de fidelidad realmente sólido es adecuado a la dignidad de esta convivencia humana. Y no sólo en lo que respecta a la responsabilidad frente al otro, sino también frente al futuro de los hijos que surgen de ella. En este sentido, el matrimonio nunca es un asunto exclusivamente privado, sino que tiene carácter público, social. De él depende la configuración fundamental de una sociedad.

Últimamente también se percibe esto, cuando convivencias no matrimoniales adquieren formas legales. Aunque se las considera formas de unión menores, tampoco éstas pueden pasar sin la responsabilidad pública, sin la inclusión en lo común de la sociedad. Y ese mero hecho manifiesta la inevitabilidad de una regulación pública y jurídica y, en consecuencia, social, aun cuando se crea que hay que introducir niveles inferiores.

Segundo aspecto por considerar: cuando dos personas se entregan mutuamente y, juntas, dan vida a los hijos, también está afectado lo sagrado, el misterio del ser humano, que trasciende mi propia autodeterminación.

Sencillamente, yo no me pertenezco sólo a mí mismo. Cada persona alberga el misterio divino. Por eso la convivencia de hombre y mujer también se adentra en lo religioso, en lo sagrado, en la responsabilidad ante Dios. La responsabilidad ante Dios es necesaria, y ésta hunde precisamente en el sacramento sus raíces más auténticas y profundas.

Por eso todas las demás formas son modalidades alternativas que en última instancia pretenden sustraerse de alguna manera tanto a la responsabilidad mutua como al misterio del ser persona, de ahí que introduzcan en la sociedad una labilidad que traerá consecuencias.

La cuestión de la pareja homosexual es un tema muy diferente. Pienso que cuando, en un matrimonio, en una familia, ya no cuenta que sean hombre y mujer, sino que se equipara la igualdad de sexo a esa relación, se está vulnerando el tipo fundamental de la construcción de la persona. De este modo una sociedad se enfrentará a la larga a grandes problemas. Si escuchamos la palabra de Dios debemos dejarnos regalar sobre todo la iluminación de que la convivencia de hombre, mujer e hijos es algo santo. Y una forma adecuada de sociedad da resultado si considera a la familia, y con ello a la forma de unión bendecida por Dios, la manera correcta de ordenar la sexualidad.

P: La fórmula del matrimonio dice así: "Te acepto como mi esposa / marido y te prometo fidelidad en lo bueno y en lo malo, en la salud y en la enfermedad. Prometo amarte, honrarte y respetarte mientras viva". Esto suena muy bien, pero ¿por qué tiene un matrimonio que esforzarse por durar toda la vida, "hasta que la muerte lo separe"?

R: Porque así figura en el carácter definitivo del amor humano y en la responsabilidad que se contrae con él. No debiéramos intentar demostrarlo racionalmente hasta el menor detalle. Aquí sale a nuestro encuentro la gran sabiduría de la tradición que, en definitiva, está respaldada por la palabra del mismo Dios. Sólo darme por entero, sin reservarme una parte ni, como quien dice, aspirar a una revisión, a una rescisión, responde plenamente a la dignidad humana. La vida humana no es un experimento, ni un contrato de arrendamiento, sino la entrega del uno al otro. Y la entrega de una persona a otra sólo puede ser acorde con la naturaleza humana si el amor es total, sin reservas.

P: Ya hemos hablado varias veces de sexualidad, evidentemente la Iglesia supone en ella un gran misterio. De otro modo es inconcebible por qué mantiene ideas tan rigurosas en esas cuestiones, incluso en el seno del matrimonio. ¿Es una idea diferente sobre la vida, sobre las personas, la que obliga a la Iglesia a prohibir los anticonceptivos?

R: De hecho, la Iglesia considera la sexualidad una realidad central en la creación. En ella la persona está conducida al Creador en su máxima cercanía, en su suprema responsabilidad. Con ello participa personal y responsablemente en las fuentes de la vida. Cada individuo es una criatura de Dios, y al mismo tiempo un hijo de sus padres. Por este motivo existe en cierto modo una interrelación entre la creación divina y la fertilidad humana. La sexualidad es algo poderoso, y eso se ve en que pone el juego la responsabilidad por un nuevo ser humano que nos pertenece y no nos pertenece, que procede de nosotros y sin embargo no viene de nosotros. A partir de aquí, creo yo, se entiende que dar la vida y responsabilizarse de ello más allá del origen biológico sea algo casi sagrado. Por estos motivos heterogéneos la Iglesia también ha tenido que desarrollar lo que los diez mandamientos esbozan y nos dicen. La Iglesia tiene que proyectar una y otra vez esa responsabilidad sobre la vida humana.

P: ¿Se puede ser un buen cristiano aunque se contravengan las ideas de la Iglesia en cuestiones de moral sexual?

R: Que uno siempre se quede rezagado de lo grande que la Iglesia le confía en la explicación de la palabra de Dios, es otro asunto. Pero si uno quiere permanecer en el camino, si uno conserva el reconocimiento fundamental de esa sacralidad de la intervención conjunta con Cristo en la creación, tampoco sale de la catolicidad ni siquiera en caso de fracaso. En ese caso, precisamente en la búsqueda, uno sigue siendo, si queremos expresarlo así, un "buen católico".

P: Los obispos italianos han exigido más valor para procrear. Porque una sociedad que se asusta de engendrar niños se "deshumaniza", decía uno de sus llamamientos.

R: Cuando se extingue el amor a los hijos, verdaderamente se pierde mucho. Antes, los italianos eran famosos por su amor a la familia y a los hijos. Hoy en día, algunas zonas de Italia tienen la menor tasa de natalidad del mundo. Aquí, la nueva riqueza ha provocado cambios fundamentales. De hecho, una gran tentación de las sociedades occidentales es considerar a los hijos competidores que quieren arrebatarnos algo de nuestro espacio vital, de nuestro futuro. Al igual que considerar después a los hijos una propiedad y una autorrepresentación. En última instancia, no se está dispuesto a aceptar sus propias exigencias, dado que habría que dedicarles tiempo y la totalidad de la propia vida.

Un obispo italiano me dijo que los pobres invierten en la vida, que desean ver su futuro en los hijos; los ricos invierten en cosas. No pretendo exagerar el significado de la palabra, pero es evidente que entre nosotros la inversión en cosas, en autoasegurarnos mediante valores reales que son la multiplicación de nuestro propio Yo, es más poderosa que la disposición a servir a otra vida. Aunque respetemos plenamente la problemática del crecimiento de la población, hemos de reconocer por otro lado los problemas de una sociedad envejecida que se niega su propio futuro.

P: Palabra clave: crecimiento de la población. A la Iglesia se le reprocha que, con su rigurosa política de prohibición de medios anticonceptivos en el Tercer Mundo, está provocando graves problemas que llegan hasta la auténtica miseria.

R: Esto es un completo disparate, por supuesto. La miseria se produce por la quiebra de la moral, que antes ordenaba la vida en las organizaciones tribales y en la comunidad de los cristianos creyentes, excluyendo de ese modo la enorme miseria que contemplamos hoy. Reducir la voz de la Iglesia a la prohibición de los anticonceptivos es un desorden grave basado en una visión del mundo completamente trastornada, como demostraré enseguida.

La Iglesia predica sobre todo la santidad y la fidelidad del matrimonio. Y cuando su voz es escuchada, los hijos disponen de un espacio vital en el que pueden aprender el amor y la renuncia, la disciplina de la vida recta en medio de cualquier pobreza. Cuando la familia funciona como ámbito de fidelidad, existe también la paciencia y respeto mutuos que constituyen el requisito previo para el uso eficaz de la planificación familiar natural. La miseria no procede de las familias grandes, sino de la procreación irresponsable y desordenada de hijos que no conocen al padre y a menudo tampoco a la madre y que, por su condición de niños de la calle, se ven obligados a sufrir la auténtica miseria de un mundo espiritualmente destruido. Por lo demás, todos sabemos que hoy la rápida propagación del sida en África está provocando justo el peligro opuesto: no la explosión demográfica, sino la extinción de tribus enteras y la despoblación de muchas regiones.

Por otra parte, cuando pienso que en Europa se pagan primas a los agricultores por matar a sus animales, por destruir trigo, uva, frutas de todo tipo, porque al parecer ya no se puede controlar la superproducción, me parece que esos sabios ejecutivos, en lugar de aniquilar los dones de la creación, harían mejor en reflexionar cómo conseguir que redundasen en provecho de todos.

No generan la miseria aquellos que educan a las personas para la fidelidad y el amor, para el respeto a la vida y la renuncia, sino los que nos disuaden de la moral y enjuician de manera mecánica a las personas: el preservativo parece más eficaz que la moral, pero creer posible sustituir la dignidad moral de la persona por condones para asegurar su libertad, supone envilecer de raíz a los seres humanos, provocando justo lo que se pretende impedir: una sociedad egoísta en la que todo el mundo puede desfogarse sin asumir responsabilidad alguna. La miseria procede de la desmoralización de la sociedad, no de su moralización, y la propaganda del preservativo es parte esencial de esa desmoralización, la expresión de una orientación que desprecia a la persona y no cree capaz de nada bueno al ser humano.

Para reflectir e discutir

Abraço fraterno

Miguel

Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 22 de April de 2005 17:48

Cá está outra vez:

"P: ¿Se puede ser un buen cristiano aunque se contravengan las ideas de la Iglesia en cuestiones de moral sexual?

R: Que uno siempre se quede rezagado de lo grande que la Iglesia le confía en la explicación de la palabra de Dios, es otro asunto. Pero si uno quiere permanecer en el camino, si uno conserva el reconocimiento fundamental de esa sacralidad de la intervención conjunta con Cristo en la creación, tampoco sale de la catolicidad ni siquiera en caso de fracaso. En ese caso, precisamente en la búsqueda, uno sigue siendo, si queremos expresarlo así, un "buen católico".


a pergunta foi feita à luz de Cristo. mas a resposta é nos dada pelo fio de prumo do Catolicismo.

Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 24 de April de 2005 17:47

Vale a pena ler o texto da homilia da Eucaristia de Inauguração do Pontificado de Bento XVI. Para já, disponível em italiano, espanhol, francês, inglês e alemão.

Alef

Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 25 de April de 2005 07:11

"Et il y a de nombreuses formes de désert. Il y a le désert de la pauvreté, le désert de la faim et de la soif; il y a le désert de l’abandon, de la solitude, de l’amour détruit. Il y a le désert de l’obscurité de Dieu, du vide des âmes sans aucune conscience de leur dignité ni du chemin de l’homme. Les déserts extérieurs se multiplient dans notre monde, parce que les déserts intérieurs sont devenus très grands. C’est pourquoi, les trésors de la terre ne sont plus au service de l’édification du jardin de Dieu, dans lequel tous peuvent vivre, mais sont asservis par les puissances de l’exploitation et de la destruction. L’Église dans son ensemble, et les Pasteurs en son sein, doivent, comme le Christ, se mettre en route, pour conduire les hommes hors du désert, vers le lieu de la vie, vers l’amitié avec le Fils de Dieu, vers Celui qui nous donne la vie, la vie en plénitude. Le symbole de l’agneau a encore un autre aspect. Dans l’Orient ancien, il était d’usage que les rois se désignent eux-mêmes comme les pasteurs de leur peuple. C’était une image de leur pouvoir, une image cynique: les peuples étaient pour eux comme des brebis, dont le pasteur pouvait disposer selon son bon vouloir. Tandis que le pasteur de tous les hommes, le Dieu vivant, est devenu lui-même un agneau, il s’est mis du côté des agneaux, de ceux qui sont méprisés et tués. C’est précisément ainsi qu’il se révèle comme le vrai pasteur: «Je suis le bon pasteur... et je donne ma vie pour mes brebis» (Jn 10, 14 ss.). Ce n’est pas le pouvoir qui rachète, mais l’amour ! C’est là le signe de Dieu: Il est lui-même amour."

Achei a homilia brilhante e com alguns motivos de esperança.... Mas... sou como o S.
Tomé....

Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 25 de April de 2005 14:19

Totalmente de acordo: uma excelente homilia.

Alef

Re: "Papa apresenta o seu programa de pontificado"
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 25 de April de 2005 19:52

Também eu gostei imenso da homilia do Papa Bento XVI; de leitura fácil e de mensagem tranquilizadora. Eu pessoalmente gostei de facto muito e já a enviei a tantos que entretanto se haviam mostrado com menos coragem para prosseguirem...

Gostei também de uma das frases que improvisadamente, ao que parece, Bento XVI disse na audiência que deu e que está transcrito no 'El Mundo:

"caminamos juntos y me fío de vuestra ayuda y os pido comprensión si cometo errores, como sucede a cualquier hombre y que me concedáis vuestra confianza".

Bons tempos estes em que tantos acontecimentos e textos nos oferecem tantas e boas oportunidades para reflectirmos e para avançarmos na fé...

Abraço fraterno

Miguel



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