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Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 09 de April de 2005 22:02

ANSELMO BORGES*

Luzes e sombras em João Paulo II

1 João Paulo 11 será lembrado como o primeiro Papa polaco da História da Igreja.
Se começo por esta indicação, é porque ela é fundamental para a compreensão do seu pontificado. Por um lado, a sua presença à frente da Igreja teve importância - só a História poderá determinar o seu peso - na queda do Muro de Berlim e, consequentemente, numa reconfiguração da própria política mundial; por outro, vindo de uma Igreja na defensiva sob regime comunista, dificilmente poderia compreender as sociedades modernas, pluralistas. Precisamente aqui, começou a primeira contradição com que acabou por ser confrontado: ele, que vinha com um modelo tradicional de vivência eclesial que queria impor ao resto da Igreja, viu a sociedade polaca a secularizar-se e a sua Igreja a perder influência.

2. Foi um homem bom, corajoso, invulgarmente inteligente, grande actor, com excepcional poder de comunicação, conhecedor de múltiplas línguas. Arrastou multidões, nomeadamente jovens. Tinha uma fé convicta, com toques tradicionalistas e populares. Referia a sua vida pessoal a valores cristãos essenciais: por exemplo, visitou na cadeia e ofereceu o perdão ao jovem turco que, certamente a mando do KGB, tentou assassiná-lo.

3. Lutou incansavelmente pela justiça social. Após a queda do «socialismo real», quando o neoliberalismo parecia triunfante, opôs-se-lhe frontalmente. Para João Paulo 11, o caminho da Igreja era o Homem, e na acção política e nos programas sócio-económicos é necessário pôr sempre à frente a pessoa e a sua dignidade. Foi o primeiro Papa a sublinhar a importância das questões ecológicas. Nesta linha, ninguém esquecerá também os esforços feitos a favor da paz: o último combate foi contra o próprio Presidente Bush, para evitar a invasão do Iraque.

4. Fica o seu empenhamento a favor do diálogo ecuménico, no sentido da unidade das diferentes confissões cristãs, mas também do diálogo inter-religioso entre os vários credos do mundo. Foi o primeiro Papa a entrar numa sinagoga e não recusou rezar em mesquitas. Os encontros de Assis são um marco neste esforço de entendimento e trabalho comum a favor da Humanidade por parte dos membros dos diferentes credos religiosos.

5. Mas o Papa, que tanto combateu a favor dos direitos humanos fora da Igreja, teve dificuldade em salvaguardá-los no seu interior. Assim, impediu a liberdade de investigar e ensinar a grande número de teólogos, que foram condenados. Encostando-se ao Opus Dei e outros grupos religiosos conservadores, foi crítico em relação à Companhia de Jesus e bloqueou a teologia da libertação. Para «purificar a memória», pediu perdão pelos crimes, erros e pecados dos filhos e filhas da Igreja ao longo do anterior milénio, mas não explicitou as responsabilidades dos seus antecessores.

6. Educado num cristianismo pré-moderno, tinha enorme dificuldade em aceitar, por exemplo, a autonomia moral, concretamente no domínio da sexualidade. Daí a proibição do preservativo, apesar do risco da sida; a condenação dos anticonceptivos, contribuindo também para o perigo da explosão demográfica descontrolada em muitos países; uma atitude desconfiada face ao sexo, que se traduziu na manutenção da lei do celibato obrigatório, apesar dos gravíssimos escândalos de clérigos pedófilos; a falta de compreensão para com os divorciados que voltam a casar. Falou da dignidade da mulher, mas foi incapaz de aceitar sequer o debate sobre o seu lugar na Igreja em igualdade com os homens. Mesmo no campo ecuménico, não faltou quem o acusasse de continuar a colocar o catolicismo numa atitude de «imperialismo espiritual».

7. O grande problema com que a Igreja Católica se vai confrontar nos próximos tempos é o do seu centralismo. Espera-se que o novo Papa convoque um concílio ecuménico, que poderia ser o Vaticano IH. Mas, ao contrário do que pensam muitos, a tarefa essencial desse concílio não seria a de dar orientações universais e uniformes para toda a Igreja; pelo contrário, o seu objectivo teria de ser o de ajudar a criar estruturas participativas e democratizantes de descentralização, de tal modo que as Igrejas nas várias partes do mundo possam intervir, nos diferentes planos - doutrinal, jurídico, moral, litúrgico -, atendendo aos diferentes contextos antropológico-culturais.

N .TEÓLOGO E PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA


Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 10 de April de 2005 00:59

Quebro a minha promessa de não escrever nese forum, apenas pelo simples motivo de ter querido estar em Roma esta semana. Onde vi os Jovens que João Paulo tanto Amou, terem acorrido em massa ao seu Adeus.
Não foi uma igreja das velhinhas, que se vem por ca. Foram milhares de milhares de Jovens, que esperaram horas para entrar na Basilica.
O que foi este ponticado está no que foi o seu funeral. O Amor vence sempre, e este Santo Papa amou os seus até ao fim.
So quem esteve em Roma estes dias pode fazer uma ideia.
Podem ilustres professores de ilustrissimas e vetustas universidades portuguesas escreverema as banalidades do costume, que às pessoas concretas, pouco ou nada importa. Mais o povo se preocupa com os bentos domingos e outros doutores coimbrões. dizem.
Isso em nada influi a santidade deste papa e o que nos ajudoua procurar ser santo.
Coisa que como há disse a quem de diereito este forum na ajuda.
Antes de escreverem disparates, muita gente devia rezar... de joelhos, frente ao Sacrario. Jesus tem uma resposta para cada um.

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 10 de April de 2005 13:50

Reportagem da TV5 francesa. Questionam uma jovem sobre a sua presença no funeral do Papa JP II. A jovem fala do seu amor ao papa, que era uma santo, uma pessoa especial. Em seguida o jornalista pergunta-lhe o que pensa da moral sexual promovida por este Papa. Resposta pronta . "Este papa nunca proibiu o preservativo., cada um pode agir de acordo com a sua consciência".
É ridículo pensar que os milhões que foram a Roma seguem a política moral do JP II. Pelo contrário. SE assim fosse, cada mulher que lá estava com mais de vinte e cinco anos viria acompanhada pelos seus oito filhos, no mínimo.

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 10 de April de 2005 13:53

A não ser que fosse estéril. E nesse caso, como, segundo os integristas católicoa não podia recorer a Técnicicas de Reprodução Medicamente Assistida, não teria nenhuma criancinha.

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 10 de April de 2005 13:55

Felicito o teu regresso, João Luís...

Recordo, no entanto, que quer o Bento Domingues quer o Anselmo Borges são padres (e às opiniões deles poderias juntar as de muitos outros... a Igreja não é monolítica)... e têm direito à sua opinião (e não é mais do que isso), a expressá-la e a serem respeitados por isso... nada mais... mas também nada menos... tal como tu... de resto, até dúvido que a opinião deles sobre este tema se destine ao "povo"...

Abraço

Miguel

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 10 de April de 2005 14:06

Caroa luís: FIzste uma pergunta dramática "Quantas pessoas morrem no mundo por ano de eutanásia? Conhecemos recentemente o caso de Terri Schiavo, e quantos mais houve? "

Se te refere á morte lenta por falta de comida e água potável, a Unicef e a Onu têm dados arrepiantes sobre isso. Milhões e milhões de seres humanos morrem anualmente apenas por falta de comida e água potável.

Quando se fala em "Cultura da Vida" as grandes questões são a Pobreza mundial , as assimetrias á escala global, a exaustão dos recursos naturais, as desiguladades gritantes.

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 10 de April de 2005 17:25

O Papa já é Santo.

Morreu o advogado dos jovens. Aquela imensa multidão na Praça de S. Pedro, vindos de toda a parte do Mundo, mostrou que o Papa já é Santo.
Jornais e tv. no Canadá ocupavam muito tempo e espaço falando mostrando imagens do João Paulo ll.
O Papa e o funeral dele, com aquela grande multidão foi uma honra para todos os católicos.


Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 11 de April de 2005 00:37

Caro Rmcf,

É díficil fazer um balanço deste pontificado sem abordar o próprio Pontífice porque, como todos os pontificados, este também teve um cunho muito pessoal, talvez até, mais do que os anteriores.

Na minha opinião, o pontificado de João Paulo II é claramente positivo. Teve aspectos muito mais positivos que menos positivos. Antes de fazermos um qualquer balanço, é preciso dizer que não existem pessoas perfeitas, nem pontificados perfeitos. Não existem. Por isso, se olharmos apenas para os aspectos menos bons teremos um balanço parcial, assim como se olharmos apenas para os aspectos muito bons. Um balanço deve incluí-los todos.

João Paulo II foi um peregrino por excelência. Acredito que todas as viagens que realizou, o seu testemunho, a sua proximidade com o povo de Deus, em todo o mundo, foi, de longe, o ponto mais positivo do seu pontificado, e o que distinguiu dos outros pontificados. João Paulo II foi também um homem de muita fé, e somos todos testemunhas disso. Sobretudo, pela dedicação e empenho demonstrado nos seus últimos anos de pontificado, onde a sua debilidade física e o seu sofrimento foram sempre bem visíveis.

João Paulo II foi também o Papa das nossas vidas. Tinha sete anos quando o João Paulo II foi eleito Papa e não me lembro de nenhum dos seus antecessores. Lembro-me da primeira vez que João Paulo II esteve em Portugal, e tentei ir vê-lo perto de minha casa, na Amadora. Como o vi apenas ao longe, e sabia que ele ia estar no Palácio de Queluz, foi a correr até lá, porque eu queria ver o Papa. Consegui vê-lo. Hoje, confesso, que naquele tempo, não fazia a mínima ideia do que significava o Papa. Era apenas um padre ou um bispo, pensava eu, ou talvez alguém diferente pois andava sempre de branco. Voltei a ver o Papa na segunda vez que esteve em Portugal, desta vez no Parque Eduardo VII, em Lisboa. Estive com ele também na Jornada Mundial da Juventude em Santiago de Compostela, em 1989.

Nessa altura, tinha a certeza que João Paulo II era alguém especial. Era alguém que conseguia mover quase dois milhões de jovens, vindos dos quatro cantos da Terra, num intenso dia de calor, para um monte no norte de Espanha, cheio de pó, terra e muito pouca água. Jovens que partilhava uma alegria enorme por estarem ali. O espírito que ali se viveu foi fantástico. Parecia um novo Pentecostes.

Houve uma altura da minha vida, que me senti mais longe de Deus. Também nessa altura, a fé de João Paulo II, o seu testemunho de vida, a sua relação com os jovens, ajudaram-me a compreender que a vida não tem sentido longe de Deus. Por esse motivo, não estranho que o funeral de João Paulo II tenha tido a presença das mais diversas pessoas, dos mais diversos quadrantes políticos, económicos, culturais e sociais. João Paulo II foi coerente com a sua fé, com as suas convicções. Foi um exemplo de fé e oração. E isso moveu-nos a todos: cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, hindús, agnósticos e até ateus. É, sobretudo, fora da Igreja que João Paulo II gera maiores consenso, se não mesmo, a unanimidade.

João Paulo II foi um profeta da Paz. Da Justiça. Do Amor.

Em 1998, voltei a ver o Papa, em Roma. Desta vez, não tive dúvidas: João Paulo II é um homem cheio de Espírito Santo e isso sente-se! Sente-se assim que se vê aquele homem vestido de branco a entrar na Praça de S. Pedro. É contagiante. Só quem já esteve numa situação semelhante consegue perceber e sentir isso. Não consigo descrever por palavras. Voltei a ver o Papa, novamente em Roma, pelo Jubileu do ano 2000 e o sentimento de estar na sua presença mantém-se.

Como já disse anteriormente, não há pontificados perfeitos. Por isso, também o pontificado de João Paulo II teve os seus aspectos menos positivos. E estes variam de acordo com quem faz o balanço. Para mim, talvez este ou aquele aspecto poderia ter sido diferente. Para outra pessoa, talvez até esse aspecto tenha sido um aspecto muito positivo.

Posso referir alguns para se compreender melhor:

1. Hoje, a Igreja Católica é mais Romana (centrada no Vaticano) que antes de João Paulo II, e isso afasta-se do Concílio Vaticano II. O próprio cardeal Ratzinger assumiu, recentemente, que houve alturas que a Igreja poderia não ter sido tão centralizada. Como disse o João (JMA), a culpa foi também dos bispos que nas conferências episcopais se demitiram das suas responsabilidades.
2. O seu conservadorismo, sobretudo na moral sexual, afastou milhares (ou talvez milhões) de pessoas da Igreja, e faz com outros tantos não se aproximem da Igreja por essa razão. Aborto e contracepção são coisas distintas e é preciso dizer e compreender isso.
3. A (excessiva) devoção mariana. Não se pode colocar as revelações particulares acima da doutrina da Igreja, ou da própria Sagrada Escritura.
4. «Mais do que falar da Teologia da Libertação, temos de falar da libertação da Teologia», dizia-me, com razão, um professor meu amigo. Não se pode perseguir aqueles que pensam de forma diferente da Igreja, só porque pensam de forma diferente. Não é possível chegarmos ao século XXI, e vermos que os grandes teólogos do século XX foram, praticamente todos, numa situação ou outra, privados da sua liberdade em fazer Teologia.
5. A participação dos leigos, em particular das mulheres, na vida da Igreja. Pela escassez, cada vez maior, de vocações sacerdotais, e não havendo um milagre em breve que inverta a situação, é preciso compreender, de uma vez por todas, que a tão apregoada nova evagelização far-se-á, sobretudo, pelos leigos. Estes precisam de preparação e formação, de assumir verdadeiramente as suas responsabilidades e obrigação de anunciar e sermos testemunhas do Evangelho.

O próximo Papa será diferente de João Paulo II. Não há duas pessoas iguais. Será certamente um bom Papa. O Espírito Santo encarregar-se-á de iluminar os cardeais para que, a partir do próximo dia 18, escolham, de entre eles, o sucessor de Pedro que a Igreja precisa. Que compreenda os desafios que se colocam à Igreja e ao mundo nos dias de hoje, e que a Igreja saiba dar a melhor resposta. É preciso ter esperança.

Não concordo com aqueles que afirmam que a Igreja precisa de um novo Concílio. Teremos esgotado o que assumimos há quatro décadas no Concílio Vaticano II? Voltaremos a ter um novo Concílio apenas para ajudar a por em prática o anterior? Não vejo que seja necessário. Basta relembrar o Vaticano II e, de uma vez por todas, pô-lo em prática.

Como tivemos oportunidade de partilhar convosco há uma semana atrás, agradecemos a Deus Nosso Pai a vida do Papa João Paulo II, o seu exemplo de Pastor incansável e generoso, o seu testemunho de Profeta da Paz e da Justiça e os seus esforços pela unidade da Igreja e da humanidade.

Obrigado, Papa João Paulo II, o Peregrino.

Luis Gonzaga

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 11 de April de 2005 01:01


A semana passada abri o meu PC. A foto que me apareceu foi a de D. João Paulo ll vestido de branco e com um dedo no ar dizia: "Só um pai nosso"

Muito me lembro desta imagem e ao lembrar-me, seja dentro do meu carro, no meu local de trabalho, ao deitar, ao acordar, mesmo em frente ao pc. curvo-me como ele fazia e rezo sempre "o pai nosso". Parece que foi um familiar que partiu.

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 11 de April de 2005 19:44

Eis o meu parecer sobre o Pontificado de S. S. João Paulo II:

- Foi o Papa que criou mais simpatias a nível universal, independentemente das religiões e das culturas dos povos.
- Foi um dos Papas mais fiéis à Revelação e à Tradição da Igreja Católica.
- Foi o Papa que mais se bateu pela Cultura da Vida, nomeadamente contra o "abominável crime do aborto".
- Foi um dos Papas mais piedosos, sábios e santos.
- Foi o Papa mais popular, mais peregrino e mais diplomata.
- Foi um dos Papas mais marianos, mais pacíficos e mais apostólicos.
- Foi o Papa que mais escreveu encíclicas e que mais evangelizou o mundo.
- Foi um dos Papas mais ousados, activos e generosos.
- Foi o Papa que mais lutou contra as ideologias marxistas, materialistas, hedonistas e capitalistas.
- Foi um dos Papas que mais e melhor imitaram Nosso Senhor Jesus Cristo, tanto na vida como na morte.

* Imitemo-lo no que pudermos, pois foi exemplar em tudo, e teremos assegurada a verdadeira felicidade versus salvação eterna.
* Que o próximo Papa seja pelo menos tão íntegro, profeta e santo quanto João Paulo II, um Pontífice de continuidade, segundo o Divino Espírito Santo.
* Bem-aventurado João Paulo II, rogai por nós.

Avlis


Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 11 de April de 2005 23:26

Interrompo de novo a minha não praticancia neste forum, apenas para saudar o regresso do Avlis a este forum.
Parto para roma dia 19, espero ver o novo papa.
São João Paulo II ora pro nobis

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de April de 2005 00:27

E vivam os santinhos populares.

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de April de 2005 00:48

E Eu que pensava que antes de alguém ser canonizado era preciso um processo mais ou menos complexo com alguns milagres "provados". Nada como a religiosidade popular.
Doutor Sousa Mendes, és santo!

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 17 de April de 2005 15:51

Aqui vai um esboço do que penso sobre o pontificado do papa João Paulo II

1. O Papa próximo: o mote foi dado logo nos primeiros dias do seu Pontificado: João Paulo II não iria ficar encerrado no Vaticano. Mesmo se as ‘viagens’ papais encontravam antecedentes em Paulo VI, e apesar de uma suposta oposição da Cúria, é inegável o carácter do papa como incansável peregrino. Mais de uma centena de viagens, pelos cinco continentes, por países tradicionalmente católicos, mas também por países protestantes, ou, mais arriscado, mas não menos mediático, por países muçulmanos, hindus ou budistas marcaram a presença do catolicismo pelos quatro cantos do mundo, junto da maioria dos seus líderes e permitiram a maior proximidade entre os fiéis e o Pontífice… A visita às Igrejas locais (onde João Paulo II procurava ser princípio da unidade da Igreja, símbolo da comunhão dessas Igrejas com a Igreja universal) acabou por atribuir ao papa (e não apenas junto de católicos) uma autoridade e um prestígio que poucos questionam no momento da sua morte e que a presença de tantos e diversos líderes mundiais no seu funeral é bem sinal. Talvez com nenhum grupo, o Papa tenha procurado mais esta proximidade do que com os Jovens: este é o Papa dos Jovens, mais do que qualquer um dos seus antecessores.

2. O Papa po[li]lítico: os cardeais que o elegeram não esperavam certamente outra coisa de um homem que já na Polónia se havia notabilizado pela sua resistência ao comunismo. É hoje pacífico o alinhamento do Papa entre os principais opositores das ditaduras comunistas (o que quase lhe terá custado a vida) na década de 80 e a sua consideração como um dos principais responsáveis pela queda de todo o bloco soviético, a partir do seu apoio a grupos reformistas e pró-democráticos polacos como o Solidariedade. Contudo, sobretudo com a morte do comunismo de estado de Leste, João Paulo II foi também o Papa que criticou os excessos e as debilidades do Capitalismo, as suas inseguranças e as suas incapacidades, sobretudo ao nível social e do progressivo desrespeito pela vida humana, promovendo a doutrina social da Igreja como espécie de 3ª via, indubitavelmente ideológica, mas não política nem globalizante e não partidária (o que não significa que muitos partidos dela não se tenham tentado apropriar). João Paulo II foi sobretudo um defensor doutrinal dos direitos humanos, mas também nos países ocidentais, contra o capitalismo selvagem sem consciência social. No mesmo sentido, João Paulo II defendeu ainda e procurou promover uma diplomacia da paz, enfrentando interesses e potências, não se vergando ao poder conjuntural das potências do momento.

3. O Papa de Assis: foi considerada por muitos como uma das maiores ‘revoluções’ na história da Igreja. Os Encontros de Assis estabeleceram uma viragem nas atitudes (não na doutrina, que essa já tinha mudado no Concílio Vaticano II) da Igreja sobretudo para com as religiões não cristãs. O reconhecimento da sua identidade, da relevância do seu pensamento e da presença de Deus também nessas religiões parece-me possivelmente uma das melhores heranças deste pontificado e merece por isso um destaque. No dito ‘espírito de Assis’ repousa ainda a convicção (que também não é criada com João Paulo II) de que a paz do mundo e o respeito entre os povos não poderão ser construídos sem a paz entre as religiões e sem o mútuo conhecimento entre os povos de diferentes tradições religiosas e culturais. Neste âmbito, particularmente a atitude para com os Judeus parece-me francamente revolucionária (dando continuidade prática ao Concílio): o Papa que reza no Muro das Lamentações é bem sinal do reconhecimento pela cultura religiosa ocidental da qualidade intrínseca da tradição judaica, sem necessária militância proselitista por parte dos Cristãos.

4. O Papa do perdão: este foi o papa do Jubileu do ano 2000; e este foi o Papa do perdão pelos erros do passado. O sentido não é efectivo mas simbólico: o reconhecimento dos erros, o arrependimento pelo passado, o pedido de perdão. A força do gesto foi quase unanimemente reconhecida pela comunicação social e pelos fiéis: ao admitir os erros do passado, a Igreja como que recuperava a sua legitimidade e pureza originais, limpa das manchas da história, ao mesmo tempo que assumia uma autoridade granjeada precisamente pela admissão dos seus erros do passado. Longe de a enfraquecer, foi no reconhecimentos dos seus erros (embora não tanto na penitência dos seus líderes) que a Igreja viu fortalecer-se para o exterior a autoridade do seu discurso de denúncia e de proposta de felicidade. Simultaneamente, apresentava aos fiéis a imagem da Igreja penitente e em reconciliação com o mundo e o passado.

5. O Papa da vida: será talvez, com toda a justiça, um dos tópicos pelos quais João Paulo II se tornou mais conhecido e acabará por ficar para a História. O Papa procurou defender a irrepetível dignidade do ser humano como criatura de Deus e a vida humana como inviolável; por isso, lutou e bem, julgo, contra o aborto e a eutanásia, não transigindo em modas do momento e promovendo uma teologia da vida e da superioridade do amor conjugal.

6. O Papa mártir: este foi também o papa doente e mártir: numa existência abalada por um atentado e pelo Parkinson, João Paulo II procurou sobretudo (mas não apenas) no final da sua vida ser sinal do valor do ser humano também nos seus últimos anos, quando o vigor da idade adulta abandona quase completamente o Homem: o valor do idoso e a sua não necessária nem evidente exclusão foram provavelmente dos tópicos em relação aos quais me sinto mais devedor para com João Paulo II. Chocante por vezes para a mentalidade ocidental, a imagem do ‘velho’ impôs-se no quotidiano e, independentemente dos resultados práticos (que suspeito praticamente nulos), mostrou um sinal da Igreja de Cristo onde todos têm lugar incluindo os mais frágeis, aqueles que, à partida, parecem já não servir para nada. Numa sociedade que faz a apologia da saúde e da juventude, do êxito e do movimento, do corpo e da beleza, a imagem do Papa velho e doente constituiu para mim sinal evidente e comovente da Igreja de Cristo. Por isso achei sempre bem que, apesar de tudo, não tivesse abdicado: a Igreja precisava deste sinal para não seguir a corrente…

Contudo

7. João Paulo II é também o Papa distante. Achei isso na única vez que tive a possibilidade de ter estado com ele na sua capela do Vaticano… achei-o totalmente distante num sentido que passo a explicar… e como o que escrevi acima, esta é também uma opinião pessoal que vale o que vale… para mim João Paulo II nunca se libertou da sua vocação de actor: ele adorava o espectáculo e a dimensão do espectáculo junto das massas, num triunfalismo que, a mim (e é sempre à minha sensibilidade particular que me refiro), me chocou desde cedo… nunca se libertou do síndroma do palco que o levou a constituir um marketing religioso poderosíssimo e para mim em várias ocasiões chocante; nem sempre era a imagem da Igreja ou de Cristo que estava em causa: foi sempre a imagem do papa que ali se celebrava, antes de mais – pelo convite (‘encontro com o Papa em Colónia, por exemplo’), pelos dísticos, pelos cartazes, pelos hinos pop, pelos gritos de ‘Viva o Papa’, que emudeciam qualquer oração a Cristo, era o triunfo do homem e da Igreja centralista e unipessoal que se afirmava… De resto, quais os grandes resultados práticos destas viagens, para lá do movimento de multidões (que já elogiei)? Praticamente nada: com o culto da imagem do pontífice procurava-se como mostrou M. Lacroix a emoção. Mas, como este autor adverte, a emoção não equivale a sentimentos ou a fé esclarecida; ora julgo que mais do que um real progresso da participação activa dos cristãos na vida eclesial, eram as loas a um neo-papismo triunfante que se pretendiam mostrar ao mundo. E João Paulo II cultivava a sua imagem superior; e cultivava-a com mestria: tinha a noção completa de um palco onde ele era a única verdadeira personagem, a única então apresentada com capacidade para dizer ‘as razões da nossa esperança’; era um ‘animal de palco’; ao ponto de nele se ofuscar a Igreja com a qual procurava identificar-se. Esta identidade entre a imagem do Papa e a da Igreja nota-se bem nas entrevistas de rua: João Paulo II é considerado o magno, o melhor papa de sempre (como se as pessoas conhecessem ou se lembrassem dos outros), objecto de choro e de rápida santidade, o melhor homem do mundo, um santo… é preciso dizer que este foi o 264º papa, que a Igreja existia antes dele, que vai continuar a existir, que ele não a fundou nem que a Igreja morreu com ele. Ao procurar as Igrejas locais, é hoje defendido por muitos que João Paulo II procurou submeter essas Igrejas à Cúria e às emanações do Vaticano, num ultrapassar da colegialidade episcopal e tornando os bispos em meros funcionários de um neo-centralismo que o Concílio Vaticano II procurara pelo menos mitigar… e isto não é uma banalidade: basta ver o carácter pouco mais do que decorativo que adquiriram os Sínodos dos Bispos, a forma autoritária como a Cúria impõe a dita ‘boa doutrina’, ou o último episódio com a conferência episcopal espanhola (não com um bispo individual apenas) para compreender bem onde levou este centralismo autoritário e teocrático… O que me parece, no entanto, é que o próprio conceito de teocracia, que este Papa tentou impor (não foi naturalmente o primeiro; reconheça-se-lhe isso) como seu principal interprete e actor (uma vez mais) não é essencialmente cristão…

8. João Paulo II é para muitos um papa monolítico: a forma como o Papa infalível e absoluto tentou submeter a Igreja a um pensamento único e domado é bem clara hoje nas universidades e nos cursos de teologia um pouco por todo o mundo; na vizinha Espanha, por exemplo, são vários os teólogos silenciados; os que não se conformam com uma determinada visão da doutrina são afastados ou convidados ao arrependimento, na mais clássica das humilhações perante uma pseudo-humildade de onde me parecem não estar ausentes resquícios de alguma soberba. Esta acaba, em pleno século XX, incrivelmente sintetizada num Catecismo que procura constituir única síntese do acreditável, autêntica oficialização do ‘pensamento único dentro da Igreja’, onde ainda se continua a explicar a existência do demónio, por exemplo, através da mítica queda do anjo revoltado, e onde o estudável se resume muitas vezes ao ‘aceitável’, no que me parece ser uma das piores heranças deste pontificado… Aqui falo particularmente à vontade: quantas pressões para não incutir o livre-pensamento e a livre-reflexão; quantas pressões para não incentivar a crítica e a liberdade de expressão. Naturalmente, o Papa e com ele os que o rodeavam incentivaram o monolitismo da Igreja e do próprio conceito de cristão… uma Igreja baseada na pressão, na ameaça, na sanção disciplinar dos seus melhores teólogos não pode ser uma Igreja plenamente cristã… É preciso afirmar bem alto que a hierarquia não é a única a possuir o carisma da verdade, nem os teólogos devem ser meros repetidores do magistério episcopal ou das encíclicas papais… Diz bem quem denuncia a enorme máquina de produção de encíclicas, num afã de brindar com certezas absolutas um mundo que não encontra senão incertezas.

9. O Papa do não-ecumenismo: muito aberto em face das religiões não-cristãs, dificilmente se encontrará para lá da declaração católico-luterano sobre a justificação pela fé, algum sinal de verdadeira boa-vontade ou algum avanço significativo nas relações entre Católicos e os restantes Cristãos. O diálogo no Conselho Mundial das Igrejas foi praticamente silenciado… Após Paulo VI e Atenágoras, que real avanço se verificou nas relações com os Ortodoxos? Neste sentido, a construção de uma imagem de uma teocracia papal assente no Vaticano ou a defesa de uma Igreja católica como ‘redil’ ao qual devem ‘regressar sem mais as ovelhas tresmelhadas’ não pode senão devolver à imagem do Papa o seu carácter como principal obstáculo a um diálogo ecuménico verdadeiramente sério, sem soberbas nem arrogâncias, e à Igreja uma imagem de tendência contra-reformista, onde toda a cedência será anatemizada. O acento que a Igreja coloca na Tradição, hoje, mais do que nos anos 60, é bem sinal desta falta de vontade ecuménica: foi também em torno da Tradição que se deu a Reforma. João Paulo II, apoiado em Ratzinger, assumiu em si a defesa da concepção mais conservadora da rica Tradição católica, ou seja, da corrente que afirma que ‘a verdadeira tradição consiste em repetir a doutrina de sempre’, como se esta tivesse sempre sido a mesma… Como se as necessidades e inquietações morais e espirituais da actualidade tivessem sido sempre as mesmas; como se as mesmas palavras de há 100 anos quisessem dizer as mesmas coisas agora…

10. O Papa e as vocações: a crise vocacional não é um problema que tenha surgido com este Papa… e em rigor também não começou com o Concílio, mas com os anos 60 e com a sensível melhoria das condições de vida e de ensino nos países ocidentais (julgo eu). Não tenhamos dúvidas: as vocações do passado (como as que se verificam hoje em África) eram fruto, na sua larga maioria, de situações de miséria e de graves dificuldades económicas onde os pais não podiam cuidar da enchurrada de filhos que Deus lhes dava e onde o seminário surgia ainda como única possibilidade de os mais inteligentes, os mais curiosos ou os mais ambiciosos estudarem e aspirarem a uma vida melhor. Naturalmente, a própria sociedade ocidental, muito voltada para o imediatismo e adversa ao compromisso e ao definitivo, proporciona esta mesma queda vocacional. O que João Paulo II e os sucessivos bispos nomeados não conseguiram fazer foi inverter a tendência. É verdade que o número de seminaristas parece ter estabilizado… mas o número de padres que se reformam todos os anos é muito superior às ordenações… Neste sentido, foram em grande parte debalde os esforços levados a cabo nestes últimos 25 anos. A Igreja liderada por João Paulo II falhou neste propósito. Relacionados com o tema da falta de vocações estão os temas tabus do celibato dos sacerdotes ou da ordenação das mulheres, considerados, sobretudo este último, como um assunto eternamente fechado, porque fruto de uma ‘imodificável vontade divina’ (lol). Dir-me-ão: nas Igrejas onde tal é permitido também há crise vocacional; e dirão também que os padres não se interessam pelo casamento, são os leigos que se mostram muito interessados no tema. À primeira questão direi que a questão do casamento dos padres e do ordenamento de mulheres não se relaciona directamente com a falta de vocações, mas com uma questão de ‘direitos humanos’, em ambos os casos. Não é apenas nem sobretudo porque faltam vocações que se deve permitir por exemplo o ordenamento de mulheres. Afastar as mulheres da capacidade de decisão ou de pastoreio é porventura um dos mais graves atentados à condição feminina que a Igreja não pode continuar a fomentar, ao remeter a mulher para papéis secundários. Falta credibilidade à Igreja na defesa dos direitos humanos quando afasta por razões puramente genéticas/cromossomáticas metade da população mundial de receber um dos seus sacramentos, precisamente o que lhe dá acesso ao pastoreio das comunidades ou à presidência das celebrações. Por outro lado, não é verdade que os padres (refiro-me aos diocesanos) não se interessam pelo casamento: basta ver quantos saíram por causa disso, tantas vezes com intoleráveis crises interiores, mas teriam continuado se tal lhes tivesse sido permitido… e a minha experiência não é de facto que os padres não se interessem pelo casamento. Não digo que eles se devessem casar; digo que deveriam poder escolher… casava quem queria; quem achasse que a sua vocação seria o celibato, pois mantê-lo-ia e muito bem, como acontece em qualquer outra Igreja cristã.

11. O Papa da moral esquizofrénica: apenas algumas palavras sobre este assunto, já sobejamente discutido, que correspondem apenas ao meu juízo – a manutenção das posições já então tudo menos consensuais da Humanae Vitae sobre a contracepção levaram por um lado ao divórcio completo (que não é prévio mas posterior) entre a doutrina moral da Igreja e os fiéis: são hoje mínimos os casais que a seguem, mínimos os que as defendem, reduzidos os que entendem os seus fundamentos: e esta esquizofrenia foi agravada durante o pontificado de João Paulo II; por outro, a manutenção da doutrina sobre a contracepção, a teimosia do ataque ao preservativo mesmo com fins profiláticos ou à pílula como mais um (não certamente o único, claro) método válido de planeamento familiar e do pleno prazer responsável entre o casal sem a espada de Dâmocles de (mais) uma gravidez, colocaram nas mãos da Igreja e sobretudo dos seus pastores o dilema entre a defesa de uma doutrina que poucos compreendem plenamente (que admite ou fecha os olhos em muitas regiões do mundo à disseminação sem controlo de patologias como a Sida ou a reprodução endémica da miséria e das patologias sociais a ela associadas) e a admissão - à revelia da hierarquia de obediência ao Vaticano - da contracepção artificial ou do preservativo como mais um dos métodos legítimos de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis ou de uma sexualidade assente no prazer amoroso ou de uma paternidade/maternidade responsáveis… no fundo é uma questão de cumplicidade ou não com a manutenção da miséria como padrão social em grande parte do globo e com a proliferação terrível de doenças mortais. De facto, o que encontramos na doutrina de João Paulo II, além de aspectos positivos que já referi, é, na prática, a manutenção de uma antropologia fortemente dualista e sexista, que continua a condenar apesar de tudo o prazer sexual por si só sem necessária ou prospectiva procriação, que continua a exaltar sobretudo a continência e a castidade; na prática, assenta a família numa complementariedade meramente biológica; continua a defender uma visão dualista do próprio indivíduo, de hostilidade entre o espírito e a matéria.


O que aqui procurei foi um balanço, não uma tese, não um conjunto de dogmas e é assim que os apresento à discussão… De algum modo, o Papa João Paulo II foi o meu Papa… mas não será de todo um santo da minha devoção… um papa diferente: é por isso que rezo…

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 17 de April de 2005 16:53



O Papa D. João Paulo ll pediu para rezarmos por ele.

Mas acho que ele é quem deve rezar por nós...Pela Paz, pelos jovens, pelas familias. Um Homem bem amigo dos jovens e da Paz.

Piece with you!!!

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 18 de April de 2005 00:01

Leiam aqui uma entrevista com um dos cardeais de que mais gosto: Aloisio Lorscheider, com mais de 80 anos, não participará na eleição. Um dos poucos cardeais que foi transferido de uma sé maior (Fortaleza) para uma menor (Aparecida) por João Paulo II, depois de ter sido um dos mais importantes 'papabili' nos conclaves de 1978.

[www1.folha.uol.com.br]

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 18 de April de 2005 00:12

Caro Miguel - Obrigada por teres partilhado as tuas reflexões.
Hoje contaram-me uma históroa do anterior papa que me impressionou.
Talvez por isso mesmo hoje uma grande serenidade e esperança invadiu-me relativamente aos resultados deste Conclave. Na missa de hoje, foi lançado um repto interessante - no fim da Missa foram distribuídas umas centenas de enveliopes fechados. cada um continha um nome /biografia(fotografia de um Cardela do conclave. A ideia é que durante o dia de amanha cada católico reze por esse concreto cardeal, pra que oe Espírito santo o ilumine.
A ùnica força que nos resta, aos católicos arredados dos jogos de poder do vaticano é o poder da oração silenciosa.
Por isso hoje sinto uma grande paz. Não tenho dúvidas que o espírito vai agir.
Afinal, o Bom Pastor, não vai deixar as suas ovelhas entregues aos predadores.

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 18 de April de 2005 00:15

Rezemos para que o Vaticano tenha finalmente condições para respeitar os Direitos Humanos.

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 18 de April de 2005 13:04

caro rmcf,

concordo com o teu balanço do pontificado de João Paulo II.

Com um "se..."

Convenhamos que quando dizes "Papa mártir" espero que utilizes mártir no sentido de "testemunha".

Considero muito importante que o Papa tenha mantido as suas funções apesar das doenças. Demonstrou que os idosos e doentes não são descartáveis. E que o mundo tem de voltar a enfrentar e a recolocar na sua vida estas pessoas e proporcionar-lhes o seu lugar na sociedade.

E nisso João Paulo II foi uma testemunha do Evangelho. Com o seu exemplo fez mais que mil discursos.

(Já não concordo com a manutenção da situação nos últimos um ou dois meses, mas isso é um pormenor: era visível a sua incapacidade e chocou-me a insistência.)

É que quando falamos de mártir vem-me à ideia o sofrimento. Que depois completamos com expressões horríveis como "em nome de Deus", "para remissão dos pecados", "para glória de Deus", etc... como se Deus fosse um ídolo que se aplacasse com sangue humano.

Com este "se", assino por baixo da tua reflexão.

João (JMA)

Re: O balanço de um pontificado
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 18 de April de 2005 13:52

Caro JMA,

claro que mártir e aqui sobretudo testemunho... mas é tb uma palavra um pouco provocatória, confesso...

Abraço fraterno

Miguel

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