"Incógnitas sobre a sucessão de João Paulo II
O sucessor de João Paulo II, que morreu sábado, deverá ser um italiano, segundo fontes do Vaticano, mas quem será o próximo Papa é ainda uma incógnita formada por 117 cardeais eleitores, dos quais 58 são europeus e 20 italianos.

( Tsf online22:29 / 03 de Abril 05 )




Para além da preferência por um nome italiano, há outros nomes como favoritos. É o caso do cardeal brasileiro Cláudio Hummes, arcebispo metropolitano de São Paulo, que surge em praticamente todas as listas de prováveis candidatos à sucessão de Karol Wojtyla.

«A sucessão de João Paulo II será, antes de mais, uma questão italiana, se os 20 cardeais eleitores italianos chegarem a acordo sobre um candidato», disseram antes da morte do Papa várias fontes do Vaticano, a coberto do anonimato.

«Após João Paulo II, a tendência será para eleger um italiano, por causa da tradição secular e por que esta nacionalidade não incomoda ninguém, ao contrário de um americano, de um alemão ou de um francês», defenderam outras fontes.

Mas, se de um lado estão aqueles que desejam um «regresso à normalidade», ou seja, a eleição de um Papa italiano, do outro estão os que pretendem manter o impulso «internacionalista» trazido por João Paulo II, o primeiro Papa não italiano em 455 anos.

Entre os nomes mais apontados estão os italianos, Dionigi Tettamanzi e Angelo Scola, o brasileiro Cláudio Hummes, o argentino Jorge Mario Bergoglio, o colombiano Dario Castrillon Hoyos e o indiano Ivan Dias.

O Cardeal arcebispo de Milão, a maior diocese da Europa, monsenhor Tettamanzi, 70 anos, é actualmente um grande favorito «porque é um pastor, um intelectual, um político e, próximo de João Paulo II, representa a continuidade, mas com ideias novas», explicou uma das fontes.

Um outro nomeável italiano é o cardeal patriarca de Veneza, monsenhor Angelo Scola, 63 anos, também considerado um «moderado» e cuja candidatura será apoiada pela poderosa Opus Dei.

O arcebispo de São Paulo, Claúdio Hummes, 70 anos, é um franciscano e cardeal desde 2001, sendo considerado defensor de um compromisso da igreja católica junto dos pobres, mas sem apoiar a teologia da libertação. Enfrentou com firmeza a ditadura militar brasileira (1964-1985), abrindo as igrejas às jovens organizações sindicais. Combateu o aumento de outras crenças e práticas religiosas no Brasil."


Entretanto nos media norte americanos é consensual a noção de que o novo pap manterá a linha integrista fundamentalista e conservadora do papa anterior, tanto mais que foi ele que nomeou a maior parte doa actuais candidatos .

A esperança de milhões e milhões de católicos é a que um novo Papa traga de facto uma transformação do Vaticano, um sopro de renovação. Por isso rezamos.

Mas, mesmo que tal não aconteça, sabemos que a Igreja não é o Papa, ao contrário da visão centralizadora que caracterizou o extinto pontificado.

Ñós todos é que somos a Igreja.
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Mas porque razão é que se reduzem os nomes do futuro Papa a cardeais e dentre estes aos que têm menos de 80 anos?

Porque não o Carlo Maria Martini?

João (JMA)

Tradicionalmente diz-se que qualquer homem baptizado pode ser eleito papa, mesmo alguém que não esteja presente no conclave... Na prática... Bem, na prática é de esperar que os homens do conclave tenham sido baptizados ;-)

Alef

Afinal, o exemplo que dei sendo um bom exemplo (diria um excelente exemplo!) não ilustra o que escrevi antes.

O Carlo Maria Martini tem 78 anos, e não mais de 80, como resultava da munha questão;
e segundo o site do Vaticano e é um dos cardeais eleitores.

João (JMA)

Cara Católica Praticante


É impressão minha ou apelidou o ultimo Papa de integrista e fundamentalista?

Integrista e fundamentalista?

Pedro B

Não seria interessante que o Conclave e os acesos debates que envolvem fossem abertos ao mundo? Não seria interessante ouvir publicamente as diversas vozes dos seus intervenientes?

Cara Catolicapraticante,

Não se seria assim tão interessante saber o que se passa dentro do Conclave. Aliás, ainda não tive oportunidade de ler sobre a forma como se processa a eleição, por isso, não sei sequer se haverá alguma discussão.

Queria aproveitar para corrigir algo que escreveste no início da semana, quando dizias «sabemos que a Igreja não é o Papa». Eu diria que sabemos que a Igreja não é apenas o Papa, mas o Papa também é Igreja.

Ainda sobre a eleição do novo Papa, vi hoje, em casa de um amigo meu, que na revista do jornal Expresso desta semana, vem uma lista dos cardeais potenciais Papas. Pedi a esse meu amigo, para guardar a revista por algumas semanas, e que depois me dissesse se o novo Papa estará ou não, nessa lista. Ambos cremos que não.

Luis

Hoje o nome do D. Policarpo foi novamente falado.
Os lobbys para eleger o Próximo papa estão activíissimos em termos de política diplomática internacional e estão organizados e actuantes há pelo menos três anos, afirma quem está por dentro da diplomacia do Vaticano.
A mediatização do nome de D. Policarpo é apenas um indício - talvez comece a haver uma tentativa de encontrar um Papa conciliador e que não esteja "comprado" por alguns desses poderosíssimos grupos de interesses dentro da Igreja.

Cara Catolicapraticante,

Quem lê a tua última mensagem, fica com a ideia que a eleição do próximo Papa se está a processar de forma diferente dos anteriores. Aquilo que chamas de lobbys, sempre existiu e sempre há-de existir. E não foi por causa deles e das influências que o Espírito Santo deixou de actuar.

Luis

Mas ás vezes actuou pouco....

Basta pensar em JúlioII, Alexandre VI ou Leão X... Felizmente que os papas passam, a Igreja fica.