Depoimentos sobre o aborto...
Ninguém faz abortos de ânimo leve. Durante a discussão do aborto na Assembleia da República em novembro de 1982, foram apresentados vários depoimentos:
1.º caso - "Fiz um aborto já há alguns anos. Era solteira e tive o azar de engravidar. Meus pais nada sabiam e eu quando tive a certeza fiquei doida... Não sabia o que fazer. O meu namorado abandonou-me. Perguntei a uma amiga que me aconselhou a ir a uma parteira. Estava grávida de 4 meses. Sofri muito, tive muito medo e muita vergonha. Só eu sei o que sofri quando me dirigi àquela casa. Felizmente tudo correu bem, embora tenha sofrido muito. Depois de tudo passar senti um grande alívio e voltei a encarar a vida. Confesso que ainda hoje não estou arrependida de o ter feito. Estou casada tenho dois filhos e sou feliz."
2.º caso - "Sou divorciada e engravidei. Já tinha 2 filhos e não tinha condições para ter outro. Recorri a uma parteira amiga que me fez o aborto. Senti medo e vergonha mas não tinha outra alternativa. Confesso que às vezes me arrependo, mas outras julgo que fiz o que devia."
3.º caso - "Sou engenheira-química e sou solteira. Tenho 26 anos. Por descuido, pois nesse mês não tomava nada e apesar dos cuidados do meu companheiro, fiquei grávida. Não tenho felizmente, nem ele, dificuldades económicas mas não queria ter 1 filho por 3 razões: primeira, a minha vida profissional; segunda, meus pais não compreendiam; terceira, a sociedade não aceita ainda uma mãe solteira. Recorri a um consultório, com um certo nervosismo mas fui bem recebida e foram carinhosos comigo. Logo de entrada e fui recebida por uma enfermeira, que soube contornar a questão. Fui observada, deram-me uma injecção na veia e só acordei passado uma hora numa outra sala. Disseram-me que tinha feito um aborto por aspiração. Acordei um pouco tonta e com ligeiras dores no ventre. Passado duas horas fui para casa depois de ter pago 15000$ em notas. "Não aceitavam cheques". Confesso que não estou arrependida, mas julgo que não voltarei a ter relações sem estar protegida, a não ser quando desejar mesmo ter 1 filho."
4.º caso - "Fiz um aborto de 2 meses e meio. Não podia nem queria ter um filho. Tudo correu muito mal e julguei que morria. Estive internada num hospital. Tive que levar muito sangue e nunca mais fiquei boa. Estou convencida que não voltarei a fazer nenhum aborto. Talvez seja melhor ter um filho."
5.º e último caso - "Fiz 2 abortos e tudo correu bem. Sou casada já tinha 3 filhos e não queríamos mais nenhum, mas tive a pouca sorte de ficar grávida. Fui à parteira que já me tinha feito os 2 abortos, e saí de lá com algumas dores e a perder sangue. Passados 3 ou 4 dias as dores desapareceram e o sangue parou. Passado algum tempo como a menstruação não viesse, fui a um médico que me disse que estava grávida de 4 meses. Fiquei desgostosa pois não queria ter o filho. No entanto, tive medo de voltar à parteira porque o médico me tinha dito que um aborto de 4 meses era muito perigoso. O filho nasceu. Tem agora 4 anos. Gosto de todos mas talvez mais deste, não sei bem porquê. Ainda bem que tal me aconteceu, pois sou feliz, embora reconheça que são filhos a mais."
Com estes relatos de vida, queria chamar à atenção de todos, mais uma vez, que a decisão sobre efectuar um aborto, não é uma decisão que se tome de animo leve, pois ela acarreta graves consequências para ambas as partes, quer para a mãe, quer para o filho, quer mesmo para o pessoal que efectua o aborto.
Podemos ainda afirmar que a questão do aborto não é de forma alguma uma questão de âmbito religioso, científico, jurídico ou de qualquer outro. É, sim, uma questão que se prende com o respeito que se tem pela dignidade da vida humana. Quaisquer tentativas de definir momentos a partir dos quais atentar contra essa vida é ou não crime, são completamente arbitrárias e sem fundamento.
«Precisamos de mais trabalhadores para a vinha do Senhor. A vinha é Grande para tão pouca gente com capacidade de amar.»
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