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Existe o "voto católico"?
Escrito por: VMTH (IP registado)
Data: 07 de February de 2005 15:10

Caríssimos leitores,


Hoje ao ouvir o noticiário da TSF das 14,00h, percebi que ontem (Domingo) ouve um pároco na cidade de Lisboa que terá apelado aos seus fiéis durante a homília, que "não votassem em partidos que defendem o aborto"!

Confesso que adorei ouvir a notícia! Cresce-me a esperança de que afinal a Igreja ainda tem coragem para defender o que é justo e o que verdadeiramente acredita!
No entanto, a notícia continuava, num tom de "escândalo" perante o atrevimento do sacerdote! Ouviram-se vários líderes políticos, quase todos manifestando o seu "repúdio" perante tão "irresponsáveis declarações"!
(entre os mais exaltados, claro está, estavam os da "extrema-esquerda" e os excomungados dos comunas - Mais moderados na crítica os socialistas, que não querem despir a pele de cordeiro!)

Mas esta questão, levanta uma outra... existe em Portugal aquilo que nos Estados Unidos se designa como "catholic vote"?

Será que os católicos, conscientes da sua Fé de crentes baptizados, determinam o seu voto de acordo com uma concepção, uma mundividência católica da vida, da existência?

Ou votam nos partidos independentemente do quadro moral e de valores que dita a sua Fé?

E já agora... uma para os católicos "conciliaristas" aqui do Forum... nesta época pós-Concílio Vaticano II, ainda vigora a excomunhão sobre os católicos comunistas... ou será que não?


Um abraço a todos do
Católico Tradicionalista


Victor Henriques


Bem-Aventurado Mons. Marcel Lefèbvre: Ora pro Nobis et Sancta Ecclesia!

STAT CRUX DUM VOLVITUR ORBIS!







Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 07 de February de 2005 18:17

Amigo Vitor
Não me parece que seja só ele.
Eu proprio o tenho feito na minha paróquia.
E não só o aborto, como a Eutanásia, a legalização das drogas, casamento de homosexuais etc.
Não vejo qual seja a incoerencia. Incoerencia seria se nada se dissesse e as pessoas pensassem não ha problemas em votar em partidos que manifestamente estão contra a doutrina da Igreja.
Depois é com a consciencia de cada um.
Não pense a esquerda extremista que à semelhança de cuba e china a Igreja ou diz o que eles querem ou somos presos.
Se o formos que seja por pregar o evangelho. E como os primeiros martires iremos a cantar.

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: Joaquim José Galvao (IP registado)
Data: 07 de February de 2005 18:33


Amigo Victor Henriques

Seguramente não há o voto nem dos Católicos, nem de um modo mais abrangente dos Cristãos, há votos de Consciência e de integridade moral e cívica, mas certamente LIVRES, e Independentes e nunca condicionados por Padres ou Bispos
Há Votos em valores, princípios, modelos e regras de vida que são mais pela dignidade do ser humano e a vida e há outras opções, tão livres e tão independentes como os primeiros.
Deixo aqui como já deixei noutro espaço de Fórum a carta de católicos a católicos por Questão de Consciência, leiam e se desejarem subscrevam em [www.petitiononline.com] .


CARTA ABERTA DE CATÓLICOS AOS ELEITORES

UMA QUESTÃO DE CONSCIÊNCIA

1. Os subscritores desta Carta Aberta são católicos e não constituem, nem pretendem constituir, nenhum movimento político, partidário ou de outra natureza. Com esta iniciativa (que pode ser subscrita por quem o entender, católicos ou não), pretendem apenas, nesta conjuntura pré-eleitoral, colocar à consideração de todos os cidadãos eleitores, filiados ou não em quaisquer partidos, uma questão de consciência.
Questão de consciência essa em que a Igreja Católica universal tem insistido através de muitos e solenes documentos, e também a Conferência Episcopal Portuguesa nos tem posto frequentemente, como, mais uma vez, no último Comunicado do seu Conselho Permanente sobre a situação política presente, de 14 de Dezembro passado.
2. Trata-se de, em primeiro lugar, recordar que a Igreja afirma que «os leigos não podem, de maneira nenhuma, abdicar de participar na “política”, ou seja, na múltiplice e variada acção económica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover de forma ôrganica e institucional o bem comum” (João Paulo II, Christifideles Laici, 42).
No já referido comunicado da Conferência Episcopal é-nos dito que “o primeiro dever dos cristãos é a participação responsável». Daqui decorre que, nas presentes circunstâncias eleitorais, o mínimo que se exige a uma consciência livremente formada de acordo com a fé católica é que não poderá desinteressar-se da campanha eleitoral nem abster-se de votar. A abstenção é uma grave omissão aos deveres de uma consciência católica.
3. De acordo com a doutrina da Igreja, “a ninguém é permitido invocar exclusivamente a favor da própria opinião a autoridade da Igreja” (Gaudium et Spes, 43), e por isso “é necessário reconhecer uma variedade legítima de opções possíveis. Uma mesma fé cristã pode levar a assumir compromissos diferentes” (Octogésima Adveniens, 50)
No entanto, este pluralismo político dos católicos não pode ser confundido com relativismo moral.
4. Como recorda a Nota Doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política, da Congregação para a Doutrina da Fé, “quando a acção política se confronta com princípios morais que não admitem abdicações, excepções ou compromissos de qualquer espécie, é então que o empenho dos católicos se torna mais evidente e cheio de responsabilidade. Perante exigências éticas fundamentais e irrenunciáveis, os crentes têm, efectivamente, de saber que está em jogo a essência da ordem moral, que diz respeito ao bem integral da pessoa.
É o caso das leis civis em matéria de aborto e da eutanásia, que devem tutelar o direito primário à vida, desde a sua concepção até ao seu termo natural. Do mesmo modo, há que afirmar o dever de respeitar e proteger os direitos do embrião humano.
Analogamente, devem ser salvaguardadas a tutela e promoção da família, fundada no matrimónio monogâmico entre pessoas de sexo diferente, e protegida na sua unidade e estabilidade, perante as leis modernas em matéria de divórcio. Não se pode, de maneira nenhuma, pôr juridicamente no mesmo plano, com a família, outras formas de convivência, nem estas podem receber um reconhecimento legal como família.
Igualmente, a garantia da liberdade de educação, que os pais têm em relação aos próprios filhos, é um direito inalienável, aliás reconhecido nas Declarações internacionais dos direitos humanos. No mesmo plano devem incluir-se a tutela social dos menores e a libertação das vítimas das modernas formas de escravidão (pense-se, por exemplo, na droga e na exploração da prostituição).
Não podem ficar de fora deste elenco o direito à liberdade religiosa e o progresso de uma economia que esteja ao serviço da pessoa e do bem comum, no respeito da justiça social, do princípio da solidariedade humana e do princípio da subsidiariedade, segundo o qual “os direitos das pessoas, das famílias e dos grupos, bem como o seu exercício, têm de ser reconhecidos”. Como não incluir nesta exemplificação o grande tema da paz?». A paz que é sempre «fruto da justiça e efeito da caridade» (Catecismo da Igreja Católica, n. 2304).
5. Importa por isso fazer, com estes critérios “fundamentais e irrenunciáveis” um discernimento responsável. Como nos recorda o Papa Paulo VI “na diversidade de situações, das funções e das organizações, cada um deve determinar a sua própria responsabilidade e discernir em consciência as acções em que é chamado a participar. Misturadas com as diversas correntes e a par das aspirações legítimas vagam também orientações ambíguas; por isso o cristão deve distinguir e evitar comprometer-se em colaborações incondicionais e contrárias aos princípios de verdadeiro humanismo, mesmo que tais colaborações sejam solicitadas em nome de solidariedades efectivamente sentidas” (Octogesimo Adveniens, 49)
Como dizem os nossos Bispos, «importa avaliar da sua justiça [das soluções objectivas que nos são propostas], da sua viabilidade, da sua consonância com os princípios da dignidade humana, do respeito pela vida, da dimensão social que todas as políticas devem ter. Para os cristãos, o critério de avaliação é o Evangelho e a doutrina social da Igreja. A democracia é o quadro político da liberdade, mas também da responsabilidade. E esta só se exprimirá na busca generosa do bem comum» (Comunicado do Conselho Permanente da Conferência Episcopal, de 14 de Dezembro de 2004).
31 de Janeiro de 2005


Joaquim José Galvâo
Um dos primeiros 100 subscritores

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 07 de February de 2005 18:35

"Analogamente, devem ser salvaguardadas a tutela e promoção da família, fundada no matrimónio monogâmico entre pessoas de sexo diferente, e protegida na sua unidade e estabilidade, perante as leis modernas em matéria de divórcio"

Qual o partido que pretende alterar "as modernas leis em matéria de divórcio?"

Estou curiosa.

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: Augusto (IP registado)
Data: 07 de February de 2005 18:54


Joaquim José Galvão


Maravilhoso, maravilhoso, maravilhoso.

É maravilhoso a sua presença neste fórum, acredite-me.
Que pena a Ana ter saído daquí, quando tinha por aquí amigos. Gostava das intervenções dela.

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 01:46

Então, querem ou não mudar as leis civis que admitem o divórcio?

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:03

Sobre o voto católico eis a "homilia" esclarecedora do padre CATÓLICO Mário :


"Entremos de corpo inteiro na Política e arrumemos de vez com Paulo Portas e Pedro Santana Lopes!

Tarde e a más horas, o presidente Jorge Sampaio lá se decidiu pela dissolução do Parlamento e pelo derrube do Governo de Paulo Portas / Pedro Santana Lopes. O que vamos agora fazer, pelo menos, até 20 de Fevereiro, dia de eleições antecipadas, e depois dessa data? A tentação popular é entregar tudo aos partidos políticos e aos políticos profissionais. Eles que resolvam. Se nos deixarmos levar por esta tentação, os partidos políticos e os políticos profissionais resolvem. Mas resolvem mal, porque resolvem segundo os seus perversos jogos de interesses. Ou nos decidimos, nesta hora, a agarrar o país nas nossas próprias mãos, ou continuaremos a correr para o abismo.

A pior postura política é a daquelas pessoas que não se metem em política e só se ocupam dos seus negócios e dos assuntos da sua casa, das suas novelas e dos jogos de futebol do seu clube, das suas orações e da sua paróquia ou da sua seita religiosa.

Queiramos ou não, somos animais políticos. Pela positiva ou pela negativa. Mas animais políticos. A nossa pior postura política é a da abstenção. Se continuarmos a deixar o terreno livre aos partidos políticos e aos políticos profissionais, o país irá de mal a pior. Se a Política não se tornar a nossa actividade maior e a mais nobre, voltaremos depressa ao tempo de Salazar.

Não que o ditador se levante do túmulo, mas porque outros, devidamente reciclados, lhe ocuparão o lugar.

Paulo Portas está mais do que à espreita. É um abutre político que não perde pitada. Enquanto dormimos, ou nos distraímos com novelas, quintas de celebridades, futebóis, ele está a conspirar na sombra. Aquele seu olhar de abutre político não engana. Parece saltar das órbitas, para apanhar o nosso olhar. Se o conseguir, devora-nos até a alma. Pode legislar para que nos sejam atribuídos mais subsídios, mas jamais nos reconhecerá como pessoas livres e com iniciativa política. Nem sequer aos do seu partido ele tolera que sejam pessoas livres e com iniciativa política. Ai de quem tentar! É corrido no mesmo instante. Vejam quanto ele é hábil na escolha dos tempos e dos lugares para agir. Não deixa nada ao acaso. Mas faz tudo isso para nossa desgraça. À beira dele, Pedro Santana Lopes não passa de um aprendiz de Maquiavel, um tonto político que vive do improviso.
Por isso digo: Olhos nos dois, agora unidos como marido e marido políticos. Ou o país se livra deles, de vez, nestas eleições legislativas antecipadas, ou perde o presente e o futuro, por muitos anos. "

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:14

Tem a certeza de que se trata de uma Homilia? Não será antes um discurso escrito para o seu jornal "Fraternizar"?
Há que esclarecer as pessoas com a verdade cara catolicapraticante. A omissão é um pecado grave.
O que o padre mario escreveu pode ser lido em:[padremariodalixa.planetaclix.pt]
É um texto do seu jornal. Nunca foi uma homilia.
A verdade acima de tudo.

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:23

Há padres que fazem manifestos eleitorais nas homilias. Outros fazem-nos através de publicações - uma outra forma de homilia. Penso até que estes segundos manifestos serão eticamente mais aceitáveis, pois não misturam as coisas num obscurantismo tristonho.

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:39

Cara Catolicapraticante,

O que o senhor Padre Mário da Lixa diz, não se escreve. Se se escreve, não se lê. Se se lê, é puro desperdício de tempo :-)

Não digo que ele não tenha razão num ou outro assunto, mas tendo em conta as posições que ele tomou no passado, já ninguém o leva a sério.

Luis

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 02:52

Mas porquê? Tem um discurso bastante coerente, fundado em questões teológicas e doutrinárias católicas, tão coerente como os fundamentalistas "de cor oposta"...

Queres dizer com isso, caro Luís, que os discursos fundamentalistas dos padres , quaisquer que sejam, não são para ser levados a sério, ou não devem ser lidos nem escutados, porque são um desperdício de tempo? ??

Sou capaz de concordar contigo...

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 12:36

«Ai do mundo, por causa dos escândalos! São inevitáveis, decerto, os escândalos; mas ai do homem por quem vem o escândalo! », Mt 18,7.

A sua posição sobre Fátima é tudo menos coerente, por exemplo. Como sabes, não tenho particular devoção mariana, mas causa-me alguma perplexidade ouvir um padre dizer que Fátima é uma devoção pagã. No mínimo, como ser humano, deve respeitar as crenças dos seus paroquianos. Se quiser ir mais longe, deve fazer uma boa catequese, formar os seus paroquianos e não apelidá-los de culto pagão.

O seu livro «E Deus disse: Do que eu gosto é de Política, não de Religião.» é ainda um equívoco maior e demonstra um profundo desconhecimento do Evangelho. Onde no Evangelho se encontra uma dimensão política de Jesus Cristo? ««Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.», (Mc 12,17) é uma afirmação bastante clara que a missão de Jesus Cristo pouco ou nada tem de Política.

Luis

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 13:00

Confesso que não li nenhum livro do Pde ML.
De qualquer forma, o apelo eleitoral em partidos políticos por padres, servindo-se da sua condição eclesial para finalidades de propaganda política, parece-me tão pouco aceitável vinda do Pde ML como do Pde JL ou de qualquer outro padre... é a mesmíssima coisa, sendo que considero particularmente grave que se aproveite a celebração eucarística para fazer comícios políticos. Ou seja, é inaceitável.

«Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.», (Mc 12,17)

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: Joaquim José Galvao (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 14:07

"católicapraticante"

Veja o outro Fótum e responda.

Agora não sei o que tanto a incomoda e não só a si mas a muitos que agem da sua forma quando a sociedade civil tão Laica como defende, tão intensamente nas 24 horas e nos meios de Comunicação social constantemente atacam o Cristianismo e o pensamento livre dos Cristão e quanto a isso não vejo defender os direitos à liberdade de pensamento que ilumina o pensar laico, antes atacam como forma de medo ou de fraqueza.


No Seculo XXI: Aos Cristãos o que é dos Cristãos aos Laicos o que é dos Laicos

Joaquim José Galvão

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 17:47

O única coisa atacável é o fundamentalismo religiosos, qualquer que seja. Felizmente, não aplicamos a sharia católica. Por isso há eleições.

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: Joaquim José Galvao (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 20:37

Não me parece que a sua postura seja séria quando só vê fundamentalismo na Igreja. seja séria sff, e veja a política dos nossos partidos e dos nossos políticos com seriedade sff.

Só assim este fórum poderá prosseguir.
Joaquim

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 20:56

Eu Não vejo fundamentalismo na igreja. mas se há um Padre que faz um discurso numa homilia contra o divórcio civil ( lei do estado português) contra a poligamia ( que não existe no nosso enquadramento jurídico), contra oa csamento de homossexuais 8 que não existe non nosso ordenamento jurídico) e contra o aborto em TODAS as circunstâncias ( contra leis do noso ordenamento jurídico), estamos a falar de fundamentalismo religioso, sem dúvida.
Já agora, como médico, qual a sua opinião sobre a actula lei de interrupção de gravidez? Há ou não causas médicas que tornam lícita esta interrupção?

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: Joaquim José Galvao (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 21:22

A lei feita pelos homens é naturalmente sujeita a interpretações positivas e negativas.
A lei está aprovada e deve ser aplicada se quando a situação assim o admita mas...
A vida não é referendável nem nada pode dar o direito a ninguém a tirar a vida a outro ser.
A genética e a embriologia sempre definiram o desenvolvimento do ser se inviável fisiologicamente e isso corresponde a uma morte natural havendo apenas a intervenção médica se assim houver benefício para a grávida de uma gravidez inviável. O pior é o resto.

Se a gravidez não é desejada deve ser controlada e se surge, a vida gerada deve ser assumida na plena responsabilidade dos seus progenitores e nem o apelo a dramas psicológicos, económicos, sócioculturais, nem muito menos chauvinistas ou racistas deveriam ser tido em conta para se matar.

IVG é uma mentira É assumir que se reconhece que a vida começou pois nada se interrompe se não tiver tido início. Se começou a gravidez começou a vida concebida. Interromper implica a possibilidade de deixar continuar e essa possibilidade não é admissível.
Para uma lei má deixem estar como está já basta assim, para pior e para a mentira de matar legalmente... sejamos sérios. Que mais direitos a matar estamos prontos a permitir pelo politicamente correcto.

Sou pessoalmente contra a actual lei embora pontualmente a aceite no campo da medicina e mesmo assim seria profissionalmente objector de consciência

Joaquim Galvão

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 21:57

Desculpe, não percebi bem, o senhor considera que no caso de uma gravidez ectópica - nas trompas, por exemplo - a gravidez não deve ser interrompida???? Ou seja, deve morrer a mulher e o embriaão???? È isto a defesa do direito á vida? Não vai isto contra o código deontológico dos médicos??? No caso de uma gravidez numa mulher com um grave problema oncológico ou em que os tratam,entos a que tem de ser submetida não são compatíveis com uma gravidez, deve-se matar a mulher, uma pessoa , um ser humano ??? É isto a defesa da vida????

O senhor acha que os casais estéreis não devem recorer a técnicas de reprodução tecnicamente assistida, que implicam, obviamente a"fabricação", manipulação e selecção de embriões??? Impedir os casais ínférteis de poderem engravidar, é isto a defesa da Vida???

O senhor acha que em caso de malformação fetal incompatível com a vida - anencefalia, por exemplo - deve uma mulher suportar a gravidez até ao terminus e um parto particularmente violento e deve o RN nestas condições deixar-se morrer lentamente, durante minutos, horas ou dias????Acha isto mais humano e mais de acordo com a defesa da vida????

O senhor não concorda que em caso de violação é um dever médico informar e ajudar a vítima a ter possibilidade de fazer contracepção de emergência de forma a que desse horrível crime não resulte o trauma ainda maior de uma gravidez devido a violação????

Não estamos no domínio do "politicamente correcto", mas no domínio do "eticamente correcto, deontologicamente correcto e legalmente correcto.

Graças a Deus, nem todos os médicos são objectores de consciência. Se assim fosse, haveria muitas mulheres portuguesas condendas á morte pelos "defensores da vida".

Re: Existe o "voto católico"?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 08 de February de 2005 22:17

"A genética e a embriologia sempre definiram o desenvolvimento do ser se inviável fisiologicamente e isso corresponde a uma morte natural "

Desculpe lá , mas nas gravidezes ectópicas na trompa, acha que se deve "esperar pela morte natural do embrião inviável" antes de intervir??? Ouseja, só quando houver ruptura da trompa, com risco de morte para a mulher e a certeza de que a sua fertilidade vai ficar para sempre afectada é que se deve intervir??? Esperamos pela brutal hemorragia interna e só depois intervimos, mesmo que isso aumente brutalmente a possibilidade daquela mulher morrer? Isto é uma "boa prática médica"? Ou não será um "crime de negligência médica???

Mas, se o senhor considera, de acordo com as boas práticas médicas, que se deve intervir imediatamente no sentido de destruir o embrião e de o retirar da trompa (obviamente que isto não pode ser considerado um morte natural, é tecnicamente um aborto) , se possível utilizando um técnica cirurgica que permita "salvar aquela trompa", de modo a que a futura fertilidade da mulher seja preservada, então o denhor concoda em que há situações em que o aborto não só é licito como eticamente aceitável.

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Este tópico foi encerrado

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