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Ser Catolico
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 26 de January de 2005 18:50

Caríssimos

Gostaria de introduzir o seguinte tema.

O que é essencial a um Católico?

Não tenho muitas duvidas que alguém não acredite que Cristo Ressuscitou, ou que a Sagrada Hostia não é corpo de cristo, e por aí adiante não deve ser considerado como pertencente à Igreja Católica.

Mas até que ponto deve ser considerada uma pessoa em determinadas situações "extra credo" chamemos assim, como pertencente à Igreja Católica?

Dou vários exemplos

- Pessoa que preconiza a liberalização do aborto por entender que é um direito da mulher.
- Que defende que a homosexualidade é tão natural como a heterosexualidade e que os casais homosexuais deviam poder contrair matrimónio.
- Que defende que as mulheres possam ser ordenadas.
- Que defende que o Concíio Vaticano II foi nefasto para a Igreja e que a mesma deveria regressar a uma situação pré-concílio.
- Que entende que Fátima foi um embuste e que Nossa Senhora nunca apareceu aos Pastorinhos.
- Que pura e simplesmente não acredita em Milagres


Pedro B

Re: Ser Catolico
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 26 de January de 2005 23:39

Nem todo aquele que diz "Senhor Senhor, entrará no reino dos céus, mas aqueles que cumprem a vontade de Meu Pai"

Pedro, acho que Jesus disse tudo. Nem todos os que se dizem católicos de nome o são. Simplesmente porque aquilo em que acreditam não é o mesmo em que a Igreja acredita. Podem pensar que estão dentro - os fariseus achavam-se os mais perfeitos adoradores do Deus de Israel e contudo.... viu-se.
Perdemos a noção de que a Igreja não engana nem nos engana. Mas enfim, quem está fora, fora está.
Por eles rezamos.

Re: Ser Catolico
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 27 de January de 2005 02:05

Esta é a visão mais redutora e simplista do queé ser católico... de facto tens razão numa coisa: é absolutamente farisaica...

Re: Ser Catolico
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 27 de January de 2005 02:09

Ser catolico será então o que? Andar com palavras lindas na boca, do mandamento do amor, de amar a todos, de amar e mais amar, e quanto ao essencial desbedecer a tudo o que a Igreja ensina?
Isso é pertencer a uma seita, não à Igreja catolica.

Re: Ser Catolico
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 27 de January de 2005 02:18

Por exemplo:
Será catolico quem acusa a Igreja de cometer crimes contra a humanidade?
Para mim, a resposta é clara..................

Re: Ser Catolico
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de January de 2005 06:02

Será catolico quem acusa a Igreja de cometer crimes contra a humanidade? "

A Igreja Católica já cometeu crimes contra a humanidade. Basta relembrar os crimes da santa inquisição, os crimes de oerseguição religiosa, particularmente contra os judeus, os crimes cometidos contra as mulheres. O reconheciemnto destes crimes e o pedido de desculpas ás vitimas foi feito pelo Católico João Paulo II...

Comemora-se por estes dias sessenta anos sobre o holocausto nazi.

Em toda a Europa várias cerimónias e manifestações relembram as memórias do horror sem nome.

Morreram dois, três milhões de pessoas em campos de extermínio indiustrializado.

Os culpados não foram apenas os nazis ou a a máquina do Estado nazi, como reconheceu recentemente o chanceler alemão. Toda a soociedade alemâ ainda se sente hoje cor-responsável, mesmo os que nãosabiam, mesmo os que não colaboraram directamente com o extermínio.

PORQUÊ? PORQUE PERMITIRAM, PORQUE NADA FIZERAM, PORQUE COLABORARAM , COM A SUA PASSIVIDADE.

Não agiram quando poderiam ter evitado milhões de mortes.

Objectivamente colaboraram no holocausto, através da indiferença, da intolerância.

A propósito de crimes contra a humanidade por negligência - estamos a falar de mortes evitáveis , através da prevenção e tratamento - morreram , só no ano 2004, mais de três milhões de pessoas com Sida.

Mais de meio milhão destas pessoas foram crianças com menos de 15 anos.

Os números do Holocausto.

Re: Ser Catolico
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 27 de January de 2005 09:45

Caríssimos

Sem prejuizo do interesse das vossas mensagens vamos tentar responder concretamente.

Pode um Católico defender:

1- - A liberalização do aborto por entender que é um direito da mulher.

2- Que a homosexualidade é tão natural como a heterosexualidade e que os casais homosexuais deviam poder contrair matrimónio.

3- Que defende que as mulheres possam ser ordenadas.

4- Que defende que o Concíio Vaticano II foi nefasto para a Igreja e que a mesma deveria regressar a uma situação pré-concílio.

5- Que entende que Fátima foi um embuste e que Nossa Senhora nunca apareceu aos Pastorinhos.

6- Que pura e simplesmente não acredita em Milagres

Em relação a cada uma deverá ser considerado Católico.


Pedro B

Re: Ser Catolico
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 27 de January de 2005 11:00

Caro Pedro B.

normalmente acho que tento ser claro nas minhas respostas... por isso aqui vão, sem prejuízo de depois eu próprio particpar com mais tempo neste tópico... Começo por dizer, no entanto, que não me parecem que estes sejam os únicos tópicos polémicos...

1 - Não me parece ser possível ser plenamente nem católico nem cristão, a favor da vida e defender a LIBERALIZAÇÃO do aborto...

2- Sim, é possível ser católico e entender os homossexuais como os heterossexuais, apesar do que a hierarquia ainda defende... não é um dogma e não me paece essencial na fé...

3- Sim, é possível ser-se católico e defender-se a ordenação das mulheres. Não é também nenhum dogma a masculinidade do sacerdócio...

4- Neste caso, ter-se-iam de analisar os argumentos concretos pelas quais se rejeitaria o Vaticano II; Com o que se discorda? Algo na substância ou apenas nas novas formas? É complexa, julgo eu, esta questão. Mas, por si só, a defesa da Igreja pré-conciliar não é, obviamente, anti-católica. O quererem impor isso, uma minoria, a toda a Igreja parece-me pouco católico; o querer, essa minoria, continuar a celebrar com o rito tridentino arece-me bem... por que não?

5- Sim, é possível ser-se católico e não acreditar em nada do que se diz sobre Fátima ou não considerar a mensagem de Fátima (ou de Lourdes, ou de outras aparições do género)

6 - Não; não é possível ser-se católico e não acreditar em milagres... aqui, no entanto, também poria de sobreaviso quanto à noção de milagre ;-)... se o milagre for algo mágico que se limita a uma cura fisica e a uma resposta do tipo venda em troca de promessas, tenho as minhas dúvidas sobre se essa concepção é muito cristã... mas enfim... nestes casos, prefiro reconhecer o meu cepticismo, mas também a minha ignorância...

Abraço fraterno

Miguel

Re: Ser Catolico
Escrito por: trento (IP registado)
Data: 27 de January de 2005 18:01

E na maior parte das vezes, faltar-se à Eucarístia Domínical?
isto é ser católico?

«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

Re: Ser Catolico
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de January de 2005 18:07

Eu acrescentaria mais alguns tópico á lista:


- e não pagar os impostos?

- e utilizar o boato e a difamação?

- e ter sexo antes do casamento?

- e usar preservativo, mesmo que seja como um "mal menor"?

- e utilizar contraceptivos?

- e ter práticas supersticiosas?






Re: Ser Catolico
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 28 de January de 2005 15:39


Ser católico, é aceitar o que a igreja nos ensina!!!

Ontem o nosso bispo, saíu à rua com uma enorme multidão de pessoas, protestar contra o casamento dos homosexuais!!! Se não forem os padres e os bispos a protestar, contra o mal, o mundo fica podre!

Re: Ser Catolico
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 28 de January de 2005 16:22

Eu não sei se concordo muito com a formulação das questões do Fernando e a catolicapraticante... prefiro como fez o Pedro B. Se me permitem:

Pode um católico defender:

A- que não é necessário ir à missa todos os domingos?
B- o não pagamento de impostos?
C- o boato e a difamação?
D- o sexo antes do casamento?
E- o uso do preservativo, mesmo que seja como um "mal menor"?
F- o uso de contraceptivos?
G- práticas supersticiosas?

Talvez assim seja um pouco mais claro... para não se cair na análise dos actos de cada um... não que isso não tenha importância, mas em última instância poder-se-ia cair no ridículo de dizer que quem mente ou quem é egoísta ou quem diz mal de alguém não é católico... se calhar falta-lhe muito para chegar à perfeição... mas se os católicos fossem apenas os que fazem SEMPRE tudo bem, não haveria tal "raça".

De qualquer modo, segundo a doutrina a resposta a todas as perguntas seria sempre Não.

A minha sensibilidade pessoal (lá me vão dizer que o ser-se católico não se compadece com sensibilidades pessoais), ou melhor aquilo que a mim não me chocaria que houvesse mudança ou uma maior abertura na doutrina moral refere-se aos pontos D, E e F... nada disso me parece dogmas absolutos...

Abraço fraterno

Miguel

Re: Ser Catolico
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 28 de January de 2005 18:18

OK miguel, obrigada pela clareza da resposta. Parece então que há muitos mais Católicos do que alguns foristas possam pensar ( ou querer).

Re: Ser Catolico
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 31 de January de 2005 23:16

(do Tozé)

Ser Católico (prefiro o termo cristão) , em minha opinião é acreditar que Deus é amor e tentarmos dizê-lo com a nossa vida, conscientes das nossas fraquezas e limites.

É acreditarmos que Deus nos ama ao ponto de querer partilhar a nossa humanidade, em Jesus Cristo, e que por isso morreu e ressuscitou, oferecendo-nos assim a libertação do mal!

É acreditarmos que todos os homens são nossos irmãos

É acreditarmos que não é possivel uma relação com Deus sem uma relação com os outros, sem procurarmos essa comunhão fraterna que passa muito por aceitarmos como nossos irmãos os que são diferentes de nós, por tentarmos compreende-los em vez de os condenarmos. Ter a consciência que Jesus Cristo veio ao mundo para nos oferecer a todos uma comunhão com ele , concretizada no que chamamos Igreja, e que para ele a Igreja é una, santa, católica (universal) e apostólica....

É sermos firmes nas nossas convicções, mas sem julgarmos os outros pelas deles.

É procurarmos discernir, no dia a dia, como agir de acordo com a vontade de Deus para nós, de acordo com os Evangelhos, a tradição e a luz do Espírito Santo em nós... mas assumindo a responsabilidade pelas nossas escolhas, sem nos refugiarmos no cumprimento cego de um normativo que nos desresponsabiliza das nossas escolhas (tão fácil)

É ter consciência de que a nossa relação com Deus é um processo em permanente construção...

Finalmente acho que questões como a despenalização do aborto, o preservativo, a homosexualidade, a ordenação das mulheres, o Concilio, Fátima ou os milagres não são de modo nehum as questões centrais da minha fé nem da minha relação com Deus. Recuso-me a cair na armadilha dos que querem reduzir o Cristianimo a esses pormenores secundários...

Mas já agora dou a minha opinião sobre os mesmos:

Sou contra o aborto, mas não concordo que uma desgraçada vá parar à prisão por abortar.

Não tenho nada contra o uso de preservativos, embora não aprecie particularmente a sua utilização. Já no caso da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, a favor sem limites...

Não tenho nada contra os homosexuais, penso inclusive que a legislação deve garantir certos direitos a pessoas que partilham a habitação e vivem em comum, independentemente da sua relação ser sexual ou meramente de amizade ( o estado não tem nada a ver com a intimidade das pessoas). Já relativamente à adopção de crianças tenho mais dúvidas.

Nada contra a ordenação de mulheres e homens casados...

O concílio foi um grande momento da história da Igreja, tão mal conhecido e aplicado! Já precisamos de outro, mas com maior participação dos Leigos.

Não sei o que aconteceu em Fátima em 1917, tenho algumas reservas ao que aconteceu depois e sobretudo a algumas práticas actuais, como as promessas. Penso que a Igreja devia ser mais pedagógica no acompanhamento dessas práticas. O comércio à volta de Fátima incomoda-me muito...


Há milagres todos os dias à nossa volta, não o da transformação da àgua em vinho (esse o meu amigo Luís de Matos já mo explicou) mas o milagre de tantos que amam e o dizem com a sua vida...


Tozé M.







Re: Ser Catolico
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 02 de February de 2005 23:35

Caro Pedro B,

Andei cerca de uma semana a pensar na mensagem, e a tentar discernir se terias colocado a questão numa perspectiva positiva (como espero que tenha sido) ou numa perspectiva negativa. Eu explico.

Perguntas "O que é essencial a um Católico? (e eu completo) acreditar para que se possa sentir católico, ou o que ele não pode defender correndo o risco de se (auto) excluir de ser católico? Vou responder na perspectiva positiva.

Na minha opinião, o essencial para um Católico é acreditar na nossa formulação de fé: o Credo (também conhecido por Credo de Niceia-Constatinopla por ter sido definido nestes dois concílios).

O Credo, como uma formulação básica que contém toda a nossa fé, é (demasiado) sucinto. Então, para compreendermos melhor o que é essencial, temos a Palavra de Deus. A vida de Jesus Cristo descrita nos Evangelhos dão-nos exemplos concretos do que é ser católico. Mas os Evangelhos também são sucintos. Por isso temos o Antigo e o Novo Testamento. E temos a Sabedoria que foi guardada e passada de geração em geração (Tradição), preservada por pessoas que se dedicaram de corpo e alma a essa missão (Magistério). Isto, provavelmente, inclui mais que o "essencial".

Para mim, o essencial da Sagrada Escritura resume-se nos Mandamentos. Ser Católico é também viver aquilo em que se acredita, por isso temos os Sacramentos - sinais da nossa vivência em Cristo. Na relação com Deus, a oração é a expressão da Fé, e o Pai Nosso é a oração por excelência, aquela que Jesus nos ensinou.

Resumindo: Credo, Mandamentos, Sacramentos, Pai Nosso... e ser coerente com tudo isto.

Quanto às questões concretas que colocaste mais adiante noutra mensagem, aqui ficam as minhas respostas:

1. Não, e não é preciso ser católico/cristão ou acreditar sequer em Deus, para ser-se contra o aborto;

2. Penso que não, mas nunca pensei muito no assunto. Parece-me difícil alguém afirmar que a homo é tão natural como a hetero.

3. A Comissão Pontifícia Bíblica, em 1978, concluiu por unanimidade que não existia nada na Sagrada Escritura que impossibilitasse a ordenação das mulheres. Logo, defender a não ordenação das mulheres é que poderá não ser muito católico.

4. Aqui não terá ver com a ser ou não católico, mas ter-se ou não bom senso. Afirmar que o Concílio Vaticano II foi nefasto para a Igreja é manifesta falta de bom senso! Seja-se ateu, agnóstico, católico, crente ou não crente.

5. Parece-me que a questão é mal colocada. Por uma questão de respeito, parece-me que o mínimo que se pede a todos é que se respeite as crenças dos demais. As aparições marianas e, mais geralmente, todo o movimento mariano, não é essencial da fé cristã. Logo, não é necessário acreditar nas aparições. Pede-se que se respeite o culto dos demais.

6. Se por Milagres se entende algo que a Ciência não consegue explicar, então, até os ateus acreditam.

Entretanto a Catolicapraticante também acrescentou algumas perguntas. Aqui ficam algumas respostas:

A. Pagar impostos. «Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.» Mc 12,17.

B. Boato e Difamação. «Não responderás contra o teu próximo como testemunha mentirosa.» Ex 20,17.

C. Sexo antes do casamento. Desde que não atrase a cerimónia :-). Agora mais a sério, desde que seja numa relação de amor...

D. E. Contraceptivos e Preservativo. Sobre preservativos para evitar o contágio de doenças: ler Humanae Vitae, parágrafo 15. Sobre contraceptivos, procurar na Bíblia referências a contraceptivos. Caso não encontre, ler a história de como surge a Humanae Vitae, desde o Concílio Vaticano II.

F. Práticas supersticiosas. «Não haverá para ti outros deuses na minha presença.» Ex 20,3.

Luis Gonzaga

Re: Ser Catolico
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 03 de February de 2005 10:07

Temos aqui uma espécie de "check-list" do Catolicismo.

Provavelmente é o que chamei noutras mensagens "medidor de catolicidade".

Não me parece que seja válido para qualificar alguém como católico ou não. Mesmo na perspectiva positiva que o Luís utilizou.

Já aceito melhor a referência ao Credo e ao Pai-Nosso.

A referência aos mandamentos causa-me mais dúvidas. Concordo que aquilo que prescrevem será correcto. Mas penso que a formulação do Cristianismo se faz pelas virtudes e não pelas proibições.

João (JMA)

Re: Ser Catolico
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de February de 2005 10:43

Não resisto a deixar aqui uma "estorinha", mantendo o sotaque brasileiro:

Citação:
«Um bispo estava examinando a aptidão de um grupo de candidatos ao batismo.
Qual é o sinal que permite aos outros reconhecer que vocês são católicos? – perguntou.

Não houve resposta. Evidentemente, ninguém esperava essa pergunta. O bispo repetiu a pergunta. Depois perguntou de novo, desta vez fazendo o sinal-da-cruz para dar aos outros uma pista para a resposta certa.

De repente, um dos candidatos entendeu.

Amor – disse ele.

O bispo ficou surpreso. Ia a dizer "errado", então se conteve na hora H».
;-)

Re: Ser Catolico
Escrito por: Augusto (IP registado)
Data: 03 de February de 2005 18:28

"Meu caro amigo"


E qual seria a sua resposta, se essa pergunta lhe fosse feita a si?

Re: Ser Catolico
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 04 de February de 2005 10:41

Não se sabe o nome e não dizem nada da religião dele: pode ser muçulmano, cristão, animista, ateu, o que seja! Mas teve um gesto verdadeiramente cristão!

Cassima


Um Herói Sem Nome
Por NUNO PACHECO
Sexta-feira, 04 de Fevereiro de 2005

Nunca saberemos o seu nome, nem as agências deram a isso a menor importância. Numa terra onde a morte é sina diária, o Sudão, o piloto de um avião de carga condenado a cair teve como último gesto da sua vida afastá-lo da zona residencial que podia transformar-se em alvo involuntário e levá-lo para o deserto, onde finalmente se despenhou. Morreram, no desastre, sete pessoas, incluindo ele próprio, o único sudanês a bordo. Os outros, ao que se sabe, eram russos. Sucedeu anteontem, a 25 quilómetros do centro de Cartum, a capital sudanesa e, se não fosse o gesto do piloto, podia ter resultado num morticínio. Pelo menos foi o que afirmaram Abou Bakr Jaafar e Seif Mazrouq Saad Umar, directores da aviação civil do Sudão e da Air West, a companhia aérea a que pertencia o avião cargueiro. Sabemos os nomes de ambos, porque as agências os referiram como fonte, mas não o do anónimo piloto a quem chamaram herói. Talvez por ter morrido tão rápido quanto a sua decisão de salvar vidas - apesar de já nada poder fazer para salvar a sua.

A lição a retirar da atitude do piloto anónimo, para sempre confundido com o chão onde se despenhou, é a de que, mesmo nos momentos mais terríveis, é sempre possível fazer algo para minimizar danos, reduzir vítimas, salvar vidas. Outros o fizeram, noutros lugares e circunstâncias, mas o facto de tal acto ter agora ocorrido no Sudão, onde continuam a verificar-se constantes violações dos direitos humanos, onde a ferida de Darfur não pára de sangrar, torna-o ainda mais insólito. O conflito armado que ali decorre há décadas já fez dezenas de milhares de mortos e gerou 1,8 milhões de deslocados. No ano passado, a fome chegou a ameaçar um milhão de pessoas, perante a passividade envergonhada da comunidade internacional que, apesar do martírio continuado de civis evitou inscrever a palavra "genocídio" no último relatório assinado por inspectores das Nações Unidas. O governo de Cartum rejubilou, aliviado. "Temos uma cópia desse relatório e não se fala na existência de genocídio", declarou no final de Janeiro aos jornalistas o ministro sudanês dos Negócios Estrangeiros. Haverá violência, pilhagens, violações, fome, uma legião de deslocados em pânico, mas, para descanso de todos, o maior país africano tem apenas, rezam os relatórios oficiais, um "potencial de genocídio". Enquanto as burocracias ajeitavam opiniões nestas cambiantes de semântica, coisa que de modo algum arrefeceu os ânimos belicistas dos contendores sudaneses, um homem anónimo, condenado à morte por uma súbita contrariedade do destino, desviava o seu avião para salvar um punhado de concidadãos que jamais conhecerá. Este acto de humanidade, ainda que anónimo, mesmo que imediatamente esquecido, merecia ficar como lição de vida nesse país de vítimas e algozes em que o Sudão se transformou.

[jornal.publico.pt]

Re: Ser Catolico
Escrito por: trento (IP registado)
Data: 04 de February de 2005 11:31

Alef,

sem sombra de dúvida que o MAIOR SINAL é o AMOR, porque o grande mandamento é:
"Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei", se seguirmos à risca este enorme e difícil mandamento, seremos plenamente felizes e estaremos sem sombra de dúvida a fazer a vontade de Deus.

Mas, questiono eu, será só o AMOR esse tal sinal que nos distingue dos restantes?

«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

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