Obrigado pelo apoio. Estou a abrir o tópico!

Caro José carlos
Ha alguns anos que trabalho com Jovens e sei que são exigentes na mesma proporcão da sua generosidade. Os jovens não são a Igreja de amanhã, são Igreja hoje, e precisam de encontrar espaço na Igreja para eles. Precisam de uma Igreja que responda às perguntas que assolam o seu coração, não de uma igreja desnorteada sem rumo que se confunda com o mundo, mas uma Igreja onde eles tem espaço para serem Luz do mundo.
Apenas falo da realidade que conheço, a da minha diocese, mas as paróquias estão cheias de Jovens que dão catequese, que estão nos Escuteiros, que estão em tantos grupos de jovens. A experiencia que tenho feito é de que eles precisam de ter um papel activo na transformação do mundo. Os casos que tenho de grupos que rezam, que tem uma acção em favor dos pobres, dos mais necessitados, de sensibilização da propria comunidade para tantas realidades de injustiça que existem por aí, tem-se revelado grupos que integram os jovens na paroquia.
Na minha paroquia, comecei este ano com uma equipa de casais Jovens, que estavam num grupo de jovens com muita acção. Entretanto casaram e quiseram sair do grupo, porque as suas questões agora eram outras. Arrancámos com uma equipa de 6 casais jovens, e está a ser uma experiencia belissima, porque encontraram o seu lugar na Igreja, nunca tendo saido dela.
O que me parece fundamental, é que saibamos ter uma liguagem que eles entendam, que os ajudemos a descobrir a Igreja como a Casa do Pai, como a sua casa. Descobrir qual é entre tantos movimentos aquele que mais se adequa ao seu carisma.
O jovem é por excelencia um revolucionário, quer mudar o mundo, é inconformista perante as injustiças deste mundo. Há que aproveitar isso para o Reino de Deus.
Tenho confiado ao meu centro varias crianças vitimas de abuso e violencia doméstica. O meu grupo de Jovens disponibilizou-se para uma vez por semana, passar algum tempo com essas crianças, brincando com eles entre outras coisas. A terapeuta que acompanha essas crianças disse-me hoje que os progressos são notaveis. O grupo anda animadissimo a pensar em mais.
E isto porque antes de fazerem qualquer coisa, rezam primeiro.
Infelizmente são um numero reduzido, apenas 12, a maioria dos jovens que por ali vivem, não estão lá. Mas o Reino de Deus é sempre semente, fermento. Há que confiar e saber esperar. Tudo é de Deus e d'Ele depende.

Os raríssimos jovens que se envolvem nas actividades das paróquias lá se vão aguentando , por pressão dos pais, até fazerem o Crisma... depois...
Basta falar com eles.....

Durante a Universidade, a maior parte dos jovens sentra em ruptura com a igreja, situção que tende a manter-se na vida adulta.
Obviemnte que a igreja e as suas normas rígidas não correspnde ás suas necessidaes de crescer.

Os escuteiros é um movimento que ainda seduz muitos jovens. Mas obviamente que os jovens não são escuteiros nem aderem ao escutismo pela religião católica... Isso seria distorcer o escutismo.

Eu admiro imenso o meu grupinho de jovens. Com as secas que lhes fazem apanhar, questiono-me muitas vezes como é que têm pachorra para continuar a trabalhar.... Penso que o que os mantém unidos são os valores que partilham, as relações de amizade, companheirismo e os namoricos próprios de uma dinâmica de grupos.

Dentro cinzentismo que é o acompanhamento que a Igreja faz aos jovens ( e crianças - basta pensar como é feita a Catequese ...) , há que destacar o trabalho feito pelos Jesuítas na catequese e formação de jovens adultos, em particular universitários....

É absolutamente excepcional.

Padre João Luís, caro,

A sua bênção!

Meu coração se alegrou com a sua exposição. Vejo que as sementes do Reino, embora cresçam de acordo com o tipo de terra, são as mesmas em todos os lugares do planeta. É reconfortante ver essa participação juvenil em sua paróquia. Tenho certeza de que muito dela se deve ao empenho pessoal do senhor.

Como eu já expora, por aqui a situação é estranha...a um número enorme de jovens nas Igrejas, mas com um livel de catequese baixo, e acredito que no Brasil, após a desintegração da Pastoral da Juventude, a Igreja ainda não soube se organizar para cuidar dessa parcela do rebanho (que como o senhor bem disse, são a Igreja hoje).

Nós temos aqui grupos de casais também. Por exemplo, o ECC - Encontro de Casais com Cristo (do qual participo), que possui uma etapa para jovens casais. Já o escotismo - ah, bons tempos de infância e adolescência - anda jogado às traças, por problemas principalmente de pedofilia. O escotismo católico nunca foi forte no Brasil.

No mais, quero desejar ao senhor, também à Católicapraticante, minha interlocutora em quase todos os tópicos - o que muito me honra - um santo Natal. Rezem por mim e minha família.

JC

Terminou... será que algo vai ficar ou que os cinco dias passados em Lisboa não passarão de uma breve recordação positiva? Como continuar? Como vão todos estes jovens redescobrir o su lugar na igreja?

Terminou e foi muito bonito.

Aliás a Cidade de Lisboa ficou mais alegre mais rica durante estes dias.

Oxalá os frutos deste encontro perdurem.

Pedro B

Pedro:

Sempre chegaste a acolher jovens participantes? Conta-nos como foi!

Depois de fazermos o balanço do Encontro com as Familias e com os voluntários, na minha paróquia todos sentimos que não vamos ser os mesmos. Tive a felicidade de acolher na minha casa dois jovens romenos, ortodoxos. Foi uma experiencia riquissima de partilha de experiencias e de formas de viver a fé. O que mais surpreendeu os jovens estrangeiros, foi a forte participação dos Jovens Portugueses no Encontro. Noutros encontros a maioria dos responsáveis do acolhimento eram adultos, e por exemplo o ano passado na Alemanha, poucos eram os Jovens alemães envolvidos no processo. Em Portugal, os jovens estavam na primeira linha, à espera deles nos pontos de encontro, levando-os às familias, indo com eles à FIL. O que os maravilhou, pelo menos as 4 nacionalidades que acolhi, foi ter uma comunidade cheia de jovens activos na vida paroquial, nada cinzentos nem sofrendo secas, mas antes entusiasmados por lhes ensinarem canticos, e tanta outra coisa.
A passagem do Ano, foi algo de inesquecivel.... com Lisboa com pano de fundo, eramos mais de 200 pessoas a rezar. Acaso ou obra de Deus, as 0.00 estavamos a rezar as preces com o Kyrie, e nesse mesmo instante a prece era pela paz....... sentimos todos um calafrio pela feliz coincidencia.
Eram 3 da manhã e ainda se cantava as canções de cada país. Ninguém queria ir embora.
No dia 1 na Missa das Nacões, os canticos foram um de cada nacionalidade, bem como as leituras em espirito de fraterna comunhão.
Combinamos todos encontrarmo-nos na estação dos Barcos para nos despedirmos... as familias foram em bloco. Todos que passavam perguntavam que se estava a passar.
Hoje sinto que tenho uma paróquia mais rica, mais unida.
Acabei de chegar da reunião do Grupo de Jovens e não falaram de outra coisa a noite inteira.... a reunião acabou com 1 hora de atraso.....
Combinaram encontrar-se em Colónia com o Santo Padre.....Lá estaremos.
Dou graças a Deus por este encontro, pelo que de bom trouxe á minha Diocese, aos meus Jovens, que longe de estarem ausentes, estão bem vivos e fortes quando Cristo os chama.