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Moral da história: sexo!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 12:05


Alguém leu o artigo do Frei Bento Domingues neste Domingo, dia 13, no Público, sobre o Congresso da Família? Vou citar parte dele e comentá-lo (o destaque noticioso estava na sua afirmação - "Se o mais valioso património que os pais podem legar aos filhos é a educação, não basta dizer que a educação cristã é uma obrigação solenemente contraída ao apresentar os filhos ao baptismo"):

(...) «Para o presidente da Associação Famílias, Carlos Augusto Gomes, a família é "uma comunidade, homeostaticamente estável, fundada pela união livre e responsável entre homem e mulher, aberta à transmissão da vida e vivificada pelo amor".
É inegável que na perspectiva desta definição a família está a sofrer rudes golpes que a tornam frágil e fragilizadora.
Carlos Augusto apontou alguns traços desses golpes que merecem transcrição: "A falta de uma preparação e formação contínua para se formar e ser família; a recusa em aceitar compromissos, perdoar as faltas dos outros, que põe em grande risco a relação intraconjugal; a pressão mediática exercida sobre as famílias, que leva a aceitar o divórcio como solução e a não encontrar a solução da mediação dos conflitos; a promoção generalizada de uma mentalidade contraceptiva e pró-aborto; a incapacidade que muitas famílias têm em saber e poder conciliar o trabalho e o tempo essencial para a família; a precarização laboral que gera instabilidade intrafamiliar; o crescente endividamento de um número extremamente significativo de famílias; a permissividade imposta como modelo e a demissão de toda a autoridade, a começar no modo como muitos pais vivem o exercício da paternidade/maternidade."

Aí fica matéria para demorada meditação. Mas estranho que ninguém aponte as repercussões que teve e tem, na educação cristã de adolescentes e jovens, na consciência católica dos pais, a posição da Igreja em relação ao uso dos contraceptivos. A "Familiaris Consortio" (n.º 29), agora celebrada no referido congresso, retoma a posição da Encíclica "Humanae Vitae" (1968) de Paulo VI: "Chamando os homens à observância das normas da lei natural interpretada por sua constante doutrina, a Igreja ensina que todo o acto matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida." Esquece-se, no entanto, que Paulo VI e alguns episcopados, perante a péssima recepção que essa encíclica teve e pressupondo o seu carácter não dogmático, admitiram a possibilidade da sua futura revisão.
João Paulo II tem evitado essa hipótese. Em 1997, o cardeal Lopez Trujillo, presidente do Conselho Pontifício para a Família, publicou um "Vade Mecum" para uso de confessores. Transformou uma posição discutível numa "doutrina definitiva e irreformável". A década do séc. XX abusou dessa classificação para bloquear o debate livre na Igreja sobre questões controversas.
Quando se toca neste ponto, argumenta-se que o melhor é não ligar. Nada disto pertence ao Evangelho de Jesus Cristo nem ao que há de mais importante na doutrina católica. É fruto de um grave equívoco acerca da chamada "lei natural". O que é verdade. Mas gera uma atitude suicida. Essa doutrina sobre a contracepção feriu gravemente a credibilidade das palavras da Igreja sobre educação sexual, sobre a confissão dos pecados e sobre o acesso à comunhão eucarística. Pesou no aumento dos católicos não praticantes.»

in "Público", Edição Lisboa, 13 de Outubro de 2002.


Gostava que atentássemos nestas últimas frases. O Frei Bento refere-se à atitude tomada pelos católicos pela década de 90 fora. Ouvindo dizer que algo é "definitivo e irreformável", ainda estando eles a ver se o entendem ou mesmo quando já praticam o contrário, depressa descredibilizam a Igreja e deixam de lhe dar ouvidos. É uma atitude que o Frei apela de "suicida". Basta olhar para este fórum e ver o quanto isso o é! Eu já me referi a isso: aqueles que não se preocupam com o que a Igreja diz sobre a contracepção (assunto muito complicado, trata-se de restrições à actividade sexual: nos nossos dias, tal coisa já é, aparentemente, considerada como crime!) também não se preocupam com o que a Igreja diz sobre muita coisa. Assim, mais vale lerem a Bíblia e uns livros sobre espiritualidade em casa, "fazerem solidariedade" quando calha e, para além de não considerarem que a Igreja ainda tenha autoridade para lhes dizer o que é pecado (abandonando a Confissão e criando sentimentos de ódio visceral para com tudo o que soe a "proibição"), reivindicarem mais liberdades na Igreja! A única forma de "colaboração" que encontram para dar à Igreja, ou os únicos círculos de amigos "católicos" onde se sentem bem, é aquela que tenha a ver com militância por causas liberais e/ou feministas (radicais, diga-se). Não admira... vêm agora qual é a origem de tudo isto? De toda esta divisão e afastamento da Igreja que está patente aos nossos olhos?

"Atitude suicida." É isso mesmo, precisamos voltar ao diálogo. Mas o problema é que muitos dos católicos, hoje, só voltam ao diálogo se for para fazer com que a Igreja mude de ideias! Assim, não, digo eu. E diz a Igreja! Se têm dúvidas sobre estas reacções, basta olharem para as de pessoas como o Luís Gonzaga e Ana Paula Almeida... Tal como já vimos, a reacção é dizer que nada do que a Igreja diz sobre o sexo está na Bíblia, ou que não faz parte do "essencial" da fé! Isso é apenas um subterfúgio irresponsável, como é óbvio. Trata-se de não querer ouvir atentamente o que a Igreja já disse sobre isso, para não ter de cogitar respostas adequadas. Acaba-se sempre por afirmar o próprio direito à "liberdade de opinião"... "Inconsciência" e "irresponsabilidade" de opinião, diria eu. Isso vê-se, por exemplo, quando se trata de falar sobre a "lei natural". Estes católicos afirmam aquilo de que o Frei Bento fala, de que é um "grave equívoco". Mas a verdade é que o equívoco é deles: pensam que a Igreja se refere a questões biológicas, reduzindo ao mecanicismo o acto sexual, quando não é nada disso. Trata-se de um respeito para com o que "é da natureza" (natural) humana. Trata-se de uma questão eminentemente bioética e social. Também aqui existe equívoco, pois a Igreja não entende o sexo como algo de estritamente pessoal, mas atribui-lhe a sua dignidade plena, que é a de ser fonte de união entre o casal, que pode (e deve permanecer aberta a) criar as novas vidas que dominarão e mudarão a face da Terra. Isto, entre muitos outros aspectos que se podem encontrar já mencionados nos vários tópicos deste fórum.

Mas afinal, de tal modo está adormecida esta questão nas cabeças de todos (ou tão temerariamente reservada a menções de passagem), que até nem se fala dela num congresso nacional sobre a família em que tanto se louvou a "Familiaris Consortio". Precisamos urgentemente de, como diz o povo, "pegar o boi pelos cornos". Noutros países, tal já está a ser feito. É que é esta a única forma de os católicos viverem (e se sentirem) em completa comunhão com Deus, em Igreja, construindo e colaborando com ela sem reservas. Caso contrário, continuaremos a "suicidarmo-nos".

Não é minha intenção ofender ninguém com estas palavras, mas se a carapuça cabe na cabeça de quem lê isto, então, será preciso dizer mais...?

João

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 12:14


Queria incluir neste tópico (e neste Fórum, já há meses...) uma pequena dissertação, baseada em várias fontes, sobre as questões morais e sociais que envolvem a contracepção (para além da estirilização e do aborto). Já mencionei várias vezes que este é um assunto do foro ético, ainda antes de todas as consequências benéficas (físicas, emocionais, espirituais) que evidentemente detêm os métodos naturais de planeamento familiar. De facto, estes métodos, se bem utilizados dentro de um ambiente familiar cristão, exigem essas consequências.

Mas enfim, ainda não o pude "afixar" aqui porque o meu PC está avariado, como já disse, e não posso aceder-lhe de momento, nem nas próximas (duas?) semanas.

De qualquer forma, recomendo a leitura do Catecismo da Igreja Católica. Basta ir ao índice e ler os temas relacionados com a moral, a relação matrimonial, etc.. Eu já indiquei uma lista desses temas num dos tópicos deste fórum, mas não será difícil descobrir os que nos são menos confortáveis, do ponto de vista moral.

João

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 15:02

João : realmente tens muita dificuldade em interpretar textos!!!!!!!!


O que fei Bento Domingues quer dizer é que a atitude rígida e desajustada da Igreja face à contracepção ( nomeadamente a sua negação) é uma atitude suicida. De facto,
. "Essa doutrina sobre a contracepção feriu gravemente a credibilidade das palavras da Igreja sobre educação sexual, sobre a confissão dos pecados e sobre o acesso à comunhão eucarística. Pesou no aumento dos católicos não praticantes.» Mais claro que isto não se pode ser!
Obviamente!!!
! Aconselho-te a ler melhor todo o artigo do Frei Domingues onde também está explícita uma crítica evidente ás palavras de augusto gomes sobre a concepção de família.. mas claro que também deves ser contra o que escreve frei bento Domingues... Afinal, ele é tão "progressista"...

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 17:28


LOL

Não, não Ana!!

Acontece que eu, indignado, interpretei o texto como tu. Então, como conheço o Frei pessoalmente, liguei-lhe e tivemos uma conversa longa sobre todo o assunto.

O resultado é mais ou menos a interpretação que aqui deixei. O que o Frei realmente pensa é que esta falta de diálogo aberto sobre o assunto, por um lado motivado pela falta de preparação e motivação dos clérigos, e por outro a falta de respeito e obediência por parte da maioria dos católicos, que se costumam deixar andar (como é referido), à espera que as coisas mudassem, praticando desde já a contracepção, mas que se vêm agora excluídos de um acordo com a Igreja em algo que consideram tão óbvio. É curioso lembrar que o mesmo se passa em relação à ordenação de mulheres; a mentalidade é: "a Igreja há-de mudar", portanto, começam já a ordenar. Neste caso, a pena é a excomunhão. A contracepção continua a ser um pecado grave e é já pode ser considerada como uma doutrina quase dogmática (falta apenas a motivação para o definir por decisão papal própria ou em Concílio). O problema é que se isso fosse feito, teríamos aí muito católico a vociferar a plenos pulmões contra a Igreja. A sociedade ainda não está preparada para uma decisão dessas. Como é costume, irá aprender com os erros e, quando já estiver a sofrer demais com a contracepção, já não vai achar tão má a alternativa que sempre foi proposta pela verdadeira Igreja de Cristo. Quando passar toda esta erotização, compreenderemos finalmente quem é que sempre teve razão. Aliás, essa compreensão já está a acontecer.

Quanto à clareza do artigo, já vimos que não é bem assim. O que é suicida é a falta de diálogo entre as partes (hierarquia/leigos), que não se querem ouvir mutuamente. A hierarquia porque vai estando cada vez mais farta das pressões liberais, apesar de muitos "liberais" serem clérigos, e os leigos porque, para eles, "é evidente" que a hierarquia não sabe o que diz. A credibilidade da Igreja é negada porque não está de acordo com o que quase todos os católicos praticam. Estes sentem-se lesados e feridos e, em vez de serem pacientes e obedientes, tomando atenção ao que vem de Roma, são rebeldes e orgulhosos: vivem no mundo. Por estas é que o Concílio Vaticano II ainda não está em prática. Assim, a Igreja fica tensa e vai-se perdendo a comunhão. Não vês nada de suicida aqui, Ana? Ou não queres ver?

Ana, onde é que está essa "crítica evidente" à concepção de família?? Parece-me demasiado rebuscada essa ideia...

Quanto ao "progressista", podes crer que falo com ele sobre vários assuntos e estamos de acordo em quase tudo o que falámos até agora. Aliás, ele elucida-me sobre muita coisa, como é óbvio. E ainda havemos de falar sobre muito mais, mas temos evitado assuntos polémicos. Talvez agora me ponha a fazer barulho... Não venhas é agora chamar-me de progressista! :o)

De facto, o Frei Bento também tem de conceder em algumas questões tão pouco populares quanto esta, para ser ouvido. É que, realmente, é uma questão muito complicada do ponto de vista moral e não se pode simplesmente dizer que se concorda com a contracepção sem concordar com muitas coisas mais... Então, o discurso ambíguo, típico desde o Vaticano II, tem de ser usado para que as pessoas vão assimilando qualquer coisa... No meio, ele vai exprimindo a alegria de ser cristão e tal... Mas isto também já revelou ser, em parte, uma "atitude suicida" por parte da Igreja. Como se vê aqui...

Bem, parece que não fui o único a achar ambíguas as palavras do Frei... É bom saber. Mas é pena que sejam tão poucos os que lêm este esclarecimento. Muitos ficaram certamente convencidos que a Igreja está completamente dividida entre si, que podem ser católicos e acreditar no que bem lhes apetece. Ou seja, mais suicídio. Não se pode ser católico e ignorar o que os bispos e os Papas dizem!! E muito menos fingir que não se sabe... Não é o que vocês têm feito aqui?

Já agora, isto é a última parte do artigo. Nas palavras anteriores, o Frei falou sobre o congresso em si, num comentário geral. Afirmou também a imaginação e a loucura de não conseguir viver sem Cristo são essenciais para o sucesso da vida familiar.

João

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 21:04

Para começar, agradeço que não me trate por tu, visto que não me conhece.
è incrível como conseguiiu dostorcer completamente um diálogo com Frei bento Domingues.



ana

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 08 de November de 2002 22:33


[Quanto ao "tu", já ficou resolvido, não foi? ;o) ]

Não me parece nada que tenha distorcido algo, visto que falei com ele pessoalmente. O que há aqui a "distorcer" depende de uma ambiguidade no texto. O Frei Bento compreende que existe por parte de muitos católicos (inclusivé bispos) algumas posições contraditórias, no que diz respeito à contracepção. E depois ele faz o seu melhor por manifestar todas estas contradições num discurso que, a bem da verdade, não pode deixar de ser ambíguo, tal como é ambígua a posição dos católicos, entre "praticantes", "não-praticantes", "progressistas", "reformadores", "conservadores", "tradicionalistas", etc..

Esta situação é mantida porque nenhum destes grupos aceita aquilo que faz genuinamente parte do Magistério, constantemente confirmado pela Igreja ao longo das recentes décadas: e mais recentemente, logo desde o princípio de toda a generalização da contracepção, no início da década de 1930...

João

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 10 de November de 2002 20:00

João,

Compreendo a tua necessidade ou ânsia em me puxares novamente para discutir assuntos como a contracepção, ou métodos de planeamento naturais. Ttodavia, tal como já tinha dito anteriormente, não me vou pronunciar novamente sobre o assunto.

Quanto ao texto do Frei Bento Domingues, e "acção suicida", temos que separar dois aspectos: o que se lê do texto e o que supostamente tenhas conversado com o Frei Bento por telefone.

No meu entender, a atitude suicida é gerada pelo facto de não se abordar questões controversas, sobretudo aquelas que se refugiam em "doutrina definitiva e irreformável". O Frei vai mais longe e afirma que "Essa doutrina sobre a contracepção feriu gravemente a credibilidade das palavras da Igreja sobre educação sexual [...] Pesou no aumento de católicos não praticantes". Isto é o que retiro do texto.

Se aquilo que o Frei te disse por telefone foi diferente, então, não foi isso foi dito no texto, ou pelo menos, o que se interpreta ao lê-lo.

Talvez o melhor seja, já que conheces o Frei Bento Domingues, convidá-lo para que ele pessoalmente venha dar o seu contributo aqui neste fórum. Penso que todos teriamos o maior prazer em ter o seu contributo na primeira pessoa, sobre este e outros asssuntos.


Se colocarmos a atitude suicida no cada vez maior afastamento entre o clero e os leigos, talvez consigamos ver melhor que há muito trabalho a fazer. Já tenho dito várias vezes que um dos grandes problemas dos crentes em geral é ter-se confundindo a Igreja com a sua hierarquia: a Igreja não é só a sua hierarquia (o Clero). Aliás, a Igreja é muito mais que a sua hierarquia. Não sou apologista da Teologia da Maioria - o que a maioria diz é o que está certo. Mas talvez tenha que ser feito algum trabalho ao nível pastoral, pois, caso contrário, temos um Igreja que em breve será apenas a sua hierarquia.

Luis

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 11 de November de 2002 11:07

Atitude suicida porque afasta definitivamente muitos católicos. AS missas estão cheias de velhos, é impressionante. Será que depois da menopausa aumenta a espiritualidade ? è um dado biológico?
Apenas 10% da população católica vai á missa e comunga .. Aliás com as restrições cada vez mais estrteitas impostas pela hierarquia , cada vez há menos famílias a baptizar as crianças...
Fala-se em crise de vocações... masculinas, carescentaria eu... Em Coimbra , nos vários anos da formaçaõ teológica existem oito rapazes!!!! Oito!!!!
A maior parte dos párocos são idosos.
O Luis tem razão quanto á questão dos leigos. Há paróquias onde são so leigos que asseguram praticamente todas as tarefas de um pároco que não existe... e,mais tarde ou mais cedo, a abertura da Igreja permitirá o aumento, não das das vocações ( PORQUE ESSAS JÁ EXISTEM NO CORAÇÃO DE MUITOS E MUITAS) MAS DAS ORDENAÇÕES.......

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: Maria da Gloria (IP registado)
Data: 01 de December de 2002 14:39

Ana!!!

Muitos dirigem-se para as igrejas, devido aos problemas que os afectam...e creio que seja um bom caminho...

Quanto aos jovens, nada os afecta, os problemas deles vao para cima dos dos Pais!!!....Por isso os jovens procuram as discos, bares, etc...Quando a vida lhes carregara sobre os ombros, vao procurar ajuda nas igrejas como todos os da menopausa, nas casas dos pais ou no divorcio...


Problemas quem nao os tem? Se nao tem, vao ter....mais cedo ou mais tarde!!!

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 02 de December de 2002 11:45


Respondendo ainda às mensagens anteriores...

Luís:

Não tenho nenhuma "necessidade" ou "ânsia" particulares em puxar este assunto. Trata-se de uma questão universal, que deve ser abordada com todos e com objectividade.

Eu já afirmei diversas vezes que a interpretação do texto é obviamente ambígua - não sei se por motivos de falta de espaço.

Contudo, cabe-nos compreender a recta interpretação do texto. Para o fazer, há que dialogar com o autor e compreender o sentido que quis dar às suas palavras.

Não existe nenhum "refúgio" em afirmar uma doutrina como "definitiva e irreformável": afirma-se que é assim que ela deve ser considerada, para que os fiéis façam o esforço de a procurarem entender e não se convencerem de que é uma posição transitória, o que levaria à perpetuação do comportamento.

A "atitude suicida" é, como já disse, a falta de diálogo entre ambas as partes: o ensino da Igreja que, pelo clero, não se consegue muitas vezes fazer explicar e a capacidade de acolhimento dos leigos, completamente toldada por uma visão pragmática muito pouco cristã e falta de experiência de comunhão eclesial.

Se não se quer ouvir o que a Igreja tem para dizer e se a Igreja mal encontra os meios para se fazer ouvir, aí está a atitude suicida: de quem não se preocupa com o que a Igreja diz à rejeição da fé, que é dada a conhecer pela mesma.

Logo, a opinião pública passa a desdenhar a posição da Igreja e os leigos a sentirem-se desconfiados dela também, o que afecta a não-praticância.

É tão simples quanto isto, o que é que falta entender?

Ana:

À luz do que acabei de dizer, penso que estiveste mal orientada na tua visão. Estamos a falar de contracepção, estamos a falar de sexo. Os jovens não querem aceitar a Igreja porque essa "marca" não lhes está a ser vendida, como acontece com todas as pseudo-necessidades que a propaganda lhes impõe para estarem na "moda".

Quando os jovens descobrirem verdadeiramente a Cristo e se afastarem da Igreja, aí temos razões para estarmos preocupados. Mas como o que acontece é realmente nunca O virem a conhecer devido às iniquidades em que são imersos e os preconceitos com que são adestrados para lidarem com assuntos "religiosos", o que se passa é um combate cultural e ideológico. A Igreja propõe o amor, o mundano propõe o prazer... Os jovens, inconscientes que são,

Não há muitos idosos na Igreja porque lhes "aumentou a espiritualidade": acontece que a composição das assembleias só é assim porque há menos e "piores" jovens... Caso contrário, haveriam ainda mais idosos e muitos mais jovens a viverem em completa coerência com aquilo em que acreditam.

O pecado dos outros cristãos afecta-nos na nossa identidade como tal e na nossa credibilidade aos olhos do mundo. Se somos pessoas medíocres, como nos forçam muitas vezes a ser, é normal que não haja grande atracção por ser cristão...

E caso não saibas, Ana, o período de decréscimo de vocações está para acabar: cada vez vão passando a haver mais religiosos a professar votos que nos anos anteriores. As décadas de 60, 70 e 80 é que foram os períodos negros. Imagina lá porquê... Depois na década de 90 a situação melhorou bastante mas estamos agora a estabilizar e a tornar a pastoral mais objectiva... Ainda não conseguimos repôr o número de sacerdotes que falecem todos os anos.

Por isso é que existem tantos padres idosos: se as ordenações declinaram vertiginosamente há uns 30-40 anos atrás (abrangendo toda a década de 60), hoje um padre que seria então ordenado por volta dos 24 anos teria hoje 54-64 anos de idade. Vai lá comparar com as estatísticas e admira-te com a surpreendente verdade: a média de idades dos sacerdotes está precisamente nessa faixa etária!! Vê aqui, por exemplo...

"Moral da história": foi a revolução sexual que abalou as vocações!

João

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 02 de December de 2002 12:12

Bem , concordo que há menos jovens - daqui a dez anos haverá muito menos, pois a natalidade decai cada vez mais...
Mas lido com jovens da tua idade todos os dias e não acho que são piores...


Acredito que as vocações foram abaladas por uma série de coisas , desde a melhoria das condições de vida dos portugueses ( antigamente a maior parte dos jovens ia para o seminário prar poder estudar de graça ou ter comidinha a horas certas, em vez de ir trabalhar para o campo aos seis ousete anos).. Mas também houve uma revolução nos "costumes" - hoje já ninguém aceita nas paróquias que o padre tenha uma amante oficial e inúmeros "afilhados", o que era prática corrente me certas regiões das beiras e trás os Montes, sem falar nas ilhas... Até havia aquele ditado popular "debaixo das saias também são homens"...
Moral da história - é como o casamento. Hoje há menos ordenações, mas as que há são mais conscientes e exigentes. Ainda bem que existiu a revolução sexual.
Ainda bem.

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 02 de December de 2002 13:02


"Ainda bem que existiu a revolução sexual"? LOL

Pois, acho que sim... Mas essa revolução precisa é de ser continuamente reformada pela Igreja... :o)

João

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 02 de December de 2002 18:38

Ainda vou gostar de ver a Igreja reformar a revolução sexual.........LOL


ana

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 03 de December de 2002 16:35


Já está a acontecer... e só não te dás conta disso porque ainda não te assumiste como parte da Igreja universal.

Olha, saiu um livro muito bom recentemente. Já tinha lido alguns trechos na língua original, mas agora está traduzido e editado em Português.

Intitula-se "A Verdade do Catolicismo", de George Weigel, edição da Bertrand.

Estás MESMO a precisar de o ler...

João

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 03 de December de 2002 22:28

È verdade - a revolução sexual também chegou á Igreja Católica.
Pelo menos hoje a Igreja considera o prazer sexual normal, lícito e desejável. Não considera que a finalidade do casamento e das relaçõe sexuais é a procriação.... Já ultrapassou as idiotices sobre o horror da masturbação. Aceita o planeamento familiar...`Permite a existência de padres casados... A Igreja evoluiu bastante nos ultimas quarenta anos, é verdade.



ana

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 04 de December de 2002 14:45


Depois diz-me lá onde leste tudo isso e a doutrina que a Igreja tem em relação a esses assuntos...

A procriação é sim uma finalidade do casamento.

João

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 04 de December de 2002 15:07

Para a doutrina da Igreja católica não.






ana

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 04 de December de 2002 15:21


LOL

Fazes a confusão do costume: agora dizes que sou eu quem não está a defender a doutrina da Igreja...

Basta leres os 1652, 1653 e 1654 do Catecismo para te elucidares melhor sobre a Igreja da qual dizes fazer parte mas que desconheces...

João

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 04 de December de 2002 15:29

Não te compete a ti falar do que não conheces. não vou reseescrever tudo o que foi dito sobre o casamento, nomeadamente, os documentos da Igreja e o catecismo. A finalidade do casamento , segundo a Igreja católica apostólica romana é a comunhão de duas pessoas em deus. Se achas que é a reprodução, deves estar na Igreja errada...

ana

Re: Moral da história: sexo!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 06 de December de 2002 16:37


"Documentos da Igreja e Catecismo"? Aqueles em que se diz o que é o amor conjugal e que, como a vocação primordial de todo o ser humano é o amor, aí se encontra o seu fundamento, o qual se deve desdobrar no fruto da procriação, fruto desse amor?

Existem várias "finalidades" do casamento, todas fundadas no amor: guardar o sexo para o casamento, por amor e esperança; fazer da relação sexual aquilo que é - uma expressão profundíssima da comunhão que se realiza e realizará eternamente entre as duas pessoas; estar sempre aberto aos frutos consequentes desse amor, e acolhê-los como dádivas, etc....

A verdadeira comunhão de amor entre pessoas é forçosamente trinitária, como Deus...

Realmente, o matrimónio é um sacramento que os cônjuges ministram um ao outro, segundo a fé da Igreja com a qual estão em comunhão

Andas a dar interpretações dúbias àquilo que lês, já há muito tempo... Cuidado com isso.

Agora sou eu que estou na Igreja errada... Estás tão confundida, Ana!

Para esclarecimento, aqui ficam algumas citações do Catecismo, então, em inglês:

«The openness to fertility

1652 "By its very nature the institution of marriage and married love is ordered to the procreation and education of the offspring and it is in them that it finds its crowning glory."

Children are the supreme gift of marriage and contribute greatly to the good of the parents themselves. God himself said: "It is not good that man should be alone," and "from the beginning [he] made them male and female"; wishing to associate them in a special way in his own creative work, God blessed man and woman with the words: "Be fruitful and multiply." Hence, true married love and the whole structure of family life which results from it, without diminishment of the other ends of marriage, are directed to disposing the spouses to cooperate valiantly with the love of the Creator and Savior, who through them will increase and enrich his family from day to day.

1653[b/] The fruitfulness of conjugal love extends to the fruits of the moral, spiritual, and supernatural life that parents hand on to their children by education. Parents are the principal and first educators of their children. In this sense the fundamental task of marriage and family is to be at the service of life.

[b]1654
Spouses to whom God has not granted children can nevertheless have a conjugal life full of meaning, in both human and Christian terms. Their marriage can radiate a fruitfulness of charity, of hospitality, and of sacrifice.

The fecundity of marriage

2366 Fecundity is a gift, an end of marriage, for conjugal love naturally tends to be fruitful. A child does not come from outside as something added on to the mutual love of the spouses, but springs from the very heart of that mutual giving, as its fruit and fulfillment. So the Church, which is "on the side of life" teaches that "it is necessary that each and every marriage act remain ordered per se to the procreation of human life." "This particular doctrine, expounded on numerous occasions by the Magisterium, is based on the inseparable connection, established by God, which man on his own initiative may not break, between the unitive significance and the procreative significance which are both inherent to the marriage act."

2367 Called to give life, spouses share in the creative power and fatherhood of God. "Married couples should regard it as their proper mission to transmit human life and to educate their children; they should realize that they are thereby cooperating with the love of God the Creator and are, in a certain sense, its interpreters. They will fulfill this duty with a sense of human and Christian responsibility."»

Esclarecida? Já agora, confirma estes dois últimos parágrafos no teu Catecismo e continua, lendo até ao 2370...

João

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