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Autonomia e Amor
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 04:04

"A autonomia, que é uma categoria fundamental e irrenunciável da Modernidade, tem raízes essencialmente bíblicas. Por isso o processo de autonomia, inclusivamente no domínio ético não é apenas irreversível, devido a uma processo histórico; ele coincide com a vontade de Deus bíblico: realização humana autêntica e vontade de deus coincidem, é moral o que é bom para o homem e o que verdadeiramente o realiza.

O Deus bíblico não é um deus infantil , infantilizante e imoral, mas o Deus que é força de autonomização e dignificação.
Isto tudo a propósito de um debate que permanentemente vem à superfície: o uso dos contraceptivos. Segundo a doutrina oficial da igreja católica, em ordem ao controlo da natalidade, só seriam legítimos os métodos ditos naturais.

Ora neste domínio, é necessário, evidentemente, antes de mais, respeitar e poromover a paternidae e maternidade responsáveis. OS CASAIS É QUE DEVEM, EM CONSCIÊNCIA, DECIDIR RESPONSÁVELMENTE O NÚMERO DE FILHOS.

Num segundo momento, os MÉTODOS A USAR DEVEM SER ADEQUADOS EEFICAZES. Quando se afirma que os únicos legítimos são os chamados métodos naturais, parece-me sinceramente que há falhas na argumentação. Em primeiro lugar porque o que está em causa é o coenceito de natureza. De facto, a natureza não é fixa, estática imóvel: a natureza é histórica. Como chamara "natural" o métodod de abastinência sexual nos dias inférteis da Mulher, se quem descobriu esses dias não fecundos foi o ser humano e que, se abstém é também humano?

Finalmente, há um dado decisivo, quando se compara a sexulidade humana e a sexualidade animal: esta regula-se pelos ciclos defecunfdidade, pelo cio. Isto é precisamente o que não acontece quando nos referimos à sexualidade humana"

Anselmo Borges ( 2001), Janela do (in)Vísicel, Campo das Letras, Porto

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 04:09

Um padre que quase abertamente numa entrevista aceita o aborto......
Não oferece grande credibildade.....
Um estudioso, um grande filosofo, um bom padre... com as ideias baralhadas.....
Pouco credivel de facto

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 04:29

POis, parece que há muitos padres assim... Claro que são poucos os que são Professores universitários, mas issso é um pormenorzito...

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 04:33

Mas eles não deviam estar dentro das Igrejas a fazer coisas proprias de padres?????
Não deviam deixar o ensino para os leigos? Não deviam limitar-se a estar na Igreja a ministrar sacramentos?
Quer que lhe cite o seu post sobre o assunto?
Ou só os padres por si sancionados, qual novo Index, podem ser professores universitários?
Ai que baralhação que vai nessa pobre cabecita.
O que vale é que a gente não leva a sério.....
Está desculpada.

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 04:39

Seria interessante ouvir uma ponião sobre o conteúdo do tópico... mas sobre conteúdos-- é o vazio intelectual...

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 09:48

Acho incrível a opinião sobre o Anselmo Borges: por que não é credível? Porque dá a sua opinião: imediatamente é lançado ao fogo... que falta de caridade...

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 13:54

Não é só Caridade, não, é falta de conhecimentos teológicos (entre outros) e falta de humildade.

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 13:55

Não é por dar a sua opinião.....
Vivemos numa sociedade e numa igreja plural em que todos podem e devem dar as suas opiniões. Ninguém o lança ao fogo, nem ninguém o lançou ao fogo.
Mas há opiniões crediveis, que tem a ver com o percurso intelectual da pessoa e outras não crediveis...porque partem de permissas erradas e por consequencia a sua conclusão não pode ser lá muito certa.
Só isso.
mas é uma opinião.

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 14:00

Permissas?

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 14:03

Alguém neste Forum ousa pôr em causa o "percurso intelectual " do professour Doutor Anselmo Borges?

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: Antonio Jose Monteiro (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 14:47

Realmente há padres... e padres. Alguns como o Prof. Anselmo Borges, com o seu percurso intelectual e pessoal são verdadeiras testemnuhas de Cristo e anunciadores do Evengelho. Outros, como o meu irmão escuta de Setúbal, afugentam as pessoas com as suas posturas agressivas e as suas posições radicais... enfim, o Senhor o ilumine!

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 14:54

O marido que vem em socorro da esposa católica praticante, ou outro caso de esquisofrenia paranoide?
Afugento-o/a?
Não sei porquê. A verdade sempre foi muito dificil de ser aceite, e nem todos tem humildade para a acolher.
Rezo por si. (Coisa propria de padres).

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: Antonio Jose Monteiro (IP registado)
Data: 30 de November de 2004 18:00

Padre João Luís:

Agradeço que te deixes de bocas foleiras.... e que mantenhas a conversa no nível adequado, sem considerações de natureza pessoal. Estamos aqui para discutir ideias.

Já agora, sou obviamente eu o Tozé (assino o que escrevo) e as minhas opiniões são só minhas. A conversa não vai resvalar porque não te dou confiança para tanto, o lenço verde ao pescoço ensinou-me algumas coisas no trato com os outros... espero que não as tenhas esquecido!

Uma Canhota
Tozé

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 01 de December de 2004 00:34

Ensinou-me a boa educação de não tratar por tu, pessoas que não me deram essa confiança. Como é o caso do Senhor António José Monteiro, a quem não dou certas liberdades.
Questão de educação recebida sabe?

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de December de 2004 10:11

(por António José Monteiro)

Então o Sr. Padre reduza as suas intervenções ao plano das ideias e não faça comentários de natureza pessoal...

Já não é a primera vez que trato V. Revª por tu no forum, com sabe. Mas tabém é a última que me dirijo a si pessoalmente, naturalmente. E agradeço que as referências de naturza pessoal cessem , entedido?

Com os meus respeitos

TZM


Re: Autonomia e Amor
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 01 de December de 2004 10:19

Mas ainda se está nesta conversa? O Prof. Anselmo Borges é o quê...? Vou ler outra vez... "Testemunha de Cristo e anunciador do Evangelho"? Lamento muito, mas trata-se apenas de um académico, com suas opiniões que vão com a corrente; se é ordenado, dá muito pouco testemunho pelo menos avaliando pelo que tenho tido a oportunidade de conhecer (o livro citado, por exemplo). Os parcos comentários que aqui se colocaram a respeito do assunto já estão refutados noutros tópicos deste fórum. Mas para algumas pessoas, o "vazio intelectual" é o dos outros, por mais argumentos claros que lhes coloquem à frente. O entretenimento "intelectual", isso é que conta, e o mais que se fuja da comunhão eclesial, melhor. Só bastaria dizer que os outros não têm conhecimentos teológicos e por mais incrível que pareça, apesar de dizerem o que a Igreja diz, eles é que precisam de se informar melhor porque a interpretação é sempre outra. Os bispos da Igreja, que habitualmente até são pessoas com boa formação universitária, esses não contam, isto é, se estiverem em comunhão com Roma; se for um sem diocese um envolvido num confronto qualquer com outros bispos e tal, até se lhe dá ouvidos, mas só ao que se quer ouvir... Não vejo em nada isso a libertação de Jesus Cristo, libertação do pecado, da mentira, do erro, do desamor e desesperança; vejo um grande equívoco.

A catolicapraticante parece ter elegido este "apóstolo" e cita-o frequentemente. Não é que se aprenda nada, e até aborrece, além do escândalo da sua suposta "praticância". Andam a brincar com coisas sérias.

Parece haver aqui também alguma crispação pessoal, que devia ser evitada; estamos num fórum público e parece não haver vergonha em demonstrar assim o pouco que se faz corresponder com a "praticância" ou o Escutismo ou o ministério ordenado, nesta circunstância... Podemos ser educados e não sermos desagradáveis, podemos ser ofendidos e não trazer mais amargura para o discurso, mas lamentar e rezar.

...«Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.» ~ Jo 8,31-32

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de December de 2004 10:50

"Podemos ser educados e não sermos desagradáveis". Concerteza. Proponho que pratique com frequeência essa exercício.

Re: Autonomia e Amor
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 01 de December de 2004 12:17


Catolicapraticante:

Sim, já tenho muita prática e músculo bem trabalhado contigo (consigo?). Para mim, dizer a verdade, o que inclui achar-te teimosa e confundida ou confusa, são obra de educação para com o objectivo de apontar o que vejo serem impedimentos à comunhão católica, e sendo correcto e eficaz na discussão dos assuntos (em que vou sempre procurando ser melhor). Estou aqui para andar para a frente. Espero que caminhes também.

Vou fazer umas citações um pouco alongadas, penso que se justificam para esclarecer o assunto sem os rodeios que já são habituais.



Da Encíclica Evangelium vitae, João Paulo II (vem a propósito):

Citação:
97. À formação da consciência está estritamente ligada a obra educativa, que ajuda o homem a ser cada vez mais homem, introdu-lo sempre mais profundamente na verdade, orienta-o para um crescente respeito da vida, forma-o nas justas relações entre as pessoas.
De modo particular, é necessário educar para o valor da vida, a começar das suas próprias raízes. É uma ilusão pensar que se pode construir uma verdadeira cultura da vida humana, se não se ajudam os jovens a compreender e a viver a sexualidade, o amor e a existência inteira no seu significado verdadeiro e na sua íntima correlação. A sexualidade, riqueza da pessoa toda, «manifesta o seu significado íntimo ao levar a pessoa ao dom de si no amor». A banalização da sexualidade conta-se entre os principais factores que estão na origem do desprezo pela vida nascente: só um amor verdadeiro sabe defender a vida. Não é possível, pois, eximir-nos de oferecer, sobretudo aos adolescentes e aos jovens, uma autêntica educação da sexualidade e do amor, educação essa que requer a formação para a castidade, como virtude que favorece a maturidade da pessoa e a torna capaz de respeitar o significado «esponsal» do corpo.

A obra de educação para a vida comporta a formação dos cônjuges sobre a procriação responsável. No seu verdadeiro significado, esta exige que os esposos sejam dóceis ao chamamento do Senhor e vivam como fiéis intérpretes do seu desígnio: este cumpre-se com a generosa abertura da família a novas vidas, permanecendo em atitude de acolhimento e de serviço à vida, mesmo quando os cônjuges, por sérios motivos e no respeito da lei moral, decidem evitar, com ou sem limites de tempo, um novo nascimento. A lei moral obriga-os, em qualquer caso, a dominar as tendências do instinto e das paixões e a respeitar as leis biológicas inscritas na pessoa de ambos. É precisamente este respeito que torna legítimo, ao serviço da procriação responsável, o recurso aos métodos naturais de regulação da fertilidade: estes têm-se aperfeiçoado progressivamente sob o ponto de vista científico e oferecem possibilidades concretas para decisões de harmonia com os valores morais. Uma honesta ponderação dos resultados conseguidos deveria fazer ruir preconceitos ainda demasiado difusos e convencer os cônjuges, bem como os profissionais da saúde e da assistência social, sobre a importância de uma adequada formação a tal respeito. A Igreja está agradecida àqueles que, com sacrifício pessoal e dedicação frequentemente ignorada, se empenham na pesquisa e na difusão de tais métodos, promovendo ao mesmo tempo uma educação dos valores morais que o seu uso supõe.

Da Exortação Apostólica Familiaris Consortio, João Paulo II:

Citação:
Na visão integral do homem e da sua vocação
32. No contexto de uma cultura que deforma gravemente ou chega até a perder o verdadeiro significado da sexualidade humana, porque a desenraíza da sua referência essencial à pessoa, a Igreja sente como mais urgente e insubstituível a sua missão de apresentar a sexualidade como valor e tarefa de toda a pessoa criada, homem e mulher, à imagem de Deus.

Nesta perspectiva o Concílio Vaticano II afirmou claramente que «quando se trata de conciliar o amor conjugal com a transmissão responsável da vida, a moralidade do comportamento não depende apenas da sinceridade da intenção e da apreciação dos motivos; deve também determinar-se por critérios objectivos, tomados da natureza da pessoa e dos seus actos; critérios que respeitam, num contexto de autêntico amor, o sentido da mútua doação e da procriação humana. Tudo isto só é possível se se cultivar sinceramente a virtude da castidade conjugal».

É exactamente partindo da «visão integral do homem e da sua vocação, não só natural e terrena, mas também sobrenatural e eterna», que Paulo VI afirmou que a doutrina da Igreja «se funda na conexão inseparável, que Deus quis e que o homem não pode quebrar por sua iniciativa, entre os dois significados do acto conjugal: o significado unitivo e o significado procriativo», E conclui reafirmando que é de excluir, como intrinsecamente desonesta, «toda a acção que, ou em previsão do acto conjugal, ou na sua realização, ou no desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar a procriação impossível».

Quando os cônjuges, mediante o recurso à contracepção, separam estes dois significados que Deus Criador inscreveu no ser do homem e da mulher e no dinamismo da sua comunhão sexual, comportam-se como «árbitros» do plano divino e «manipulam» e aviltam a sexualidade humana, e com ela a própria pessoa e a do cônjuge, alterando desse modo o valor da doação «total». Assim, à linguagem nativa que exprime a recíproca doação total dos cônjuges, a contracepção impõe uma linguagem objectivamente contradictória, a do não doar-se ao outro: deriva daqui, não somente a recusa positiva de abertura à vida, mas também uma falsificação da verdade interior do amor conjugal, chamado a doar-se na totalidade pessoal.

Quando pelo contrário os cônjuges, mediante o recurso a períodos de infecundidade, respeitam a conexão indivisível dos significados unitivo e procriativo da sexualidade humana, comportam-se como «ministros» de plano de Deus e «usufruem» da sexualidade segundo o dinamismo originário da doação «total», se manipulações e alterações.

À luz da experiência mesma de tantos casais e dos dados das diversas ciências humanas, a reflexão teológica pode receber e é chamada a aprofundar a diferenca antropológica e ao mesmo tempo moral, que existe entre a contracepção e o recurso aos ritmos temporais: trata-se de uma diferença bastante mais vasta e profunda de quanto habitualmente se possa pensar e que, em última análise, envolve duas concepções da pessoa e da sexualidade humana irredutíveis entre si. A escolha dos ritmos naturais, de facto, comporta a aceitação do ritmo biológico da mulher, e com isto também a aceitação do diálogo, do respeito recíproco, da responsabilidade comum, do domínio de si. Acolher, depois, o tempo e o diálogo significa reconhecer o carácter conjuntamente espiritual e corpóreo da comunhão conjugal, como também viver o amor pessoal na sua exigência de fidelidade. Neste contexto o casal faz a experiência da comunhão conjugal enriquecida daqueles valores de ternura e afectividade, que constituem o segredo profundo da sexualidade humana, mesmo na sua dimensão física. Desta maneira a sexualidade é respeitada e promovida na sua dimensão verdadeira e plenamente humana, não sendo nunca «usada» como um «objecto» que, dissolvendo a unidade pessoal da alma e do corpo, fere a própria criação de Deus na relação mais íntima entre a natureza e a pessoa.


A Igreja Mestra e Mãe para os cônjuges em dificuldade

33. Também no campo da moral conjugal a Igreja é e age como Mestra e Mãe.

Como Mestra, ela não se cansa de proclamar a norma moral que deve guiar a transmissão responsável da vida. De tal norma a Igreja não é, certamente, nem a autora nem o juiz. Em obediência à verdade que é Cristo, cuja imagem se reflecte na natureza e na dignidade da pessoa humana, a Igreja interpreta a norma moral e propõe-na a todos os homens de boa vontade, sem esconder as suas exigências de radicalidade e de perfeição.

Como Mãe, a Igreja está próxima dos muitos casais que se encontram em dificuldade sobre este importante ponto da vida moral: conhece bem a sua situação, frequentemente muito árdua e às vezes verdadeiramente atormentada por dificuldades de toda a espécie, não só individuais mas tambem sociais; sabe que muitos cônjuges encontram dificuldades não só para a realização concreta mas também para a própria compreensão dos valores ínsitos na norma moral.

Mas é a mesma e única Igreja a ser ao mesmo tempo Mestra e Mãe. Por isso a Igreja nunca se cansa de convidar e de encorajar para que as eventuais dificuldades conjugais sejam resolvidas sem nunca falsificar e comprometer a verdade: ela está de facto convencida de que não pode existir verdadeira contradição entre a lei divina de transmitir a vida e a de favorecer o autêntico amor conjugal. Por isso, a pedagogia concreta da Igreja deve estar sempre ligada e nunca separada da sua doutrina. Repito, portanto, com a mesmíssima persuasão do meu Predecessor: «Não diminuir em nada a doutrina salutar de Cristo é eminente forma de caridade para com as almas».

Por outro lado, a autêntica pedagogia eclesial revela o seu realismo e a sua sabedoria só desenvolvendo um empenhamento tenaz e corajoso no criar e sustentar todas aquelas condições humanas - psicológicas, morais e espirituais - que são indispensáveis para compreender e viver o valor e a norma moral.

Não há dúvida de que entre estas condições devem elencar-se a constância e a paciência, a humildade e a fortaleza de espirito, a filial confiança em Deus e na sua graça, o recurso frequente à oração e aos sacramentos da Eucaristia e da reconciliação. Assim fortalecidos, os cônjuges cristãos poderão manter viva a consciência do influxo singular que a graça do sacramento do matrimónio exerce sobre todas as realidades da vida conjugal, e, portanto, também sobre a sua sexualidade: o dom do Espirito, acolhido e correspondido pelos cônjuges, ajuda-os a viver a sexualidade humana segundo o plano de Deus e como sinal do amor unitivo e fecundo de Cristo pela Igreja.

Mas, entre as condições necessárias, entra também o conhecimento da corporeidade e dos ritmos de fertilidade. Em tal sentido, é preciso fazer tudo para que um igual conhecimento se torne acessível a todos os cônjuges, e, antes ainda às jovens, mediante uma informação e educação clara, oportuna e séria, feita por casais, médicos e peritos. O conhecimento deve conduzir à educação para o autocontrole: daqui a absoluta necessidade da virtude da castidade e da permanente educaçao para ela. Segundo a visão cristã, a castidade não significa de modo nenhum nem a recusa nem a falta de estima pela sexualidade humana: ela significa antes a energia espiritual que sabe defender o amor dos perigos do egoísmo e da agressividade e sabe voltá-lo para a sua plena realização.

Paulo VI, com profundo intuito de sabedoria e de amor, não fez outra coisa senão dar voz à experiência de tantos casais quando na sua encíclica escreveu: «O domínio do instinto, mediante a razão e a vontade livre, impõe sem dúvida uma ascese para que as manifestações afectivas da vida conjugal sejam segundo a ordem recta e particularmente para a observância da continência periódica. Mas esta disciplina própria da pureza dos esposos, muito longe de prejudicar o amor conjugal, confere-lhe pelo contrário um mais alto valor humano. Isto exige um esforço contínuo, mas graças ao seu benéfico influxo, os cônjuges desenvolvem integralmente a sua personalidade, enriquecendo-se de valores espirituais: aquela traz à vida familiar frutos de serenidade e de paz e facilita a solução de outros problemas; favorece a atenção para com o consorte, ajuda os esposos a superar o egoísmo, inimigo do amor, e aprofunda o sentido da responsabilidade deles no cumprimento dos seus deveres. Os pais adquirem então a capacidade de uma influência mais profunda e eficaz na educação dos filhos».

...«Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.» ~ Jo 8,31-32



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