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REgime de exclusividade?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 14 de November de 2004 22:52

Foi já aqui largamente referido em inúmeros tópicos que o Sacerdócio seria uma Missão exigente, que implica uma entrega completa ao seu desempenho, a ponto de ser completamente imcompatível com a manutenção de laços e responsabilidades familiares.

Como se explica então que haja tantos Padres com outras "profissões paralelas" que lhes ocupam tempo, recursos e disponibilidade?

Será compatível com o estatuto de Padres desempenhar outra profissões?

Não haverá incompatibilidades entre o exercício do sacerdócio e o exercício de outras actividades - algumas aqui referidas, como professores, enfermeiros, directores de jornais ou jornalistas, entertainers em programas televisivos, cantores de músic sacro-pop, gestores de lucrativas empresas, etc?

Será que os padres assoberbados pelas responsabilidades profissionais nestes domínios têm uma disponibilidade para cumprir integralmente as suas funções enquanto Padres?

Se há tantas paróquias em Portugal que não têm um padre para as celebrações dominicais, para cerimónias fúnebres casamentos e baptizados; se tantos padres, algusn já bastante idosos, no interior de Portugal, têm de se multiplicar para atender às necessidades de mais que uma Paróquia, será correcto que muitos outros Padres ocupem parte do seu tempo em tarefas que nada têm a ver com o seu múnus espiritual, embora se traduzam em compensações monetárias?

Não deveria haver um "regime de exclusividade" para os Padres?

Re: REgime de exclusividade?
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 14 de November de 2004 23:48

Só mesmo quem não percebe nada da Igreja pode fazer tal tipo de comentários. Sugerirei ao Senhor Patriarca que apele à formação dos Leigos na TV pode ser que alguns ouçam.
O Sacerdócio não é, não foi e nunca será um "Emprego" regulado pelo estado laico. O Sacerdócio é uma Vocacão e uma Missão para servir a Igreja, onde ela acha que é mais necessária.
Apesar de alguns elementos mais reacionários das franjas da Igreja quererem confinar os padres à administração dos Sacramentos, dentro das Igreja e com pouco protagonismo, fazendo beatificas homilias, não é essa a leitura que a Igreja Pós Concilio Vaticano II faz.
Depois do descernimento dos Bispos Diocesanos - unica entidade com legitimidade para o fazer, e nunca pretensos catolicos/as praticantes - o Sacerdote é colocado onde mais falta faz. E muitos exercem o seu munus espiritual sendo capelães militares/hospitalares, outros professores de Teologia - a sua área por excelencia - outros Jornalistas - Imprensa Catolica de formação e informação, Cantores de Musica Sacro-Pop ou até rappers como meio de evangelizar os Jovens etc. De lucrativas empresas é que não conheço nenhum.... Apenas de Centros Paroquiais que só quem conhece as contas é que sabe a dificuldade em geri-los bem.
Certamente que há paróquias com padres bastante idosos, e outras até sem padres. Mas certamente que tais comunidades não devem sentir muito a falta de padres, porque se a sentisse, as poprias comunidades enviavam rapazes para o Seminário. Uma paroquia que cultiva, estima, e ama o sacerdocio, independentemente do padre a) ou do padre b) gera vocações. O meu prior já enviou 3 e tem já 2 padres.
Nem levo a mal que muitos não vão, para serem tratados como lixo por certos catolicos praticantes....
Curioso que os exemplos citados são apenas para os sacramentos dos que não poem os pés na Igreja, mas acham que a Igreja tem de estar pronta para os servir como uma criada qualquer - Baptismos, Casamentos e Funerais e já agora o preceito dominical. E os outros sacramentos? Nunca fala da confissão por exemplo...
Acho doentia essa obcessão da "catolicapraticante" por dinheiro. Só fala nisso. No que o padre recebe, no que paga. Não haverá por aí uma paixão desordenada pelo vil metal?
A missão de um padre não é apenas ser pároco na paroquiazinha enfiados na sacristia.
Depois, os conceitos da sociedade laica, não se aplicam na Igreja. Se tem sido uma tão ardente defensora da não intromissão da Igreja na Sociedade laica - dar a cesar o que é de césar e a Deus o que é Deus - há que ser coerente e não tolerar que conceitos da sociedade laica entrem no vocabulário da Igreja, tipo Exclusividades.......
Para a Igreja Católica Apostólica Romana, cujo Papa é João Paulo II essa coisa de exclusividades não existe!

Re: REgime de exclusividade?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 14 de November de 2004 23:55

Cara catolicapraticante,

Eu penso que os padres já têm exclusividade com a Igreja: apascentar as suas ovelhas, guiar o Povo de Deus, evangelizando e caminhando com ele. Penso até que essa exclusividade não é só com a Igreja, é também com Jesus Cristo e a Santíssima Trindade!

Perguntar «Será compatível com o estatuto de Padres desempenhar outra profissões?» é tão coerente como perguntar «Será compatível a vocação de mãe com o desempenho de outras profissões?». Tu me dirás...

Luis

Re: REgime de exclusividade?
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 15 de November de 2004 01:42

Naturalmente o exercício do sacerdócio não se esgota na paróquia nem na "administração dos sacramentos"... o sacerdote deve estar próximo do outro, também fora das paróquias... e consoante os seus próprios talentos; até pode haver padres que não tenham especial vocação para estar numa paróquia... repito que esse nao é o exclusivo (embora seja muito relevante) lugar do sacerdote... Deus me livre... lol



Miguel

Re: REgime de exclusividade?
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 15 de November de 2004 05:59

Caro Luís Gonzaga:

Quando me referia ao "regime de exclusividade" referia-me precisamente a um conceito do exercício de funções específicas que caracterizam a Missão de Sacerdócio e que não podem ser realizads por mais nenhum "profissional" no sentido sociológico do termo.

Penso que a vocação de mãe, e já agora, de pai, que eu coloco ao mesmo nível de importância não é de forma alguma incompatível com a actividade profissional. Esta concepção conduziria a que todos os adultos assim que fossem pais ou mães deixassem imediatamente de exercer qualquer actividade profissional para cumprirem integralmente a sua "Vocação" de pais...

Por exemplo, como não conheço nenhum magistrado que para além, desta digníssima e importante profissão se dedique ao jornalismo ou a cantar Música rap ou rock como forma de actividade profissional paralela, precisamente porque têm uma profissão extremante exigente e que implica uma total dedicação, acho bizarro que alguns padres tenham ourtras profissões paralelas ( e até alguns coloquem estas profissões em primeiro Plano).
H amuitas outras "profissões7 Missões/ vocações que saõ praticads em regiem de exclusividade - ( não me estou aqui a refrir a este termo com rigor jurídico)
Não deveriam os padres ter a mesma dedicação e o mesmo rigor relativamente ao desenvolvimento das suas funções?

Como diz o carísimo Miguel, é verdade que "Naturalmente o exercício do sacerdócio não se esgota na paróquia nem na "administração dos sacramentos"... Mas não será essa uma das principais missões dos Padres?

Se há tanta falta de padres, a ponto de haver sectores da igreja em profunda crise e muitos católicos,inclusive em Portugal têm dificuldades em aceder aos serviços do párocos escassos e sobrecarregados com trabalho, duro, trabalho de terreno, porque é que os padres existentes não se dedicam em exclusivo ao cumprimento da sua missão e à realização as tarefas que caracterizam o seu múnus?

E quando me refiro a estas dúvidas sobre a disponibilidade, nada têm a ver com questões económicas ( que parecem tocar especialmente o senhor joão luís) , mas referia-me muito concretamente a uma disponibilidade de recursos pessoais, emocionais e de gestão do tempo.



Re: REgime de exclusividade?
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 16 de November de 2004 14:31

Cara Catolicapraticante,

perguntas "porque é que os padres existentes não se dedicam em exclusivo ao cumprimento da sua missão e à realização as tarefas que caracterizam o seu múnus". Mas quais são essas tarefas? Para mim, repito que talvez fosse bom não ter uma visão restritiva do munus sacerdotal... historicamente isso só conduziu a Igreja a mais clericalismo, a maior afastamento dos leigos...

Re: REgime de exclusividade?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de November de 2004 22:15

Cara Catolicapraticante,

Mas as únicas «funções específicas que caracterizam a Missão de Sacerdócio» são a possibilidade de reconciliarem e consagrarem. Tudo o resto, diáconos, religiosos ou leigos, podem fazer.

Luis



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