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Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 06 de November de 2002 20:48


Quanto às circunstâncias que considero penalizadoras de um aborto, estão entre elas a possibilidade de apoio reconhecida pela mãe, o ter usado a gravidez para uma chantagem, o ter abortado por motivos passionais, etc..

Não deixo de afirmar que também não me parece muito legítimo alguém abortar por condições económicas desfavoráveis... É complicado, mas não podemos dizer que "está bem que se aborte quando não se pode, por motivos económicos, ter mesmo mais filhos". Será que algum de nós abortaria nessas circunstâncias? Aliás, muitos de nós usam a contracepção precisamente para não recorrer ao aborto. O que é que isto diz da mentalidade contraceptiva? Vai tudo dar ao mesmo...

João

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 06 de November de 2002 22:30

Não é a amesma coisa.

ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 06 de November de 2002 22:35

Fico mais tranquila ao perceber que mesmo os mais radicais são a favor da despenalização do aborto.
O aborto é uma coisa terrível.
Quem á absolutamente contra meios contraceptivos eficazes está a promover o aborto, por mais bonito que seja o seu discurso... De boas intenções está o Inferno cheio.......




ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 08 de November de 2002 21:28


Pode "não ser a mesma coisa", mas que vai dar ao mesmo é certinho...

E em relação à "despenalização" do aborto apenas se pode discutir até que ponto é que é "tolerável" e não imputável à mulher que o procura, nunca a legitimidade moral do "aborto voluntário" - chamado eufemisticamente de "interrupção voluntária da gravidez"...

Pensei que já tinha citado o n.º 13 da Evangelium Vitae, mas aqui fica de novo. Se tiveres dúvidas, lê-a na íntegra:

[www.vatican.va]

«13. Para facilitar a difusão do aborto, foram investidas — e continuam a sê-lo — somas enormes, destinadas à criação de fármacos que tornem possível a morte do feto no ventre materno, sem necessidade de recorrer à ajuda do médico. A própria investigação científica, neste âmbito, parece quase exclusivamente preocupada em obter produtos cada vez mais simples e eficazes contra a vida e, ao mesmo tempo, capazes de subtrair o aborto a qualquer forma de controlo e responsabilidade social.

Afirma-se frequentemente que a contracepção, tornada segura e acessível a todos, é o remédio mais eficaz contra o aborto. E depois acusa-se a Igreja Católica de, na realidade, favorecer o aborto, porque continua obstinadamente a ensinar a ilicitude moral da contracepção.

Bem vista, porém, a objecção é falaciosa. De facto, pode acontecer que muitos recorram aos contraceptivos com a intenção também de evitar depois a tentação do aborto. Mas os pseudo-valores inerentes à « mentalidade contraceptiva » — muito diversa do exercício responsável da paternidade e maternidade, actuada no respeito pela verdade plena do acto conjugal — são tais que tornam ainda mais forte essa tentação, na eventualidade de ser concebida uma vida não desejada. De facto, a cultura pro-aborto aparece sobretudo desenvolvida nos mesmos ambientes que recusam o ensinamento da Igreja sobre a contracepção. Certo é que a contracepção e o aborto são males especificamente diversos do ponto de vista moral: uma contradiz a verdade integral do acto sexual enquanto expressão própria do amor conjugal, o outro destrói a vida de um ser humano; a primeira opõe-se à virtude da castidade matrimonial, o segundo opõe-se à virtude da justiça e viola directamente o preceito divino « não matarás ».

Mas, apesar de terem natureza e peso moral diversos, eles surgem, com muita frequência, intimamente relacionados como frutos da mesma planta. É verdade que não faltam casos onde, à contracepção e ao próprio aborto se vem juntar a pressão de diversas dificuldades existenciais que, no entanto, não podem nunca exonerar do esforço de observar plenamente a lei de Deus. Mas, em muitíssimos outros casos, tais práticas afundam as suas raízes numa mentalidade hedonista e desresponsabilizadora da sexualidade, e supõem um conceito egoísta da liberdade que vê na procriação um obstáculo ao desenvolvimento da própria personalidade. A vida que poderia nascer do encontro sexual torna-se assim o inimigo que se há-de evitar absolutamente, e o aborto a única solução possível diante de uma contracepção falhada.

Infelizmente, emerge cada vez mais a estreita conexão que existe, a nível de mentalidade, entre as práticas da contracepção e do aborto, como o demonstra, de modo alarmante, a produção de fármacos, dispositivos intra-uterinos e preservativos, os quais, distribuídos com a mesma facilidade dos contraceptivos, actuam na prática como abortivos nos primeiros dias de desenvolvimento da vida do novo ser humano.»

da Encíclica Evangelium Vitae, João Paulo II, 1995


João

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 08 de November de 2002 22:46

Não , não vai dar ao mesmo-----!!!!!!!!!!!!
Estás muito enganado !
Por exemplo, a maior parte da população portuguesa (Sexualmente activa.claro) è a favor dos anticonceptivos, Só uma minoria concorda com o aborto...
Claro que quem é a fundamentalista promove situações como as de hoje - uma criança recém nascida deitada no contentor do lixo. Sinto-me envergonhada por viver num país deste. Claro que a mãe- uma miuda de vinte anos, com mais três filhos, está presa... Coitada!

è isto que a hipocrisia como a tua promove.
Devia haver mais pessoas presas.




ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 08 de November de 2002 23:01


"Hipocrisia"? Mas queres compreender o problema na sua globalidade ou queres ficar com essas tuas ideias preconceituosas e simplistas acerca do problema?

Então, vamos lá a ver o que é que "vai dar ao mesmo". Para a minha conclusão, em primeiro lugar, afirmei o seguinte: «não podemos dizer que "está bem que se aborte quando não se pode, por motivos económicos, ter mesmo mais filhos". Será que algum de nós abortaria nessas circunstâncias? Aliás, muitos de nós usam a contracepção precisamente para não recorrer ao aborto. O que é que isto diz da mentalidade contraceptiva?»

Ou seja, se dizemos que NECESSITAMOS da contracepção para não recorrer ao aborto, isso é, para já, uma falsidade em relação à verdade acerca da sexualidade humana e do próprio significado da vida inocente e indefesa.

Depois, é apenas um adiamento da decisão de legalizar (outro eufemismo é o da "despenalização" - não, trata-se da aceitação legal e social de tal comportamento!) o próprio aborto, para quando os contraceptivos falham. A mentalidade contraceptiva é a de que o sexo não deve ter mais consequências que o prazer. É criar um novo tipo de ser humano em que o sexo serve para o prazer e mais nada. Coloca-se em risco qualquer concepção positiva da vida humana, como uma benção, mas passa-se a encará-la como uma consequência terrível. Se é assim tão terrível, mata-se a criança o mais cedo possível e pronto, fica o risco "minimizado".

E depois, será que ainda insinuas que gostavas de me ver preso...? Vindo de quem condena em absoluto a Inquisição... MAS QUE COERÊNCIA E CARIDADE!

Aliás, a própria citação que repeti da Evangelium Vitae indica precisamente que terias este tipo de reacção!!! Porque é que não te preocupaste em falar sobre a citação em vez de dares razão ao que lá está escrito, sem dizer nada de novo? PORQUE NÃO O LESTE NEM QUERES REALMENTE DIALOGAR SOBRE ISTO...

João

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 08 de November de 2002 23:06

Não, não te queria ver preso pelas tuas ideias ( ao contrario de ti em relação a quem não concorda contigo)
.....Enfiaste a carapuça? Sentiste-te moralmente conivente com estas situações dramáticas??? Bom sinal- tens coerência moral



ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 08 de November de 2002 23:16


Não é que eu queira ver alguém preso por não concordar com as "minhas" ideias: acho apenas que as pessoas devem ser responsáveis por dizerem a verdade. Como, aliás, acontece hoje: podemos ser julgados por difamação e graças a Deus que nos tribunais não se encontram juízes com a tua incompreensão factual e apuramento da verdade, senão estávamos todos feitos...

Eu não me senti nada conivente para com estas situações, mas foste tu que claramente disseste que "é isto que a hipocrisia como a tua promove". Portanto, só te respondi: tu, a teu modo, é "inventaste" a carapuça e ao mesmo tempo a forçaste em mim. Prontamente te respondi e agora dizes que eu aceitei tal definição da tua parte??? Não dizes coisa com coisa...

Se é preciso eu lembrar-te isto, então parece-me que se passa algo parecido com uma obnubilação nessa tua cabeça...

E olha, quando puderes, vê lá se não te custa muito, SE FAZES FAVOR, e refere-te lá especificamente à Evangelium Vitae...

João

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 08 de November de 2002 23:25

Por acaso ainda fez parte dos mus planos ir para o CEJ...
Quanto á encíclica, já ali varias vezes é muito bela... Irei cometá-la quando tiver oportunidae mas não neste registo...

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 04 de June de 2004 08:31

Do «Público» de hoje:

Bispos Criticam Sistema Fiscal "Desfavorável à Promoção da Família"


A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) critica, em carta pastoral sobre a família, o sistema fiscal existente e a falta de "qualidade de vida" urbana, que torna difícil as famílias "crescerem numa atmosfera de equilíbrio, harmonia, tranquilidade e serenidade", e que acaba por ter "custos incalculáveis no que diz respeito à estabilidade familiar".

"A expansão económica" das últimas décadas "foi acompanhada por uma forte especulação imobiliária que encareceu significativamente o preço da habitação", ao mesmo tempo que se reduziu o espaço oferecido em muitas casas, "o que dificulta a família ampla e a presença das pessoas mais idosas na convivência do lar".

O documento condena a "injustiça fiscal" vigente, que "ignora a centralidade da família na sociedade" e é "desfavorável à promoção da família", além de desencorajar a natalidade e penalizar "as famílias numerosas, constituindo um incentivo a que os casais limitem, por razões económicas, o número de filhos".

As críticas dos bispos estendem-se ainda ao facto de o sistema fiscal "tributar mais gravosamente o cidadão enquanto membro de uma família do que o seria fora dela". Falta uma política que "privilegie o tratamento fiscal dos rendimentos integrados num agregado familiar" e que incentive as "empresas que desenvolvam uma política de apoio às famílias dos seus trabalhadores, nomeadamente através de creches, infantários e prestação de cuidados de saúde".

Neste texto, intitulado "A Família, esperança da Igreja e do mundo", os bispos apontam também o desemprego e o trabalho precário como "das mais sérias ameaças à família", com frequência responsáveis "pelo endividamento das famílias, provocando situações verdadeiramente dramáticas de miséria e de dependência". E criticam ainda a "pouca atenção dada à maternidade".

Texto longo, divulgado anteontem ao fim do dia, através da agência Ecclesia (onde se pode ler na íntegra - [www.ecclesia.pt]), nele os bispos mantêm a afirmação da doutrina tradicional da Igreja Católica sobre a família, no que ao campo moral diz respeito: "A realidade do ser-em-relação manifesta-se na bipolaridade sexuada do homem e da mulher"; a família é "célula fundante e fundamental da humanidade" e o matrimónio traduz essa realidade (sendo o divórcio recusado); e mesmo num tempo de "crise de civilização", como parece ser o actual, a família continua "o principal foco da estabilidade e da esperança".

A instituição está em crise, mesmo se muitas famílias não o estão, admitem os bispos. Os cônjuges recasados devem ser acolhidos pelas estruturas da Igreja, mesmo se os bispos mantêm, também aqui, a posição oficial de recusar a comunhão na missa a quem está nessa situação. Outras situações especiais que merecem a atenção do documento são as famílias monoparentais, as que têm portadores de deficiência e as migrantes. Os bispos enumeram ainda um conjunto de direitos das famílias perante o Estado, entre os quais o reagrupamento familiar e a o apoio especial às famílias mais pobres ou às mais numerosas.

Por ANTÓNIO MARUJO
«Público», Sexta-feira, 04 de Junho de 2004
[jornal.publico.pt]

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