Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Arquivo - Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Ir para a página: 12Próximo
Página actual: 1 de 2
apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 04 de October de 2002 01:08

Numa é poca de crise económica e de restrições inadmissíveis, as famílias continuam a ser cada vez mais penalizadas em termos de impostos . Ter filhos é socialmente condenavel.
Gostava que a Igreja levantasse a voz a favor das famílias portuguesas.

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 04 de October de 2002 12:18


Ana, tem uma família numerosa, não é? Talvez nos possa dar o seu testemunho de mãe... :o)

Existe certamente uma falta de acompanhamento da vida familiar que é condenável. Mas isso enquadra-se na infeliz situação da Igreja em Portugal que aqui tem sido discutida.

João

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 04 de October de 2002 16:59


Já agora, mais umas palavras... Pessoalmente, também me afecta muito esta mentalidade que repudia famílias numerosas. Parece que se olha de lado alguém com mais de três filhos (ou até só os três...), como se o casal não se conseguisse controlar...

Tudo isto, é claro, tem a ver com uma forma de viver a sexualidade, que tão intimamente diz respeito à família. Por isso se vê, nos meios em que mais se promovem os métodos naturais de planeamento familiar, uma defesa ferrenha da vida e da bênção de ter uma família numerosa.

Quando se concebe que o sexo não deve ter nada a ver com o ter filhos (nem com amor!), sendo isso algo opcional e raro, é claro que a sociedade acaba por olhar os filhos como obstáculos a uma carreira profissional, empecilhos a uma vida feliz em casal, é considerar as crianças LITERALMENTE como pestes, coisas nefastas, perigos ambientais, ameaças à floresta tropical, sei lá que mais... É que quando se corrompe a relação sexual do seu poder procriador e unitivo, olha-se para a própria vida de uma forma adulterada, arranjando-se desculpas profissionais e "ecológicas" para que o próprio ser humano não tenha o direito de tomar o seu lugar no mundo... e quem sabe (contrariamente a tais previsões), torná-lo até mais são.

Em Portugal existe uma associação que, secularmente, defende as famílias numerosas. Intitula-se precisamente "Associação Portuguesa de Famílias Numerosas". Considera-se "família numerosa" aquela que é composta por mais de dois filhos... Se isto continua assim, qualquer dia ter mais do que um filho já será considerado "estranho" e "família numerosa"!

Esta Associação também defende o direito à vida desde a sua concepção.

Estou certo que boa parte dos associados sejam católicos.

Já é associada, Ana? Se não, não perca mais tempo! :o)

Os principais objectivos desta Associação são:

- Defesa dos legítimos interesses das famílias numerosas, designadamente em matéria fiscal, de habitação, saúde e educação;

- Promoção de acções de solidariedade e apoio mútuo entre famílias numerosas;

- Obtenção de facilidades e descontos para os associados;

- Desenvolvimento de iniciativas de carácter sócio-cultural e de divulgação dos valores da família.

Visitem o "sítio" em:

[www.apfn.com.pt]

ou

[www.apfn.loveslife.com]

Vamos defender a vida!! :o)
João

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 07 de October de 2002 13:00

Pertenço a essa associação. E devo dizer que não compartilho em nada as ideias do joão sobre planeamento familiar, como já se deve saber neste forum- Claro que quem só utiliza os meios naturais tem de ter uma família numerosa - daí se afere a sua eficácia...
Ter muitos filhos é muito difícil porque a sociedade consumista e egoista não está organizada de forma a conceder ás mulheres os direitos que elas deveriam já ter conquistado. Ter mais que dois filhos é quase uma atitude subversiva - as pessoas acham que somos malucos ou dizem """coitados".. mastambém há muitos que dizem "que inveja... quem me dera poder.." E quando falam em poder normalmente tem a ver com questões económicas ou de carreira.Penso que uma coisa não substitui a outra.
Sobre a minha vivência de ter quatro filhos pequenos, dar aulas e estar a fazer um doutoramento ao mesmo tempo e inda perder tempo no forum, ainda hei-se falar com mais calma. hOJE ESTOU MUITO CANSADA....


ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 09 de October de 2002 19:15

olá Ana.

Bemvinda, espero que já tenha passado o susto.

Não queremos que se repita, ok?


Um grande abraço,
Susete

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 09 de October de 2002 23:34


Olá susete
:)) EStou mais ou menos. Não tenho é muita pachorra para fundamentalismos.... Desculpem lá.
ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 10 de October de 2002 19:57


Ana, a "eficácia" dos Métodos Naturais nada tem que ver as famílias serem numerosas ou não. Acontece é que as famílias que os usam tendem a considerar os bebés como dádivas de Deus, não encarando a natalidade como algo a ser evitado. Assim, QUEREM ter filhos precisamente porque se sentem motivadas a isso pela fé em Deus e por quererem dar mais vida ao mundo, educando os seus filhos para preservar e animar toda a Criação, apesar das adversidades do mundo moderno. Aliás, sentem que são elas que devem dar a resposta... Caso contrário, nada muda: as crianças são o nosso futuro.

Posso dizer-lhe que RARÍSSIMAS são as famílias que, usando os Métodos Naturais correctamente, têm gravidezes não planeadas, ou mesmo que falhem a gravidez (como sabe, podem ser usados para ambos os objectivos).

O maior direito que as mulheres podem e devem conquistar na sociedade é o direito à exigência de serem amadas profundamente pelos homens... Até nisto, só Deus pode ajudar verdadeiramente. Nada assim pode ser conquistada por Lei, mas pelo sentimento de intenso respeito e amor. Ana, deixe que lhe diga ser este o seu objectivo: exija ser amada por quem é e não ser reconhecida como "igual"... E isto estende-se a todas as feministas radicais que andam por aí (chamo-lhes "radicais" porque parece que não sabem o que estão a fazer: conduzem o feminismo à auto-destruição).

Quanto à sociedade consumista e egoísta, digo-o em duas palavras sintomáticas: SOCIEDADE CONTRACEPTIVA. Quando se corrompe o amor sexual, fonte da maior intimidade corporal e fonte da própria vida, então é normal que os egoísmos e consumismos se vão alastrando para cima dos outros.

João

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 10 de October de 2002 20:02


Já agora, Ana, a Igreja está a acompanhar de perto as famílias. Como sabe, está agora em curso o Congresso Nacional da Família. Deixo-lhe as seguintes notícias que são representativas do "erguer a voz" que a Igreja está a levar a cabo.

--

Congresso Nacional da Família

Patriarca de Lisboa pede Legislação ao Estado para defesa da Instituição Familiar

Imelda Monteiro

Patriarca de Lisboa pede Legislação ao Estado para defesa da Instituição Familiar

“Esperamos do Estado, que defenda e construa uma visão unificadora da base antropológica e da estrutura cultural e institucional da família” . As palavras são de D. José Policarpo no discurso de abertura do Congresso Nacional da Família que hoje se iniciou, no auditório da Culturgest, em Lisboa. Na presença do Ministro da Segurança Social e do Trabalho, Bagão Félix, o Patriarca de Lisboa afirmava que para esta tarefa de defesa e construção “muito contribuirá a actividade Legislativa que tem como alvo a família”.
No final da cerimónia da abertura, Bagão Félix respondia ao repto do Cardeal Patriarca com as propostas do Orçamento de Estado para 2003. Como exemplo o Ministro da Segurança Social e do Trabalho referiu o caso do aumento da dedução da colecta de IRS dos ascendentes que vivem em casa dos filhos. “Há um aumento significativo no caso dos filhos acolherem na sua casa os pais em detrimento daqueles que vão para lares”, afirmou.
Para Bagão Félix “o Estado não pode fazer tudo, mas não pode dar sinais contraditórios que suscitem a desagregação da instituição familiar”. Com o objectivo de coordenar as políticas sectoriais da família vai ser criado um novo Cargo. Margarida Gonçalves Neto vai ser a Coordenadora Nacional para os Assuntos da Família. Vai chefiar a Comissão Nacional da Família onde estarão departamentos ministeriais, organismos da sociedade civil e parceiros sociais. Terá, ainda, sob sua responsabilidade o Observatório para os Assuntos da Família. Para Bagão Félix este novo cargo funcionará “como um lobby da família na administração pública e na estrutura do Governo”.

10-10-2002

Fonte: Ecclesia

--

Cardeal Patriarca de Lisboa encontra-se com Jornalistas
Sexta feira, dia 11, pelas 17 horas, na sala VIP da Culturgest.

Pe. António Rego

Cardeal Patriarca de Lisboa encontra-se com Jornalistas

Desde o primeiro momento que D. José da Cruz Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa tem revelado o maior empenho na realização e êxito do Congresso Nacional da Família. Como é sabido estará presente na abertura e, no último dia, proferirá uma conferência subordinada ao tema: “A família no futuro do mundo e da Igreja”.
Sexta feira, dia 11.10.02, segundo dia do Congresso, pelas 17 horas, na sala VIP, Sua Eminência disponibiliza-se para um encontro directo com os jornalistas da imprensa, rádio e televisão.
Como é sabido são complexas e vitais as questões e desafios que hoje se lançam à família no campo social, político, cultural e religioso.
Sobre todos estes temas se poderá estabelecer um diálogo com o Cardeal Patriarca de Lisboa. Para isso estão convidados os senhores jornalistas.

10-10-2002

Fonte: Ecclesia

Discurso do Cardeal Patriarca de Lisboa
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 10 de October de 2002 20:09


D. José Policarpo

Congresso Nacional da Família

Discurso do Cardeal Patriarca de Lisboa na Sessão de Abertura


Senhores membros do Governo,

A presença de Vossas Excelências nesta Sessão de Abertura do Congresso Nacional da Família é de grande significado. Ela significa o reconhecimento, por parte do Governo Português, da relevância da problemática da família na nossa sociedade contemporânea. Tratando-se de uma iniciativa da Igreja, para celebrar o 20º aniversário de um grande documento do seu Magistério sobre a Família, a Exortação Apostólica “Familiaris Consortio”, a vossa presença exprime, igualmente, a convicção de que as respostas aos problemas da família têm de ser procuradas numa convergência de esforços, do Governo, da Igreja e outras instituições da comunidade eclesial ou da sociedade civil. É natural que haja abordagens complementares por parte das diversas instituições. Mas o progresso da comunidade nacional muito beneficiaria, no que à família diz respeito, de uma concepção cultural comum, com base na antropologia da família, a sua dignidade institucional e as bases éticas que inspiram comportamentos e traçam um ideal de consolidação e crescimento. Não podemos pedir ao Estado que assuma a exigência espiritual cristã da família como comunidade de amor e de salvação; esse é o ideal cristão da santidade, radicado no baptismo e, através dele, em Cristo ressuscitado, que compete à Igreja propor. Mas esperamos do Estado, isso sim, que defenda e construa uma visão unificadora da base antropológica e da estrutura cultural e institucional da família, para o que muito contribuirá a actividade legislativa que tem a família como alvo.

Senhores Bispos,

Este é um Congresso da nossa responsabilidade, expressão da nossa missão de pastores em relação à família. Sabemos como é belo, mas exigente, o ideal cristão da família, concebida como experiência básica da comunhão eclesial, lugar da vivência da caridade, fonte inspiradora da novidade cristã ao nível dos comportamentos. A proposta eclesial do casamento como caminho de santidade cristã é uma missão da Igreja. Este Congresso significa, para nós, a determinação de uma solicitude pastoral renovada, na busca de caminhos que ajudem as famílias a solidificar-se como comunidades de vida e de amor.

Caros Congressistas,

Saúdo-vos e desejo-vos bom trabalho. A missão de um Congresso não é a de encontrar soluções imediatas para os graves problemas que atingem a família contemporânea. Mas através da discussão e do diálogo, podemos contribuir para o aprofundamento do tal quadro cultural que inspire a busca de políticas e de soluções. Será base inspiradora dessa busca o ideal cristão de família; sua condição primordial uma sólida base de antropologia da família; e preocupação subjacente a salvaguarda da dignidade da família como instituição e sua interligação com a sociedade como um todo. Sejam livres na discussão, ousados nas propostas, mas com aquela sabedoria, caldeada na obediência da fé, de quem só deseja pôr em realce as reais potencialidades da família como realização do desígnio de Deus, que quer fazer de toda a humanidade uma única família de irmãos, que chamam a Deus “Pai”. Não deve ser nossa única preocupação defender a doutrina da Igreja, consolidada em dois mil anos de tradição. Disso se encarrega o Espírito Santo. É também nosso objectivo solidificar a esperança, proclamando as potencialidades do ideal evangélico do amor, que faz da família cristã um sinal de um futuro novo.

† JOSÉ, Cardeal-Patriarca

Lisboa, 10 de Outubro de 2002

Fonte: Ecclesia

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 11 de October de 2002 03:02

è melhor nem falar na actual política do governo sobre as familias, a começar pelo bagão félix. Ainda recentemente o actual presidente da APFN fez uma pergunta directíssima à actual ministra das finanças sobre o orçamento deste ano, a questão das famílias numeroas o actual sistema fiscal que penaliza fortemente o casamento e a natalidade. SE veem tv, sabem a resposta- nenhuma. Num programa em directo.
Aguardo com alguma expectativa o resultado desteCONGRESSO. eSPERO QUE A VOZ DA iGREJA SE ERGA A FAVOR DA VIDA, DOS MAIS POBRES E DOS MIAS VULNERÁVEIS.
Mas não vivemos de palavras...


ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 13:26

Como sabem, pois já o mencionei aqui, eu e o meu marido estamos a pensar ter um bebé. Estamos casados há coisa de dois anos e meio e gostávamos - agora que estou efectiva - de ter o nosso primeiro filhote.
Penso que ter um filho não é uma coisa fácil. Há que pensar em tanta coisa...e sem um emprego estável (que hoje em dia é muito difícil conseguir) é quase impossível suprir as necessidades que uma criança pode ter: é as fraldas, os biberões, o vestuário, a alimentação, a sua higiene, os brinquedos, as consultas no pediatra, algum imprevisto, depois o infantário, mais tarde a escola e os livors, enfim...E isto quando a criança nasce perfeita e saudável. Agora, imagine-se quando se é pai ou mãe de uma criança doente ou deficiente!!!!
Não nos podemos dar ao luxo - e isto é para o João - de não planear responsavelmente os nossos filhos.
Óbvio que gostaria de ter, pelo menos, três filhos, mas nós (eu e o meu marido) não podemos sonhar com isso, pois economicamente estamos limitados por salários que são uma autêntica vergonha! Tínhamos quatro ou cinco filhos, ok, e depois...andávamos à caridade? Não pode ser...infelizmente! Há que se ser responsável! É horrível um casal ter de planear os filhos que quer ter em função da sua conta bancária ou em função das divisões da casa, mas que é que se há-de fazer? Ou queremos dar-lhes o melhor, ou não!
As pessoas não têm mais filhos do que um ou dois, porque, infelizmente, não podem sustentar mais do que um ou dois filhos! Para a maioria é assim...
Quem tem possibilidade de ter mais filhos, óptimo! Se eu pudesse...
Ana e Tozé, nem imaginam a sorte que têm, por terem esses quatro filhotes lindos! Desejo o melhor, tanto para eles como para vós!


Anna

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 14:39

A questão económica é importante, embora não essencial...

As coisas também não são bem assim... isto é - se tivesse só um filho, se calhar o menino ou a menina só vestia roupa Jacadi, sapatinhos de marca, andava no colégio mais caro da cidade e frequentava aulas de música ballet , ténis, sapateado e não sei que mais é que está na moda.
Como tenho quatro filhos, frequentam o ensino oficial, as roupas e os brinquedos passam dos mais velhos para os mais novos, partilham os quartos, estudam em conjunto, sabem que em vez de terem 20 brinquedos novos no natal têm um bocadinho menos, habituam-se a partilhar desde pequeninos... e mesmo assim, não imaginam as coisas que damos para outras crianças que precisam mais que nós...
As creches é que são caríssimas, nem vos falo dos preços que se praticam , quando temos dois ou três meninos ao mesmo tempo, é um vencimento...
Claro que os meus filhos já sabem que não podem ter um TMV último modelo para cada uma nem um carro novo assim que tiverem 18 anos, e também já sabem que não vão ter explicações de Matemática para ter boas notas, já sabem que vão a pé para a escola ( que é pertinho), e habituam-se a ir a centros comerciais sem fazerem birras porque querem isto ou aquilo.... Noutro dia o meu mais pequeno (três anos) disse á educadora que a mãe é muito, muito rica.... ela perguntou porquê e ele respondeu - porque tem muitos filhos!
Agora falando a sério - não existem incentivos fiscais, económicos e sociais ´para a natalidade. Ninguém valoriza o valor social da maternidade/paternidade.
è verdade que nós temos empregos estáveis e mais ou menos bem remunerados, temos a sorte de ter a juda sempre pronta dos nossos pais,mas ter filhos implica muitas renúncias... Olha, eu se pudesse ainda tinha mais...

beijinhos
ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 16:19

Perfeitamente de acordo, Ana.

Mas eu já nem falo na roupa de marca, no colégio mais caro, ou nessas coisas que, a falar a verdade e com franqueza, acho que são desnecessárias. Mesmo as coisas mais necessárias e banais são caras!
E não há apoios!
Há dias, apenas por curiosidade, eu e o meu marido fomos a um hipermercado ver os preços dos carrinhos, das caminhas, do vestuário, dos talheres, da loiça, das papas (só a Cerelac é quase 5 euros!!!), dos leites em pó, das fraldas, dos reguardos para as camas, dos jogos de cama, da banheirita, de alguns produtos de higiene...calculámos tudo e quase caímos para o lado! E não havia nada daquelas marcas que todos conhecem, tipo Chicco, ou Mustela, ou Halibut, Nuk...
E os preços têm tendência a inflaccionar todos os anos! Fora isso, é o pediatra, os exames de rotina, a medicação ( se se der algum caso que a justifique), a creche, mais tarde serão os livros da escola que, infelizmente, e por causa do "lobby" das editoras, os pais vêem-se obrigados a comprar sempre livros diferentes, mesmo para o filho que tenha reprovado...
Sabemos que as saídas ao cinema, ou ao barzinho, ou ao restaurante, ou aquelas férias fora de Lisboa...é tudo coisa que vai deixar de estar na nossa lista de despesas quando tivermos uma criança. Estamos cientes disso. Mas, mesmo com todas as renúncias, às vezes um casal vê-se grego para equilibrar as contas e ter sempre algum de lado para qualquer imprevisto!
A classe média, e média baixa é muito prejudicada neste país: não temos rendimentos que nos permitam alguma qualidade de vida, mas temos rendimentos suficientes para ficarmos excluídos de programas de apoio.
Só nos resta, de vez em quando, quando as coisas ficam apertadas, o apoio de familiares e amigos...


Anna

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 16:55


Anas, ;o) eu compreendo. A questão económica é um problema. Mas não é esse o problema das sociedades de hoje, que vivem de forma a que cada indivíduo renda o máximo para viver o melhor que pode (muitas vezes sem escrúpulos), entenda-se, o mais rico possível? É este o problema. As sociedades capitalistas obrigam os cidadãos a viverem com os olhos postos no dinheiro, porque poucos ficam com muito. Aliás, são os "ricaços" que gostam de investir em programas de "planeamento familiar", ou melhor, na distribuição de contraceptivos, e na legislação de cada vez mais formas para que cada vez nasçam menos indivíduos. Não se esqueçam que a contracepção era ilegal ainda nem há um século na maioria das sociedades "modernas". Estes fazem-no para subirem na carreira, para que o capital fique mais concentrado em cada vez menos pessoas.

Não é disto que se trata? É verdadeiramente toda a ideologia e estrutura económica das nossas sociedades que nos têm desumanizado.

Qual a solução? Saber viver em pobreza evangélica, em comunidade. Para isto é preciso aquela Nova Evangelização tão necessária. Mas enquanto houverem católicos tão distraídos com coisas secundárias e não se preocuparem em se envolverem activamente naquilo em que a Igreja acredita, eles que são Igreja, então continuaremos a dizer que é a "Igreja" (hierarquia) quem não levanta a voz... Não, somos todos nós que não o fazemos!! Então, para isto, já não "somos todos Igreja"??

Ah! E em breve teremos aí o aborto legalizadinho em Portugal (Deus o proíba...), como prova cabal de que só o que se coloca em prática tem repercussões... práticas!

Beijinhos para vocês também. ;o)
João

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 21:40

Ana :
tens razão , está tudo caríssimo!
E o pior é que os mais pobres e os mais ricos não são os mais afectados - mas apenas quem paga impostos... Aliás certo tipo de mentalidade prónatalidade vem de famílias finas, com montes de empregadas e de dinheiro... é fino e bem ter muitos filhos - é mais um sinal exterior de riqueza... Esse tipo de postura também me irrita um bocado...
è preciso infraestruturas de qualidade, no ensino, na saúde... termos acesso a crédito para comprar casa - porque quem tem muitos filhos precisa de casas maiores.... E tem mais despesas com coisas tão básicas como água e luz.... Por exemplo os carros normais só têm cinco lugares, uma família com mais de três filhos precisa de um carro maior - não por elitismo nem porque é fino ter um monovolume, mas por absoluta necessidade... Mas isso em termos de impostos é-nos cobrado... e Pagamos muito mais nas portagens de autoestrada...
Já nem falo no IRS, que é uma vergonha!!!
Em suma - ter filhos tal como o casamento é um acto de pura loucura amorosa!!!!!!!
è também um risco ..... Não há alturas ideiais, em que todas as condições perfeitas estejam reunidas... ESta abertura de maravilhamento perante a vida é a maior alegria e recompensa...


E já agora, sou a favor da despenalização do aborto, e se houver referendo votarei a favor, tal como já o fiz. Isto apesar de ser profundamente contra o aborto e de tudo fazer se puder ajudar uma mulher em ciircunstâncias difíceis. Mas não concordo que o nosso actual codigo penal possa condenar uma mulher até três anos de cadeia. Aliás, se se cumprisse integralmente o código penal e se assumissem todas as circunstâncias em que o aborto é despenalizado, isso bastaria.


ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 18 de October de 2002 09:59

Eu também não concordo que se penalize a mulher por fazer um aborto - apenas porque está em condições difíceis.
O pior, Ana, é que já sabes como é o português: dá-se-lhe uma mão e quer logo o braço todo, ou seja, nesta questão do aborto, tenho um pouco de receio que, ao invocar razões de desespero, de muitas dificuldades, não andem mulheres a abortar porque "lhes apetece" e porque se julgam nesse direito de dispor da vida do filho como se fosse uma coisa qualquer.
Há mulheres que pensam assim: que podem andar com quem quiserem e como quiserem que não estão para acarretar com as consequências...mesmo que a consequência seja uma gravidez, um filho que não tem culpa da irresponsabilidade da mãe.



Anna

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: wolf (IP registado)
Data: 18 de October de 2002 15:00

Esses casos não são a regra mas a excepção. Penso que nenhuma mulher recorre ao aborto com a leveza e o á vontade que descreves, "porque lhe apetece"....
Aliás, se usarem correctamente contraceptivos há poucas possibilidades de uma gravidez ocorrer e portanto uma das formas de lutar contra o aborto é educar e facilitar o acesso a meios de contracepção.
No nosso país o que se passa é isto - quem quiser fazer um aborto fá-lo. Em que circunstãncias - depende das capacidades económicas. Só isso, nada mais. Basta atravessasr a fronteira, onde o aborto é legal - e a legislação espanhola aproxima-se muito da portuguesa. Acho de facto que bastaria cumprir a actual legislação, fazendo uma interpretação extensiva para superar o problema da criminalização. Assim estamos perante uma situação de profunda hipocrisia, em que muitos dos que fazem campanhas violentas antiaborto, na sua vida intima e privada já o fizeram ou foram coniventes com essa situação.
Não é politicamente correcto afirmar isto, mas tenho a certeza de uma coisa - haverá alguma pessoa neste site que não conheça pelo menos uma mulher que tenha interrompido a gravidez?
Nem uma ? E porque não correu imediatamente a acusá-la á polícia?
Não será porque a consciência éticojurídica dominante ache que este crime não deve ser sancionado com penas de prisão tão longas?
Claro que isto é complexo.
O próprio conceito de gravidez não é completamente homogéneo, mesmo do ponto de vista científico - para algumas correntes a gravidez (não me estou a referir ao estatuto ético jurídico do embrião nem quanto aos limites sobre o início da vida humana) inicia-se com a fecundação para a OMS a gravidez inicia-se com a nidação - isto é com a implantação no útero. Isto é verdade - basta pensar nas tecnicas de RMA, em que há fecundação sem gravidez....

Concordo com a posição da Igreja contra a interrupção da gravidez...

ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 06 de November de 2002 20:31


Quanto à questão de "quando é que se engravida", é uma falsa questão.

A questão é: "quando é que surge a vida" e não "quando é que a mãe tem o direito de abortar algo que é apenas material biológico".

Aliás, a questão do aborto e a posição pró-vida é estar do lado da inviolabilidade da vida humana, sem escolhas: "tu não tens o direito de matar ninguém". É uma questão de coerência. Parece que a ciência também dá razão à posição de que a vida humana surge na fecundação. Quanto a mim, é apenas lógico: não é num dia ou semana que "material biológico" se torna em humano. Existe algo de transcendente ali, por mais pequenino que seja. A alma não ocupa "espaço"...

João

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 06 de November de 2002 20:36

Ninguém teve a coragem de responder á minha pergunta. Anotei.


ana

Re: apoio a famílias numerosas
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 06 de November de 2002 20:43


Eu também não concordo com a penalização da mulher que procure o aborto, EM CERTAS CIRCUNSTÂNCIAS.

Discordo absolutamente que a contracepção generalizada seja de todo a melhor solução para resolver as gravidezes indesejadas... A noção de que o sexo só tem sentido entre um casal que assumiu entre si o compromisso de viverem juntos para o resto das suas vidas, com toda a vontade de cumprir o compromisso até ao fim, sendo educados com tal concepção, apoiados espiritualmente, usando depois a castidade regulada por períodos de abstinência, métodos de planeamento muito eficazes, com resultados comprovados, mas amplamente ignorados pelos promotores do "sagrado" preservativo e afins, é, REALMENTE a solução ideal. Quanto mais longe estivermos desse modelo, mais longe estaremos do amor e da verdade acerca do próprio matrimónio e do sexo.

Parece que a obejctividade moral e as estatísticas me dão razão.

João

Ir para a página: 12Próximo
Página actual: 1 de 2


Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.