Que notícia tão confusa!
E que título tão esquisito ?

Vamos aguardar novos episódios ...


Vaticano descontente com gestão de Fátima ameaça controlar santuário

O Vaticano não está contente com a gestão do santuário de Fátima e pediu já a substituição do reitor, monsenhor Luciano Guerra. Em causa está o descontentamento causado pela presença do Dalai Lama e de um sacerdote hindu em Fátima, onde foram autorizados a rezar. Os cardeais admitem mesmo assumir a gestão do santuário a partir de Roma.

Segundo noticia hoje o "Correio da Manhã", a Conferência Epsicopal Portuguesa recebeu já indicações para aproveitar a reforma iminente do bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, para alterar a gestão do santuário que honra o local onde, em 1917, a Igreja Católica indica que terão ocorrido as aparições de Fátima aos três pastorinhos.

A visita do Dalai Lama e do sacerdote hindu terá, segundo fontes citadas pelo diário, levado "longe demais" o "sentido ecuménico" do santuário.

Os candidatos ao posto de bispo de Leiria-Fátima são o bispo auxiliar de Lisboa, D. Manuel Clemente, e o bispo auxiliar do Porto, D. António Carrilho. Mas a decisão final vem do Vaticano, através de um processo envolto em grande secretismo. Roma tem de aceitar os nomes e escolher, geralmente entre um grupo de três nomes, o próximo bispo.

in publico.pt de 29.Set.2004



«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

SPQR

Sono Pazzi Questi Romani



João (JMA)

Esta notícia parece-me não ter pés nem cabeça. De qualquer forma, aqui fica outra do Diário Digital. Mantenho o original, isto é, gralhas incluídas:

Bispo de Leiria e Fátima nega intenção do Vaticano

O Bispo de Leiria e Fátima nega a intenção de o Vaticano querer assumir a gestão do Santuário de Fátima. D. Serafim Ferreira afirma não ter conhecimento da situação nem qualquer indicação por parte da Igreja portuguesa ou do Vaticano.

De acordo com uma notícia avançada esta quarta-feira pelo jornal Correio da Manhã, o Vaticano anunciou à Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) que esta deveria mudar o Bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, e substituir o reitor do Santuário, Monsenhor Luciano Guerra. Caso contrário, iria assumir a gestão directa do Santuário de Fátima.
Na base deste pedido está o facto de Dalai Lama e um sacerdote hindu terem sido autorizados a rezar no Santuário.

D. Serafim disse, no entanto, à rádio TSF existirem boatos e críticas que se levantaram a quando da presença do Dalai Lama em Fátima.

Por sua vez, D. Janurário Turgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas, desmentiu a notícia. D Januário atribui esta agitação a um grupo católico, fundamentalista, com origem no Canadá.

[diariodigital.sapo.pt]

Vamos ver se de forma decidida e corajosa a Santa Sé irá por termo às humilhantes e profanizantes celebrações "ecuménicas" com os heréticos dos Hindus, que esta Reitoria tem levado a cabo, para humilhação da Snta Mãe de Deus e de todos os verdadeiros católicos!

Bem-.Aventurado D. Marcel Lefèbvre: Ora pro Nobis et Sancta Ecclesia!


Um abraço a todos, do católico "tradicionalista",

Victor Henriques


Fátima Católica Sempre!



O-Católico-Tradicionalista-Excomungado-Por-Roma

Note-se que a forma como a notícia está redigida mostra um enorme desconhecimento da forma como são nomeados os bispos. A notícia dá a impressão que é a Conferência Episcopal que muda os bispos em Portugal!

Não me espantaria que a notícia partisse de "boatos" de grupos reaccionários (do tipo fatima.org) que preferem ver dividir para reinar... Nada que este fórum também não conheça... :-P

Alef

Já agora, mais uma notícia...

Polémica sobre "ecumenismo excessivo" no santuário
Conferência Episcopal nega pedido de substituição do bispo de Leiria-Fátima

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) negou hoje que a instituição tenha sido contactada para substituir o bispo de Leiria-Fátima, na sequência da abertura do santuário mariano a individualidades como o Dalai Lama ou um sacerdote hindu.

"Não tenho conhecimento de nada nesse sentido", afirmou D. Tomaz Nunes em reacção à notícia do "Correio da Manhã" de hoje sobre a eventual substituição de D. Serafim Ferreira e Silva na Diocese de Leiria-Fátima devido às críticas do Vaticano sobre a passagem do Dalai Lama e de um sacerdote hindu pelo santuário mariano.

D. Tomaz Nunes frisou que todas as iniciativas de abertura do Santuário de Fátima a outras religiões, cristãs ou não, tiveram a concordância da CEP.

Fátima nega assim a existência de comunicações oficiais sobre o descontentamento do Vaticano em relação a um excessivo ecumenismo no santuário, mas nos últimos anos as iniciativas de abertura do bispo de Leiria-Fátima ao diálogo inter-religioso têm sido objecto de críticas por parte de movimentos católicos conservadores.

O santuário tem sido um local privilegiado de diálogo ecuménico, devido à devoção anglicana a Fátima - que levou mesmo o santuário a autorizar a celebração conjunta com sacerdotes daquela igreja - e ao respeito dos ortodoxos pela mensagem dos três pastorinhos, que dizem ter visto a mãe de Cristo na Cova da Iria, onde se ergueu o santuário.

O santuário promoveu em Outubro de 2003 um congresso sobre as relações entre as diferentes religiões, duramente criticado pela Fraternidade Sacerdotal São Pio X, um movimento conservador fundado por monsenhor Lefèbvre, num comunicado reclamando o "regresso do santuário às suas origens".

A visita de uma delegação hindu também gerou celeuma, com vários sacerdotes ligados a movimentos conservadores a pedirem a demissão do reitor do santuário. Monsenhor Luciano Guerra reafirmou a intenção de abertura do santuário a outras religiões, mas negou qualquer celebração de outros ritos naquele espaço religioso.

Lusa, PUBLICO.PT
[ultimahora.publico.pt]

Caro VMTH,


Não sei em que é que o Dalai Lama profana o Santuário.
Sejamos tolerantes! A sua posição é mais tradicionalista que propriamente cristã!
E depois há uma coisa que não percebo: condenam o facto de o Dalai Lama vir orar, mas depois permitem o comércio escandaloso em torno dos símbolos de Fátima (Nossa Senhora, Pastorinhos...), ou as manifestações mais "fanáticas" sobre promessas feitas, de que é exemplo o corredor dos que se "arrastam" de joelhos...
E vou mais longe em dizer que o Dalai Lama, apesar de não-cristão, tem atitudes dignas de um cristão a 100%. Promove a paz, a reconciliação entre todos, a disciplina sobre o corpo, a mente, o coração.
Oxalá muitos cristãos de pacotilha soubessem dar valor a tal homem!
Mas, infelizmente, só sabem ver a "verdade" deles!



Anna e Sara

Et exaltavit humiles.



*=?.0

Mais uma notícia. Parece que acertei na minha suspeita: o fatima.org.

Alef

Até à conclusão das obras da Igreja da Santíssima Trindade
Reitor do Santuário de Fátima disponível para continuar até 2007

O reitor do Santuário de Fátima, Luciano Guerra, manifestou hoje a sua disponibilidade para continuar à frente da instituição até à conclusão das obras da Igreja da Santíssima Trindade, em 2007. Negando conhecer qualquer tipo de pressões, o reitor admitiu que a abertura ao diálogo por parte do santuário causa algum desconforto em sectores católicos conservadores.

Em conferência de imprensa realizada hoje à tarde, Luciano Guerra reafirmou estar disponível para continuar no cargo até à conclusão das obras do novo templo, negando qualquer intenção da Santa Sé na sua substituição, tal como foi hoje noticiado pelo jornal "Correio da Manhã".

Em causa estarão pressões da Santa Sé para substituir o bispo de Leiria-Fátima e o reitor do santuário, na sequência da abertura daquela instituição a representantes de outras religiões, cristãs e não-cristãs.

Negando conhecer qualquer tipo de pressões nesse sentido, Luciano Guerra admitiu que esta abertura ao diálogo por parte do santuário causa algum desconforto em sectores católicos conservadores.

É possível que "a Santa Sé se torne mais sensível a estes movimentos em virtude de uma certa debandada que há, sobretudo no Ocidente, na doutrina da Igreja e de certas práticas eclesiais".

Até porque, reconheceu, "essas pessoas pretendem manter os verdadeiros alicerces do edifício" religioso, constituindo modelos mais conservadores da fé, à semelhança do que sucede nos sistemas políticos.

"As pessoas do Vaticano são de todo o leque de temperamento e de carácter e nós interpretamos a nossa doutrina católica com base no nosso temperamento", sublinhou, reconhecendo que possam existir alguns mal-entendidos na Santa Sé.

"O Vaticano é um corpo que consta de muitas pessoas"

"O Vaticano é um corpo que consta de muitas pessoas" e "é possível que alguns possam ter estranhado" as informações da visita da comitiva hindu ao Santuário de Fátima, considerou Luciano Guerra.

A polémica começou após uma visita de uma comunidade hindu portuguesa ao recinto do santuário em Abril deste ano onde foi cantada uma oração religiosa, o que indignou alguns sectores católicos mais conservadores.

Desde essa data, o reitor recebeu perto de duas centenas de cartas de católicos, uns elogiando a abertura do santuário e outros acusando-o de estar a violar o espírito da mensagem de Fátima.

"Vai desde a aprovação daquilo que eu fiz à máxima condenação que é acusar-me de heresia e de sacrilégio", revelou, embora considerando que estas posições destes sectores conservadores representem a pluralidade da Igreja Católica.

Contudo, o sacerdote admite que não voltaria a permitir uma visita do grupo nos moldes em que decorreram. "A organização desta visita foi um pouco à minha ilharga", reconheceu, salientando que o cântico não foi autorizado.

"No próprio dia nem acompanhei as pessoas"

"No próprio dia nem acompanhei as pessoas", recordou, minimizando os eventuais efeitos desta contestação junto da hierarquia católica.

A campanha de contestação foi liderada pela revista "Cruzade of Fátima", ligada às posições religiosas conservadoras do padre canadiano Gruner, conhecido pelas suas posições radicais em defesa de valores tradicionais e de contestação às conclusões do Concílio Vaticano II.

"O que está atrás de tudo é uma mentalidade fortemente anti-ecuménica que já se manifestava antes de Fátima", disse Luciano Guerra.

Afirmando que foi nomeado pelo bispo da diocese de Leiria-Fátima e será este ou outro prelado que tem poderes para o demitir, Luciano Guerra diz-se descansado, salientando que todas as acções da instituição foram objecto de uma articulação interna.

Reitor do santuário há 31 anos, Luciano Guerra afiança estar disponível para permanecer à frente da instituição até à inauguração da nova Igreja da Santíssima Trindade, sustentando que qualquer substituição poderia prejudicar o "processo complexo" da obra.

"Seria uma entrega ligeira" e "trabalho demasiado pesado" para o seu sucessor neste momento, justificou, considerando ainda inverosímil a possibilidade de a Santa Sé assumir a gestão directa do santuário, informação aventada pelo "Correio da Manhã".

"Isso não tem propriamente antecedentes" fora de Itália, mas "o Papa é o supremo administrador de todos os bens da Igreja", afirmou.

Esta manhã, D. Tomaz Nunes, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) desmentiu qualquer crise nas relações entre o santuário, a Igreja portuguesa e a Santa Sé.

Então, o prelado disse desconhecer qualquer proposta de substituição do bispo diocesano e explicou que todas as iniciativas de abertura a outras religiões têm tido o acordo da CEP.

Lusa
in [ultimahora.publico.pt]

Dalai Lama é digno de ser convidado pelo Papa João Paulo II para rezar em Assis, em Janeiro de 2002 (se não estou em erro), mas não é digno de o fazer no Santuário de Fátima?

Estaremos a querer tornar o Santuário de Fátima num local onde prevalece a intolerância, diga-se muito pouco cristã, tal como acontece noutras religiões, onde não é possível não crentes entrarem nos seus santuários? (Por exemplo, em Meca só entram muçulmanos, etc.)

Se pretendemos imitar as outras religiões, sugiro que escolhamos o que elas têm de positivo.

Luis

Confesso-me atónito.

Estou espantado com a declarações do Monsenhor Luciano Guerra

a saber:

"É possível que a Santa Sé se torne mais sensível a estes movimentos em virtude de uma certa debandada que há, sobretudo no Ocidente, na doutrina da Igreja e de certas práticas eclesiais".

"Essas pessoas pretendem manter os verdadeiros alicerces do edifício" religioso, constituindo modelos mais conservadores da fé, à semelhança do que sucede nos sistemas políticos.

"Não voltaria a permitir uma visita do grupo nos moldes em que decorreram"

Estarei a ouvir bem?

O Reitor declara que sobretudo no ocidente existe uma debandada na doutrina da Igreja e de certas prácticas eclesiais???

O Reitor defende que os movimentos conservadores pretendem manter os verdadeiros alicerces da fé. Estarei a ouvir bem ???

Náo voltaria a permitir uma visita do grupo ???

Mas o que é isto? Está a ver de segura o lugar? O VMTH consegiu converter o Srº Reitor à FSSPX?

Quer ser Bispo de Fátima?

Que grande confusão vai na cabeça do Srº Reitor

Pedro B

Depois de chegar de ferias, fico completamente atónito com o que leio. Faço minhas todas as palavras do Pedro B. Que grande confusão na cabeça do senhor Reitor.

Caro Luís

Não cofundamos as coisas.

Os encontros de Assis tiveram e têm o seu papel. Importante e relevante.

Agora, mesmo em Assis os representantes das outras religiões tinham os seus espaços próprios para orar e realizar as suas celebrações. Não as faziam na Basilica de Assis.

Cada religião tem os seus templos sagrados com tudo o os mesmos significam.

Os locais sagrados de culto devem ser respeitados pelas outras religiões.

A capelinha das aparições é um templo sagrado para os Cristãos e como tal não deve ser permitido que não Cristãos o utilizem para as suas celebrações religiosas por mais respeitáveis que elas sejam.

As Igreijas não são santuários intereligiosos.

Se o Reitor autorizou sacerdotes hindus a utilizarem a capelinha das parições para efectuar cerimónias religiosas não cristãs esteve muito mal e é motivo de escandalo.

Pedro B

Mas tenho a impressão que o próprio Papa, já esteve em lugares que não fossem católicos!!! Ou estarei eu errada?
Já visitou templos não católicos!!! Se foi verdade, ele deu o exemplo e além disso, ele reza muito pela paz!...

Um dia vieram 2 rapazes à minha porta de outra religião, vinham de muito longe. Mandei-os entrar e disse-lhes: querem um sumo fresco? Disseram que sim, servi-lhes um sumo de laranja. Perguntei-lhes: querem algo para comer? Disseram não, obrigada!...
Eu disse-lhes, eu sou católica, não pretendo mudar de religião. Mas aprecio muito o vosso serviço. É melhor andar pelo mundo ao serviço de Deus do que andar na droga! Conversamos muito.
Então e se o meu marido me punha na rua, por eu aceitar estes jovens na minha casa?
Eu nunca lhe disse, foi melhor nem saber:)

Mais umas...
Alef

Fátima Não Acredita em Pressões do Vaticano para Substituir Bispo

Notícia foi desmentida por todos os responsáveis da Igreja em Portugal

Triplo desmentido: o bispo de Leiria, o secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e o reitor do Santuário de Fátima não confirmaram ontem a notícia de que o Vaticano estaria a pressionar a CEP para substituir o bispo e o reitor por causa da alegada demasiada "abertura" inter-religiosa por parte dos responsáveis do santuário. Em causa estaria um congresso inter-religioso organizado no ano passado em Fátima, bem como uma peregrinação de um grupo de meia centena de hindus, a 19 de Abril passado. Em fundo, o fim de pontificado, com cardeais da Cúria Romana a marcar posição para um futuro que se adivinha cada vez mais próximo.

De acordo com o "Correio da Manhã" de ontem, o Vaticano "já anunciou à Conferência Episcopal Portuguesa que deve mudar o bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva (aproveitando o seu final de carreira) e substituir o reitor do Santuário, monsenhor Luciano Guerra". Caso isso não acontecesse, o Vaticano assumiria "a gestão directa de Fátima". O que não acontece fora de Itália, esclareceu ontem o reitor do santuário.

A reacção dentro dos meios eclesiásticos foi de incredulidade: porque ninguém mais do que o Papa João Paulo II promoveu iniciativas no campo inter-religioso, porque é o Vaticano que muda ou nomeia os bispos e não pede às conferências episcopais para o fazer, e porque por detrás da notícia deverão estar pressões de grupos fundamentalistas norte-americanos, que ainda recentemente protestaram contra o congresso inter-religioso realizado em Fátima.

O bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, preferiu não comentar a notícia por ainda não a ter lido, remetendo a reacção oficial para uma conferência de imprensa dada pelo reitor do santuário. Apesar disso, D. Serafim afirmou ao PÚBLICO estar convencido de que são "equívocos" relativos ao congresso e à presença dos hindus em Fátima que estão na origem destes episódios. "Sei o que estou a fazer", rematou. E acrescentou que não conhece qualquer "ameaça" do Vaticano.

Nas declarações aos jornalistas, o reitor do Santuário, padre Luciano Guerra, manifestou, de acordo com a Lusa, a sua disponibilidade para continuar no santuário até à conclusão das obras da Igreja da Santíssima Trindade, em 2007. E, também citado pela Lusa, o porta-voz da CEP, D. Tomaz Nunes, disse não ter "conhecimento de nada" do que era noticiado pelo "Correio da Manhã".

O congresso de Outubro de 2003, dedicado aos santuários das diferentes religiões, teve a presença do presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, Michael Fitzgerald. Mas isso não foi suficiente para levar o Fatima Center, grupo norte-americano que em Maio fez publicar páginas de publicidade em jornais portugueses sobre o assunto, a defender que o Papa deveria mandar investigar "as alegações de má gestão e suspeita de heresia" do reitor, bem como a necessidade de decretar o "fim imediato" da transformação do santuário numa "pretensa instalação 'interconfessional'".

De acordo com o grupo, o reitor teria afirmado, no congresso, que Fátima se iria converter "num centro inter-religioso onde as religiões do mundo se reunirão para prestar homenagem aos seus deuses". Na ocasião, o reitor desmentiu tais afirmações, a partir do registo da sua intervenção.

Mas a oração de um grupo de hindus, em 19 de Abril, em Fátima, voltou a fazer escândalo entre o mesmo grupo e sectores católicos mais fundamentalistas. O próprio Luciano Guerra admitiu ontem que lhe chegaram cerca de duas centenas de cartas, com mensagens que iam "desde a aprovação" até à acusação de "heresia e sacrilégio". O Fatima Center fizera entretanto chegar a muitos milhares de católicos - incluindo bispos - a mensagem de que o santuário estaria a ser profanado.

O reitor de Fátima admitiu, mesmo assim, que "o Vaticano é um corpo de muitas pessoas" e "é possível que alguns possam ter estranhado" as notícias dos hindus em Fátima . Algumas seriam mais sensíveis aos movimentos fundamentalistas, "em virtude de uma certa debandada que há, no Ocidente, na doutrina da Igreja e de certas práticas eclesiais", afirmou o reitor.

Será esse ambiente e esta sucessão de factos - além da visita do Dalai-Lama, em Novembro de 2001, ao santuário, aliás acompanhado pelo núncio apostólico em Lisboa - que explicará todo este alarido, de acordo com vários observadores ouvidos pelo PÚBLICO. O ambiente de final de pontificado que se vive é propício ao aparecimento de todo o tipo de comentários e formas de pressão, admitem as mesmas fontes. E, perante o apagamento progressivo de um Papa que impulsionou como nunca o diálogo inter-religioso - mesmo contra alguns sectores da Cúria - é natural que apareça este tipo de especulações.

A.M.
«Público», Quinta-feira, 30 de Setembro de 2004
[jornal.publico.pt]

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Hindus Vão a Fátima Há 50 Anos

Há hindus portugueses que vão a Fátima rezar há 40 e 50 anos, disse ontem ao PÚBLICO Ashok Ansraj, responsável pelas relações públicas da Comunidade Hindu de Portugal (CHP). Ansraj, que integrou em Abril a peregrinação ao santuário, diz que os hindus foram "foram rezar à Santíssima Mãe, na forma de Nossa Senhora de Fátima, pela paz no mundo". Para os hindus, a Virgem de Fátima é invocada tal qual, tendo o lugar da Deusa ou "Santíssima Mãe" do hinduísmo. Ansraj diz que os hindus vão ao santuário rezar, "invocando Nossa Senhora" e não qualquer divindade própria do hinduísmo. E recorda que, há 22 anos, esteve em Fátima a rezar um dos mais importantes pregadores hindus, Morari Bapu. O sacerdote hindu tem, no livro de honra, a sua assinatura na mesma página da do Papa e de Madre Teresa de Calcutá.

Na sua passagem por Fátima, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama do budismo tibetano, em Novembro de 2001. "Vir a este lugar tem um significado muito especial", disse o líder budista, que afirmou estar ali "como peregrino". Paulo Borges, presidente da União Budista Portuguesa, afirmou ao PÚBLICO que há muitos budistas que vão ao santuário. "Eu próprio já lá fiz duas vigílias." No budismo, a Virgem de Fátima corresponde a Tara, a "mãe de todos os budas, que personifica a sabedoria e a compaixão".

Também para muitos muçulmanos - de modo especial para os xiitas - o lugar é especial. Em Novembro de 1995, um documentário exibido na televisão iraniana - que identificava o lugar com a filha do profeta Maomé, Fátima Zahra - levou muitos iranianos a querer vir a Portugal.

A.M.
«Público», Quinta-feira, 30 de Setembro de 2004
[jornal.publico.pt]

Ana

Claro que o Papa já visitou locais sagrados e locais de culto de outras religiões. Fez e fez bem.

Da mesma forma representantes de outras religiões podem visitar Fátima como qualquer outro santuário ou mesmo o Vaticano. O Diálogo inter-religioso franco e aberto é algo frutuoso.

Agora o que o Papa não deve fazer é utilizar locais de culto de outras religões para celebrear Missas ou recitar o terço.

Da mesma forma se devem comportar as outras religiões para com a Igreja. No fundo quem está mal é quem autoriza que aconteçam tais actos.

Os templos Cristãos têm uma finalidade que não de certeza celerbar cerimónias macónicas como na Estrela ou cerimónias budistas como na Capelinha das Aparições.

Pedro B

Não querem desviar do assunto do tópico, mas acho que vem a propósito, como é que um bispo é nomeado? Eu julgo que é o Vaticano a escolher, mas como é que escolhem?

Por outro lado, o Vaticano tem toda a legitimidade em dispor dos santuários e templos, ou não?



jota

Se os budistas e os hindus vão rezar a Fátima o problema é deles e não do Santuário. Que eu saiba não há polícias à porta das Igrejas, ou nos adros das Igrejas, ou na entrada dos recintos para identificar os frequentadores. Os espaços católicos são abertos e quem os frequenta com respeito, admite pela razão ou pela fé que a ascese católica ou cristã é um bem universal. Qualquer dia os conservadores vão dizer que a Igreja Católica tem o exclusivo da prática do bem e das ânsias de paz, compreensão e justiça (não há frigorífico suficientemente potente para aguentar tanto conservadorismo).



*=?.0

Albino,

Enganas-te.

Estes conservadores não têm a ver com o frigorífico mas com o formol.



João (JMA)

Quanto mais penso e mais leio, mais me convenço de um vínculo maternal entre Maria e a Igreja.

E do vínculo maternal entre a Igreja e cada um de nós.

Fico feliz ao ver o respeito que membros de outras religiões têm por ela.

Começo de facto a configurar que Maria poderá sem dúvida ser um elemento de aproximação entre as diversas religiões.

Aquilo que a sua filha, a Igreja, também está hoje a ser.

É de ficarmos contentes com as notícias de que Maria não é apenas uma mensagem para os católicos mas ultrapassa o ecumenismo e participa no diálogo inter-religioso.

Rahner tem razão: existe uma multidão incontável de cristãos anónimos.



João (JMA)