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Ensino Religioso Escolar
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 10 de September de 2002 18:57

Viva!

Cá venho eu lançar a confusão ;) no bom sentido claro...

Ensino religioso escolar é o novo tema de discussão na Assembleia da República.
Foi hoje publicada no jornal Público a noticia que aqui vos deixo.

Gostava de saber a vossa opinião e prometo que desta vez também vou participar.

Um abraço e todos,
Susete

BE Considera Que Integração da Educação Religiosa no Currículo É Inconstitucional

O Bloco de Esquerda (BE) tem dúvidas quanto à constitucionalidade do decreto-lei que alterou a revisão do ensino básico e que passou a incluir a Educação Moral e Religiosa (EMR) no currículo dos alunos do 1º ciclo, já que prevê que a disciplina seja leccionada durante as 25 horas semanais destinadas às aulas, tal como a Língua Portuguesa ou a Matemática. Apesar da EMR continuar a ser facultativa, o BE considera que a sua equiparação a outras áreas disciplinares "viola o princípio da separação entre o Estado e as igrejas".

Por isso, o deputado Luís Fazenda anunciou ontem, em conferência de imprensa, que o grupo parlamentar decidiu solicitar a presença do ministro da Educação, David Justino, na Comissão Parlamentar dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

"Este é um debate que deve ter lugar no 1ª comissão e não apenas na comissão de Educação. Porque para além das consequências óbvias no ensino, com os alunos que optam por não frequentar a EMR a serem prejudicados no seu direito a uma actividade curricular contínua, estamos a discutir princípios como a laicidade do Estado e a igualdade de oportunidades", sustentou Luís Fazenda. É que, acrescentou, com a integração da EMR - que pode ser de qualquer confissão mas que "na prática é a católica" - no espaço das 25 horas lectivas semanais, o Governo pretende, "de uma forma distorcida" criar "uma disciplina facultativa de frequência obrigatória". "Entre deixar os filhos ao cuidado do professor na sala de aula ou nos recreios e corredores com os auxiliares educativos - onde existam em número suficiente -, ninguém questiona que poucos serão os pais que optarão pela primeira opção".

Por tudo isto, o decreto-lei aprovado em Agosto representa na opinião do BE um retrocesso no "processo de construção de uma escola laica" e é um sinal evidente do "pendor conservador do actual Governo".

Também a Confederação Nacional das Associações de Pais já fez seguir uma carta à comissão parlamentar dos Assuntos Constitucionais e tenciona enviar um parecer ao Presidente da República, porque não considera legal que a EMR faça parte das 25 horas do 1º ciclo. "Nas áreas não curriculares pode e deve estar", defende o presidente Vítor Sarmento que lamenta que os encarregados de educação e outros parceiros educativos não tenham sido ouvidos nesta matéria.

Para o Ministério da Educação não há dúvidas: como no 1º ciclo não é possível fazer horários, é a própria professora que determina o tempo lectivo para cada área curricular. Por isso, cabe-lhe integrar os 45 minutos de EMR, desde que exista um número de alunos suficientes para leccionar a cadeira.

Segundo o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), 90 por cento das crianças que frequentam o 1º ciclo estão interessadas em frequentar aulas de EMR Católica.

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: inacia (IP registado)
Data: 11 de September de 2002 22:51

Olá Susete
A minha opinião sobre esta questão, é só para os pais se fazerem ouvir. Mas onde deve realmente intervir, não intervem.
Antes o Ensino Religioso Escolar estava dentro da carga horária do 1º ciclo, nunca os pais se manifestaram contra, havia um ou outro que os pais não autorizavam, apresentando as devidas razões, mas tudo funcionava.
Com a nova reforma curricular o ministro, colocou-a fora do horário normal, isto para quê? Para não ter alunos.
Eu tinha um colega nesta situação, no ano anterior, dentro do horário normal tinha todas as crianças, sem oposição dos pais. No ano lectivo 2001/2002 colocara o ER no final das aulas, é claro, as crianças não aparecia, pois iam para casa, e outras tinham outras actividades a partir daquela hora. Alguns pais manifestaram-se, mas a maioria acomodosse, e as crianças que no ano anterior frequentavam, deixaram de frequentar. O colega solicitou várias vezes aos pais que se fizessem ouvir. Mas nada, dava muito trabalho.
Estas a ver como funcionam os pais.
Agora o ministro quer fazer voltar tudo ao normal, e eles vêm emitir o seu parecer contra. E eu pergunto Porquê? se antes já funcionava assim. Há coisas que ainda não comprendo muito. Eu no ano anterior dei ER no primeiro ciclo dentro do horário curricular , fui com o meu pároco, ele apresentou os prof de E.M.R.C. aos profs do 1º ciclo, eles asseitaram combinamos horários fui do principio do ano ao fim, ninguém se manifestou, se foi ilegal, não importa, há muita coisa ilegal e bem mais grave, mas as crianças da minha paróquia não ficaram privadas de um Direito que elas tem. Este ano vou continuar .
Estas coisas é só para agitar, para criar confusão.
No 2º e 3º ciclo criaram mais disciplinas, para quê? Por exemplo, a formação Civica, não é o que se faz na disciplna de E.M.R.C. ?, a Área de projecto, não é o que se deveria fazer em toda as disciplinas? Estudo Acompanhado outra que é da responsabilidade de todas as disciplinas.
Hoje estive a ver os Horários de 5º ano, são um horror, as crianças nem tem tempo para respirar, estão sofocadas com disciplinas. Depois aquelas crianças que vem já referenciadas para ter apoios (a Mat., Portug...) carregam-lhe com mais aulas de apoio. Lá está depois os pais tem de aliviar os meninos, e lá vai a E.M.R.C., pois para eles é a que não conta, enquanto que deveriam era pensar o contrário.
Bem o Panorama é este.
Espero que fiques mais iluminada sobre esta questão do E.R. nas Escolas em geral
Inácia

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 18 de September de 2002 11:08

Tenho todo o respeito por todas as opiniões.

Neste caso até respeito a opinião de um grupo que representa cerca de 1% dos votantes portugueses.

Mesmo que os membros mais representativos de tal grupo apresentassem como "Sol da Terra" um extinto regime político - a Albânia de Enver Hoxha.

Estadista que deixou tantas saudades que ainda hoje o seu túmulo - uma construção estilo pesadelo assiro-babilónico - é visitado por muita gente, particularmente nas noites de fim-de-semana já que se transformou na discoteca mais "in" de Tirana.

Só que tenho de respeitar igualmente os 95% de portugueses que no último censo do INE se consideraram católicos.

Respeitar as opiniões diferentes da nossa é democracia.

Seguir as opiniões de uma mini-minoria, retrógrada e completamente perdida no tempo e no espaço seria burrice.

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 22 de September de 2002 19:11

espero que os professores de rm saibam falar portugues.

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 24 de September de 2002 12:13

A questão do Ensino Religioso Escolar (ERE) é uma questão complexa, mas acima de tudo, política. O problema é que a maior parte dos políticos não sabem ou se esquecem que existe legislação em vigor que regulamenta o ERE, e levantam os velhos fantasmas da ligação da Igreja Católica ao Estado.

Continuam a esquecer-se que existe uma Concordata entre a Santa Sé e o Estado português, e não com o Governo da República. E como estado que somos, devemos cumprir os acordos celebrados.

O Ensino Religiosos Escolar está contemplado na Concordata e na legislação portuguesa (DL 323/93 entre outros).

Na minha opinião, a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) deveria ser obrigatória nas escolas. A formação religiosa é um dos pilares na educação dos jovens. A falta de formação religiosa, de valores morais e éticos, conduziu-nos à sociedade que temos hoje.

Todavia, devido à nova lei de liberdade religiosa, também aceito que a disciplina de EMRC seja opcional num conjunto de outras disciplinas de outras religiões. Assim, caso o aluno e os seus encarregados de educação não pretendessem a disciplina "católica", deveria poder escolher outra disciplina sobre outras religiões: budismo, judaismo, islamismo, hinduismo, bahá'í,...

Constato que as motivações ateístas de certos políticos os leve a defender determinadas posições, sobrepondo-se à legislação em vigor.

Luis

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 25 de September de 2002 15:53

Discordo em absoluto. O estado é laico há largas décadas. Os pais que desejem que os seus filhos tenham ensinamentos sobre a religião católica / e porque não muçulmana ou budista) devem inscreve-los nas respectivas Igrejas- catequeses e sobretudo ensiná-los na família.
Só faltava mais este disparate, ainda por cima com sobrecarga do horário escolar dos pobres miudos, e sem termos a certeza sobre a credibilidade e formação dos professores.

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 25 de September de 2002 19:20

Olá Ana,

Compreendo que discordes com a minha opinião, mas não podemos esquecer que a catequese (seja ela católica, cristã, ou de outra religião), tem propósitos e objectivos diferentes do Ensino Religioso Escolar. Para além disso, existem pais que não tem qualquer formação religiosa pelo que não irão considerar importante a formação religiosas dos seus filhos. Ora, todos nós sabemos que a componente espiritual é muito importante no desenvolvimento e realização do ser humano.

O Ensino Religioso Escolar será para muitos alunos o 'despertar' do sentido religioso da vida. É a única disciplina onde existe espaço para um diálogo entre alunos e professores, e que permite o aluno colocar determinadas perguntas que nas outras disciplinas não o poderá fazer.

Sem o Ensino Religioso Escolar, os jovens poderão fazer toda a sua formação académica sem nunca lhe terem falado de algo tão importante como a religião, o sentido da vida, entre outros assuntos que fazem hoje parte dos conteúdos da disciplina de EMRC.

Aceito que os pais possam escolher se os seus filhos deverão ter uma formação religiosa cristã, judaica, islâmica, entre outras. Porém, acho que é responsabilidade do estado português assegurar uma boa formação dos jovens que passa pelo ensino de várias disciplinas (português, matemática, ciências, línguas,...) onde incluo uma disciplina de formação religiosa.

Luis

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 27 de September de 2002 20:47

Caro Luís :

Continuo a pensar que compete aos pais e não ao Estado inculcar
nas crianças determinados valores, momeadamente os de indole espiritual. È completamente abusivo afirmar que o ensino religioso deve fazer parte de um curriculum escolar. De certeza que as crianças, jovens e adolescentes deste país têm acesso a formação e informação religiosa ou não de todo o tipo, desde que a escola cumpra a sua função essencial - que adquiram conhecimentos sobre matemática, linguas, biologia, etc etc, que desenvolva o seu sentido de criatividade, curiosidade intelectual, e sentido de solidariedade. Isto é a função da escola. Pensar que o ensino da religião. EStamos numa sociedade laica e democrática ....
Se a disciplina de formação religiosa incluisse informação detalhada sobre as grandes religiões do globo, a sua evolução histórica, os pontos comuns, etc, ainda se podia admitir.
Vivemos num estado laico, embora ás vezes não pareça. E se a catequese católica já é tão pobre que exige dos pais uma atenção permanente, imagino o que não seria inclui-la no ensino...
Por outro lado, quando se fala em melhorar a qualidade do ensino, não tem sentido sobrecarregar os launos com mais horas lectivas

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: inacia (IP registado)
Data: 28 de September de 2002 18:25

Já dizia o ditado
" Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: A. (IP registado)
Data: 28 de September de 2002 19:13

E isso quer dizer que... ?!

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 01 de October de 2002 12:18

como houve um passo atrás do governo, penso que as coisas estão mais tranquilas.
Preocupa-me a notícia de hoje no PÚBLICO EM QUE UM PROFESSOR DE EMR diz que foi afastado das aulas por ensinar aos miudos que a história de adão e eva é simplesmente simbólica. sÃO COISAS DESTAS QUE ME ASSUSTAM.

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 01 de October de 2002 13:20

Penso que em vez de Educação Moral e Religiosa, deveria haver uma disciplina de Educação Cívica.
A falta de respeito para com o próximo tem a ver com a falta de sentido e consciência cívicos.
Sendo que a Religião é uma escolha pessoal e livre, penso que a disciplina de Religião e Moral não se deveria impor no curriculo.
Sou da opinião da Ana: quem quer uma educação na religião que professa tem as sessões de catequese aos fins-de-semana, sendo que a família tem o papel essencial na educação espiritual dos seus membros.

O que também não concordo é tomar como premissa neste assunto questões que não tenham nada a ver com as pessoas e com as suas escolhas, mas com ideologias políticas.






Anna

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 02 de October de 2002 13:01


Vou só tomar a liberdade de apimentar a conversa... ;o)

Já que estamos numa sociedade tão relativista (ah não, é só "laica") em que ninguém sabe bem o que é certo e o que é errado, falamos numa "Educação Cívica" como solução.

Será que quem o propõe se lembrará de que o que o ser humano precisa é de aprender a amar? E quem nos ama mais senão Deus? E que maior ensinamento de amor que a Cruz?

Tal tipo de opinião é do tipo Bahá'i, com as suas aulas de educação espiritual (que chegam a ser leccionadas em seminários católicos no nosso país!): acreditar num Deus que nos ama, mas numa perspectiva absolutamente herética, pelo menos do ponto de vista cristão: não nos venham dizer que Cristo foi o "profeta do amor", comparando-o ao "profeta da sabedoria" que segundo eles seria Buda... :o) Aliás, que maior "sabedoria" há que o amor?

Quanto à opção de uma disciplina de "Religiões", explicando seus dogmas e história, não foi há pouco tempo que o Pe. Peter Stilwell propôs que se criasse tal disciplina. A minha opinião é, embora cautelosa (introduz a ideia de que são todas a mesma coisa), favorável a essa possibilidade.

Pessoalmente, estou cada vez mais convicto de que "todos os caminhos vão dar a Roma": à Igreja Católica Romana. Ou seja, toda a autêntica busca por Verdade encontrará eco nela. Entenda-se: no que ela ensina formalmente.

O resto é conversa... :o) E este tipo de opiniões não é popular, eu sei, mas talvez me dêm razão quando o aborto for finalmente legal em Portugal. Não que eu queira tal coisa, longe de mim, mas não vejo os católicos preocupados com a globalidade do problema e assim tal legalização será inevitável. Isto, porque, como muitos acham hoje, as opiniões individuais não valem nada se não estiverem de acordo com o que é mais "aceitável". Assim, cai-se no liberalismo estúpido: anárquico e auto-destrutivo.

João

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 04 de October de 2002 21:44

Olá a todos.

Olá João em particular.

Desculpa mas não concordo contigo quando dizes: "Pessoalmente, estou cada vez mais convicto de que "todos os caminhos vão dar a Roma": à Igreja Católica Romana. Ou seja, toda a autêntica busca por Verdade encontrará eco nela. Entenda-se: no que ela ensina formalmente. "

Sou católica como deves saber mas não acho que só a Igreja Catolica é que leva à verdade.
O que interessa é a pessoa, ser humano respeitar e amar os outros seres. Se o fazemos sobre o principios do catolicismo, do budismo ou outra religião, por mim tudo bem.

Convido-te a conhecer uma obra feita por mim e pelo Luis Gonzaga: [www.paroquias.org]
Foram muitos os contactos que fizemos com as outras religiões ... talvez fosse bom para ti teres outros contactos, aposto como mudavas de opinião.

Um abraço,
Susete

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 20:22


Olá Susete. Desculpa, mas a própria Igreja, por mais ecuménica que queira ser, não pode deixar de afirmar que é ela a verdadeira religião, pois nela subsiste a Igreja de Cristo. E se Cristo é a Verdade, então...

Ou seja, o seu depósito de fé constitui toda a Verdade. O mais interessante é que existem dogmas que permanecem em silêncio na Igreja... Por isso é que é tão difícil ser católico. E mesmo ser cristão sem ser católico. Principalmente quando buscamos a Verdade em plenitude.

Se leres a Dominus Iesus, vais ter um susto... ;o) Afinal, muitos tiveram e reclamaram.

É claro que, dizer "ali está a verdade" deve apenas encher-nos de temor a Deus, arrependermo-nos e acreditarmos no Evangelho cada vez mais, em contínua conversão. Não podemos fazer os outros sofrer com a nossa "intolerável verdade e bondade"! :o)

Agora, como encarar isto nessa perspectiva ecuménica? Afirmando que as religiões se aproximam de Deus tanto quanto se aproximarem das virtudes e das verdades católicas. Nem poderia deixar de ser assim. Caso contrário, não temos fé suficiente e abdicamos do amor pelo "politicamente correcto".

Isso do "peace and love" não funciona. Existem realidades transcendentes que não se compadecem de simples terapias e tradições religiosas que explicam o mundo como o entendem. É que o amor é a Verdade. E para ser sincero, nenhum "fundador" de outras religiões me amou tanto quanto Jesus, que não veio fundar nenhuma "religião" (no sentido de "mais uma"), mas revelar Aquele através de Quem nos podemos aproximar de Deus com segurança. Veio ensinar-nos a orar e chegou a estabelecer a sua Igreja, povo da Nova e Eterna Aliança, sobre Doze Apóstolos, com um, Pedro, à cabeça dos mesmos.

Afirmo desde já que, por mim, os escritos religiosos das outras religiões são muito proveitosos espiritualmente. Budismo Zen, Confucionismo e Hinduísmo, são interessantes. O canto (?) islâmico também me atrai. Posso também fazer Yoga sem acreditar em nada do que é dogmático na religião que o desenvolveu, apesar de me deliciar com a sua história.

Vivo em paz com essas religiões, mas jamais deixo de afirmar, como é óbvio, que Jesus Cristo é Deus, por mais beato e "fundamentalista" que esta afirmação possa ser... :o)

Não podemos fazer ecumenismo nem diálogo inter-religioso se negarmos o que, distintamente, nos faz quem somos: a Verdade em que acreditamos.

Acho que a Igreja descarrilou um bocado nesse assunto, deixou-se levar por um ecumenismo fácil e pouco apologético. Mas enfim, são passos que tinham de ser tomados e estamos agora a amadurecer a nossa actividade ecuménica, principalmente quando compreendemos que os outros não partilham da nossa boa-vontade... É complicado...

João

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 17 de October de 2002 21:08

Desculpa mas não vou argumentar contigo, porque acho que contigo não dá, é impossível.

Desculpa,
Susete

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 18 de October de 2002 16:47

Acho que tens razão quando dizes que ao ler a Dominus Iesus temos um susto. Eu tive. Como é possível a Igreja no limiar do século XXI ainda ser capaz de escrever um documento destes... enfim.

Por outro lado, não devemos confundir Ecumenismo com Inter-religiosidade. O ecumenismo designa o esforço das Igrejas Cristãs no sentido de acabar com as suas divisões e voltarem a ser uma única Igreja de Cristo. O ecumenismo nada tem a ver com as outras religiões não cristãs.

Penso que nos últimos anos, o diálogo inter-religioso tem sido bem mais fácil e proveitoso que os avanços ecuménicos.

Luis

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 18 de October de 2002 18:19


Susete, tenho pena que aches tão cerradas as minhas palavras que não consigas permeá-las, fazendo passar argumentos sólidos em contrário. Pede a Deus que te dê sabedoria e te fortaleça a fé, como devemos sempre fazer.

Eu sei que é complicado aceitar que a Verdade seja assim tão facilmente acessível. Mas foi assim que Deus o quis e nisso revela Ele o seu amor. É claro que estudar tudo aquilo que a Igreja conserva demora muito tempo e depende dos nossos dons pessoais, mas não estaremos a mentir-nos a nós mesmos quando queremos estar em paz "com Deus e com o diabo", ao dizermos que as religiões possuem todas a mesma Verdade? Isso é, objectivamente falando, uma afirmação errada e ignorante, assim que analizarmos cuidadosamente os escritos sagrados e a missão a que cada religião se propõe.

"Como é possível"? É possível porque é o que a Igreja sempre tem definido dogmaticamente ao longo de todos os tempos.

Acontece é que a ideologia liberal em que vivemos nos leva a considerar que todas as religiões são a mesma coisa e tal. Isso não passa de uma falta de fé no que Cristo disse (e se dão alguma importância à Escritura, ela é clara em relação ao que constitui a Verdade), e no que Cristo foi e é. Se Ele ressuscitou (e até tinha - e tem, como Deus - o poder para ressuscitar outros) e mais nenhuma criatura, então restarão algumas dúvidas sobre o que são filosofias espirituais e tradições religiosas que unificam e socializam os povos e o que é, de facto, Verdade?

Não queiram que a Igreja seja algo que não é. A Igreja Católica Romana é a única que conserva a plenitude em tanta coisa, e por isso é tão atacada. Não façam parte do problema, mas da solução.

Quanto ao "ecumenismo", podemos sim referir-mo-nos a esse termo por extensão a todas as religiões. Não sabemos que Deus ilumina todo o ser humano, acredite n'Ele ou não? Claro que o termo correcto é "diálogo inter-religioso", mas que cai muitas vezes, aos olhos do povo, numa "inter-religiosidade". Como o que acontece com muitos católicos. E eu lido com eles todos os dias, a quase todas as horas. Sei bem do que estou a falar.

João

Re: Ensino Religioso Escolar
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 18 de October de 2002 18:35


Logo no início da sua recente Carta Apostólica sobre o Rosário, João Paulo II disse:

"Ela enquadra-se perfeitamente no caminho espiritual de um cristianismo que, passados dois mil anos, nada perdeu do seu frescor original, e sente-se impulsionado pelo Espírito de Deus a «fazer-se ao largo» (duc in altum!) para reafirmar, melhor «gritar» Cristo ao mundo como Senhor e Salvador, como «caminho, verdade e vida» (Jo 14, 6), como «o fim da história humana, o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização». (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 45)"

Por isso disse eu, "todos os caminhos vão dar a Roma", com humor, indicando que a plenitude da Verdade se encontram na nossa tão pouco conhecida e amada (como se vê) Igreja, tal como Deus a quis.

Já agora, recomendo um livro com edição da Diel, "Todos os Caminhos Vão Dar a Roma", tradução de um livro com cerca de uma década de existência com um testemunho de conversão impressionante por parte de um casal
Presbiteriano norte-americano ao Catolicismo. Não percam! Na Internet encontraram muito sobre eles, o Scott e a Kimberly Hahn. São muito conhecidos por aqueles lados.

João



Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

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