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Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: trento (IP registado)
Data: 02 de August de 2004 10:33

A Santa Sé vai publicar, amanhã(31/07/2004), uma “Carta aos Bispos da Igreja Católica, sobre a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo”.
O documento será distribuído em italiano, francês, inglês, alemão, espanhol e português, abordando a antropologia cristã que propõe a igualdade de dignidade pessoal entre o homem e a mulher, no respeito de sua diversidade, e a necessidade de superar e eliminar qualquer discriminação.
Este texto, redigido pela Congregação para a Doutrina da Fé, cujo prefeito é o cardeal Joseph Ratzinger, e conta com a aprovação de João Paulo II. A Carta irá demonstrar a oposição da Igreja à “ideologia de género”, cujo objectivo é superar um suposto determinismo biológico.
Esta corrente pretende libertar da escravidão que impunha a orientação sexual fazendo do género uma simples opção pessoal e justificando assim, por exemplo, o matrimónio homossexual. Nesse sentido, será dada uma atenção particular à tendência do feminismo radical, nos EUA, cuja porta-voz é Judith Butler.
Entre as recomendações da Santa Sé está uma promoção das mulheres na vida pública e social, o reconhecimento social e económico do papel de mãe e o reconhecimento da mulher dentro da Igreja.
(in Agencia Ecclesia de 30.07.2004)

Alguém sabe onde poderei encontrar esta carta? Ou conhecem algum endereço na internet onde esta publicação esteja disponível?

Obrigado

Votos de umas boas férias, para quem está de férias e de bom trabalho para quem está a trabalhar



«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

Re: Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: Aristarco (IP registado)
Data: 02 de August de 2004 11:55

Caro Fernando

O referido documento pode ser encontrado aqui

Luís Marques

Re: Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: trento (IP registado)
Data: 02 de August de 2004 17:45

Caro Luis, muito obrigado.

Na altura quando fui ao site do vaticano ainda não lá estava.



«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

Re: Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 03 de August de 2004 03:22


VATICANO POSICIONA-SE CONTRA O FEMINISMO E A IDEOLOGIA DE GÉNERO


Num texto divulgado hoje, sábado, o Vaticano condena o feminismo radical e a chamada "ideologia de género", por considerar que a diferença entre os sexos vem sendo minimizada, ao ponto de certos indivíduos acharem-se no direito absurdo de escolherem o seu género (masculino ou feminino) sem levarem em conta o seu próprio sexo.

No documento intitulado "Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do Homem e da Mulher na Igreja e no Mundo", preparado pela Congregação para a Doutrina da Fé, o Vaticano também critica as aproximações (negativas) entre a homossexualidade e a heterossexualidade.

Segundo a Igreja, o feminismo radical dos últimos anos é responsável por a mulher achar que, para ser ela mesma, tem que se transformar numa antagonista do homem, provocando "uma rivalidade radical entre os sexos, na qual a identidade e o papel de um são assumidos em detrimento do outro".

A consequência, segundo o Vaticano, é a introdução na antropologia de uma "confusão prejudicial que tem a sua implicação mais imediata e nefasta na estrutura da família".

O documento, elaborado pelo Cardeal Joseph Ratzinger, encarregado de velar pela ortodoxia da Fé Católica, denuncia ainda que, ao evitar qualquer supremacia entre um e outro sexo, o feminismo radical tende a anular "a diferença corporal chamada sexo, enquanto considera essencial a dimensão cultural chamada género".

"Esta antropologia que pretendia dar igualdade à mulher, liberando-a de todo determinismo biológico, inspirou ideologias que põem em interdição a família natural composta por um pai e uma mãe, que comparam a homossexualidade à heterossexualidade e defendem um novo modelo de sexualidade polimorfa", salienta o texto.

A Igreja considera um equívoco o facto de, na busca por essa libertação da mulher, as Sagradas Escrituras serem criticadas, por, supostamente, transmitirem uma cultura essencialmente machista.

O documento reitera a doutrina da Igreja baseada no Livro do Génesis, insiste na importância da diferença sexual, e afirma que o homem e a mulher estão convocados, desde a sua origem, a não apenas existirem um ao lado do outro, ou simplesmente juntos, "mas a existirem reciprocamente um para o outro".

Neste ponto, o Vaticano lembra que o Matrimónio é a dimensão primeira e "fundamental" dessa vocação, condena as relações marcadas pela concupiscência e submissão, e volta a reiterar o seu "não" ao divórcio, ao considerar que a fidelidade é mais forte que as debilidades e os pecados do casal.

O documento também diz que a mulher não é uma cópia do homem, dada a capacidade que ela tem para gerar a vida, "realidade que estrutura profundamente a personalidade feminina".

Mas embora a maternidade seja um elemento-chave dessa identidade, o texto especifica que "isso não autoriza em absoluto a consideração da mulher exclusivamente sob o aspecto da procriação biológica".

Ratzinger também faz referência à "vocação cristã pela virgindade", afirmando que ela "contradiz toda a pretensão de prender a mulher num destino que seria simplesmente biológico".

A maternidade, diz o Cardeal alemão, também pode encontrar plena realização onde não há geração física.

O documento analisa a incorporação da mulher no mundo do trabalho, e ressalta a necessidade dela poder combinar a família e o trabalho.

A esse respeito, o Vaticano pede aos Governos que adaptem as legislações para que a mulher "possa cumprir com a sua missão dentro da família".

O problema, diz o texto, não é só jurídico, económico ou organizativo, mas, antes de tudo, é de mentalidade, cultura e respeito.

"É preciso buscar uma forma de a mulher poder trabalhar com horários adequados, que não obriguem ela a escolher entre alternativas que possam prejudicar a sua vida familiar, ou a sofrer uma situação de tensão que prejudique o seu equilíbrio pessoal ou a harmonia familiar", escreve o Vaticano.

O documento acrescenta que também é preciso valorizar o trabalho da mulher na família, "de modo que as mulheres que livremente dedicam todo o seu tempo ao trabalho doméstico não sejam estigmatizadas socialmente e penalizadas economicamente".


31 de Julho de 2004

Adaptação: J. Avlis


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Re: Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 03 de August de 2004 11:06

Do que li parece-me um documento bastante sábio.

Pedro B

Re: Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: trento (IP registado)
Data: 06 de August de 2004 09:46

Católica e Feminista, Graças a Deus
Por ANA VICENTE - In Publico de Quarta-feira, 04 de Agosto de 2004

O que poderá estar por de trás ou pela frente desta curiosa 'Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre a Colaboração do Homem e da Mulher na Igreja e no Mundo' emitida pelo Vaticano no sábado 31 de Julho de 2004?

Mas mais concretamente, o que é que esta Carta tem a ver com a mensagem evangélica, com a Boa Nova, com o desafio de Jesus: ama ao teu próximo como a ti mesmo, com toda a tua alma e com toda a tua mente?

Porquê uma carta 'aos bispos' - todos homens, todos celibatários, todos não escolhidos pela comunidade dos fiéis, mulheres e homens, mas antes escolhidos a partir 'de cima' de acordo com critérios desconhecidos? Onde está a sua autoridade?

O que este documento revela é, a meu ver, uma série de não-ditos e uma profunda ignorância do quotidiano das pessoas concretas que habitam a Terra. Revela que os homens do Vaticano, isolados num mundo artificialmente masculino, onde as crianças não podem nascer nem florescer, não conversam com pessoas que os possam elucidar acerca do que eles apelidam de 'feminismo radical'. Nenhuma feminista se considera 'antagonista' dos homens mas antes antagonista do machismo. Não entendem que aquilo que as feministas desejam não é, sobretudo, ser 'iguais' aos homens - passaria na cabeça de alguma mulher, assumindo-se ou não como feminista, querer ser igual ao cardeal Joseph Ratzinger? Nem parecida! Que pesadelo!

Qualquer feminista que se preze sabe demasiadamente bem que o paradigma a imitar não é sobretudo aquele que garante um mundo destroçado pela guerra, pela fome, pela destruição ambiental, onde o poder económico e político se encontra a 90 por cento em mãos masculinas. "A rivalidade entre sexos" só existe na cabeça destes senhores.

O que as temíveis feministas procuram (como também os homens feministas, e há muitos graças a Deus) é aquilo que se torna sobejamente evidente, porque possível e desejável: um mundo onde mulheres e homens possam partilhar o sagrado, o amor, o saber, a sexualidade, o trabalho remunerado ou gratuito, a família, a procriação, entre outras esferas de realização, sem marca de hierarquia de género. Feministas que sobretudo desejam não estar sós nas responsabilidades familiares, como tem sido o modelo constante em todas as culturas, mas partilharem essa responsabilidade com o cônjuge e pai dos seus filhos. A difícil e desejável conciliação familiar não pode ser entendida por aqueles que escolheram o celibato como forma de vida.

Esta Carta aos Bispos também consiste, creio eu, num grito, mal disfarçado, de desespero: perante a afirmação das mulheres, perante o facto de as mulheres se encontrarem num processo de ocupação (que não usurpação) dos espaços físicos e psíquicos que lhes pertencem porque são pessoas. Sentem-se ameaçados, eles saberão porquê, pelos nossos talentos e pelas nossas realizações.

A Carta revela igualmente um temor doentio face à homossexualidade, quando a fé cristã nos ensina que Deus ama as lésbicas e os homossexuais, como aos heterossexuais, e que estas pessoas têm que ser respeitadas. Ainda por cima sabe-se, por estudos feitos na Alemanha e nos EUA, que entre os sacerdotes existe uma elevada percentagem de homens com esta orientação sexual, superior à que existe na vida laical, (o que não implica que não sejam castos nas suas vidas), pelo que o discurso homofóbico se torna ainda mais estranho.

Graças a Deus, é caso de o reiterar com toda a energia, as mulheres não são imitações dos homens. Mas esta carta indica que alguns homens têm inveja das nossas capacidades: capacidade de reprodução; capacidade de trabalho constante e variado ao longo de todas as horas do dia e quantas da noite; capacidade de estudar, de pensar e de decidir; capacidade de cuidar dos outros e de si próprias; capacidade de sermos santas e de viver a espiritualidade no quotidiano.

Pobres homens estes que se couraçaram contra o sopro do Espírito, que não entendem a bondade da criação, infinitamente variada, por parte de Deus. Parece que as suas vidas são regidas pelo medo, medo de não conseguirem impor-se às consciências das cristãs e dos cristãos que constituem a Igreja. Merecem a nossa comiseração mas, infelizmente, não a nossa consideração. Membro do Movimento Internacional 'Nós Somos Igreja'



«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

Re: Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: trento (IP registado)
Data: 06 de August de 2004 09:47

Católica e Feminista, com a Graça de Deus, Eu Também!
Por ALEXANDRA TETÉ - In Publico de Sexta-feira, 06 de Agosto de 2004

Apetece perguntar: o que tem que ver o artigo publicado pela senhora Ana Vicente no PÚBLICO de 4 de Agosto, a propósito da Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo, com "a mensagem evangélica, com a Boa Nova, com o desafio de Jesus: ama o teu próximo como a ti mesmo" e, até mais, como Ele nos amou?

Porquê esse rancor insultuoso contra os "pobres homens", "todos celibatários, todos não escolhidos pela comunidade dos fiéis"? Porquê esse ressentimento contra o sacramento da Ordem e contra o ministério sacerdotal, contra o celibato apostólico, contra a escolha de Deus? Porquê essa desconfiança na assistência prometida por Jesus aos Apóstolos e aos seus sucessores? Porquê essa ignorância do mistério da Igreja e da sua natureza sobrenatural?

Por outro lado, Ana Vicente não deve ter lido bem a carta. O que ela visa, precisamente, é esse "mundo onde mulheres e homens possam partilhar o sagrado, o amor, o saber, a sexualidade, o trabalho remunerado ou gratuito, a família, a procriação, entre outras esferas de realização", "sem marca de hierarquia de género", sim, porque mulheres e homens têm igual dignidade e direitos, mas também sem desprezo pela sua riqueza específica, pela complementaridade e reciprocidade sexual, por essa "bondade da criação". Então, qual é o seu problema e o seu medo? Porquê esse endurecimento e esse azedume?

No que respeita aosuposto "discurso homofóbico" que preocupa Ana Vicente, a fé cristã ensina realmente que Deus ama as lésbicas e os homossexuais, como aos heterossexuais, como a todas as pessoas, como a todos os pecadores, e que todas as pessoas devem ser respeitadas. Mas não aprova nem quer o seu pecado, que as destrói. Deus quer "desesperadamente" salvar a todos, mas pede o seu arrependimento e a sua conversão, convida à santidade.

Por último, gostaria de dizer, com amizade e também consideração, a Ana Vicente que também eu sou católica e feminista e que partilho da sua convicção quanto às qualidades das mulheres e quanto ao medo que alguns homens têm de nós. Mas não é preciso ser o Cardeal Ratzinguer (a quem não conheço, como aliás a nenhum outro Cardeal) para perceber que o "feminismo radical" existe eque é quase tão mau como o machismo. E na minha casa, graças a Deus, "nasceram e floresceram crianças". Membro das "Mulheres em Acção", texto escrito em nome individual



«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

Re: Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 06 de August de 2004 10:15

Quero aqui prestar a minha homenagem à Srª Ana Vicente.

Que pérola do feminino, do equilibrio e da tolerancia e da democracia em contraposição ao "grito de desespero" de Roma.

Faz lembrar o tom da saudosa manifestação em que mulheres decidiram queimar os sotiens (esse adereço criado pela cultura machista).

Graças a Deus existem ainda pessoas como a Srª Ana Vicente para animar a rapaziada.

O Srº Presidente da Républica que não se esqueça de a condecorar na próxima leva.


Pedro B

Re: Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 09 de August de 2004 16:21

Um comentário luterano e alemão, no feminino, à carta em discussão:

"O recente documento publicado faz poucos dias pelo Vaticano sobre a "Cooperação do homem e da mulher na Igreja e no Mundo" suscitou violenta critica da Bispa da Igreja Luterana de Hannover, Dr.Margot Kaessmann, que considera o mesmo ser " um papel que provoca profunda tristeza e deve ser categorizado como "pura besteira".

Numa entrevista a um jornal da cidade de Colonia a Bispa declara o documento como "uma chance perdida no diálogo ecumenico, uma persistencia que não enxerga o crescimento de forças renovadoras - em todas as igrejas e ultrapassando entre as mulheres todas fronteiras confessionais.

Ela ficou perplexa como o Vaticano fala sobre a mulher e os movimentos feministas," como se divagasse sobre inimigos da fé. O Vaticano parece não comprender que a teoria feminista significa um enriquecimento teológico do conceito de Deus muitas vezes demasiadamente restrito".

Kaessmann acusa a cúpula do Vaticano de carecer de uma autocritica, pois neste documento não há uma palavra sobre a forma como a Igreja através dos séculos excluiu e oprimiu a mulher. "Nenhuma palavra sobre a caça as bruxas na época da inquisição e o meaculpa da Igreja. Nenhuma palavra de indignação sobre a violação de mulheres, sobre a degradação e humilhação usando-se inclusive argumentos biblicos, nehuma palavra sobre a mutilação genital de mulheres tolerada até hoje em algumas igrejas".

O documento foi elaborado pela Congregação da Fé sob direção do Cardeal Ratzinger com a anuencia papal. Este documento considerado extremamente conservador vem recebendo muitas criticas, tambem do setor feminista católico da Alemanha."



João (JMA)

Re: Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 09 de August de 2004 19:17

E agora um comentário das "Católicas pelo Direito de Decidir" a este documento.

O título é logo elucidativo:
"INDIGNAÇÃO E DESRESPEITO
O Vaticano, por meio do documento "Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo" , choca o mundo ao tecer críticas incabíveis ao movimento feminista. No texto a Igreja Católica se auto intitula "perita em humanidade" desvalorizando por completo qualquer tipo de pensamento que não conflua com os da Santa Sé. "



João (JMA)

Re: Santa Sé publica carta sobre o papel do homem e da mulher na Igreja
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 10 de August de 2004 10:24

Católicas pelo direito de decidir

O Nome já diz tudo mas fui ver o sitio e claro um "movimento" que se afirma católico mas que defende a liberalização do aborto.

Esquecem as senhoras que um católico não pode defender a liberalização do aborto, é contrário os principios básicos da religião que alegam que pertencem

Pedro B



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