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Um conselho!...
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 02 de June de 2004 19:24

Sr. Padre Joao e Hugo and Fabiano


Preciso do vosso conselho, sobre o padre da nossa paroquia. Mas nao queria aqui expor o assunto...e um assunto muito delicado. O sr. padre Joao como abracou o celibato, nem acredita, que existem certos problemas na vida dos padres, mas ha!
Ja falei com um padre Superior da congregacao, CS e ele disse, que esse padre devia ser chamado a atencao.

Como posso saber a vossa opiniao?

Eu por mim, esse padre devia ser removido...



Rita

Re: Um conselho!...
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 03 de June de 2004 18:37

Molkiul

Os padres deviam ser exemplo para um povo e para o mundo...

Eles devem ter mulher, quando vier ordem da hierarquia catolica.

Que diz o padre Marcelo Rossi?
Ele se tem vontade de casar, primeiro que se retire de padre.

Eu tambem nao concordo com o celibato, mas quem sou eu para mandar? Sou apenas uma gota de agua no oceano!...

Uma pergunta: tu es padre na tua religiao? Que religiao e essa? lol



Rita

Re: Um conselho!...
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 04 de June de 2004 04:59

Cara Ana:

Acho que em Igreja todos somos co-responsáveis: «Que fizeste do teu irmão?». Não existe amor fraterno, o grande mandamento do Cristianismo, sem uma atitude positiva de querer ajudar. A corresponsabilidade significa que leigos e padres devem ajudar-se mutuamente. E vamos directos ao assunto que te moveu a escrever a tua mensagem. Da mesma forma que os padres (como os leigos) podem e devem os casais em crise a superar as suas dificuldades e a salvar o seu casamento, também os leigos podem ajudar os padres a salvar a sua vocação quando ela está em crise. A questão que referes não está ao nível da discussão da legitimidade ou não do celibato. Trata-se de o padre que mencionas viver aquilo a que se comprometeu publicamente certamente por decisão livre.

Embora seja sempre triste que um padre abandone o sacerdócio, parece-me mais triste e chocante que haja vidas duplas entre os padres. Creio que temos que agir com diligência e com caridade. O mero falatório ou boateira é triste. Há umas semanas houve uma quantidade de mensagens do género do “diz-que-diz-que”, quase dando lugar a uma espécie de “clube do lavadouro” como chamei numa mensagem privada que enviei a alguém. A corresponsabilidade significa muito mais do mero falatório.

No teu caso, acho que deverias levar o assunto à oração e depois falar e/ou escrever com quem de direito, sempre mantendo a atitude de que não se trata do mero “desafogo” ou “diz-que-diz-que”, mas de quereres ajudar, mesmo que indirectamente, o pároco. Isto compromete-te com a verdade e com a caridade. No teu caso, depois de ponderar a informação disponível, exporia o assunto por escrito com toda a delicadeza e verdade ao bispo da diocese. Os bispos conhecem casos destes e sabem como tratar da situação. Creio até que é um dever moral que tens. A tua carta pode ser uma ajuda enorme para o teu pároco. Pode ser uma oportunidade para ele redefinir a sua vida, caso seja esse o problema. E ficas com um peso a menos na consciência, porque fizeste a tua parte. Nota sempre que o deves fazer com a intenção de ser ajuda ao pároco. Se um pároco não está bem, toda a comunidade se ressente. E um mau padre pode causar muitos danos numa comunidade.

Mas nota outros elementos: não te esqueças de que nunca somos bons juízes em causa própria e muito menos quando julgamos comportamentos e intenções das outras pessoas. Às vezes julgamos mal o comportamentos de outras pessoas, porque nos projectamos. Há certamente gestos e actos inequívocos, mas também há muitos “cinzentos” que interpretamos como melhor nos apraz, mesmo que muitas vezes não sejamos conscientes disso. A ti não te compete julgar, mas dar os elementos que conheces e enviá-los ao bispo, para que ele actue. Pode ser que os gestos que interpretas não tenham a carga que lhes dás, mas ninguém te censurará a sinceridade.

Posso dizer que já uma vez me aconteceu algo parecido. Um pouco acidentalmente, dei-me de caras com dados muito comprometedores sobre um determinado padre, bastante jovem. Como conhecia um dos seus antigos formadores, expus-lhe a questão com toda a transparência e este disse-me que ia actuar para ajudar o padre em questão. Entretanto, não sei se a situação se resolveu ou não, mas fiquei contente por ter feito o que me competia. Não tive que criar ou alimentar boatos. Isso não era minha competência, bem antes pelo contrário.

Isto que aqui digo sobre os problemas dos padres aplica-se também aos problemas familiares. Quantas pessoas preferem alimentar boatos sobre relações extra-conjugais e lançar cizânia, em vez de procurar os meios de ajudar as pessoas em causa? Não é verdade que há muitas vezes um espírito demasiado “voyeurista” e ávido de sangue nos nossos comportamentos? Não é isto uma suma forma de hipocrisia? Será para nos sentirmos justificados dos nossos próprios «podres»?

Não esqueçamos que o essencial do Cristianismo é o amor.

Alef

Re: Um conselho!...
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 04 de June de 2004 15:41

Alef


Achas chocante que haja vida duplas entre os padres...

Eu tambem... e o povo tambem acha que nao deve ser assim.

Vou seguir o teu conselho.



Rita

Re: Um conselho!...
Escrito por: Fabiano/Brasil (IP registado)
Data: 04 de June de 2004 17:15

Cara Rita Duarte, te digo que não seja precipitada, a correção fraterna, proposta pelo Cristo em Mt18,15-17 traz-nos o que fazer nestas situações:

"Se teu irmão pecar (falta grave pública), vai corrigilo a sós. S ele te ouvir, ganaste o teu irmão. Se não te ouvir, porém, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida pela palavra de suas ou três testemunhas.

Caso não lhes der ouvidos, dize-o à Igreja, (a ekklesia, isto é, a assembléia dos irmãos). Se nem mesmo à Igreja der ouvido, trata-o como o gentio ou o publicano. (Pessoas impuras, com as quais judeus piedosos não podiam manter relações-veer a excomunhão de 1Cor 5.11).

Claro que você deve procurar o superior do Pe., com disse o Alef, contudo, não sem antes procurar o próprio Pe. já que é dele que se tratam as questões. Me parece imoral e desumano falar com o superior de alguem sobre algum desvio de conduta sem antes falar com o próprio.

Todos devem ter o direito de se arrepender e também a cance de se emendar, esse é o principio da misericordia e da Caridade. Porém, não obstante teus esforços, se ele não te ouvir ou não apresentar intuito de emenda, chama outros e fala com ele denovo, advertindo que levará a questão ao BISPO.

Deves ser corajosa e irrepreensivel, para manter tua posição, mesmo que o Pe. fale ou faça algo contra você, contudo, usa de caridade e se firme.

O Bispo saberá o que fazer, mas só deve procurá-lo em última instancia, para que não falte com a caridade fraterna. Lembre-se de que somos uma comunidade de PECADORES que foram perdodos, OK. Rezo por tua cruz.

Quanto a questão do celibato sacerdotal, respondo que:
1) O Celibato é um dom e não uma imposição, não se pode dizer que a Igreja Latina impos o celibato a ninguém, já que o próprio são Paulo recomenda o Celibato não só a sacerdotes mais aos Cristãos em geral.

2)não é uma imposição da Igreja Católica, já que há padres católicos no oriente que sào casados e nem por isso deixam de ser católicos, contudo, no oriente, há mais vocações celibatárias que casadas.

3) O celibato não é de mandato divino, mas de disciplina eclesial, ou seja, pode ser suspenso assim que o Espírito Santo inspirar, contudo, será uma grande perda para os sacerdotes, pois administrar uma Igreja e uma familia deve dar muito trabalho;

4) Eu acho... eu acho... eu acho... eu acho..., caro molkyul a Igreja não é feita de achismos, Deus fala e a Igreja faz, é objetivo e não subjetivo quanto pensa.

Embora não seja a questão do celibato em si que está em questão, mais a duplicidade de vida, que pode acometer a qualquer pessoa, me sinto obrigado a defender essas questões, já que são muito mal interpretadas.

Re: Um conselho!...
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 04 de June de 2004 18:12

Fabiano

Muitissimo obrigada...
Foi isso mesmo, que um Superior da Congregacao CS disse para se fazer. Para alguem chamar o padre a atencao!...
Agora serei eu que tenho de chamar o padre a atencao? Tenho de ter uma coragem e um folgo muito grande :)
Mas sou capaz de o fazer. Digo-lhe, que preciso de ter uma conversa a sos!!!

Se ele nao aceitar, entao comunicarei ao bispo dele. Muito bem:)

Mais uma vez... Obrigada... e escreva sempre:) Adorei a sua resposta! Resposta de um verdadeiro catolico.



Rita

Re: Um conselho!...
Escrito por: Fabiano/Brasil (IP registado)
Data: 04 de June de 2004 19:04

Que bom que gostou,foi a melhor saida que consegui, espero e rezo que tudo de certo!!!



Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

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