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A União da Igreja
Escrito por: Anabela Sousa (IP registado)
Data: 14 de August de 2002 15:40

Sabem o que mais me assusta enquanto jovem católica?! Precisamente... a união (ou talvez deva dizer "desunião") da minha Igreja...

Há tanta divergência entre os católicos que me deixa realmente muito triste... Certamente que as diferenças de opiniões são saudáveis, mas até um certo limite! Quando se põe em causa as verdades da Igreja, e sobretudo do Evangelho e dos Mandamentos de Deus, então, alguma coisa não está bem.

Quer-me parecer que por aqui não tem havido grande tolerância... Perdoem-me se estou enganada! Quer-me parecer que há uma diferença etária relativamente grande nas pessoas que participam neste fórum e daí existir uma abismal diferença nos pontos de vista!

Enquanto jovem tenho necessidade de crer que os métodos naturais de anticoncepção são possíveis. Enquanto jovem preciso de acreditar que a abstinência é possível. Querem combater a SIDA apenas com o uso do preservativo?!

Alguém por aqui dá aulas de EMRC?! O problema está na educação... Por favor, não queiram ensinar aos jovens e adolescentes que é no preservativo que está a solução, quer para evitar uma doença, quer para evitar uma gravidez!!! Nem sequer em qualquer um dos outros métodos. Sejam ensinadas as verdades morais que prega a Igreja! Elas são sábias e perfeitamente aplicáveis.

Esta é a minha realidade enquanto jovem... Não sei como será quando chegar o casamento, se chegar... Mas essa será outra realidade a que terei que me adaptar! Por favor, não queiram que uma jovem católica de 20 anos saiba já o que é o casamento... Não... é cedo... Cada coisa no seu tempo!

Enquanto jovem são-me apresentados determinados desafios! Quando for esposa, mãe, ser-me-ão apresentados outros!

É tão necessária a união entre todos os católicos... Por favor... Vamos ter calma, e sobretudo rezar pelas intenções uns dos outros, ok?!

Que Deus esteja convosco!!!

Re: A União da Igreja
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 14 de August de 2002 19:12

Cara anabela:
Obviamente que com vinte anos podes ainda não estar preparada para saber o que é o casamento... Mas deves estar preparada para viver a tua feminilidade com alegria, deves conhecer-te ati mesma e estar em paz com o teu corpo, as tuas emoções, a tua sensualidade que desperta...
A sexualidade feminina é particularmente delicada, não pode ser alvo de distorções...
O problema de fundo é que quando se fala em sexualidade humana reduz-se tudo ao "coito" ou á penetração. Por isso é que se associa a questão da abstinência, métodos anticoncepcionais,etc, á sexualidade. Esta abordagem é redutora.
Há muitas formas de erotismo que exigem aprendizagem e informação...

Quanto aos ´"métodos naturais", claro que são possíveis. Mas exigem das mulheres maturidade biológica e emocional, um profundo conhecimento do seu corpo e emoções, assim como um conhecimento profundo do corpo do parceiro... A única coisa que eu disse, e mantenho é que são altamente falíveis, estão contraindicados na menopausa ou durante a amamentação e não protegem contra DST, nomeadamente a SIDA. Como sabes as mulheres correm maior risco de infecção pelo HIV, mesmo que tenham um único contacto sexual... ( recomendo-te a leitura do relatório da OMS)
(Claro que não éno preservativo que está a panaceia universla , masé o único método que conhecemos de prevenção. Então é nosso dever moral, enquanto católicos passar esta informação, OK?)

Os métodos naturais também estão contraindicados quando as mulheres têm dificuldades sexuais ou mesmo disfunções sexuais ( por exemplo, disfunções orgásticas), porque um dos caminhos para se obter prazer sexual ( nas mulheres como nos homens) é a espontaneidade, a alegria, a ausência de medos e inibições ( nomeadamente o medo de engravidar)...
Nada disto que afirmei vai contra a moral sexual da igreja...

ana

Re: A União da Igreja
Escrito por: Anabela Sousa (IP registado)
Data: 14 de August de 2002 20:30

Vou tentar compreender o que dizes... mas não é a minha realidade, entendes?! Torna-se para mim complicado perceber...

Tenho vivido muito bem segundo estes ideais. E se queres que te diga, por enquanto, penso primeiro em mim enquanto ser humano, enquanto pessoa. Só depois me vejo uma mulher e tento adequar a mim estas verdades. Talvez quando me casar... talvez... Mas por enquanto, o que sei, é que o que quero para mim futuramente, é tentar viver segundo aquilo que pede a Igreja.

Enquanto jovem, é-me pedido que viva a radicalidade do Evangelho... É-me pedido que seja "SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO"... É-me pedido que "PEGUE FOGO AO MUNDO INTEIRO, SENDO AQUILO QUE DEVEREI SER".

Cristo não aceita meios termos... Ou O sigo verdadeiramente, ou então não vale a pena...

Agora, repara... o que me assusta, é o facto de alguém vir ler estas páginas do fórum e fique com uma ideia do género: "Se A pensa B, e C pensa D, então eu tenho o direito de pensar F" Entendes?!

Ora, se nós fazemos parte de uma Igreja UNA, existir nela opiniões diversas que chegam a extremos, preocupa-me!!! É isto que me verdadeiramente me atormenta... a união... Afinal, que Igreja UNA somos nós se não pregamnos todos os mesmo ideais?!

Já falei com pessoas mais esclarecidas do que eu sobre este assunto, e o que me dizem é que é impossível que numa instituição com tantos anos, e com tantos homens, coisas destas não aconteçam... Mas pedem-me também que reze por essas situações. Pedem-me com as minhas acções, mais do que com as palavras eu mostre que é possível SER o que Cristo pede...

É o que tento fazer... ;)

Anabela.

Re: A União da Igreja
Escrito por: Anabela Sousa (IP registado)
Data: 14 de August de 2002 20:44

Já agora, em relação a esta tua afirmação...

"Claro que não é no preservativo que está a panaceia universal , mas é o único método que conhecemos de prevenção. Então é nosso dever moral, enquanto católicos passar esta informação, OK?"

Desculpa, mas não posso concordar. Enqanto católicos defendendo as verdades desta Igreja, o nosso dever moral não é apregoar o preservativo, mas antes pregar a pureza, a castidade, a abstinência, a fidelidade!

É urgente que percebamos isso. Afinal, enquanto católicos, qual é o nosso dever?! Enquanto leigos devemos contestar sucessivamente as verdades da Igreja?!

Será?! Então, se assim é, certamente eu não sou uma boa católica... Esclareçam-me se estou enganada...

Anabela.

Re: A União da Igreja
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 15 de August de 2002 03:34


Anabela, colocas em questão em termos bastante plausíveis aos quais eu já me tinha referido... Talvez as minhas mensagens sejam demasiado grandes para que as leiam todas, mas por favor leiam-nas, acho que vale bem a pena. Principalmente o novo tópico sobre Métodos Naturais.

E por ti, Anabela, dou muitas graças... :o) É preciso viver para Deus sem medida. O mundo está farto das falsidades de quem se entrega "totalmente"... Mas afinal, não é bem assim, pois não? Existe lá uma barreira (contracepção) que sabemos bem estar a manipular o que somos.

É claro que tens razão: COMO É QUE SE PROMOVE A UNIDADE SE NÃO SE ACEITA A AUTORIDADE DE ALGUÉM QUE "JÁ ANDA NISTO HÁ MUITOS ANOS"? Ou se não se aceita a autoridade de alguém que melhor se sabe justificar, pelos melhores valores! Como é que pode haver uma unidade saudável se não promovemos o Ecumenismo, que tem como objectivo CONCORDAR?

É preciso trabalhar pelo melhor para todos, centrados profundamente em Deus, sob pena de realizarmos esforços infrutíferos e verdadeiramente inúteis. A Igreja tem de ser respeitada, pela Igreja que é! Comparem-na com as outras!! Lá sim, nas mais de 33.000 interpretações (na realidade, "funciona o cada cabeça sua sentença" até que alguém tenha possibilidades de fundar uma nova igreja, baseado naquilo em que ele mesmo acredita...) diferentes do que julgam que Deus ensina... Se não a amamos por essa profundidade transcendente da unidade, então não valemos à altura dela...

O QUE ME MAGOA É QUANDO SE FAZ DE TUDO POR DENEGRIR UM ESFORÇO QUE É TÃO RARO E NECESSÁRIO NOS DIAS DE HOJE, COMO APONTAR CAMINHOS DE PUREZA SEXUAL E A MAIOR PROFUNDIDADE NO AMOR, A DEUS, À IGREJA E À FAMÍLIA, FORMANDO TODOS OS CATÓLICOS NESSE SENTIDO!! Mas porque é que alguém se sentiria motivado a mandar abaixo isso??

"A sexualidade feminina é particularmente delicada, não pode ser alvo de distorções..." - e que maior distorção que usar químicos, drogas e dispositivos para a moldar e mutilar conforme nos apetece?

Ó Ana Paula, ESTÁ PROFUNDAMENTE EQUIVOCADA EM RELAÇÃO AOS MÉTODOS NATURAIS!!!

"Mas exigem das mulheres maturidade biológica e emocional, um profundo conhecimento do seu corpo e emoções, assim como um conhecimento profundo do corpo do parceiro..." - NÃO! Não os Métodos não o exigem, eles providenciam-no!! A mulher pode usá-los desde a própria puberdade até à menopausa!!

"A única coisa que eu disse, e mantenho é que são altamente falíveis, estão contraindicados na menopausa ou durante a amamentação" - ABSOLUTAMENTE FALSO! Leia as informações correctas e PROVADAS CIENTIFICAMENTE no tópico apropriado.

"e não protegem contra DST, nomeadamente a SIDA" - não protegem?? Previnem a SIDA mais que nenhum outro método, pelas virtudes da castidade e da relação íntima com um só parceiro. Claro que um seropositivo não os pode usar pois contaminará outrém, mas a questão aqui está em encontrar um método eficaz para evitar a proliferação. SE OS PRÓPRIOS SEROPOSITIVOS TIVESSEM TIDO UMA EDUCAÇÃO QUE PROMOVESSE OS MÉTODOS NATURAIS, ele teria uma capacidade muito maior de se abster das relações e assim contribuir responsavelmente para a erradicação da doença.

Isto sim é seria uma revolução sexual, com tudo de bom.

João

Re: A União da Igreja
Escrito por: Anabela Sousa (IP registado)
Data: 15 de August de 2002 03:47

Eu sei João.. se há mensagens que leio atentamente, são as tuas.. no entanto, quis deixar bem atente um tema que a mim me atormenta bastante...

Acho que é legítimo, não?! ;)

Anabela.

Re: A União da Igreja
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 15 de August de 2002 03:56


Faltou-me falar sobre algumas coisas:

Primeiro, Anabela, já tinha escrito sobre essa confusão dos nomes dos métodos. Não existem "métodos naturais de anticoncepção"!! Qualquer anticoncepcional é ARTIFICIAL, percebes? Isso é profundamente contraditório. Tal como é assim contraditório com a própria natureza humana... Compreenderás melhor o que digo assim que leres tudo o que está no tópico certo.

"Os métodos naturais também estão contraindicados quando as mulheres têm dificuldades sexuais ou mesmo disfunções sexuais (por exemplo, disfunções orgásticas), porque um dos caminhos para se obter prazer sexual (nas mulheres como nos homens) é a espontaneidade, a alegria, a ausência de medos e inibições (nomeadamente o medo de engravidar)..." - MAIS UMA VEZ, PROFUNDAS CONTRADIÇÕES COM O QUE O MÉTODO PROMOVE!! A abundância de amor na relação, e a capacidade de saber perfeitamente que não se está num período fértil alimentam e elevam a um expoente INIGUALÁVEL a profundidade da alegria de nos sentirmos tão amados, da profunda segurança e desinibição provocada pela habituação ao Método, que nos demonstra a sua eficácia. Ouça o que lhe digo, Ana, não sabe nada do que está a dizer...

"Nada disto que afirmei vai contra a moral sexual da igreja" - vai, quando a alternativa escolhida não é a abstinência mas a contracepção. É um subterfúgio desonesto justificar uma coisa com a outra!! A Igreja ensina-nos a sermos santos, de corpo inteiro.

COMO É QUE SE PODE "VIVER A FEMINILIDADE", SE A MUTILAMOS DO MAIS "FEMININO" QUE TEM, A MATERNIDADE?? Isso é incompreensível...

João

Re: A União da Igreja
Escrito por: Anabela Sousa (IP registado)
Data: 15 de August de 2002 15:28

ATENÇÃO!!!

Eu não escrevi este tópico para falar sobre os métodos anticoncepcionais!!! Foi só para deixar presente um dos meus maiores medos e preocupações... a (des)UNIÃO DOS CATÓLICOS!!!

Apenas referi no texto inicial os métodos anticoncepcionais porque são eles que mais polémica geram, os que maiores discórdias impõem. Foi só um exemplo...

Anabela.

Re: A União da Igreja
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de August de 2002 01:41

Anabela,

Creio que é muito positivo que neste fórum haja pessoas de diferentes idades e com pontos de vista diferentes. Obrigado pela tua participação.

Por acaso acho curioso que as pessoas mais novas que participam neste fórum, são aquelas que defendem uma maior ortodoxia da Igreja. Talvez fosse e esperar que a irreverência da juventude as levasse também para uma maior contestação a determinadas posições da Igreja. Mas não. Parece que é o contrário que acontce. (embora me custe a aceitar que com os meus 31 anos já esteja na classe dos mais velhos seja lá onde for :-(

Como já escrevi há pouco, a Igreja Católica, com os seus mais de um bilião de crentes, está sujeita a determinados fenómenos que insituições mais pequenas não estão. Uma delas é a diferença de opiniões. Parece-me impossível que um bilião de pessoas estejam sempre de acordo com todas as posições da Igreja. Ainda para mais, se nos lembrarmos que a Igreja está presente em todos os continentes e que as características sociais e culturais dos crentes é diferente de cultura para cultura.

Procurando os manuais de catequética, vimos que uma fé só é adulta quando tem determinadas características, nas quais se incluiem a diferenciação. Isto é, quando a fé possui um carácter orgânico e hierárquico do conjunto de verdades e valores. É exactamente por haver um caractér hierárquico de valores que é possível existir divergências. Se perguntares a todos os que aqui tem escrito se tem alguma coisa contra a Santíssima Trindade, contra a Sagrada Escritura, contra o Credo de Niceia, etc... Decerto ninguém tem nada a opor.

Por isso não sou da opinião que a Igreja Católica não seja Una. Costumo dar o seguinte exemplo: Coloquemos um Jesuíta ao lado de um Fransciscano e perguntamo-nos como é possível pertencerem à mesma Igreja!

Talvez seja a experiência que vamos ganhando com a vida nos force a pensar se isto em que acreditamos faz sentido, e nos leve a pensar duas vezes. Falando do meu caso em particular, ultimamente tenho tido o contacto com outras religiões. Tenho lido bastante sobre espiritualidade e também tenho estudado muito sobre a Igreja Católica. Este contacto com as outras religiões, com outras crenças, formas de estar e de viver, leva-me a tentar perceber as suas motivações e confrontá-las com a nossa fé. Tem-me permitido crescer espiritualmente, e ajuda-me a ver a minha religião de forma diferente: acho que duma forma mais profunda e sólida.

Cada vez acredito mais que a Verdade não é um exclusivo dos Católicos, nem estes serão os únicos a serem salvos.

A Igreja neste momento atravessa uma fase difícil: continua a ser liderada pelo Vaticano, numa cultura europeia, quando a maioria dos católicos já não se encontram aí: nem em número, nem em percentagem.

Hoje, a América Latina está a ser um pilar importante da Igreja. Como consequência da Teologia da Libertação, tem surgido na América Latina as Comunidade Eclesiais de Base. Algo muito importante para o futuro da Igreja, mas só possível com uma vontade e dedicação muito grande. Mas mais que falar da Teologia da Libertação é preciso falar da libertação da Teologia. Muito embora o Vaticano se apresse a condenar e a censurar individualidades importantes para a nossa Igreja, e a limitar a acção de certos religiosos, os frutos são evidentes. Mais cedo ou mais tarde a Igreja terá que se abrir e viver o Concílio Vaticano II.

Antes de pedirmos um novo concílio, é preciso começar a por em prática o último que terminou há já cerca de quarenta anos.

Luis

Re: A União da Igreja
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 16 de August de 2002 10:51


Os jovens têm algo em comum: sofrem muito com o mundo podre em que vivem, que os adultos criaram para eles.

É apenas natural que exijam a mudança e alguns (infelizmente, poucos) têm a capacidade de perceber precisamente aquilo que é necessário para que se acabem com os mesmos velhos erros: derrotar o orgulho, o egoísmo e a maldade (e tantos outros corruptores) e exaltar o amor (com o que isso implica de entrega e sacrifício), a verdadeira felicidade (que é conquistada) e a caridade.

Compreendemos com isso abolir soluções de compromisso, que só arrastam e adiam soluções (muitas vezes, para o enriquecimento em coisas que não interessam), e exigimos sustentabilidade: QUEREMOS VERDADE, COERÊNCIA E PLENITUDE. A Igreja propõe valores intensos e completos. São a alternativa encontrada por cada vez mais jovens a uma vida feliz, com uma liberdade educada na verdade que conduz a Deus.

"Abrir e viver o Concílio Vaticano II"?? Hum... A mesma Igreja que o levou a cabo e foi acusada ainda assim de conservadora, no próprio Vaticano, é agora acusada por ti de não o viver? Explica-te...

"Libertação da Teologia"? (solto uma gargalhada...) Mas do que é estás para aí a falar? Não há nada mais libertador que esta Teologia: uma liberdade que não me engana com facilitismos. Pretendes uma protestantização definitiva da Igreja, legalizando os movimentos dissidentes da Igreja? O que é isso de libertar a Teologia? Se a conseguíssemos libertar desses grupos, através do diálogo e oração, seria maravilhoso! O que propões?

"Muito embora o Vaticano se apresse a condenar e a censurar individualidades importantes para a nossa Igreja, e a limitar a acção de certos religiosos, os frutos são evidentes." - separa lá as águas e diz-nos precisamente que frutos são evidentes... e entre tantos, aponta lá os podres, se fores capaz...

Que alternativas propões, Luís? Mudar o Vaticano de lugar? Como se S. Pedro e S. Paulo tivessem escolhido outro lugar? Aprofunda...

Eu não preciso de ser popular nem arrogante em frente de alguém que promove o aborto, a contracepção e a homossexualidade. Posso muito bem recusar acusações e dar a atender que sou uma pessoa esclarecida, culta, coerente e sofredora, de modo que as minhas opiniões têm toda a validade. Espero que tenham a coragem de fazer o mesmo...

Vivamos à altura da Igreja que temos...

João

Re: A União da Igreja
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 16 de August de 2002 10:53

Fátima lança apelo à unidade da Igreja
2002-08-14 10:13:00

Um apelo à unidade da Igreja foi deixado, ontem, em Fátima, por D. Manuel da Silva Martins, bispo que presidiu às celebrações da Peregrinação Aniversária de Agosto.

"Somos chamados a construir pontes e a destruir muros, condições necessárias para abrir os caminhos aos sonhos da unidade e da paz", afirmou o prelado, considerando ser "a unidade na Igreja que pede e fundamenta a unidade do próprio género humano".
D. Manuel Martins falava perante cerca de 150 mil pessoas. Um número que acabou por se cifrar abaixo das expectativas, facto a que não será estranho o intenso calor que se fazia sentir e que obrigou algumas pessoas a deixar as cerimónias.
Sublinhando que "a Igreja somos nós", o bispo questionou: "Onde está a nossa Igreja neste tempo de tão profundas mudanças, de tantas interrogações, tantos problemas, tantas dificuldades?".

Sociedade sem valores
O prelado exortou ainda os presentes a procurar "com lucidez e na força da fé, abrir e exigir caminhos para as possíveis e necessárias soluções". E enunciou alguns dos principais problemas de uma sociedade que, considerou, "cresce perigosamente, sem princípi
os, sem valores e sem referências".
D. Manuel Martins começou por referir-se à "guerra estúpida" que, em algumas zonas do Mundo, "destrói, mata, semeia lágrimas e luto e corta pela raiz projectos e sonhos".
E que acontece por razões que, defendeu, "se escondem na maior parte dos casos no coração dos grandes e dos poderosos".
O bispo criticou ainda a fome no Mundo, que "mata milhões e que acontece por ganância e maldade organizadas".
Não deixou de fazer referência aos "assassinatos sangrentos" da África do Sul e, em Portugal, aos incêndios que "desgraçam" o país. "Fica-nos a impressão de que, por aqui, se passeiam muitos pecados: de ganância, inadvertência, maldade e omissão".
D. Manuel Martins criticou ainda a "vergonha dos futebóis, com ordenados e tramóias que até corrompem os melhores sentimentos que teimam morar em cada um" e alertou para a situação dos imigrantes das antigas colónias e dos países de Leste, da insegurança que afirma estar a crescer nas cidades e na corrupção generalizada que, assegura, "campeia em todos os sectores da sociedade".
"O cristão está mergulhado, enterrado no Mundo até ao pescoço. Nada do que é do Mundo e da humanidade lhe pode ser estranho", considerou, para finalizar com um apelo à paz que, afirmou, "transporta no seu ventre todos os bens".

Fonte JN

Re: A União da Igreja
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de August de 2002 17:09

«... sofrem muito com o mundo podre em que vivem, que os adultos criaram para eles...» Desculpa por estar apenas há mais doze anos neste mundo do que tu. Essa diferença é menor que a tua estadia neste mundo. Assim, a 'podridão' que acusas existir neste mundo é fruto de todos os que cá vivem, onde tu também estás incluído.

É fácil dizer que o que está errado é culpa dos outros. É raro admitirmos que o que está errado se encontra dentro de nós. Com o tempo talvez chegues lá.

Quanto ao Concílio Vaticano II, escolhe um dos documentos à escolha. Lê e medita no que lá está escrito. Compara o que leste com aquilo que se vive na Igreja hoje e verás aquilo que eu quis dizer: ainda estamos longe de viver plenamente o Concílio Vaticano II. Se não consegues ver isso... até religiosos, padres e leigos vêem.

Quanto à libertação da Teologia, refiro-me à censura constante do Vaticano aos religiosos que ousam omitir uma opinião, quando esta não é do seu agrado (e não venhas com a desculpa dos liberais e dissidentes :). Como é possível que um religioso seja impedido de dar aulas por ter escrito um documento, emitido a sua opinião, fundada na Sagrada Escritura? Já sei... justificaste com o Magistério, feito pelos homens. Eu respondo-te com a Escritura... escrita por Deus.

Não falei em defender a homossexualidade, contracepção, aborto ou qualquer outro assunto para falar da união da Igreja. Apenas quis dizer que há coisas que não fazem sentido e a única explicação que tu dás é dizer que a Igreja assim o definiu.

Luis

Re: A União da Igreja
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 27 de August de 2002 18:54


Luís, referi-me aos adultos como todos aqueles que são mais velhos que nós, mais velhos que tu. Como não é das crianças que depende o mundo que existe para elas, e só quando atingem a maioridade é que realmente são responsáveis por ele, tudo o que está já feito é de pessoas mais velhas, os adultos. É somente a isso que me referia. Claro que também estou incluído nele, mas a questão é para o que é que trabalhamos: se somos causa da "podridão" em que vivemos, devemos tornarmo-nos responsáveis por acabar com ela, não a continuando e procurando alternativas, ajudando os outros também.

"É fácil dizer que o que está errado é culpa dos outros. É raro admitirmos que o que está errado se encontra dentro de nós. Com o tempo talvez chegues lá." - do João para o Luís... já que somos "nós", não é? Agora falta ultrapassares os "slogans" e aprofundares as questões concretas. É isso que eu tenho estimulado.

Eu consigo ver perfeitamente que o Concílio Vaticano II nem sequer é conhecido pela maioria. Já leste o que deixei no "O QUE A IMPRENSA..." acerca do que está mal na Igreja e como isso parte de liberais? Tem tudo que ver com uma interpretação incorrecta, liberal, do "espírito" do Vaticano II, em vez de considerarem que devem recuperar o que de mais genuíno a Igreja tem, desde sempre, e enfatizar a ortodoxia, a cultura, a arte e a união.

A "censura constante" é absolutamente necessária. Se não tens consciência das raízes e das implicações que o que essas pessoas promovem, deverias analizar cada questão em particular. As pessoas devem respeitar sempre o Magistério e não sair por aí a desrespeitá-lo e a fazer as coisas à revelia dele, pois é essa a questão. Até hoje, muito poucas foram as "censuras" que me admiraram ou que não achei aceitáveis na forma como foram realizadas, mas isso deve-se apenas à extensão da forma como foram feitas, tomadas demasiado a sério... talvez. Até porque eu sou muito pequenino para pensar que posso achar algo sobre isso.

"Eu respondo-te com a Escritura... escrita por Deus." - não dizem os Protestantes o mesmo? Já sabes porquê, espero... É necessário avaliar cada questão em concreto e compreender o sentido das Escrituras. Até porque S. Paulo louva o celibato de uma forma a que não se refere quando aconselha o casamento, por exemplo... Além da plausibilidade material que isso tem, de organização da Igreja, de resposta às missões cristãs, de viver plenamente o chamamento à santidade. Isto é uma doutrina da Igreja, "coluna e sustentáculo da verdade" (1 Timóteo 3,15), que não contraria de modo algum as Escrituras. O que "se acha" deve ficar para segundo plano.

Luís, porque não lês (aparentemente) o que escrevo? Ora, "a única explicação que eu dou NÃO É dizer que a Igreja assim o definiu"! Disse que é prova de sabedoria confiar nela ainda que NÃO A COMPREENDAMOS, ao invés de, nessa confusão, optarmos por acreditar naquilo que nos apetece, desconsiderando-a. Quando encontramos coisas que não fazem sentido PARA NÓS (tal como há muitos que consideram que a existência de Deus não faz qualquer sentido... até saberem mais sobre isso), devemos ouvir atentamente, estudar a história e desvendar realmente os porquês das questões. Se nos ficamos pela superficialidade, devemos admitir a validade da opinião de alguém que aprofunde intensamente os seus conhecimentos sobre essas questões e diz algo com o qual não conseguimos concordar. É lógico considerarmos que existirão razões que desconhecemos e consequências que não prevemos, e que essas pessoas estarão mais a par disso que nós, "leigos", na verdadeira acepção da palavra.

João

Re: A União da Igreja
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 27 de August de 2002 22:07

Respondo-te com a Sagrada Escritura, respondes-me tu com o Magistério.

Um pergunta simples: Para ti o que é mais importante, o Magistério ou a Sagrada Escritura?

Registo o teu respeito pela liberdade: «A "censura constante" é absolutamente necessária.» Não estou a pedir a 'democracia' da Igreja, mas a liberdade é diferente da democracia. Se um religioso não pode ter uma opinião que não esteja de acordo com a Igreja, que diferença tem essa Igreja com aquela de há dois mil anos em que os Sumo Sacerdotes se apressaram a condenar Jesus Cristo?

«Tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis?» Mc 8, 18


Luis

Re: A União da Igreja
Escrito por: Paula (IP registado)
Data: 28 de August de 2002 16:31

Muito bem Luís!!!! Bravo!

Eu tenho estado a "assistir" a estes fóruns e em alguns deles já emiti a minha opinião e a minha vivência acerca deles... mas há alguém que me têm preocupado muito: o João Oliveira.
E preocupa-me a ortodoxia dele... porque ser cristão convicto e saber dar "as razões da nossa esperança" não é ser mais cristão que os outros. Porque amar a Igreja Católica como ela é e tentar, todos os dias, viver nela acima de todas as incoerências que nela existam também não é ser mais Católico que os outros...
O que me assusta no João é a sua, aparente, incapacidade de escutar e acolher as opiniões e vivências do seu próximo.
E atenção que eu até concordo com ele em algumas das suas opiniões e em outras que não concordo gosto de perceber que há uma grande "paixão" na sua vida... e é de cristãos apaixonados que o mundo precisa. Mas este ardor que trazemos no peito não pode ser usado para menosprezar a opinião dos outros nem para nos fazermos de "sabichões" e recusar o que os outros nos querem dizer nem para tornar o outro motivo de gozo para nós próprios só porque não pensam como nós.
João tens uma grande têndencia para misturar "alhos com bogalhos" e para criares conflitos com alguns dos participantes do fórum. E isso não ajuda em nada à União da Igreja. Mas será que estás preocupado com isso?
Li uma partilha do João sobre a sua experiência em Taizé na Páscoa e sinceramente não me parece nada o mesmo João que agora participa em alguns destes fóruns... será ou não?
O que é que mudou? O outro para o Joãoo agora é catalogado por "protestante" por "liberais" só porque tem uma opinião diferente ? Será que é ele o depósito da Verdade? Só são Católicos autênticos aqueles que nada questionam?
Até admiro a frontalidade do João, e a capacidade de alguma boa argumentação e "atrevimento"... mas é só disto que se faz um Cristão que se diz 100% Católico? João parece-me que andas um pouco perturbado... aconselho-te a ler (ou reler) a carta para 2002 do Irmão Roger de Taizé em [www.taize.fr] para poderes ter mais paz.
Peço desculpa aos participantes deste fórum por estar a digirir-me ao João mas precisava de o fazer.

Quanto ao tema deste fórum parece-me que a partilha da Anabela no lançamento dele é muito pertinente e faz-me pensar em muitas coisas que julgava já ter "arrumadas" mas que afinal ...
No meu trabalho pastoral lido com jovens e tenho (temos) vindo a notar que há pouca adesão deles a este projecto de viver como Cristãos nos nossos dias. E questões como as da Anabela são muito debatidas. E é muito curioso verificar que a Anabela não destrói as questões com criticas e não aponta o dedo a ninguém... e isso dá-me (dá-nos) alento porque ainda há jovens com esperança nesta Igreja e que são capazes de dar testemunho daquilo que querem viver (e já vivem) e com uma humildade comovente.

Que a Paz permaneça nos vossos corações

Re: A União da Igreja
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 28 de August de 2002 17:27


Luís, falhaste em comprovar como é que a Escritura não DÁ autoridade Magisterial à Igreja. Logo, segundo o teu critério, se está na Bíblia, deve ser aceite por todos nós. 1 Timóteo 3,15 não é um Documento Pontíficio, é um livro bíblico.

Explica as tuas contradições, se fazes favor...

O que é isso de "não estar de acordo com a Igreja"?

A meu ver, a questão é simples: NÃO HÁ RAZÃO PARA ESTAR EM DESACORDO, mas tu sim, julgas que tal é necessário. Ao passo que eu promovo a plenitude da doutrina da Igreja e manifesto uma palavra de esperança e motivação, tu vens com casmurrices ateimar que não, não só não é possível como NÃO QUERES! Que raio de ideia é essa?

A comparação que fizeste padece de não ser concreta e não ter a ver com esta questão: aqui temos uma população católica que não compreende nem quer compreender o Magistério por motivos de promoções científicas e de um niilismo que nos afecta a todos. Isso é inteiramente diferente de não aceitar que um Homem seja o Filho de Deus.

Parece-me que a Igreja te ouve tanto, Luís, que te tolera. TALVEZ DEMAIS...

João

Re: A União da Igreja
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 28 de August de 2002 17:42


Paula...

Parece-me que estás extremamente equivocada a meu respeito. Continuo a ser o mesmo João... Olha, recentemente abri um novo tópico "Contra-cultura católica: silêncio, pobreza e virgindade..." com mais reflexões da minha parte. Vê lá se identificas o que mudou e me dizes; quanto a mim, apenas me encontrei mais com a verdade acerca do ser humano.

Não tenho muito mais a acrescentar à minha opinião... Já falei bastante sobre ela nos vários tópicos deste fórum. Por favor, LÊ.

Mas posso explicar-te que não sou EU quem me acho mais "católico" que os outros: parece é que a maioria dilui demasiado o Catolicismo até ao ponto de mentir sobre ele! Entendes? Tu não podes ir frontalmente contra o Magistério sem dedicares a mesma paixão ao aprofundamento do teu conhecimento dos Documentos Pontifícios! É isso que acontece e eu referi-me ESPECIFICAMENTE à tremenda rebelião a que tenho aqui assistido.

O que se passa é que NÃO ME PODEM PEDIR A MIM O QUE SE RECUSAM A FAZER. Além disso, para sermos humildes FALTA-NOS A MAIOR HUMILDADE DE ACEITAR QUE A IGREJA TEM RAZÃO.

E como é que se chega a esta conclusão? A QUESTIONAR! Eu questiono MUITO, está descansada. E depois? Ficamos na contestação ou descobrimos que vale mesmo a pena querer saber mais sobre o que a Igreja ensina e vivê-lo plenamente? Foi o que aconteceu comigo: decidi deixar de "chatear" as pessoas erradas e virei-me para aqueles que me têm enganado, tanto a mim como a vocês...

Quanto a essa falta de interesse a que te referes, é óbvia... Os jovens têm opiniões relativistas sobre tudo, nada nem ninguém tem razão e isso leva-os a não querer saber das coisas que realmente se podem discernir como sendo verdadeiras...

Ó Paula, eu estou repleto de paz... Ela é extremamente necessária para quem exige de si a castidade, a abstinência. Como dizia Larrañaga, só mesmo com Deus a virgindade tem valor e plenitude. Obrigado pela indicação, vou lê-la.

Quanto à "união da Igreja", a inquietação da Anabela é a mesma que a minha. Dado que a Igreja não vai mudar a sua opinião para satisfazer os nossos caprichos, que união é possível quando vocês me dizem que posições tão divergentes e contraditórias têm razão de ser?? Não, não têm, e enquanto não perceberem isso, não existe união e acontece o que já Jesus temia: que sem união, Ele não se torna credível.

Pensem BEM...

João

Re: A União da Igreja
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 29 de August de 2002 00:31

Ainda a propósito do teu comentário «A "censura constante" é absolutamente necessária.» transcrevo parte do último parágrafo de um dos documentos do Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes - A Igreja no mundo actual, do número 62:

"É mesmo de desejar que muitos leigos adquiram uma conveniente formação nas disciplinas sagradas e que muitos deles se consagrem expressamente a cultivar e aprofundar estes estudos. E para que possam desempenhar bem a sua tarefa, deve reconhecer-se aos fiéis, clérigos ou leigos, uma justa liberdade de investigação, de pensamento e de expressão da própria opinião, com humildade e fortaleza, nos domínios da sua competência."

No pós-Concílio Vaticano II, não há lugar na Igreja para a censura. Por muito que isso custe a alguns.


Para que os leigos que visitam este fórum não fiquem com a ideia errada da doutrina da Igreja Católica, sugiro a leitura de alguns documentos:

- Catecismo da Igreja Católica: embora numa sucinta, existe no Paroquias.org uma versão on-line disponível em www.paroquias.org/catecismo;

- Christifideles Laici: uma exortação apóstolica dos finais de 1988, em que é salientado o papel do leigo na Igreja; disponível também aqui no Paroquias.org em [www.paroquias.org]

- Apostolicam Actuositatem (AA) - O Apostolado dos Leigos: documento do Concílio Vaticano II sobre a importância dos leigos na Igreja de hoje. Infelizmente, ainda não temos os documentos do concílio disponíveis neste site.

Luis

Re: A União da Igreja
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 29 de August de 2002 16:03


LOL

Fantástica esta Igreja, não é?

"nos domínios da sua competência" - compete-te a TI e aos outros dizerem que a Igreja deve achar bem os contraceptivos, indica que não tenhas formação na área e, como já ficou demonstrado por tantas contradições tuas e faltas de informação de que padeces.

Realmente, "nos domínios da sua competência", muitos são já os médicos e cientistas sociais católicos a PROMOVEREM o que a Igreja ensina: de facto, casais a promover os métodos naturais ainda que não seja essa a sua área profissional, mas estando formados nisso também, fazem-no. O problema é quando nos informamos em fontes tendenciosas e seculares, não dando tanto ou mais ouvidos à Igreja.

Desculpa, é que se a boca do "Por muito que isso custe a alguns" nem só está ingenuamente mal construída (manipulaste o documento para a tua liberdade moral e não é isso ao que ele se refere - lê mais a Gaudium et Spes e verás porquê) como, se é para mim, não me atinge. Para já, a "censura" de hoje tem apenas que ver com a autenticidade do que é ser católico. Existem muitas opiniões por aí a esvoaçar e às mais estridentes ou enganosas, a Igreja ergue a voz, adverte e se necessário excomunga e estabelece anátemas. Se a pessoa quer ser "outra coisa", que o seja...

Realmente, isto não é "censura" como dela ouvimos falar: é preservação e autenticação. Um pouco ao estilo dos "Nihil Obstat" e "Imprimatur" que vemos em livros aprovados...

Mas falhaste em responder (aliás, parece que nunca respondes às questões essenciais e só te preocupas em "ficar na tua", justificando-te, muito mal, por sinal): em que é que a falta de comunhão, nos sentimentos, na fé e na prática, trazem unidade e catolicidade à Igreja? Repara que não falo nos variados carismas, que são uma bênção e se complementam mutuamente: estou a falar de opiniões veementemente contraditórias, em particular em termos de moral.

Ainda bem que indicas todos esses documentos. Gostava de te ver a viver de acordo com eles... Não saltes por cima das passagens que te incomodam...

Nenhum deles identifica a autoridade dos leigos como substituta: nem um só. Dão-nos sim uma liberdade espantosa de participarmos na vida da Igreja e identificar ainda mais "porquês" para sermos católicos.

João

Re: A União da Igreja
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de December de 2002 21:35


A Anabela, ao criar este tópico, levantou uma questão importantíssima, e que merece atenção muito particular na Nova Evangelização. Passámos depressa para a questão da regulação da procriação, mas isso é só um exemplo, como ela afirmou.

Manifestou preocupações actualíssimas:

"Quando se põe em causa as verdades da Igreja, e sobretudo do Evangelho e dos Mandamentos de Deus, então, alguma coisa não está bem."

"Afinal, que Igreja UNA somos nós se não pregamos todos os mesmos ideais?!"

"Afinal, enquanto católicos, qual é o nosso dever?! Enquanto leigos devemos contestar sucessivamente as verdades da Igreja?! Será?! Então, se assim é, certamente eu não sou uma boa católica..."

E concluiu da melhor forma:

"Sejam ensinadas as verdades morais que prega a Igreja! Elas são sábias e perfeitamente aplicáveis."

"É tão necessária a união entre todos os católicos... Por favor... Vamos ter calma, e sobretudo rezar pelas intenções uns dos outros, ok?! Que Deus esteja convosco!!!"

"O que sei, é que o que quero para mim futuramente, é tentar viver segundo aquilo que pede a Igreja."

"Enquanto jovem, é-me pedido que viva a radicalidade do Evangelho..."

"Cristo não aceita meios termos... Ou O sigo verdadeiramente, ou então não vale a pena..."

"Com as minhas acções, mais do que com as palavras eu mostre que é possível SER o que Cristo pede... É o que tento fazer... ;)"


Excelentes perspectivas, Anabela! Continua, e fica a saber que estamos juntos nisto... ;o)

É claro que a "unidade" necessita de fundamentos doutrinários. Ou acredito que Deus me permite tudo com a sua misericórdia ou que essa misericórdia é a resposta de Deus ao meu pecado, quando falho para com a sua palavra. Quanto a mim é claro que é a última a perspectiva verdadeira.

Afinal, onde está a unidade da Igreja, que são todos os cristãos? Sim, todos os cristãos, porque se existem divisões na Igreja Católica Romana essas também são as divisões que deram origem a cismas e à formação de outras comunidades eclesiais. É por estas coisas, enquanto ainda somos católicos, que, de forma especial quando temos influência, se cria a divisão.

João

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