Amor Puro
Escrito por:
Emissario (IP registado)
Data: 17 de January de 2016 00:22
Tão logo uma pessoa dê guarida ao amor puro, seja o de um homem por uma mulher ou vice-versa, ou por um amigo, ou por uma amiga, ou pelos pais, pelos filhos, não importa, sendo puro, trará como primeira dádiva a oportunidade para libertar-se de todo o carma, que então se redime apenas “simbolicamente”, para o desabrochar do livre e consciente arbítrio, que só pode ser dirigido para cima. Como consequência natural, inicia-se então a escalada, a libertação das cadeias indignas que a retêm.
Como reconhecer o amor puro:
A primeira intuição que se manifesta quando desperta o amor puro é o julgar-se indigno diante do ser querido. Com outras palavras, pode-se descrever esse fenômeno como o princípio da modéstia e da humildade, portanto, o recebimento de duas grandes virtudes. A seguir, junta-se a isso o impulso de querer manter a mão sobre o outro, protetoramente, a fim de que não lhe aconteça nenhum mal de qualquer lado, mas sim que seu caminho o conduza por atalhos floridos e ensolarados. O “querer trazer nas palmas das mãos” não é um ditado oco, mas sim caracteriza mui acertadamente a intuição que brota. Nisso, porém, se encontra uma abdicação da própria personalidade, uma grande vontade de servir, o que, por si só, poderia bastar para eliminar em pouco tempo todo o carma, tão logo essa vontade perdure e não dê lugar a instintos puramente sensuais.
Por último, manifesta-se ainda, no amor puro, o desejo ardente de poder fazer algo bem grande para o outro ser querido, no sentido nobre, de não o ofender ou o ferir com nenhum gesto, nenhum pensamento, nenhuma palavra, muito menos ainda com uma ação feia. Torna-se viva a mais delicada consideração.
Trata-se, então, de segurar essas puras intuições e colocá-las acima de tudo o mais. Nunca alguém, então, quererá ou fará algo de mal. Simplesmente não consegue, mas sim, pelo contrário, tem nisso a melhor proteção, a maior força, o mais bem intencionado conselheiro e auxiliador.