Não consigo deixar de pensar naquele rapaz de mirandela que se suicidou, devido a bulying. Para mim foi um fim trágico de uma criança desamparada e sem esperança que as coisas pudessem melhorar. Vejo este caso pelos meus olhos, pois também fui vitima de bullying na adolescência. Lembro-me do que sentia, do que pensava de mim e de me recusar a pagar na mesma moeda. Vejo este suícidio e sinto-me triste e desapontado(já dei por mim a chorar a morte do Leandro e não o conheço). Há dias no programa sinais de fogo mais uma vez fiquei desapontado, passou-se cerca de 70% da duração da entrevista a traçar o perfil dos abusadores e não a tentar perceber o sofrimento daquela criança, que foi muito sem dúvida.
Nestes casos não se pode falar em suicidio, isto é um homicidio cozinhado em lume brando.

Remeto-vos para uma excelente carta de um leitor do JN hoje, que fala sobre este caso. Uma carta muito comovente.

Olá Vitor.

Partilho dos seus sentimentos, mas muito francamente, não acredito que se tenha suicidado.
Nos meus tempos de escola, devido à minha personalidaede então mais timida, também me acontecia isso.
Algo se passou, algo se está a esconder. O miudo que diz que o socorreu, no meu entender, sabe mais!

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)