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19 Agosto 2008 - 00h30
Saúde: Dados do comércio de contraceptivos
Portugueses compram menos preservativos
Portugal já era dos países da Europa com menos utilização de preservativos. Mas a situação está a piorar. Em média, vende-se menos dez mil embalagens por mês do que há quatro anos, revela a consultora IMS Health. Números preocupantes mas que a Coordenação Nacional de Luta contra a Sida "estranha", referindo que os últimos dados apontam para um aumento da utilização.

De acordo com a IMS Health, em 2004 foram vendidas 853 992 caixas. No ano passado, não chegaram às 738 mil, menos 116 207 embalagens. Em média, eram comercializadas mais de 71 mil caixas por mês, valor que baixou para 61 mil em 2007. Uma tendência de descida confirmada nos seis primeiros meses deste ano, quando foram vendidos mensalmente 56 mil pacotes, menos cinco mil do que em 2007.

Questionada sobre a situação, a autoridade nacional de combate ao HIV/sida refere ter dados que contrariam esta tendência. "Os últimos inquéritos mostram uma utilização crescente. Além disso, duplicámos os números de preservativos distribuídos gratuitamente", afirma Beatriz Casais, porta-voz do organismo.

A responsável lembra que só no dia 15 de Agosto distribuíram 50 mil contraceptivos nas praias e que, de 2006 para 2007, esta dispensa duplicou para quatro milhões de unidades. "OEstado está a fazer o seu papel. Mas as Organizações Não--Governamentais também o devem fazer, já que são elas que estão no terreno, assim como as empresas de distribuição, responsáveis pelas vendas", defende.

ASSOCIAÇÕES CRITICAM FALTA DE INFORMAÇÃO

"As campanhas não estão a funcionar. Diz-se que a sida está a diminuir, mas todas as semanas nos chegam casos de pessoas infectadas. Entre os heterossexuais, a doença está a subir em flecha e de forma assustadora", alerta Filomena Frazão, presidente da Fundação Portuguesa contra a Sida. As organizações não poupam críticas à falta de informação. Margarida Martins, da Abraço, culpa a fraca aposta na prevenção, sobretudo nas campanhas dirigidas aos jovens heterossexuais. "Muitos ainda acham que a sida se previne com a pílula", afirma. Também Filomena Frazão lamenta que as pessoas continuem "muito relutantes em mudar os seus comportamentos de risco" e que haja falta de informação.

2500 MÁQUINAS DE TABACO VENDEM PRESERVATIVOS

No Norte do País já é possível comprar preservativos em 2500 máquinas de tabaco. Braga, Viana do Castelo, Porto e Gaia são os locais pioneiros, mas a distribuidora Rodriflex conta chegar ao resto do País em Setembro, com perto de três mil máquinas a cobrir todo o Litoral. A iniciativa, inédita, começou em Março, com um acordo entre a empresa de distribuição de produtos farmacêuticos e os grossistas do tabaco. A primeira queria alargar o negócio e chegar a locais estratégicos, como os bares e locais de diversão nocturna. Os segundos pretendiam encontrar outros produtos para contornar a redução de vendas provocada pela nova lei do tabaco. Ângelo Carneiro, da Rodriflex, diz não sentir os efeitos da redução da venda de preservativos. A empresa aposta no preço: nas grandes superfícies uma caixa de três custa 89 cêntimos, enquanto que nas máquinas custa um euro.

NÚMEROS

HIV/SIDA

No final de 2007, estavam diagnosticadas 32 mil pessoas com a infecção, mais 2125 do que no ano anterior.

DOS PIORES DAS EUROPA

A taxa de incidência da doença é das mais altas da Europa, só ultrapassada pela Ucrânia.

HÁBITOS

Mais de metade dos portugueses não utilizou preservativo na primeira relação sexual com o parceiro mais recente, refere um inquérito recente da Universidade de Lisboa.

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Preservativos femininos voltam ao mercado
19 Agosto, 2008 - 10:17

O preservativo feminino que não teve muito sucesso em Portugal vai agora ser facultado de forma gratuita nos hospitais e centros de saúde, sendo que decorrem até Outubro as candidaturas dos fornecedores.O insucesso do preservativo feminino prende-se com a maior dificuldade de o colocar, que implica prática, mas também com o seu custo elevado.

No entanto, espera-se que, com o concurso para aquisição de grandes quantidades do produto pelo Estado, passando a ser distribuído gratuitamente, o preservativo passe a ser mais utilizado.

A Coordenação Nacional para a Infecção VIH/sida está a preparar uma campanha sobre o uso do preservativo feminino, tentando recolocá-lo no mercado, refere o Diário de Notícias.

Um dos objectivos da coordenação é promover o produto junto dos privados, bem como proporcionar à mulher uma maior independência, pois com a existência quase exclusiva no mercado de preservativos masculinos, cabe geralmente ao homem comprá-los, o que torna a mulher mais vulnerável e dependente.

A coordenação espera que em 2009 já estejam a ser distribuídos os preservativos femininos.

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